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AMBU - Cirurgia

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Carolina Marques
Cirurgia Geral
Drº Raphael
● Cálculos biliares
Anatomia da vesícula biliar
- Órgãos sacular fixo na face inferior do fígado;
- É responsável pelo armazenamento da bile;
- Até 30 mL;
- Dividida em fundo, corpo e colo;
- Triângulo de Calot: ducto cístico, hepático comum e a borda inferior do fígado → artéria cística;
- Valva esfinctérica:
→ Localizada no colo da vesícula; ,
→ Permite armazenamento de 35-50 mL;
- Camada mucosa interna:
- É pregueada;
ORIGEM DOS CÁLCULOS
A formação dos cálculos biliares acontecem em 3 fases principais:
● Supersaturação biliar com formação de bile litogênica, entende-se por tal bile a que contém
excesso de colesterol em relação aos sais biliares e fosfolipídios, condição que leva a mudança de
estado, antes homogêneo, para um sistema bifásico, aparecendo a cristalização do colesterol. Na
etiopatogenia da litíase do colesterol, que responde por 90% dos cálculos, admite-se o papel
fundamental exercido pelo fígado, ao secretá-la.
● Nucleação: é o processo pelo qual os cristais de colesterol monoidratado, se formam e
aglomeram. Esse processo é facilitado pela desidratação, estase e interação de fatores pró-nucleares e
anti nucleantes. O cálcio promove a fusão e aumento dos cristais de colesterol,embora ainda não esteja
bem definido seu exato papel.
● Crescimento do cálculo: aposição dos cristais para formar cálculo. Depende muito da estase
biliar na vesícula. A hipomotilidade da vesícula é um componente importante da formação de cálculos,
promovendo a permanência dos cristais na vesícula por um tempo prolongado e exposição a novos
cálculos e o gel de mucina, que age como cimento aderindo os cristais.
FATORES DE RISCO
- Associação com obesidade, dislipidemia, síndrome metabólica e alguns fármacos;
- Doença ileal;
- Gravidez → Pelo aumento da saturação de colesterol no 3ºtrimestre e pela contração mais lenta da
vesícula, diminuindo o esvaziamento
- Rápida perda de peso
Cálculos pigmentares
- Pretos: bilirrubinato de cálcio puro ou por complexos de cálcio e glicoproteínas mucinas;
- Mais comum em pacientes hemolíticos (aumento da bile conjugada), cirrose hepática,
Síndrome de Gilbert ou fibrose cística
Carolina Marques
- Sua patogênese depende da reciclagem entero-hepática da bilirrubina.
- Marrons: sais de cálcio de bilirrubina não conjugada (BI) com colesterol e proteínas
-Causados pelo aumento da quantidade insolúvel de bilirrubina na bile (BI), que precipita e
forma cálculos
- É produzida pela desconjugação excessiva pela Beta-glicuronidase endógena;
- Essa enzima pode ser produzida em caso de infecção bacteriana crônica
Diagnóstico
USG ⇒ Identifica cálculos >1,5 mm de diâmetro; Observa sombreado acústico e opacidades
no lúmen vesicular;
- Identificação precisa dos cálculos biliares (> 95%);
- Dilatação do colédoco por acúmulo de bile (acima da obstrução)
- Solicitar exame confirmatório (CPRM)
RX abdomen ⇒ Detecta cálculos com alta [ ] de cálcio
QUADRO CLÍNICO
- Os sintomas são causados pela inflamação ou obstrução (após migrarem para os ductos).
- Dor visceral: dor aguda e intensa no epigástrio ou QSD.
- Irradiação: área interescapular, escápula direita ou ombro.
- Cólica biliar: por deslocamento ou obstrução
- Dor contínua, intensa e crescente;
- Surgimento repentino, com alta intensidade por 30 min-5h, com regressão gradativa.
- Persistência por mais de 5 horas indica suspeita de colecistite aguda.
- Geralmente é noturna.
- Pode ser desencadeada por refeição gordurosa, alimentação excessiva ou normais após
jejum prolongado.
- Náuseas e vômitos podem acompanhar;
- Nível elevado de bilirrubina sérica e/ou fosfatase alcalina sugere cálculo do ducto colédoco.
- Febre ou calafrios (tremores) com dor biliar geralmente indica alguma complicação, isto é,
colecistite, pancreatite ou colangite.
- Colúria: presença de pigmento biliar na urina indica hiperbilirrubinemia conjugada.
- Acolia/hipocolia fecal: deficiência ou obstrução à excreção de bilirrubina para o intestino
sugere obstrução biliar extra-hepática
PROGNÓSTICO
- Entre 60 e 80% dos pacientes com cálculos biliares assintomáticos não desenvolvem
sintomas por até 25 anos.
- A probabilidade de desenvolver sintomas dentro de 5 anos depois do diagnóstico é de 2 a 4%
ao ano, mas diminui para 1 a 2% subsequentemente.
- O risco cumulativo de morte por doença calculosa biliar na vigência de uma conduta
expectante é pequeno.
Carolina Marques
- A colecistectomia profilática não se justifica.
- Pacientes jovens com cálculo biliar são mais propensos do que aqueles com > 60 anos ao
desenvolvimento de sintomas da colelitíase, no momento do diagnóstico inicial.
TRATAMENTO
CIRÚRGICO:
● A decisão deve ser baseada em:
(1) Existência de sintomas suficientemente frequentes ou intensos a ponto de interferir na rotina
geral do paciente;
(2) ocorrência de complicação prévia da doença calculosa biliar, isto é, história de colecistite
aguda, pancreatite, fístula biliar, etc.;
(3) presença de condição subjacente que predisponha o paciente a maior risco de
complicações devidas aos cálculos biliares;
● Colecistectomia profilática:
(1) cálculos >3 cm de diâmetro;
(2) anomalia congênita na vesícula;
● Colecistectomia laparoscópica:
- Abordagem de acesso mínimo para retirada da vesícula biliar juntamente com seus cálculos.
- Suas vantagens consistem em redução da permanência hospitalar, incapacitação mínima e o
custo reduzido, constituindo o procedimento de escolha para a maioria dos pacientes
encaminhados para colecistectomia eletiva.
CLÍNICO
- dissolução de cálculos
- Indicada para pacientes com vesícula funcional + cálculos radiotransparentes + diâmetro <5
mm;
- AUDC deve ser de 10 a 15 mg/kg/dia;
- Cálculos pigmentares não respondem ao medicamento;
● Doença Diverticular de Cólon
Introdução → de�nições = doença diverticular - diverticulite - diverticulose
doença diverticular = Pode ser diverticulite ou diverticulose
diverticulite = Diverticulite é um termo utilizado para designar a macro ou microperfuração de
um divertículo, que tanto pode ter repercussões clínicas limitadas, quanto potencialmente
levar a abscesso, obstrução, formação de fístulas e peritonite
diverticulose = Intestino grosso: Local mais comum de todo TGI;
• Maioria é falso: somente mucosa e submucosa;
• Verdadeiros: Todas as camadas – são raros
Carolina Marques
epidemio → idade - ocidente/oriental
�siologia/ anatomia = irrigação do intestino *ponta da língua*
Arcada de Drummond → irrigação
manifestações clínicas/ exames
colonoscopia= diverticulose e doença diverticular
diverticulite complicada → abscesso - perfuração (peritonite) - fístula
diverticulite não complicada → constipação - febre baixa - dor abdominal
classi�cação de hinchey→ localização e tamanho dos abscessos (tomogra�a)
H1 - tomo consegue ver abscesso n localizado, vendo divertículos = não complicada
H2 - abscesso bem organizado = complicada
H3- peritonite purulenta = complicada
H4- perfurou o cólon, além de sair o pus sai as fezes = complicada (gás)
diverticulite aguda = tomogra�a
tratamento
não complicada = tratamento ambulatorial (antibiótico + medidas como alimentação e ingestão de água)
abscesso 5cm/4cm = antibiótico pode regredir o abscesso
se abcesso não regredir → drenagem do abscesso => via rádio intervenção, que seria a punção por
ultrassom/tomo
se após a drenagem não melhorar → tratamento cirúrgico
cirurgia = retossigmoidectomia hatchaman
hatchaman → colostomia
atualmente → pode se fazer anastomose, precisa-se avaliar o estado do paciente => critério do cirurgião,
embora precisa se analisar se há infecção peritonial por fezes
cólon direito → colectomia direita
fístula é a complicação da diverticulite aguda
são diverticulites de repetição ou uma diverticulite muito grave
outros órgãos “tapam” o buraco da perfuração, e acaba perfurando também o outro órgão → eliminação de
gases e fezes pela urina.
hemorragia é frequente → principal causa de sangramento em digestivo baixo
geralmente, sangra mais o direito
episódios esporádicos em sua maioria e regridempodem ser hematoquézias e melenas
principais causas de hemorragia digestiva baixa = doença hemorroidária, pólipos (tumor), doença
diverticular, angiodisplasia
Anatomia
Carolina Marques
O intestino grosso é um órgão que faz parte do sistema digestório. É o local de absorção da
água, tanto a ingerida, quanto a das secreções digestivas e de alguns nutrientes que o intestino
delgado não assimilou. Nele, também acontece o armazenamento e eliminação dos resíduos
da digestão
O intestino grosso mede cerca de 1,5m de comprimento e 6cm de diâmetro. É composto por:
ceco, apêndice, cólon, reto e ânus. Ele apresenta pequenas projeções adiposas, semelhantes
ao omento denominadas apêndices omentais do colo ou apêndices epiclóicos.
Apresenta 3 tênias (conjunto de fibras que se encontram onde forma-se o apêndice):
1) Mesocólica: se fixa no mesocolo transverso e sigmoide
2) Omental: se ficam os apêndices omentais
3) Livre: não está relacionado ao mesocolo ou apêndice
Essas tênias formam saculações na parede do intestino denominadas haustros e se fundem
novamente no colo sigmoide
Ceco
Localizado no QID (região inguinal direita)
É a primeira parte do intestino grosso, contínua com o colo ascendente.
• Praticamente todo revestido por peritônio, no entanto não apresenta mesentério.
• Está ligado a parede lateral do abdômen por pregas cecais do peritônio.
• A forma de entrada do íleo no ceco produz os lábios ileocólico, que forma a papila ileal que
impede o refluxo do ceco para íleo.
• É irrigado pela artéria ileocólica, ramo terminam da AMS. A drenagem venosa recebe o
mesmo nome.
Apêndice
É uma massa de tecido linfoide originada na face posteromedial do ceco, inferiormente a
junção ileocecal. Ele apresenta meso triangular curto denominado mesoapêndice
• Irrigado pela artéria apendicular, ramo terminal da artéria ileocólica.
Colon
Cólon Ascendente: Passa superiormente na margem direita da cavidade abdominal, do ceco
até o lobo direito do fígado onde vira à esquerda, formando a flexura direita do colo (flexura
hepática).
Esse pedaço apresenta-se peritonizado, sendo separado da parede ântero-lateral do abdômen
pelo omento maior.
Ele é suprido pela artéria ileocólica e cólica direita, ramos da AMS.
• Cólon Transverso: É a parte mais longa e móvel do intestino grosso, indo da flexura direita do
cólon até a flexura direita do cólon (flexura esplênica).
Essa dobra é geralmente mais superior, aguda e menos móvel do que a flexura direita,
fixando-se ao diafragma através do ligamento frenocólico.
O mesocolo transverso está aderido a parede posterior da bolsa omental, tendo sua raiz ao
longo da margem inferior do pâncreas.
Carolina Marques
É irrigado pela artéria cólica média e direita, ramo da AMS e artéria cólica esquerda
(ramo da AMI).
• Cólon Descendente: É retroperitoneal e localizado entre a flexura cólica esquerda e a fossa
ilíaca esquerda, sendo contínuo com o sigmoide, passando pela margem lateral do rim
esquerdo.
Irrigado pela artéria cólica esquerda e sigmóideas (ramo da AMI).
• Cólon Sigmoide: Alça em forma de S que continua no reto contendo a junção retossigmoide,
local de convergências das tênias. Possui um longo mesentério sendo por isso móvel.
Apresentam longos apêndices omentais.
Irrigado pela artéria cólica esquerda e sigmóideas (ramos da AMI)
Reto
Parte terminal fixa do intestino grosso sendo contínuo com o canal anal.
• É coberto por peritônio em suas faces anterior e lateral
• Flete-se formando as escavações retouterina e retovesical
• Irrigado pela artéria retal superior (parte proximal), continuação da AMS, artériasrenais
médias direita e esquerda (parte média e inferior), originadas das artérias vesicais
inferiores e as artérias retais inferiores originadas da pudenda interna.
Canal anal
• Circundado pelos músculos esfíncteres interno e externo.
• É irrigado pelas artérias retais inferiores (parte inferior) e artérias retais médias (ramo
da AMI).
Definição
O termo doença diverticular dos cólons engloba toda a gama de manifestações que podem
ocorrer, devido a simples presença de divertículos até as suas manifestações clínicas. O termo
diverticulose refere-se a presença de divertículos assintomáticos no cólon, enquanto
diverticulite indica inflamação do divertículo e, comumente, é acompanhada de sintomas
(geralmente dor e febre) Os divertículos são classificados em:
1) Congênitos ou verdadeiros: formados por todas as camadas da parede cólica. Suas
localizações preferenciais são o ceco e o cólon ascendente
2) Adquiridos ou falsos: são herniações da mucosa através da camada muscular do cólon. Sua
localização preferencial é o sigmoide
Epidemiologia
No que se refere a idade, a prevalência de divertículo é de: 5% aos 40 anos; 30% acima de 50
anos; 50% acima dos 70 anos e até 66% na 8° década de vida
Patogenia
Há relação entre o baixo teor de fibras na dieta e a presença de doença diverticular.
Carolina Marques
É possível que um Aumento na deposição de colágeno ou de elastina, ocorrido no cólon, o
qual está envelhecido, leve ao enrijecimento e ao estreitamento do cólon,resultando em
pressões intraluminais mais altas
Dois Fatores são os responsáveis peça formação dos sacos diverticulares:
- Aumento da pressão intraluminal
- Baixa resistência da parede cólica
A alteração muscular pode originar 2 formas de manifestação da doença:
1) Hipertônica: evidenciada pelo espessamento dessa camada muscular
2) Hipotônica: camada muscular + delgada
Quadro clínico
A simples presença do divertículo ao longo do cólon não apresenta sintomatologia específica.
Quando presentes, os sintomas estão relacionados as alterações motoras, principalmente na
forma hipertônica. Eles podem variar desde manifestações dispépticas, dor abdominal de
intensidade variável, meteorismo (presença exacerbada de gases no intestino, ocasionando
espasmos intestinais e distensões abdominais), alterações do hábito intestinal, até sintomas
mais intensos, que podem sugerir complicações da doença. Quando a dor é o sintoma mais
predominante, é do tipo cólica, no quadrante inferior esquerdo do abdome, aumentando após
as refeições e melhorando com a evacuação ou eliminação de flatos. O hábito intestinal
predominante é o da constipação intestinal. Espasticidade cólica e dor ou desconforto a
palpação profunda podem ser achados do exame físico.
Exames complementares
→ Laboratoriais: Hemograma (verificar leucocitose), hemossedimentação e, se necessário,
estudo endoscópico do cólon
→ USG e tomografia
→ Colonoscopia: Está indicada, mas no caso de diverticulite, pode até perfurar um divertículo,
levando a um caso de septicemia
→ Enema opaco: Exame radiológico de escolha, desde que não haja suspeita de perfuração
diverticular. Poderão estar presentes alterações espásticas e deformidades segmentares em
fase inicial. No estudo baritado, pode-se diferenciar as formas dos divertículos (hipertônica e
hipotônica).
COMPLICAÇÕES
Diverticulite
Ocorre, provavelmente, devido ao acúmulo de fezes no interior do divertículo, determinando
irritação local ou perfuração (pode ser micro ou macroscópica, livre ou bloqueada). A região
mais frequente acometida é o sigmoide. Podem ocorrer também alterações do hábito intestinal
e sintomas geniturinários. A palpação abdominal pode identificar massa. O abdome está
distendido e há sensibilidade acentuada no QIE. Além disso, a presença de leucocitose com
desvio para a esquerda e no índice de sedimentação é regra. Em idosos deve ser investigado
o uso de drogas como os corticoides, que podem mascarar o processo inflamatório.
Radiografia simples de abdome pode revelaríleo adinâmico, um quadro obstrutivo ou presença
Carolina Marques
de pneumoperitônio. O enema baritado e a colonoscopia devem ser evitados pelo risco de
peritonite ou até mesmo de perfuração.
Hemorragias
Classicamente, a hemorragia diverticular no idoso apresenta um quadro clínico de leve
desconforto abdominal, com a eliminação de volume considerável de sangue. Porém, em 80%
dos pacientes, o sangramento cessa espontaneamente. Em geral, a origem do sangramentodiverticular está no cólon direito, o que contrasta com a diverticulite, que quase sempre ocorre
em um divertículo no cólon esquerdo. Na maioria das vezes, o sangramento é proveniente de
um único divertículo, por provável adelgaçamento da camada média das artérias penetrantes.
Em 80% dos casos, não há inflamação no divertículo sangrante. A colonoscopia deve ser
realizada quando o sangramento já tiver cessado (em 30% dos casos a origem dos
sangramentos não se deve a divertículos
Diagnósticos
→ Doença não complicada: outras colopatias, como tumores benignos e/ou malignos, doenças
inflamatórias, isquemias intestinais e doenças funcionais.
→ Diverticulite: apendicite aguda (mais comum), doença de Crohn, neoplasias colônicas,
colites isquêmicas, doença péptica complicada e doenças ginecológicas.
Tratamento
Orientação dietética: Alimentos com alto teor de fibras (favorece o aumento do volume fecal,
diminui o tempo de trânsito intestinal e estimula o crescimento bacteriano). O aumento de
ingestão de fibras deve ser feio gradualmente, pois o aumento súbito de ingestão de fibras
pode causar flatulência.
→ Formadores de massa: Alguns pacientes poderão fazer uso e devem ser alertados para a
possibilidade de haver maiorformação de gases e de aparecimento de cólicas abdominais, que
tendem a desparecer após alguns dias. → Antiespasmódicos ou anticolinérgicos: É reservado
para os pacientes com quadro predominante de dor.
→ Derivados de morfina: São contraindicados devido ao risco de perfuração.
→ AINEs: Devem ser evitados, pois existe o risco de sangramento. Cirurgia: Indicada em casos
graves de diverticulite. O procedimento é a remoção dos segmentos colônicos comprometidos
pelos divertículos.
Carolina Marques
● Apendicite Aguda
➢ Anatomia
O apêndice é uma massa de tecido linfoide originada na face posteromedial do ceco, localizado
no quadrante inferior direito (região inguinal direita).
É irrigado pela artéria apendicular, ramo terminal da artéria ileocólica.
O comprimento varia de 2 a 20 cm, sendo que o tamanho médio em adultos é de 9 cm. A ponta
do apêndice pode ter várias localizações,sendo a retrocecal a mais comum.
➢ Epidemiologia
Cerca de 8% das pessoas nos países ocidentais têm apendicite em algum momento de suas
vidas, com uma incidência máxima entre 10 e 30 anos de idade. o Apendicite é a principal
causa cirúrgica geral de morte e é a doença abdominal aguda cirúrgica de causa não obstétrica
mais comum na gravidez
➢ Fisiopatologia
Ocorre obstrução do lúmen apendicular devido a presença de fecalito, hiperplasia linfoide,
matéria vegetal ou sementes, parasitas, corpo estranho ou tumor. Consequentemente, há
aumento do peristaltismo, resultando em dor em cólica periumbilical ou epigástrica, que pode
estar associada à vômitos.
A dor é referida porque o apêndice surge na linha média e depois migra para fossa ilíaca
direita.
O aumento gradativo da pressão intraluminal devido ao acúmulo de secreção excede a pressão
de perfusão capilar, ocasionando perda da proteção do epitélio e proliferação bacteriana, com
Carolina Marques
processo inflamatório transmural. Esse aumento de pressão também determina isquemia das
paredes do apêndice.
A dor referida migra, então, para a região do apêndice, geralmente na fossa ilíaca direita. Como
complicações podem ocorrer irritação peritoneal, necrose e perfuração.
➢ Quadro clínico
A apresentação típica começa com dor periumbilical, causada pela ativação dos neurônios
aferentes viscerais, seguida por anorexia e náuseas. A dor localiza-se, então, no quadrante
inferior direito conforme o processo inflamatório evolui para envolver o peritônio parietal
sobrejacente do apêndice. Esse padrão clássico de dor migratória é o sintoma mais confiável
de apendicite aguda. Pode ocorrer vômito e febre. Essa evolução é de 24 a 48 horas. Caso o
apêndice perfure, a dor abdominal torna-se intensa e mais difusa, e o espasmo muscular
abdominal aumenta, produzindo rigidez.
Sinais clínicos: Podem estar presentes, mas não são patognomônicos.
o Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca na fossa ilíaca direita. Pode estar presente
em qualquer presença de irritação peritonial.
o Sinal de Rovsing: dor na fossa ilíaca direita à compressão retrógrada dos gases na fossa
ilíaca esquerda e flanco esquerdo.
o Sinal de Giordano: dor a percussão punho lombar. Pode ser sinal de pielonefrite, mas uma
apendicte retrocecal ascendente pode apresentar.
➢ Diagnóstico
O diagnóstico e essencialmente clínico. Exames complementares podem confirmar o
diagnóstico, excluindo outras causas, mas não deve adiar a intervenção cirúrgica. Exames
complementares:
o Hemograma: presença de leucocitose
o PCR e VHS: elevados o Urinálise: pode revelar piúria e hematúria microscópica, quando o
apêndice inflamado se localiza adjacente ao ureter e a bexiga. Também é útil para excluir
pielonefrite e nefrolitíase.
o Radiografia: pode ser identificado presença de nível hidroaéreo, alça sentinela, fecalito no
apêndice, apagamento do psoas.
→ Alça sentinela: o íleo tenta bloquear o sítio infeccioso criando uma alça intestinal sentinela.
o Ultrassom: pode revelar apêndice espessado, fecalito, presença de líquido.
o Tomografia: achados habituais incluem distensão e espessamento do apêndice, realce da
parede do órgão.
Carolina Marques
➢ Localizações do apêndice e diagnósticos diferenciais
o Apêndice retrocecal: a apendicite pode levar a uma irritação retroperitoneal, com presença de
sinal de Giordano no exame físico, o que faz diagnóstico diferencial com pielonefrite.
o Apêndice retrocecal ascendente: diagnóstico diferencial com colecistite.
o Apêndice pélvico: diagnóstico diferencial com doença ginecológica.
o Apêndice retroileal: a apendicite leva a uma irritação ileal que causa aumento do peristaltismo
gerando uma diarreia e faz diagnóstico diferencial com gastroenterite devido presença de febre
e leucocitose.
➢ Tratamento
o Remoção cirúrgica do apêndice (apendicectomia) − Necessita de antibiótico profilático −
Tipos de incisões:
1) McBurney (incisão oblíqua na fossa ilíaca D)
2) Babcock (incisão transversal na fossa ilíaca D)
● Pancreatites
Pancreatites agudas
Definição → A pancreatite aguda é definida como uma condição inflamatória aguda do
pâncreas.
Anatomia → Órgão retroperitoneal
Órgãos próximos = atrás do estomago,
Irrigação
- Cabeça = Mesentérica superior e hepática
- Corpo, colo e cauda = Esplênica
Relações anatômicas
- Cauda → baço
- Cabeça → duodeno
- Compartilham vascularização - Vasos derivados do tronco celíaco
Carolina Marques
- Porção posterior → Veia esplênica - Inflamação no pâncreas pode complicar com trombose
de veia esplênica, formando varizes de fundo gástrico (hipertensão porta segmentar)
O ducto pancreático se estende da causa até a cabeça - Se une ao ducto colédoco, formando a
ampola hepatopancreática - Quando há uma impactação de pedra na papila maior, pode
ocasionar pancreatite aguda
- Neoplasia de cabeça de pâncreas
→ Pode causar obstrução do colédoco e evoluir com icterícia
→ Sinal de Courvoisier-Terrier - Icterícia + Vesícula palpável
- Ocorre pelo acúmulo da bile e distensão da vesícula
- Não ocorre em coledocolitíase, pois a vesícula torna-se escleroatrófica pela inflamação
causada pela litíase
- Não ocorre distensão
Função pancreática endócrina
- Liberação de hormônios pelas ilhotas pancreáticas ou de Langerhans
Função pancreática exócrina
- Liberação do suco pancreático
Pancreatite aguda
Conceito - São os processo inflamatórios que comprometem o pâncreas associados a lesão de
células acinares
● Etiologia
- Colelitíase
- Alcoolismo - Pode obstruir ducto pancreático - O álcool promove o espessamento do ducto
pancreático - Ocorrem rolhas proteínas, causando impactação e destruição dos ductos
- Idiopático
- Isquêmica - Pode ocorrer por dilatação do ducto por obstrução, causando isquemia
- Trauma - Vírus - Droga - Estrógenos, diuréticos tiazídicos, Furosemida e procainamida
● Fisiopatologia - Acúmulo de pedra no ducto pancreático ou de Virchow - Impossibilita a
passagemno suco pancreático para o duodeno, causando seu refluxo e manutenção no
pâncreas - Ocorre a ativação de enzimas, levando à lesão e inflamação do pâncreas
● Clínica - Dor intensa - Dor em faixa em abdômen superior - Irradiada para dorso, pois é
retroperitoneal - Icterícia - Náuseas e vômitos - Distensão abdominal - Pode ocorrer irritação
peritoneal
- Sinais semiológicos
- Cullen → equimoses periumbilicais
- Grey turner → equimoses nos flancos
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- Não são patognomônicos, denotando presença de hemorragia retroperitoneal
● Exames laboratoriais
- Hemograma - Pode ocorrer leucocitose
- Aumento TGO e TGP - Utilizado como prognóstico, no critério de Hanson
Amilase e Lipase
- A amilase pode estar até 3x aumentada em qualquer abdome agudo - >=4x indica causa
pancreática
- A amilase aumenta antes da lipase, nas primeiras 24h - Ocorre pois o pâncreas possui grande
quantidade de gordura
- Pela autodigestão pela lipase, ela é consumida e, portanto, eleva mais lentamente
- OBS: Pancreatite aguda por álcool - Não ocorre aumento da amilase - Provável agudização
de crônica
- OBS: trigliceridemia >400, pode falsear o resultado da amilase
● TC - Critérios de Balthazar
Lipase + Amilase = Não são prognósticos
Ultrassom = Eliminar litíase biliar e não ver o pâncreas
Tomo = Paciente que não melhora depois de dias internados
Grave = Fazer ambos exames
Tratamento → O tratamento depende da gravidade do quadro. As medidas iniciais,
independentemente da gravidade do quadro, devem ser: reposição volêmica, analgesia e dieta
zero. Após isso, é feita a avaliação de risco (após 48h, utilizado o critério de RANSON).
Apache e Ranson = escores
● Complicações
- Forma necrótica
- Coleção líquida aguda
- Pseudocisto (coleção líquida após 4 semanas)
- Abscesso pancreático (infecção do pseudocisto)
- Obstrução duodenal
- Edema da cabeça do pâncreas
- Sepse
- Falência de múltiplos órgãos
- Choque
● Conduta
- Dieta zero - Para não estimular a liberação de mais suco pancreático
- Reiniciar dieta o quanto antes - Evita translocação bacteriana - Utilizar sonda e posicioná-la
na segunda porção duodenal, até possibilidade de retornar à alimentação
Carolina Marques
- Hidratação - Paciente desidrata pela êmese e edema inflamatório
- Analgesia - Realizar de forma escalonada → EV
- Antiemético
- Antibiótico
→ Apenas se observação de gás na TC -Indica necrose infectada
→ Sinais de infecção
Pancreatite Cronica
● Etiologia
- Alcoolismo - Doença do trato biliar - Hipercalcemia - Hiperlipidemia - Especialmente pelo
aumento de TG - Idiopático
● Patogenia
- Obstrução ductal (pequenos ductos) → ativação precoce de enzimas → inflamação repetida
→ causando necrose gordurosa e hemorragia (pequenos focos) → evolui para fibrose
● Clínica
- Dor abdominal - DM - Perda de peso - Esteatorreia - Menor absorção de nutrientes - Má
alimentação pela dor - Esteatorréia - Icterícia
- Tríade clássica
→ Calcificação em exame de imagem
→ Esteatorreia (falência exócrina)
→ DM (falência endócrina)
- Eritema de ab igne - É uma dermatose causada por exposição repetida e prolongada à
radiação infravermelha, calor em temperatura de até 45°C
- Geralmente causada por compressa de água quente nas costas, na tentativa de aliviar a dor
● Complicações
- Forma pseudo cisto
- DM Secundária
- Destruição das ilhotas
- Formação de cálculos
- Obstrução dos ducto biliar e duodeno
- Diminuição da absorção de vitamina K - É absorvida juntamente com a gordura
● Conduta - Cirurgia - Dor abdominal sem resposta clínica

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