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93 A data provável de parto é feita com o cálculo de 40 semanas. A gestação prolongada é a que tem duração maior ou igual a 42 semanas. Pode ser fisiológica: função placentária preservada ou patológica: insuficiência placentária, que tem risco para o bebê. A incidência é de 4 a 14%. • Ciclos menstruais • Uso ACO • Exame clínico (AU, BCF) • USG preferencialmente entre 7a e 12a semana • Teste Brosen e Gordon: coloração de líquido amniótico com sulfato azul do nilo → mais de 50% das células alaranjadas ou amarelas é indício de gestação prolongada. • Não se sabe definitivamente quais fatores seriam responsáveis. • Hipóteses: deficiência de produção de cortisol pelo feto. O cortisol aumenta a síntese de prostaglandina F2 pela placenta. Em 1902, Ballantyne fez uma junção de acontecimentos que definiam a síndrome: insuficiência placentária que causa sofrimento fetal (escassez de líquido amniótico + mecônio + características físicas RN). Oligoidrâmnio - a cada semana decréscimo de 30% ILA, que é consequência de hipoxemia e consequente risco de compressão funicular ocorre efeito parassimpático que faz com que haja mecônio. Aumenta-se em 2x a chance de macrossomia fetal. Durante o parto, um bebê macrossômico corre o risco de tocotraumatismo e distócia de ombro (fratura de clavícula e lesão de plexo braquial). Clifford: • Grau 1: pele seca, descamativa, dobras cutâneas excessivas, TCSC empobrecido, unhas longas, cabelos abundantes, aspecto envelhecido, sinais de desidratação • Grau 2: também pele tingida de mecônio • Grau 3: pele, unha e cordão com coloração amarelada Mortalidade perinatal • Grau 1: não diferem gestação a termo • Grau 2: aumento de 35% principalmente por dificuldade respiratória • Grau 3: taxa baixa de sobrevida O mecônio é aspirado ante ou intraparto, causando hipoxemia, o que aumenta a mortalidade do bebê. Aumenta- se o índice de cesárea, com consequente aumento de endometrite, hemorragias e doenças tromboembólicas. • Primiparidade • Raça grega e italiana • Feto anencéfalo • Deficiência de sulfatase placentária • Doenças específicas do miométrio • Idade materna avançada (a partir de 40 anos) • >= 40 semanas: fazer controle da vitalidade fetal no mínimo 3x na semana com cardiotocografia e perfil biofísico fetal (US com avaliação de movimento respiratório, tônus fetal). No SUS pode-se fazer mobilograma, orienta a mãe a deitar ou sentar, deitar o corpo para lado esquerdo (descompressão da cava) e avaliar durante 1h quantas vezes o bebé mexeu, acima de 3 a 4 vezes indica boa vitalidade, se mexer menos de 3 vezes a gestante deve se encaminhar ao pronto socorro 94 • >= 41 semanas: resolução obstétrica. Se vitalidade preservada, induz-se parto. Se sem vitalidade, parto cesárea. Denomina-se parto induzido aquele que é iniciado mediante estimulação artificial das contrações uterinas antes do seu início espontâneo, visando a interrupção da gestação. • Risco materno/fetais associados a continuidade da gravidez • Quando não há contraindicações ao TP e/ou parto vaginal, a indução é geralmente preferida, dado ao aumento dos riscos maternos e fetais associados à cesariana. • Gestação pós termo • Rotura prematura de membranas ovulares • óbitos fetais • Condições médicas maternas: síndromes hipertensivas, DM, doença renal, doença pulmonar crônica, síndrome do anticorpo anti-fosfolídeo • RCIU • Corioamnionite • Malformações fetais incompatíveis com a vida • Oligodrâmnio • Doença hemolítica perinatal • Interrupção legal da gravidez • Feto GIG 95 • Idade gestacional • Presença ou ausência de maturidade pulmonar • Severidade da condição clínica materna ou fetal • Avaliação do colo uterino – Bishop • Potencial parto cesárea em fase latente • Aumento do tempo para o parto • Morbidade neonatal • Custo • Diminuição natimorto • Macrossomia • Complicações meconiais • Ansiedade materna • Desconforto materno relacionado a gestação • Parto prévio com anormalidade • Parto rápido • Distância de moradia materna • Cicatriz uterina corporal (corte longitudinal) • Rotura uterina prévia • Herpes genital ativo → cesárea • Placenta prévia ou vasa prévia • Prolapso de cordão umbilical ou apresentação funicular persistente • Apresentação anômala • Câncer cervical invasivo • Desproporção cefalopélvica • Traçado de frequência cardíaca-fetal categoria III Característica da população • Multípara x nulípara • Característica do colo • Parto vaginal anterior • Peso fetal • IG • Presença ou ausência de insuficiência placentário • Peso materno Índice de Bishop O status do colo é um dos mais importantes fatores preditivos da probabilidade de sucesso da indução do parto. O índice de Bishop parece ser a melhor forma de avaliar o colo uterino e predizer a probabilidade e a indução resultar em um parto vaginal - <6 ou >8 Pontos somados com valor ≤ a 6 evidenciam cérvice desfavorável; Índice > 6: indução (ocitocina) Pontos somados com valor ≥ a 8 evidenciam cérvice favorável, em que as chances de evoluir para parto normal são as mesmas de um parto que teve início espontâneo. 96 Manejo da indução • Método em colo favorável: ocitocina, amniotomia, descolamento de membranas, estimulação mamilar ✓ Ocitocina: hormônio polipeptídeo produzido pelo hipotálamo e secretado pela hipófise posterior. É dado via venosa em bomba, deve-se monitorizar a atividade uterina e BCF após sua aplicação. SG5% 500mL + ocitocina 5UI em BIC, inicia em 8 gts/min aumenta de 30 em 30 min até trabalho de parto → até 64 gts/min. ✓ Amniotomia: colo parcialmente dilatado e apagado. Risco de prolapso de cordão (BCF antes e após). Amniotomia + ocitocina → mais efetivo. Complicações: aumento do risco de infecção, rotura de placenta prévia oculta ou vasa prévia. ✓ Descolamento de membranas: >39 semanas, colo parcialmente dilatado, sem piora em grupo strepto +. ✓ Estimulação mamilar: estimula a contração uterina. • Método em colo desfavorável: misoprostol e dinoprostone, balão cervical (dilatação mecânica do colo). ✓ Misoprostol ou dinoprostone: dissolve o feixe de colágeno e aumenta a água na submucosa cervical. Via vaginal ou oral (< taquissistolia e alteração de BCF), não usar em cicatriz uterina anterior. Pode causar taquissistolia, febre, arrepios, vômitos e diarreia. Dose (misoprostol): 25 mcg VV 6/6 horas até completar 4 cp. ✓ Balão cervical ou Krause: sonda Folley 16 (30 a 60 mL) ou balão duplo, introduz na vagina e insufla, até extrusão ou por 12h + ocitocina, não causa taquissistolia e alteração de BCF, o efeito colateral (por ser objeto estranho) é aumento do risco de infecção. Ocitocina: taquissistolia (contrações reintrantes, mais de 6 a cada 10 min, rotura uterina, embolia amniótica, hiponatremia (fazer controle de diurese), hipotensão Misoprostol: taquissistolia, rotura uterina, embolia amniótica (líquido amniótico cai na circulação e pode formar trombo), febre, tontura, náusea e vômito.