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Propriedades dos Anestésicos Locais e Fundamentos da Condução Nervosa

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NEUROFISIOLOGIA 
Sabryna Maria Guilhermino Souza 
 
Propriedades Desejáveis dos Anestésicos 
locais: 
 Define-se Anestesia local como a perda 
sensação em uma área do corpo 
causada pela depressão da excitação 
das terminações nervosas 
 
 A produção da perda de sensibilidade 
sem a perda da consciência é uma 
característica fundamental da anestesia 
local 
 
 Trauma mecânico, anóxia, baixa 
temperatura, irritantes químicos, etc. são 
alguns métodos que induzem a anestesia 
local 
 
 A aplicação na prática clínica utiliza 
métodos que induzem um estado 
transitório e reversível da anestesia 
 
 Propriedades desejáveis para o uso dos 
anestésicos: 
 Não deve ser irritante para o tecido 
aplicado 
 Não deve causar alteração 
permanente na estrutura dos nervos 
 Toxicidade sistêmica baixa 
 Eficaz 
 O tempo de início da anestesia deve 
ser breve 
 Duração de ação suficiente para 
finalizar o procedimento 
 Potente para proporcionar a 
anestesia completa 
 Isento quanto a reações alérgicas 
 Deve ser biotransformado no corpo 
 Deve ser estéril e não ser deteriorado 
com o calor 
 
 A toxicidade sistêmica deve ser 
considerada porque os anestésicos locais 
são absorvidos do seu local de 
administração para a corrente sanguínea 
 
 
 São clinicamente aceitáveis e eficazes a 
Lidocaína e Tetracaína em 
concentrações ideais. 
 
 Todos os anestésicos locais satisfazem a 
maioria das propriedades desejáveis, mas 
não há nenhum que possua todas as 
características ideais. 
 
Fundamentos da geração e da 
transmissão de impulsos 
 
 Os anestésicos bloqueiam a via química 
entre a origem do impulso nervoso e o 
cérebro, dessa forma a dor não é 
interpretada 
 
 
 
 Podemos seguir um exemplo de um pavio 
(nervo) e uma dinamite (cérebro), se o 
pavio for aceso e a chama chegar até a 
dinamite, ocorre a explosão, mas se for 
colocada a água (anestésico local), a 
chama se apagará e a dinamite não 
explode (bloqueio da dor). 
 
 Neurônio: 
 
 Unidade estrutural do sistema nervoso 
 Função de transmitir mensagens entre o 
Sistema Nervoso Central (SNC) e todas as 
partes do corpo 
NEUROFISIOLOGIA 
Sabryna Maria Guilhermino Souza 
 
 Dois tipos: Sensoriais e motores 
 Sensoriais transmitem sensação de dor 
 Possuem três partes: Zona 
dendrítrica, axônio e corpo 
celular 
 O corpo celular do neurônio sensorial tem a função de suporte 
metabólico 
 Os neurônios motores 
conduzem os impulsos do 
SNC para a periferia 
 O corpo celular do neurônio motor faz 
parte da transmissão de impulsos e suporte 
metabólico 
 
 Axônio 
 
 Longo cilindro de citoplasma neural (axoplasma) 
envolto por uma bainha fina (membrana nervosa ou 
axolema) 
 A excitabilidade e a condução dos nn. sensitivos são 
atribuíveis a alterações que se desenvolvem no interior 
da membrana nervosa 
 O corpo celular e o axoplasma não são essenciais 
para a condução nervosa 
 A membrana nervosa é uma estrutura flexível 
composta de uma bicamada de fosfolipídeos, 
proteínas, lipídeos e carboidratos associados e está 
situada na interface entre o líquido extracelular e o 
axoplasma 
 As proteínas podem ser: Proteínas de transporte 
(canais, transportadoras ou bombas) e como sítios 
receptores 
 A condutividade elétrica da membrana nervosa 
aumenta quando um impulso nervoso passa, 
permitindo a passagem de íons sódio e potássio. Esses 
íons proporcionam fonte de energia imediata para a 
condução de impulsos ao longo do nervo 
 Algumas fibras nervosas são cobertas por uma 
camada lipídica isolante de mielina 
 As propriedades isolantes da bainha de mielina 
possibilitam que um nervo mielinizado conduza 
impulsos mais rápido que um nervo mão mielinizado 
Fisiologia dos Nervos Periféricos 
 
 
 
 A função do nervo é transmitir 
mensagens de uma parte do corpo para 
outra 
 Essas mensagens sob a forma de 
potenciais de ação elétricos, são 
denominados impulsos 
 Os potenciais de ação são 
despolarizações transitórias da 
membrana decorrentes de um pequeno 
aumento na permeabilidade da 
membrana ao sódio e aumento tardio 
ao potássio 
 Os estímulos químicos, térmicos, 
mecânicos ou elétricos desencadeiam 
os impulsos 
 O impulso permanece constante depois 
de iniciado, devido a energia ser 
liberada pela fibra nervosa ao longo do 
seu comprimento 
 
 Eletrofisiologia da Condução Nervosa 
 
 Eventos elétricos que ocorrem num nervo 
durante a condução de um impulso 
 A condução nervosa possui duas etapas: 
 
 Etapa 1: O nervo que estava em 
potencial de repouso recebe um 
estímulo e acontece uma fase de 
despolarização lenta inicial e o potencial 
elétrico no interior do nervo que era 
negativo torna-se menos negativo 
o O potencial elétrico em declínio atinge 
um nível crítico e ocorre uma 
despolarização rápida (potencial de 
limiar ou potencial de descarga) 
o Essa fase de despolarização rápida 
resulta na inversão do potencial elétrico 
e torna ao interior do nervo 
eletricamente positivo em relação ao 
exterior 
 
 Etapa 2: Ocorre a repolarização, no qual 
o potencial elétrico torna-se mais 
negativo gradualmente até atingir o 
potencial em repouso original.
NEUROFISIOLOGIA 
Sabryna Maria Guilhermino Souza 
 Eletroquímica da Condução Nervosa 
 
 Os eventos anteriores dependem da 
concentração de eletrólitos no axoplasma 
e nos líquidos extracelulares e a 
permeabilidade da membrana nervosa 
aos íons sódio e potássio 
 Estado de Repouso: A membrana fica 
discretamente permeável aos íons sódio 
(Na+), livremente permeável aos íons 
potássio (K+) e l ivremente permeável aos 
íons cloreto (Cl–) 
o O potássio permanece 
dentro do axoplasma, o 
cloreto permanece fora da 
membrana nervosa e o 
sódio migra para dentro 
 
 Excitação da membrana 
 
 Despolarização: A excitação de um 
segmento do nervo provoca aumento na 
permeabilidade da membrana celular e 
permitem a passagem de íons sódio e 
causa a despolarização até o limiar de 
descarga 
o A exposição do nervo a um 
anestésico local eleva seu 
limiar de descarga, portanto 
mais sódio precisa atravessar a 
membrana até ocorrer a 
despolarização 
o Quando o limiar de descarga 
é alcançado a 
permeabilidade da 
membrana ao sódio aumenta 
drasticamente e os íons sódio 
entram rapidamente no 
axoplasma 
o No final da despolarização há 
a inversão do potencial 
elétrico do nervo 
 
 Repolarização: O potencial é encerrado 
quando a membrana se repolariza, 
causado pela inativação do aumento de 
permeabilidade ao sódio. 
o A permeabilidade ao potássio também 
aumenta, causando a saída de K+ e 
levando à repolarização mais rápida da 
membrana 
o Depois de um estímulo ter iniciado um 
potencial de ação, um nervo é incapaz de 
responder a outro estímulo (Período 
refratário absoluto) 
o O período refratário relativo – um novo 
impulso pode ser iniciado, por um estímulo 
mais forte do que o normal. 
 
 Canais de membrana: São estruturas 
moleculares que medeiam sua 
permeabilidade ao sódio 
 A presença desses canais ajuda a 
explicar a permeabilidade ou 
impermeabilidade da membrana a 
determinados íons 
 
 Disseminação de Impulsos 
 
 Nervos Não Mielinizados 
 
 Longo cilindro com uma membrana celular 
de resistência elétrica alta circundando 
uma região central de axoplasma 
condutora de baixa resistência, banhado 
em líquido extracelular de baixa resistência 
 
 A propagação de um impulso numa fibra 
nervosa não mielinizada 
é caracterizada como um processo lento 
 
 Nervos Mielinizados 
 
 Camada de material isolante que separa 
as cargas intra e extracelulares 
 
 Correntes locais, desse modo, podem 
trafegar muito mais longe em um nervo 
mielinizado do que em um nervo não 
mielinizado 
 
 A condução de impulsos em nervos 
mielinizados ocorre por meiode saltos 
(condução saltatória), sendo mais rápida 
e mais eficiente em energia 
NEUROFISIOLOGIA 
Sabryna Maria Guilhermino Souza 
 
Modo e Local de Ação dos Anestésicos Locais 
 
 Os Anestésicos locais interferem no processo de 
excitação da membrana nervosa alterando o 
potencial de repouso básico da membrana do 
nervo, alterando o potencial de limiar, 
diminuindo a taxa de despolarização e 
prolongando a taxa de repolarização 
 
 Os efeitos primários dos anestésicos locais 
ocorrem durante a fase de despolarização do 
potencial de ação 
 
 Onde Agem os Anestésicos Locais? 
 
 Há teorias impostas ao longo dos anos que 
visam explicar os mecanismos de ação dos 
anestésicos locais: 
 
 Teoria da Acetilcolina: Considerava que a 
acetilcolina estava envolvida na condução 
nervosa e possuía seu papel como 
neurotransmissor em sinapses nervosas 
 
 Teoria do Deslocamento do Cálcio: Considerava 
que o bloqueio nervoso dos anestésicos locais 
era produzido pelo deslocamento de cálcio de 
algum ponto na membrana que controlasse a 
permeabilidade ao sódio 
 
 Teoria das cargas de superfície (repulsão): 
Considerava que os anestésicos locais atuassem 
por ligação à membrana nervosa e mudança 
do potencial elétrico na superfície da 
membrana 
 
 Teoria da expansão da membrana: Considera 
que as moléculas de anestésico local se 
difundem para regiões hidrofóbicas das 
membranas excitáveis, alterando a estrutura da 
membrana, impedindo aumento da 
permeabilidade aos íons sódio 
 
 Teoria do receptor específico: Teoria mais aceita 
hoje em dia, afirma que os anestésicos locais 
agem ligando-se a receptores específicos nos 
canais de sódio 
 
 Classificação dos anestésicos locais de 
acordo com a capacidade de reação 
com sítios receptores específicos no canal 
de sódio 
 
 As drogas podem alterar a condução 
nervosa em quatro locais: 
 Dentro do canal de sódio: 
Anestésicos locais que são aminas 
terciárias 
 Na superfície externa do canal de 
sódio: Tetrodotoxina, Saxitoxina 
 Em portões de ativação ou 
inativação: Veneno de escorpião 
 
 Como Funcionam os Anestésicos Locais 
 
 Consiste em diminuir a permeabilidade dos 
canais iônicos aos íons sódio (Na+) 
 Os anestésicos locais inibem seletivamente 
a permeabilidade máxima do sódio 
 Os anestésicos diminuem a taxa de 
elevação do potencial de ação e a 
velocidade de condução 
 Através da membrana nervosa os 
anestésicos produzem diminuição discreta 
e virtualmente insignificante na condução 
de potássio (k+) 
 O mecanismo pelo qual os íons sódio 
ganham entrada ao axoplasma do nervo, 
iniciando assim um potencial de ação 
 A propagação de impulsos é paralisada 
 O bloqueio nervoso produzido é 
denominado bloqueio nervoso não 
despolarizante 
 
 Implicações Clínicas do PH e da Atividade 
do Anestésico Local 
 
 A maioria das soluções de anestésicos 
locais preparadas comercialmente sem um 
vasoconstritor tem pH entre 5,5 e 7 
 
 Injetado nos tecidos, a capacidade de 
tamponamento faz o pH retornar aos 7,4 
 
NEUROFISIOLOGIA 
Sabryna Maria Guilhermino Souza 
 A adrenalina pode ser adicionada a uma 
solução de anestésico local imediatamente 
antes de sua administração 
 
 Os anestésicos locais são clinicamente eficazes 
nos axônios e nas terminações nervosas livres 
 
 Os anestésicos tópicos podem ser empregados 
efetivamente na pele que já não esteja mais 
intacta por causa de lesão, assim como em 
membranas mucosas 
 
 Para aumentar a eficácia clínica dos 
anestésicos tópicos, usa-se comumente uma 
forma mais concentrada da droga (lidocaína a 
5% ou a 10%) do que para a infiltração 
(lidocaína a 2%) 
 
 Alguns anestésicos tópicos (ex. benzocaína) não 
se encontram ionizados em solução, dessa 
forma o efeito não é afetado pelo pH 
 
 Indução da Anestesia Local 
 
 Após a administração de um anestésico local 
nos tecidos moles próximos a um nervo, as 
moléculas do anestésico local atravessam a 
distância de um local a outro de acordo com 
seu gradiente de concentração 
 
 Durante a indução da anestesia anestésico 
local se desloca de seu local de depósito 
extraneural para o nervo (Difusão) 
 Quanto maior a concentração inicial do 
anestésico local, mais rápida é a difusão de suas 
moléculas e mais rápido é seu início de ação 
 
 Ao se difundir para dentro do nervo, o 
anestésico local torna-se progressivamente mais 
diluído por líquidos teciduais, com parte dele 
sendo absorvida por capilares e vasos linfáticos 
 
 Processo de Bloqueio: Uma parte significativa da 
droga infiltrada se difunde também para longe 
do nervo. Portanto: 
 
 Uma parte da droga e absorvida 
por tecidos não neurais (ex., 
musculo) 
 Uma parte é diluída pelo liquido intersticial 
 Uma parte é removida por capilares e 
vasos linfáticos do local de infiltração. 
 Os anestésicos do tipo éster são 
hidrolisados 
 
 Tempo de indução: Definido como o 
período da deposição da solução 
anestésica até o bloqueio completo da 
condução 
 
 Fatores como concentração da droga, pH 
da solução de anestésico local, barreiras 
anatômicas do nervo à difusão controlam o 
tempo de indução 
 
 Taquifilaxia: Aumento da tolerância a uma 
droga que é administrada repetidamente 
 
 Pode ser ocasionada por algum ou todos 
os seguintes fatores como edema, 
hemorragia localizada, formação de 
coágulo, transudação, hipernatremia e 
diminuição do pH dos tecidos 
 
 Duração da Anestesia: 
 
 À medida que o anestésico local é 
removido do nervo, sua função retorna 
rapidamente no início 
 
 Anestésicos locais de ação mais longa 
ligam-se mais firmemente à membrana do 
nervo do que as drogas de ação mais 
curta 
 
 A vascularidade do local de infiltração e a 
presença ou ausência de uma substância 
vasoativa são fatores que influenciam a 
taxa de remoção de uma droga do local 
de infiltração

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