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RESUMO DE ANESTESIOLOGIA NEUROFISIOLOGIA DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Propriedades Desejáveis dos Anestésicos Locais ❖ Não deve ser irritante aos tecidos ❖ Não deve causar qualquer alteração permanente na estrutura nervosa ❖ Sua toxicidade sistêmica deve ser baixa ❖ Deve ser eficaz independentemente da aplicação por injeção no tecido ou tópica na mucosa ❖ O tempo de inicio da anestesia deve ser o menor possível ❖ A duração da ação deve ser longa para permitir a conclusão do procedimento, porém não tão longa para exigir uma recuperação demorada - Característica da BASE Outras Propriedades: ❖ Deve possuir potência suficiente para produzir anestesia completa sem uso de soluções concentradas prejudiciais – prilocaina 4% e articaina 4% ❖ Deve ser relativamente incapaz de causar reações alérgicas ❖ Deve ser estável em solução e rapidamente sofrer biotransformação no corpo ❖ Deve ser estéril ou passível de ser esterilizado pelo calor sem deterioração Fundamentos da Geração e transmissão dos Impulsos ❖ Os anestésicos são substancias químicas que impedem a geração e condução de um impulso nervoso ❖ Estabelecem um bloqueio químico do trajeto entre a origem do impulso e o cérebro ❖ O impulso, impedido de chegar ao cérebro não pode ser interpretado como dor Características do neurônio sensorial ❖ O corpo celular fica distante dos axônios ❖ O corpo celular NÃO deve participar da transmissão do impulso ❖ Nos neurônios motores o carpo celular é um componente integrante do sistema de transmissão ❖ O axônio é um cilindro de citoplasma neural (axoplasma) ❖ O axoplasma é separado dos líquidos extracelulares por uma membrana nervosa ❖ A membrana nervosa localiza-se na interface entre o liquido extracelular e o axoplamsma ❖ Separa concentrações iônicas altamente diversas do interior do axônio daquelas do meio externo Lado de fora tem Na+, lado de dentro tem K+. O Na+ não entra só porque ele ligado a água, fica muito grande e não passa nos poros O Neurônio A membrana nervosa em repouso possui resistência elétrica cerva de 50x maior que dos líquidos intra e extracelular, isso impede a passagem a passagem dos íons Na+ e K+ e cloreto sob influências dos seus gradientes de []. Quando passa um impulso nervoso a condutividade aumenta em 100x. Esse aumento permite a rápida passagem de íons Na+ e K+ ao longo de seus gradientes de []. E esse movimento fornece a fonte de energia imediata para a condução do impulso. Algumas fibras nervosas são recobertas por sua própria bainha de mielina. A bainha é uma forma especializada da célula de Schwamn e a camada mais externa de mielina consiste no citoplasma da célula de Schwamn e seu núcleo. Nikolle Teixeira Ao longo destas células há constrições localizadas em intervalos regulares (a cada 05 a 3mm de célula) também conhecidos como os “nós” de Ranvier que formam uma fenda entre duas células de Schwamn adjacentes e seus espirais de mielina. Nestes nós a membrana fica exposta diretamente ao meio extracelular As fibras desmielinizadas também são circundadas por uma bainha de célula de Schwamn, sendo que grupo de fibras nervosas desmielinizados compartilham a mesma bainha. Fisiologia dos Nervos Periféricos A função do nervo é transmitir mensagens de uma parte do corpo para outra. Essas mensagens na forma de potenciais de ação elétricos são denominadas impulsos. Os potenciais de ação são despolarizações transitórias de membrana que resultam no aumento de permeabilidade da membrana ao Na+ e tardia ao K+. Uma vez iniciado um impulso a amplitude e forma permanecem constantes independente de alterações na força ou qualidade do estímulo. O estimulo permanece constante sem perder a força à medida que passa ao longo do nervo pois sua propagação deriva da energia liberada pela fibra nervosa e não do estimulo propriamente dito Eletrofisiologia da Condução Nervosa ❖ Etapa 1 – Nervo possui um potencial de repouso negativo de -70mV e seu interior é negativo em relação ao exterior. ❖ Etapa 2 – Um estimulo produz excitação. 1. Despolarização lenta, o potencial elétrico se torna menos negativo 2. Despolarização rápida, o potencial elétrico se torna positivo em comparação com o exterior. Potencial de +40mV no interior da célula ❖ Etapa 3 – Ocorre a repolarização. Potencial vai se tornando mais negativo até atingir novamente o potencial de repouso = -70mV Eletroquímica da Condução Nervosa ❖ A sequência de eventos depende de dois fatores: • As [] eletrólitos no axoplasma e nos líquidos extracelulares. • A permeabilidade da membrana nervosa aos íons Na+ e K+ ❖ Em seu estado de repouso a membrana nervosa é: • Ligeiramente permeável aos íons Na+ • Ligeiramente permeável aos íons K+ • Ligeiramente permeável aos íons Cl- Canais da Membrana • CANAIS DE SÓDIO: poros aquosos são bem nítidos através da membrana. Possuem um raio de 2Â. O íon Ca+ é mais delgado, mas como ele atrai moléculas de água tornam-se maiores e incapazes de atravessar quando o nervo está em estado de repouso. Os íons K+ e Cl- conseguem atravessar normalmente. Durante a despolarização ocorrem alterações de configuração, onde há um alargamento transitório desses canais Há especificidade desses canais para os íons K+ e Cl+ Difusão do Impulso • NERVOS DESMINELINIZADOS: a membrana celular de ALTA resistência e os meios intra e extracelular de BAIXA resistência produzem uma RÁPIDA redução na densidade da corrente, em uma curta distância no segmento despolarizado. O fluxo de corrente é adequado para desencadear a despolarização próximo da membrana em repouso, mas se torna incapaz se localizado a uma distância maior. • NERVOS MIELINIZADOS: Há uma distância maior entre as cargas intra e extracelulares resultando na necessidade de uma corrente menor para carregar a membrana. As correntes percorrem então uma distância maior em um nervo mielinizado antes de se tornarem incapazes de despolarizar a membrana nervosa a sua frente. • CONDUÇÃO SALTATÓRIA: quando a condução do impulso ocorre de nó para nó Uma extensão mínima do nervo (8 à 10mm) deve ser coberta pela solução anestésica. Mecanismo e Local de ação dos Anestésicos Locais ❖ Teoria da Expansão da Membrana: Os anestésicos locais que são altamente lipossolúveis podem penetrar na porção lipídica da membrana celular resultando em uma redução do diâmetro dos canais de sódio. A teoria serve para explicar a ação local das benzocaínas. ❖ Teoria do Receptor Específico: Afirma que os anestésicos locais atuam se ligando a receptores específicos no canal de Na+. Estudos indicaram que existe um receptor para os anestésicos locais presente nesses canais sendo na superfície externa ou na superfície axoplasmática interna, produzindo a REDUÇÃO OU ELIMINAÇÃO da permeabilidade aos íons Na+. ❖ Mecanismo Deslocamento dos íons Ca+ do receptor do canal de Na+ Permite a ligação da molécula do anestésico local a esse receptor Produz: ▪ bloqueio do canal de Na+ ▪ redução na condutância de Na+ Levando a queda na velocidade de despolarização elétrica, e incapacitando- o de atingir o potencial de limiar, Juntamente a isso não há mais desenvolvimento de potenciais de ação propagado, o que denomina: BLOQUEIO DA CONDUÇÃO.