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Anemia Ferropriva e Megaloblástica

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ANEMIA FERROPRIVA E MEGALOBLÁSTICA 
ANEMIA FERROPRIVA: 
A anemia ferropriva é caracterizada pela 
carência de ferro, quando há diminuição dos 
estoques de ferro no organismo, 
comprometendo a eritropoiese e a síntese de 
hemoglobina. 
É a forma mais comum de anemia, sendo mais 
frequente em crianças e mulheres (nas 
mulheres grávidas, pode ser fisiológico). 
O ferro corporal total normal de um indivíduo 
é de 4g a 5g (35mg/kg em mulheres e 50mg/kg 
em homens). 
A necessidade diária de ferro no organismo é 
de 10mg ou 20mg por dia, tendo uma perda 
diária de 1mg ou 2mg. 
Em pacientes hospitalizados, perde-se 0,5mg de 
ferro a cada 1ml de sangue retirado. 
Existe uma diferença entre os tipos de ferro, 
baseados em suas origens. O ferro pode ser 
heme (origem animal e melhor absorção) ou 
não heme (origem vegetal e absorção mais 
baixa). 
Além disso, existem substâncias que auxiliam e 
que inibem a absorção do ferro ingerido dos 
alimentos. 
As substâncias que melhoram a absorção do 
ferro são compostos orgânicos, ácido 
ascórbico e proteínas da carne. 
Já as substâncias que inibem a absorção do 
ferro são os fitatos, compostos fenólicos, ovo, 
leite e minerais. 
ETIOLOGIA: 
A anemia ferropriva pode ter diversas 
etiologias, a principal delas é a ingestão 
insuficiente de ferro. 
Outras etiologias também são: 
¨ APLV (alergia a proteína do leite de 
vaca), que causa uma inflamação 
intestinal e impede a absorção do ferro; 
¨ Prematuridade, pois o bebê apresenta 
imaturidade intestinal, prejudicando 
também a absorção do ferro; 
¨ Hipermenorreia, que é o sangramento 
menstrual excessivo; 
¨ Miomas; 
¨ Pólipos; 
¨ Acloridria, que é a incapacidade de 
produzir suco gástrico; 
¨ Doença celíaca, que é a intolerância ao 
glúten; 
¨ Parasitoses; 
¨ Hemorroidas; 
¨ Úlcera péptica, que se desenvolve na 
mucosa do esôfago, estômago ou 
intestino delgado; 
¨ Gestação (fisiológico); 
¨ Câncer de cólon 
DIAGNÓSTICO: 
O diagnóstico da anemia ferropriva é difícil, pois 
os sintomas dependem muita da instalação e da 
reserva de ferro no organismo do indivíduo 
para que possam se manifestar. 
ANAMNESE: 
Na anamnese normal do paciente deve-se incluir 
perguntas sobre a alimentação, sangramentos, 
comorbidades, hemoglobinopatias hereditárias e 
sintomas de dispepsia (indigestão) ou doença 
ulcerosa péptica. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
Em casos mais graves da doença, o paciente 
pode apresentar ferropenia grave, com os 
sintomas de: 
¨ Pagofagia: vontade de comer gelo; 
¨ Coiloníquia: unha em formato de colher; 
¨ Esclera Azulada; 
¨ Transtorno de Pica: vontade de comer 
objetos que não são comestíveis (terra, 
tijolo, esponja, sabonete); 
 
 
¨ Glossite: língua careca; 
¨ Queilite Angular: feridas nos cantos da 
boca; 
¨ Unhas quebradiças e enfraquecidas 
Em casos de síndrome anêmica, o paciente 
pode apresentar astenia (fraqueza), 
palpitações, tontura, cefaleia, descompensação 
cardiorrespiratória e cerebral. 
Em crianças são comuns os sintomas de 
irritabilidade, anorexia, déficit de crescimento 
ou desenvolvimento e déficit cognitivo. 
 
EXAMES LABORATORIAIS: 
São solicitados exames para verificar a 
morfologia das hemácias (VCM e HCM) que, no 
caso da anemia ferropriva, os resultados serão 
hipocrômica e microcítica. 
O RDW terá um resultado aumentado, 
apresentando também trombocitose, 
reticulócitos normais e ferro sérico diminuído. 
Além disso, pode se pedir também ferritina, que 
serve para avaliar o armazenamento de ferro 
no organismo do paciente e, no caso da anemia 
ferropriva, será baixo. 
TRATAMENTO: 
O tratamento para anemia ferropriva é 
realizado a partir da reposição de ferro, 
preferencialmente por via oral. 
Pode ser alterado para reposição por via 
venosa apenas se o paciente apresentar algum 
problema de absorção por via oral. 
Em adultos, é feita a reposição com 150-
200mg de ferro elementar por dia. 
Em crianças, a reposição de ferro elementar é 
feita com 3-5mg/kg por dia. 
É importante sempre observar a quantidade de 
ferro elementar em cada comprimido e, a 
partir disso, fazer o cálculo. 
A normalização dos níveis de hemoglobina e do 
hematócrito ocorrem de 2 semanas a 2 meses, 
e os níveis de reticulocitose se normalizam 
dentro da primeira semana de tratamento. 
É importante que o tratamento dure de 3 a 6 
meses mesmo após a normalização dos exames. 
 
 
ANEMIA MEGALOBLÁSTICA: 
A anemia megaloblástica ocorre devido a um 
bloqueio na síntese de DNA dos megaloblastos, 
causada por uma assincronia da maturação do 
núcleo em relação ao citoplasma. 
No caso dessa anemia, a eritropoiese ocorre 
de maneira ineficaz e os neutrófilos se tornam 
hipersegmentados. 
ETIOLOGIA: 
As principais causas da anemia megaloblástica 
são a carência de vitamina B12 ou de ácido 
fólico. 
O ácido fólico é encontrado em vegetais verde 
escuros e sua absorção ocorre no duodeno e 
no jejuno proximal. 
A principal causa de deficiência de ácido fólico 
(folato) é o alcoolismo, pois ele inibe a absorção 
desse ácido e também causa desnutrição. 
Em casos de baixa ingestão/absorção de ácido 
fólico, a sintomatologia começa a surgir dentro 
de 4 ou 5 meses. 
A vitamina B12 tem origem animal e é 
encontrada principalmente em carnes, leite e 
ovos, sua absorção ocorre no íleo distal e 
depende do ácido gástrico, do fator intrínseco, 
da pepsina e das proteases pancreáticas para 
ocorrer. 
A principal causa da deficiência de B12 é a 
anemia perniciosa, que é uma deficiência 
intrínseca, mas também pode ser causada por 
desnutrição, medicações, gastrectomia, doença 
celíaca e hipo/acloridria (hipo=diminuição da 
produção de ácido clorídrico, acloridria= 
incapacidade de produção desse ácido). 
A sintomatologia da anemia megaloblástica 
pode surgir apenas depois de anos, pois os 
estoques dessa vitamina são suficientes para 
durar por muito tempo. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
No caso da anemia por deficiência de vitamina 
B12, as manifestações clínicas podem ser 
hematológicas, digestivas ou neurológicas. 
¨ Hematológicas: síndrome anêmica de 
instalação insidiosa e presença de 
petéquias (manchas na pele causadas 
por sangramento); 
¨ Digestivas: glossite, queilite angular, 
diarreia e perda de peso; 
¨ Neurológicas: parestesia de 
extremidades, diminuição da sensibilidade 
profunda (propriocepção e vibratória), 
desequilíbrio, ataxia da marcha 
(alteração da marcha), sinal de Babinski 
(reflexo plantar patológico), déficits 
cognitivos, demência e psicose. 
Uma outra manifestação que pode surgir é a 
marcha tabética, que ocorre quando o 
paciente olha fixamente para o chão e os pés 
são levantados de forma abrupta e tocam o 
chão de forma explosiva. 
Já no caso de anemia por deficiência de ácido 
fólico, as manifestações podem ser também 
hematológicas, apresentando também glossite, 
queilite, desnutrição, além da hiperpigmentação 
difusa da pele. 
Nesse caso, os pacientes não apresentam 
manifestações neurológicas. 
EXAMES LABORATORIAIS: 
Nos exames de indivíduos com esse tipo de 
anemia, os resultados demonstram macrocitose 
(>115fL), plaquetopenia, leucopenia, neutrófilos 
hipersegmentados. 
Além disso, também é importante solicitar 
exames de dosagem de vitamina B12 e folato, 
além do mielograma (exame padrão ouro). 
TRATAMENTO: 
O tratamento ocorre através da reposição de 
vitamina B12 por via parenteral (IM) ou por 
reposição de folato por via oral (1mg a 5mg 
por dia). 
A resposta ao tratamento ocorre com um pico 
reticulocitário entre 5 e 7 dias, e com melhora 
da anemia em 1 ou 2 meses. 
No caso de pacientes com quadro neurológico, 
a resposta ao tratamento pode reverter esse 
quadro no período de 4 a 6 meses ou pode ser 
irreversível.

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