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AULA 2 - Farmacologia da Tireoide

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MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
1 
 
AULA 2 – FARMACOLOGIA 
FARMACOLOGIA DA TIREÓIDE 
1. Fisiologia 
 A tiroide é uma glândula endógena folicular. Sua histologia é formada por células foliculares organizadas ao redor do 
colóide. 
 A tireoide normal secreta 3 hormônios: triiodotironina (T3), tetraiodotironina ou tiroxina (T4) e calcitonina. Sendo que 
a maior parte do hormônio é secretado como T4, mas sendo transformado em T3 para exercer a sua função celular de 
acordo com a necessidade. 
 Funções do T3 e do T4: manter o crescimento e o desenvolvimento normais (tem relação íntima com o 
desenvolvimento do SNC e com o crescimento, e manter a temperatura corporal e os níveis energéticos em valores 
normais. 
 
a. Metabolismo do iodeto 
 O iodeto provém de alimentos, principalmente de origem marinha. Antigamente, bócio colóide endêmico era comum 
em populações que viviam longe do litoral. Atualmente, o sal de cozinha é iodado, prevenindo essa patologia. 
 O Iodeto é essencial para a formação dos hormônios tireoidianos. A ingestão diária recomendada é de 150 µg para o 
adulto e 200 µg na gravidez (gestação aumenta a demanda para que haja desenvolvimento da tireoide do feto). 
 Após rápida absorção no TGI, penetra no compartimento do líquido extracelular, de onde a tireoide remove cerca de 
75 µg/dia, o restante é excretado na urina. 
 
b. Biossíntese dos Hormônios da Tiroide (HT) 
 Após a captação pela tireoide, reações enzimáticas convertem o iodeto em HT ativo. 
I. Captação do iodeto 
 O TSH, liberado pela hipófise, estimula a expressão do NIS, nas membranas basolaterais (em contato com os 
capilares) das células foliculares tiroidianas 
 A NIS (simporte sódio-iodeto) transporta os íons iodeto para dentro da célula folicular, utilizando a energia de 
permitir a entrada de um íon sódio, ou seja, entram juntos um sódio e um iodeto 
 A captação do iodeto é inibida a por íons como perclorato, pertecnetato e tiocianato (inibidores aniônicos). 
 A nitroglicerina (droga usada para vasodilatação coronariana) é metabolizada pelo nosso corpo em tiocianato, 
podendo inibir a tiroide quando infundida por longos períodos 
II. Organificação do iodeto 
 O iodeto é oxidado em iodo ativo pela enzima tireoide peroxidase (TPO); 
 O iodo ativado se liga rapidamente aos aminoácidos tirosina da tireoglobulina, produzindo: monoiodotirosina 
(quando um iodeto se liga a uma tirosina – MIT) e diiodotirosina (quando dois iodos se ligam a uma tirosina - 
DIT). 
 Altos níveis de iodeto no interior da tireoide inibem transitoriamente a peroxidase. Por isso, a doença aguda 
da tireoide, como a tireoidite viral, é tratada com o suplemento de iodo (consegue bloquear por 2-4 
semanas), através da administração do contraste iodado VIV. 
 Drogas tioamidas também bloqueiam a peroxidase, mas levam tempo para agir (3 a 4 semanas), pois mesmo 
com a produção de HT inibida, as reservas de HT no coloide começam a ser liberadas. Por isso, essas drogas 
demandam muito tempo para agir pois inibe apenas a síntese e não a secreção. 
 2 moléculas de DIT combinam-se no interior da molécula de tireoglobulina para formar a tiroxina (T4). 
 1 molécula de MIT e 1 de DIT combinam-se para formar a triiodotironina (T3). 
III. Endocitose e secreção 
 Os HT são liberados da tireoglobulina por proteólise, para que haja exocitose e secreção. A maior parte dos 
HT são liberados como T4. Sendo o T4 a forma menos ativa do hormônio para aumentar o nível de controle 
sobre a ação desses hormônios 
IV. Transporte dos HT 
 Ligam-se reversivelmente a TGB (globulina de ligação da tiroxina). Mas, 0,04% do T4) e 0,4% do T3 circulam 
livres. Para manter os níveis de HT constantes 
 T3 consegue entrar no citoplasma celular e migrar para o núcleo, realizando sua ação; o T4 precisa sofrer 
deiodação pela enzima desiodenase para que consiga realizar a ação na forma de T3. 
MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
2 
 
 O Propranolol inibe que o T4 seja inibido em T3, sendo indicado no hipertireoidismo 
 
c. Controle da função tireoidiana 
 Relações entre tireoide e hipófise: o hipotálamo secreta o hormônio de liberação da tireotropina (TRH), que estimula 
a hipófise a sintetizar e liberar o hormônio tireoestimulante (TSH), que estimula a síntese e a liberação de T3 e T4. O 
T3 e o T4 atuam sobre a hipófise e o hipotálamo (retroalimentação negativa), inibindo tanto o TRH, tanto o TSH. 
 Autorregulação da tireoide: a tireoide também regula sua captação de iodeto e a síntese de HT por mecanismos 
independentes de TSH, elevados níveis sanguíneos de iodo inibem a organificação do iodeto 
 Para medir a função tiroidiano os hormônios que são dosados são: T4 livre e TSH. Se houver um aumento do T4 e uma 
diminuição do TSH o diagnóstico é hipertireoidismo. Se houver uma diminuição do T4 e um aumento do TSH o 
diagnóstico é hipotireoidismo. No hipotireoidismo subclínico, o T4 está normal as custas de um aumento do TSH. 
 Estimuladores tireoidianos anormais: A principal causa de hipertireoidismo é a doença de Graves, que é uma causa 
autoimune que leva a produção do TRAB, um anticorpo similar ao TSH que estimula o receptores da tiroide 
aumentando a produção e excreção do HT. A principal causa do hipotireoidismo também é autoimune, a tireoidite de 
Hashimoto, que leva a produção do anticorpo anti-tireperoxidase (anti-TPO). Nessa doença, na fase inicial o anti-TPO 
rompe os folículos tireoidianos causando hipertireoidismo. Na segunda fase, tenho um hipotireoidismo sublínico e na 
fase final hipotireoidismo. 
 
d. Mecanismo de ação dos HT 
 Formas livres penetram nas células por difusão ou transporte ativo 
 No interior da célula, T4 é convertido em T3 pela 5’-desiodinase. 
 T3 penetra no núcleo onde se liga a uma proteína receptora específica, o receptor de hormônio tiroidiano que é 
acoplado ao receptor retinoide X, que induz a transcrição de genes específicos que aumentam a síntese proteíca 
 
e. Efeitos dos HT 
 Crescimento, desenvolvimento, função e manutenção adequados de todos os tecidos corporais 
 Essenciais para os tecidos nervoso, esquelético e reprodutor 
 Efeitos dependem, além da síntese de proteínas, da potencialização da secreção e ação do GH 
 Privação dos HT no início da vida: Retardo mental irreversível e nanismo - cretinismo congênito ou hipotireoidismo 
congênito 
 As taxas de secreção e degradação de muitos hormônios são afetadas pelo estado da tireoide: catecolaminas, cortisol, 
estrogênios, testosterona e insulina 
 Manifestações da hiperatividade da tireoide são semelhantes à hiperatividade simpática: efeitos cardiovasculares, 
tremor, sudorese, ansiedade e nervosismo. Ocorre o oposto no hipotireoidismo 
 Pele e anexos 
 Hipertireoidismo: pele quente e úmida, sudorese, intolerância ao calor, pelos finos, unhas de Plummer (não tem 
adesão da porção distal da unha na pele), dermatopatia pré-tibial (infiltrado na porção anterior da tíbia – doença 
de Graves). 
 Hipotireoidismo: pele pálida, fria e intumescida; cabelos secos e quebradiços; unhas quebradiças. Tem capacidade 
de infiltrar todos os tecidos por redução da bomba de sódio e potássio e hipofiltração glomerular. 
 Olhos e face 
 Hipertireoidismo: retração da pálpebra superior com olhar arregalado, edema periorbitário, exoftalmia (infiltração 
de tecido inflamatório retro-orbitário, com retração da pálpebra e exoftalmia, geralmente com o tratamento do 
hipertireoidismo o problema não é resolvido), diplopia (doença de Graves). 
 Hipotireoidismo: pálpebras caídas, edema periorbitário, perda das sobrancelhas no lado temporal, face com 
edema não depressível, macroglossia. 
 Sistema cardiovascular 
 Hipertireoidismo: diminuição da RVP; aumento da FC, DC, VS e pressão de pulso (aumenta a diferença entre a PS e 
a PD; PS aumenta pois seu grande determinante é o VS e para que ele seja acomodado rapidamente no sistema 
vascular, é preciso que a RVP caia); arritmias, angina (mesmosem a obstrução ao fluxo ocorre o desequilíbrio 
entre oferta e demanda, por aumento da demanda); IC de alto débito. A IC de alto débito ocorre pois há aumento 
da termogênese tissular e redução da resistência vascular sistêmica; além disso, há redução do enchimento 
arterial efetivo, aumento da absorção de sódio e água, aumento do ino/cronotropismo, levando a um aumento do 
MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
3 
 
DC que mesmo aumentado pode não ser suficiente para manter a perfusão tecidual, causando sintomas 
congestivos. É caracterizado por periferia quente, preservação da função ventricular esquerda, DC > 8L/min, SvO2 
> 70-75%, etiologia consistente com DC elevado – excesso de volume e hipoperfusão tecidual). 
 Hipotireoidismo: aumento da RVP; diminuição da FC, DC, VS e pressão de pulso; IC de baixo débito (periferia fria, 
disfunção ventricular esquerda, DC < 4L/min, SvO2 < 65%, etiologia consistente com DC baixo). 
Tireoide – Farmacologia – Ana Cláudia Neves MED 96 
 Sistema respiratório 
 Hipertireoidismo: diminuição da capacidade vital, dispneia. 
 Hipotireoidismo: derrames pleurais (infiltração do 3° espaço por redução da bomba de sódio e potássio e 
hipofiltração glomerular), hipoventilação, retenção de CO2. 
 SNC 
 Hipertireoidismo: nervosismo, hipercinesia, labilidade emocional. 
 Hipotireoidismo: letargia, diminuição geral dos processos mentais, neuropatias. 
 Sistema musculoesquelético 
 Hipertireoidismo: fraqueza e fadiga muscular, aumento dos reflexos tendinosos profundos, hipercalcemia, 
osteoporose. 
 Hipotireoidismo: rigidez e fadiga muscular, diminuição dos reflexos tendinosos profundos. 
 Sistema renal 
 Hipertireoidismo: poliúria leve, aumento da TFG, aumento do fluxo sanguíneo renal. 
 Hipotireoidismo: comprometimento da excreção de água, diminuição da TFG, diminuição do fluxo sanguíneo renal. 
 Sistema hematopoiético 
 Hipertireoidismo: aumento da eritropoiese, anemia normocrômica (aumento da renovação dos eritrócitos, ou seja, 
o eritrócito vive menos tempo). 
 Hipotireoidismo: diminuição da eritropoiese, anemia (diminuição de velocidade de produção do eritrócito, 
associado à absorção de Fe ou ácido fólico, anemia microcítica ou anemia perniciosa autoimune). 
 Sistema reprodutivo 
 Hipertireoidismo: aumento do metabolismo dos esteroides gonadais, irregularidades menstruais, diminuição da 
fertilidade. 
 Hipotireoidismo: diminuição do metabolismo dos esteroides gonadais, hipermenorreia, infertilidade, diminuição da 
libido, impotência, oligoespermia. 
 Sistema metabólico 
 Hipertireoidismo: aumento do metabolismo basal (consome calorias independente de consumí-las ou não). 
 Hipotireoidismo: diminuição do metabolismo basal. 
 Sistema gastrointestinal 
 Hipertireoidismo: aumento do apetite, aumento do trânsito intestinal, hipoproteinemia (metabolismo muito 
acelerado). 
 Hipotireoidismo: diminuição do apetite (mas há ganho de peso), redução do trânsito intestinal, ascite (infiltração 
do 3° espaço). 
ELE NÃO FOCOU NESSES SINTOMAS 
 
 
FARMACOLOGIA BÁSICA DOS HORMÔNIOS DA TIREOIDE 
1. Preparações Tireoidianas 
 Fármacos: Sintéticas - Levotiroxina, Liotironina, liotrix (T3 e T4 juntos – quase não usados) ou de origem animal - 
tireoide dessecada 
 São usadas no tratamento do hipotireoidismo, visando um aumento da concentração sérica do T4. Atenção!! No 
hipotireoidismo pós tratamento de câncer de tiroide ficar atenta para manter os níveis de TSH baixos, por que altos 
níveis de TSH podem fazer a recidiva do câncer. 
 
a. Levotiroxina (T4) 
 Estabilidade, uniformidade de conteúdo (tem um comprimidos uniformes), baixo custo, ausência de proteína 
estranha, fácil determinação laboratorial de níveis séricos, meia-vida longa (7 dias) - dose única diária em jejum 
MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
4 
 
 Preparação de escolha para reposição – hipotireoidismo. O controle é pela dosagem do TSH. 
 
b. Liotironina (T3): 
 4 x mais ativa que a Levotiroxina, tem meia-vida curta (<24 h), difícil monitorização, risco aumentado de 
cardiotoxicidade. Pode ser administrado por VIV. 
 Não é recomendada para reposição, mas é indicada para o coma mixedematoso, que é o coma gerado pelo 
hipotireoidismo grave que diminui as funções cerebrais. No caso do coma, é indicado pela VIV ou Levotiroxina por via 
oral através de uma sonda 
 
Fármacos Antireoidianos 
 O tratamento do hipertireoidismo pode ser através de fármacos que interferem na produção dos HT, da modificação 
das respostas dos tecidos a esses hormônios ou destruição da glândula por radiação ou cirurgia. Todos tem o objetivo 
de transformar o hipertireoidismo em hipotireoidismo, que é tratada com reposição hormonal (levotiroxia) 
 
2. Tioureilenos ou tioamidas 
 Fármacos: propiltiouracil (PTU) e metimazol 
 Utilizados no tratamento da tireotoxicose. O metimazol é 10 x mais potente que o PTU. 
 
a. Farmacocinética 
 Propiltiouracil (PTU): rápida absorção, pico plasmático em 1h. Biodisponibilidade de 30 a 80% e acumula-se na 
tireoide. Excreção renal na forma de glicuronídio inativo (24h). Meia-vida de 1,5 h, adm 6-6 ou 8-8, 100 mg 
 Metimazol: totalmente absorvido e acumula-se na tireoide. Excreção mais lenta que o PTU e dose única diária de 30 
mg 
 Ambas atravessam a barreira placentária acumulam-se na tireoide fetal, por isso uso com cautela na gravidez e dar 
preferência ao PTU; liga-se mais fortemente às proteínas e atravessa a BP com menor facilidade. Além disso o PTU 
não é secretado em grandes quantidades no leite materno - pode ser usado durante a amamentação 
 
b. Farmacodinâmica 
 Meca 
 Inibem as reações catalisadas pela tireoide peroxidase, bloqueando a organificação do iodo impedindo a síntese dos 
HT pelo bloqueio do acoplamento dos MIT com os DIT ou entre dois DITs. 
 Além disso, o PTU inibe a desiodação periférica de T4 em T3. 
 Afetam mais a síntese que a liberação por isso, início de ação lento (3-4 semanas para depleção das reservas de T4 no 
coloide e o início da ação) 
 
c. Reações adversas em 3-12% dos pacientes: 
 Erupção pruriginosa maculopapular, algumas vezes acompanhadas de febre 
 Efeitos raros: erupção urticariforme, vasculite, artralgia, hepatite, etc 
 Complicação mais perigosa à agranulocitose (são mielótoxicas) potencialmente fatal 
 0,3 - 0,6%, com risco aumentado em pacientes idosos reversível com a suspensão do medicamento 
 São drogas tóxicas a longo prazo. Sempre visar o tratamento definitivo que é cirúrgico ou radiação 
 
3. Iodeto 
 Atualmente usados em associação, esquema de tratamento de hipertiroidismo: na fase aguda combinação do iodeto 
com a tiamina, após 2 semanas, suspendo o iodeto e mantenho a Tioamidas. Os efeitos do hipertireoidismo devem 
ser tratados separadamente, como a taquicardia com betabloqueador principalmente propranolol. 
 Mecanismo de ação: Inibem a proteólise da tireoglobulina - inibição da liberação dos HT. Rápida melhora dos 
sintomas tireotóxicos em 2 a 7 dias. Muito útil na tempestade tireoidiana. 
 Diminui a vascularização, o tamanho e fragilidade da glândula hiperplásica, sendo usado em preparação pré-
operatória do paciente para a cirurgia 
 Usos Clínicos: devem ser administrados após a instituição da terapia com tioamidas, caso contrário: aumentam as 
reservas intraglandulares de iodo; retardam o início da terapia com tioamidas; 
MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
5 
 
 Impedem o uso do iodo radioativo por várias semanas, por que podem aumentar as reservas coloidianas de T3 e T4 e 
com o uso do iodo radioativo esses coloides são rompidos podendo causar um pico de HT 
 Se houver possibilidade de uso do iodo radioativo sua administração deve ser evitada 
 Não devem ser utilizados isoladamente: a glândula escapa do bloqueio (2 a 8 semanas) - grave exacerbação da 
tireotoxicose 
 Deve-se evitar o uso crônico durante a gravidez - pode causar bócio no feto 
 
4. Iodo Radioativa 
 I131 é o único isótopo usado terapeuticamente Destrói o parênquima tireoidiano. Sendo indicado no hipertireoidismo de qualquer etiologia, inclusive por neoplasias 
de tiroide. Nesses casos, primeiro a tireoidectomia é indicada, depois o iodo radiativo e depois a reposição de HT 
(Levotiroxina) 
 Fácil administração, baixo custo, eficácia e ausência de dor. Torna a pessoa radioativa durante o uso. 
 Não deve ser administrado em mulheres grávidas ou durante a lactação 
 
FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS HORMÔNIOS DA TIREOIDE (NÃO FALOU) 
1. Hipotireoidismo: Diminuição reversível de todas as funções corporais. Pode ocorrer com ou sem o aumento da 
tireoide (bócio). Tireoidite de Hashimoto: anticorpos antitireoidianos e sensibilização dos linfócitos aos antígenos 
tireoidianos 
 Diagnóstico: combinação de baixos níveis de tiroxina livre com altos níveis de TSH. 
 Tratamento: A levotiroxina constitui o tratamento de 1ª linha para o hipotireoidismo. O iodo na forma de solução 
aquosa de iodeto de potássio é utilizado a curto prazo no controle pré-operatório da tireotoxicose - diminui a 
vascularização da glândula. 
 Mixedema e coronariopatia: Baixos níveis de HT circulantes protegem o coração da angina de peito e IAM. A correção 
do mixedema deve ser efetuada com cautela. Pacientes com coronariopatia grave não devem normalizar totalmente 
o estado eutireoideo 
 Coma mixedematoso: Estado terminal do hipotireoidismo não tratado. Fraqueza progressiva, torpor, hipotermia, 
hipoventilação, hipoglicemia, hiponatremia, intoxicação hídrica, choque e morte. O tratamento do coma 
mixedematoso é uma emergência médica. Administração das preparações por via intravenosa: pacientes não 
absorvem os medicamentos por outras vias. O tratamento de escolha consiste na administração de dose de ataque de 
levotiroxina: 300-400 µg no início, seguidos de 50 µg ao dia. A melhora se manifesta através do aumento da 
temperatura corporal e reversão do estado comatoso. Quando o paciente já consegue respirar normalmente, retira-
se a ventilação mecânica e observa-se uma melhora uniforme 
 Grávidas em uso da tiroxina devem receber doses adequadas: o desenvolvimento inicial do cérebro fetal depende da 
tiroxina materna 
 
2. Hipertireoidismo 
A. Doença de Graves (bócio tóxico difuso): Forma mais comum de hipertireoidismo sendo um distúrbio auto-imune: a 
imunoglobulina tireoestimulante (TSI) tem a capacidade de estimular o crescimento e a biossíntese da célula 
tireoidiana. O diagnóstico laboratorial: T3 e T4 elevados, TSH suprimido 
 Tratamento: Agentes antitireoidianos, tireoidectomia cirúrgica ou destruição da glândula com iodo radioativo 
 Agentes antitireoidianos: Pacientes jovens com glândulas pequenas e doença leve: Metimazol ou PTU até a remissão 
espontânea, o que pode levar de 1 a 15 anos (Recidivas de 60 a 70%) 
 Tireoidectomia: tireoidectomia subtotal é o tratamento de primeira escolha para pacientes com glândulas muito 
volumosas e bócios multinodulares. 80 a 90% dos pacientes vão precisar de suplementação com HT após 
tireoidectomia subtotal 
 Iodo radioativo: Pacientes acima de 21 anos de idade. Pacientes sem cardiopatia: 80-120 mCi/g de peso estimado da 
glândula. Presença de cardiopatia, tireotoxicose grave, idosos: Iniciar tratamento com antitireiodianos (metimazol). 
Principal complicação é o desenvolvimento de hipotireoidismo (80% dos pacientes). Quando se verifica o 
hipotireoidismo deve-se instituir imediatamente a reposição com levotiroxina (50-150 mg via oral) 
 Tratamento Adjuvantes da terapia antitireoidiana; Propranolol (20-40 mg, via oral 6-6 h), Diltiazem (90-120 mg, via 
oral 6-6 h) e Nutrição adequada e suplementos vitamínicos. Guanetidina – exoftalmia 
MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
6 
 
 Tempestade tireoidiana: Súbito aumento de todos os sintomas da tireotoxicose, potencialmente fatal Manifestações 
clínicas refletem o hipermetabolismo e atividade adrenérgica excessiva. Febre, rubor e sudorese; taquicardia, 
fibrilação atrial, às vezes ICC. Agitação acentuada, inquietação, delírios, coma. Náuseas, vômitos, diarreia e icterícia 
 Tratamento: Propranolol ou diltiazem - sintomas cardiovasculares, Solução saturada de iodeto de potássio ou meio de 
contraste iodado - retardar a liberação dos HT, PTU ou metimazol (VO ou retal) - bloquear a síntese dos HT, 
Hidrocortisona - proteção contra o choque e inibição da conversão de T4 em T3, Terapia de apoio para a febre e a ICC 
B. Bócio Atóxico: Aumento da tireoide sem produção excessiva de HT causada pela deficiência de iodeto e evitada pela 
Administração profilática de iodeto (150-200 μg)

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