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Maressa Duarte 
 MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO I 
As modificações do organismo materno quase em sua totalidade, decorrem da reação orgânica à presença do concepto e seus tecidos, da 
sobrecarga hormonal ou da ação mecânica exercida pelo útero gravídico. 
1 – POSTURA E DEAMBULAÇÃO 
- O peso adicional da gravidez (útero, feto, anexos e mamas), faz com que o centro de gravidade se desvie para frente, e todo o corpo, em 
compensação projeta-se para trás. Com isso, para manter o equilíbrio, a mulher empina o ventre, provocando a lordose da coluna lombar, 
amplia-se a base do polígono de sustentação, os pés se afastam e as espaduas projetam-se para trás. Isso pode causar lombalgia. 
- Ao andar, seus passos oscilantes e mais curtos, lembram a deambulação dos gansos, sendo chamada de macha anseriana. 
- As alterações posturais modificam a anatomia da coluna vertebral da grávida, em especial da coluna lombar, possibilitando espasmos dos 
músculos intervertebrais e diminuindo os espaços entre as vértebras, o que possibilita compressões radiculares. 
- As articulações apresentam maior mobilidade durante a gestação, principalmente as sacroilíacas, sacrococcígeas e a sínfise púbica, por 
causa da relaxina, secretada pela placenta e da progesterona em excesso. A frouxidão da sínfise púbica favores a sua abertura em raté 12 
mm. 
 
2 – MODIFICAÇÕES METABÓLICAS 
• METABOLISMO GLICÍDICO 
No início da gravidez esse metabolismo é alterado em decorrência das concentrações de progesterona e estrogênio, que estimulam a 
secreção endógena de insulina, melhorando a utilização periférica da glicose. A glicose é transferida para o concepto por difusão facilitada. 
No final do 2º trimestre, níveis elevados do hormônio lactogênio placentário humano (hPL), promove um efeito diabetogênico, causando a 
mobilização de lipídios (ácidos graxos livres), que passam a servir como fonte de energia, poupando glicose e aminoácidos, desenvolvendo 
resistência insulínica periférica. No 3º trimestre, após a administração de glicose, observa-se hiperinsulinemismo pós-prandial, e com isso, o 
efeito inibitório da insulina na lipólise, é reduzido. 
 
• METABOLISMO LIPÍDICO 
A placenta é praticamente impermeável aos lipídios, exceto aos ácidos graxos livres e aos corpos cetônicos. Durante a gestação, ocorre 
principalmente: o acumulo de lipídios nos tecidos da gestante e a hiperlipidemia gestacional. Esse aumento do deposito de gordura maternos 
é decorrente da lipogênese aumentada, da síntese de ácidos graxos e do glicerol. Essa tendência de acumular gordura, cessa durante o ultimo 
trimestre, quando o metabolismo lipídico passa a ser catabólico, em virtude do aumento da atividade lipolítica comandada pelo hPL e pelo 
aumento desacelerado da atividade lipogênica. 
O aumento da atividade lipolítica do tecido adiposo eleva a liberação de AGL e de glicerol na circulação materna, e como a transferência para 
a placenta é baixa, o fígado torna-se o principal receptor. Com isso, eles são transformados em corpos cetônicos e glicose, respectivamente. 
No final da gestação, a síntese de corpos cetônicos está elevada em condições de jejum, e o uso deles pelos tecidos maternos, reduz o uso 
de glicose, aumentando a disponibilidade para o feto. 
Durante a gravidez normal há o aumento constante de triglicerídeos plasmáticos e de colesterol, principalmente VLDL. Mesmo que os 
triglicerídeos não cruzem a barreira placentária, o feto beneficia-se dessa hipertrigliceridemia, pois os triglicerídeos em excesso são 
transformados em corpos cetônicos, sendo usados pelo feto, juntamente com os ácidos graxos, e porque a indução da LPL nas mamas por 
volta do parto, dirige triglicerídeos circulantes para a produção de leite. 
• METABOLISMO PROTEICO 
- As necessidades proteicas aumentam. 
- Redução dos aminoácidos e aumento absoluto das proteínas totais, embora suas concentrações plasmáticas estejam diminuídas em 
consequência da hemodiluição. 
- A maior redução é de albumina e a menor é de gamaglobulinas, sendo que ocorre aumente dos teores de alfa e betaglobulinas. 
 
• METABOLISMO HIDRELETROLÍTICO 
- Ocorre a retenção de liquido intra e extracelular, causando aumento do volume plasmático, que aumenta o debito cardíaco e o fluxo 
plasmático renal. A progesterona possui um efeito natriurético, ou seja, aumenta a secreção de sódio pelos túbulos renais. Com isso, o 
organismo ativa mecanismos compensatórios, através do sistema renina-angiotensina-aldosterona, aumentando a liberação de aldosterona 
pela suprarrenal. Com isso ocorre o aumento da reabsorção de sódio pelos túbulos renais, levando a retenção de liquido. Essa retenção de 
líquido é indispensável para a expansão tecidual. Apesar disso, a concentração de sódio encontra-se diminuída na gestante. 
- Isso faz com que as gestantes sentem maior necessidade de ingerir água. Isso também é explicado pela redução da pressão oncótica em 
virtude da redução da concentração de albumina no plasma. Isso aumenta a taxa de filtração glomerular. 
• METABOLISMO ELETROLÍTICO 
FERRO: 
- As necessidades de ferro durante a gravidez são de 1 a 1,3g. E as necessidades de ácido fólico estão aumentadas de 50 para 400 microgramas 
por dia, necessitando de uma suplementação. 
 
SÓDIO: 
- O crescimento do feto, o aumento do líquido amniótico e a expansão do líquido extracelular geram retenção de sódio. 
- Situações que aumentam a excreção de sódio: 
 Maressa Duarte 
> Aumento da taxa de filtração glomerular; 
> Ação da progesterona, que atua promovendo vaso dilatação das arteríolas renais e facilitando a natriurese; 
> Presença do fator natriurético atrial e redução da albumina, prostaglandinas e dopamina. 
- Situações que aumentam a absorção de sódio: 
> A aldosterona, que aumenta a reabsorção de sódio no ducto coletor; 
> O sistema renina-angiotensina, ao estimular a secreção de aldosterona. 
 
CÁLCIO E FERRO: 
- Na gravidez, uma grande quantidade de cálcio e de fosforo é transferida contra o gradiente de concetração da mae para o feto, através de 
transporte ativo. Em virtude da liberação de peptídeo relacionado ao paratormônio (PTHrP) de origem fetal e placentária, ocorre o aumento 
da secreção de vitamina D3 placentária e materna renal. Isso faz com que a absorção de cálcio no intestino dobre na gravidez. 
 
IODO: 
- Carência de iodo, necessitando de suplementação dietética ou medicamentosa para que sua tireoide funcione adequadamente. 
 
• METABOLISMO DAS VITAMINAS 
- Diminuição de todas as vitaminas, exceto as vitaminas E e K. 
- A carência de vitamina A pode ocasionar anomalias congênitas por defeitos na embriogênese. 
- Há o aumento no consumo de vitamina C. Graus elevados de avitaminose C determinam abortamento e/ou morte fetal. 
- Maior necessidade de vitamina D. 
 
• EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO 
- Desenvolvimento de alcalose respiratória por hiperventilação, o que leva à diminuição da pCO2 no sangue materno. 
- Como compensação, o rim aumenta a excreção de bicarbonato, diminuindo seus níveis plasmáticos de 26 para 22 mMol/L e provocando 
pequena queda do pH, uma acidose metabólica compensatória. 
- Essa queda desvia a curva de dissociação do oxigênio para a esquerda e aumenta a afinidade da hemoglobina materna pelo O2 (efeito 
Bohr). Logo, essa hiperventilação materna facilita o transporte do dióxido de carbono do feto para a mãe, porém parece diminuir a liberação 
de oxigênio da mãe para o feto. 
 
3 – MODIFICAÇÕES NO SISTEMA CARDIOVASCULAR 
- No início ocorre vasodilatação periférica por ação do óxido nítrico secretado pelo endotélio vascular. 
- Aumento da frequência cardíaca ocorre até o 3º trimestre, de 10 a 15 batimentos por minuto (bpm). 
- Após 5 semanas, ocorre o aumento da frequência cardíaca, o que contribui para o aumento do debito cardíaco. Essa elevação da FC 
prossegue até 28 a 32 semanas. 
- Redução da pressão arterial em decorrência da diminuição da RVP. A pressão diastólica reduz 10-15 mmHg e a sistólica reduz 5-10 mmHg. 
Após 20 semanas, os níveis tensionais tendem a se elevara níveis pré-gravídicos. 
- Com o progredir da gravidez, o diafragma se eleva e desloca o coração para a esquerda e para cima; como resultado, o seu ápice é movido 
lateralmente, aumentando a silhueta cardíaca quando observada pela radiografia de tórax. 
- A compressão exercida pelo útero na veia cava inferior e nas veias pélvicas, principalmente na 2ª metade da gravidez, aumenta a pressão 
venosa dos membros inferiores. 
- Quando a mulher assume a posição ortostática, o retorno venoso para o coração diminui e consequentemente ocorre queda da PA. Após 
3-4 minutos surge bradicardia em virtude do reflexo vagal. Tais alterações são responsáveis pela queda do débito cardíaco em até 50%, 
proporcionando episódios de lipotimia, caracterizando a hipotensão supina. 
- Quando a mulher assume a posição de decúbito lateral esquerdo ela descomprime a veia cava inferior e o débito cardíaco se eleva. 
- Surgimento de varicosides, hemorroidas e edema dos membros inferiores. 
 
4 – MODIFICAÇÕES HEMATOLÓGICAS 
- O aumento fisiológico do volume plasmático, que se inicia no 1ª trimestre, causa hemodiluição. 
- Anemia fisiológica da gravidez: mesmo com o aumento da produção de eritrócitos, por causa do aumento da eritropoetina circulante e 
hiperplasia eritroide na medula óssea, seus valores estão diminuídos devido à hemodiluição. Então, verifica-se queda das hemácias, 
hematócrito e da concentração de hemoglobina. 
- A concentração de hemoglobina se reduz de 13,3 g/dL, valor médio pré-gravídico, para 11 g/Dl, e para 10,5g/dl no 2º e 3º trimestres. 
- Aumento dos polimorfonucleares na gestação. 
- A série branca experimenta aumento em sua concentração, podendo chegar a 9.000/mm³ no 3º trimestre e a 20.000/mm³ no puerpério 
imediato. 
- Tendência a monocitose e progressiva diminuição de basófílos e eosinófilos. 
- Aumento acentuado de alguns dos fatores de coagulação (principalmente VII, VII e X) e, em especial, o fibrinogênio. Há ainda redução da 
atividade fibrinolítica. 
- Queda na concentração de plaquetas para 210 mil/mm3. 
 
5 – MODIFICAÇÕES NO SISTEMA URINÁRIO 
- Os rins deslocam-se para cima pelo aumento do volume uterino e aumentam em tamanho cerca de 1 cm em virtude do acréscimo do 
volume vascular renal e do espaço intersticial. 
- O sistema urinário sofre dilatação da sua porção superior (hidronefrose), a partir da 7ª semana, podendo persistir até 6 semanas pós-parto. 
 Maressa Duarte 
- O útero expandido comprime diretamente os ureteres, enquanto a progesterona inibe a musculatura lisa ureteral, gerando uma 
ureteroectasia. Isso pode aumentar a estase urinária, predispondo a gestante, a infecções urinárias. 
- A bexiga é deslocada anteriormente, e os níveis circulantes elevados de estrogênios, determinam hiperemia e congestão da mucosa uretral 
e vesical. 
- Ocorre a redução da resposta contrátil do colo vesical a estímulos alfa-adrenérgicos e outras alterações que contribuem para a incontinência 
urinária. 
- Ocorre o aumento da taxa de filtração glomerular (TFG), que resulta em diminuição da creatinina plasmática, que alcança valores de 0,5 a 
0,8 mg/dl. 
- A concentração de ácido úrico, de 4 mg/dl cai para menor ou igual a 3 mg/dl e gestantes, no 1º trimestre, devido a ação dos estrogênios e 
do aumento do TFG. 
- A hipercalciúria é comum por causa da maior absorção de cálcio pelo intestino, bem como a glicosúria, que é comum porque com o aumento 
do TFG excede o limite de absorção de glicose, tendo que o excesso ser excretado. 
- Proteinúria também é comum. No exame de EAS, prioriza-se o nitritro e não a glicose. 
 
6 – MODIFICAÇÕES NO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
- A progesterona age diretamente nas vias aéreas superiores, em especial no 3º trimestre da gestação, causando aumento de suas secreções 
e edema dos seus tecidos, levando à congestão nasal, epistaxe e alterações da voz. 
- A progesterona estimula os centros respiratórios cerebrais, levando ao aumento, já no 1º trimestre do volume-minuto (produto do volume 
corrente pela frequência respiratória) em 30 a 40%, o que resulta em alcalose respiratória com diminuição da PCO2 e aumento da PO2. 
- Os estrogênios promovem alterações na mucosa nasal, como congestão capilar, hiperplasia e hipertrofia das suas glândulas, e estimulam a 
reatividade dos brônquios. 
- Ocorre o aumento: da caixa torácica, da circunferência torácica e do volume corrente. 
- O diafragma se eleva e os ângulos subcostais se alargam. 
- Hiperventilação, alcalose respiratória e aumento do consumo de oxigênio. 
 
7 – MODIFICAÇÕES DO SISTEMA DISGESTIVO 
- No 1º trimestre é frequente a ocorrência de náuseas e vômitos, sem uma causa conhecida, mas suponha-se que seja em decorrência da 
ação do hCG, o que pode levar à anorexia. 
- Ocorrência gengivite e não há tendência para o aparecimento de cáries. 
- Acontece uma produção excessiva de saliva (ptialismo), na gestação inicial, e tem como causas a hipertonia vagal, fatores psíquicos e 
estímulos do segundo e terceiro ramos do nervo trigêmeo. 
- Aumento da progesterona e diminuição da motilina (substância que estimula a musculatura lisa), que atuam retardando o esvaziamento 
gástrico. 
- Redução do tônus do esfíncter esofagiano inferior e diminuição da amplitude e da velocidade das ondas peristálticas do esôfago. Isso 
aumenta os casos de pirose e refluxo gastroesofágico. 
- Retardo do trânsito intestinal por compressão uterina e pela ação da progesterona reduzindo a motilidade. 
- A maior absorção de líquidos, leva ao ressecamento das fezes e à constipação intestinal, 
- A vesícula fica hipotônica, distendida, com bile viscosa e com grande tendência a formar cálculos. 
- A fosfatase alcalina está aumentada, mas sua origem é placentária. 
- O pâncreas da gestante saudável sofre hiperplasia das células b das ilhotas de Langerhans. 
 
8 – MODIFICAÇÕES ENDÓCRINAS 
• HORMÔNIOS SECRETADOS PELA PLACENTA 
Hormônio gonadotrófico coriônico (hCG) – sua primeira função é dar suporte ao corpo lúteo, superando o LH. Os níveis de β-hCG no soro 
materno duplicam a cada 72 horas. Seu nível circulante esperado no dia do atraso menstrual é de 100 mUI/mL, atingindo pico máximo de 
100.000 mUI/mL entre 8 a 10 semanas e declinando para 10.000 a 20.000 mUI/mL a seguir até ao redor de 20 semanas, permanecendo assim 
até o termo. Sua dosagem é importante para: diagnóstico de gestação, avaliação da vitalidade ovular nos casos de abortamento, diagnóstico 
e acompanhamento da gravidez ectópica e outros. 
Suas demais funções: Diferenciação da genitália do feto masculino; modula a secreção do hormônio antidiurético; provável efeito 
imunossupressor; e provável efeito estimulador da formação dos sinciciotrofoblastos. 
 
Lactogênio placentário humano (HPL) – ou somatomamotrofina coriônica humana, é secretado pelo sinciciotrofoblasto. Sua concentração 
aumenta gradualmente, até em torno de 36 semanas, com posterior declínio, até o termo. O HPL, por sua vez, estimula a produção de 
insulina e do fator de crescimento insulínico (IGF-1) Com isso, sua secreção está relacionada com indução de resistência à insulina e à 
intolerância aos carboidratos. 
A função metabólica primordial do HPL consiste em promover lipólise e elevar os níveis de ácidos graxos livres. O estrogênio, a progesterona 
e o HPL, interferem na ação da insulina materna e juntamente com o uso de glicose pelo feto, promove um estado de inanição acelerada na 
mãe. Já no final da gestação, ocorre aumento HPL que causa aumento dos níveis circulantes de insulina, um hiperinsulinemia, e uma 
diminuição da resposta celular à insulina, ou seja, uma resistência à insulina. 
Na medida em que a glicose diminui no jejum, o HPL aumenta e estimula a lipólise com consequente aumento de ácidos graxos livres, 
substrato energético que, quando fornecido à mãe, preserva a glicose e os aminoácidos para o feto. Outro efeito do HPL é a inibição da ação 
da prolactina. 
 Maressa Duarte 
Tireotrofina coriônica humana (TRF) - é similar ao TSH produzido pela hipófise, porém possui pouca ação sistêmica e é secretadopela 
placenta em pequena quantidade. 
Adrenocorticotrofina coriônica humana (ACTH placentário) - produzido no sinciciotrofoblasto. Estimula a produção de cortisol pela 
suprarrenal. 
α-fetoproteína (AFP) – Acredita-se que atue no transporte de hormônios esteroides na circulação fetal. É encontrada na circulação materna 
em concentração expressivamente inferior à fetal. 
Relaxina – produzido pelo corpo lúteo. Acredita-se que esteja associada a embebição gravídica promovida pelos esteroides sobre os 
ligamentos articulares, facilitando adaptação da sínfise púbica. 
Prolactina (PRL) – produzida na gestação pela hipófise materna e fetal e pelo útero (endométrio e miométrio). Tem aumento no início da 8ª 
semana de gravidez e é proveniente da hipófise materna. Essa elevação é responsável pelo preparo do organismo materno para o 
aleitamento. 
Inibina, ativina e folistatina - A inibina (inibidora) e a ativina (ativadora) são substâncias que regulam a produção placentária de GnRH, de 
HCG e de esteroides. A folistatina inibe a ação da ativina. 
Peptídeo natriurético atrial – tem ação natriurética, diurética e de relaxamento da musculatura lisa. 
Progesterona – até a 7ª semana, é produzida pelo corpo lúteo. A parti da 8ª semana, o trofoblasto se torna a principal fonte de produção. A 
partir da 10ª semana, o corpo lúteo cessa suas funções e o trofoblasto produz até o termo. A concentração de progesterona no plasma 
materno oscila de 40 ng/dL, no primeiro trimestre, a 100-200 ng/dL, no termo. Suas funções são: 
- Atua no endométrio facilitando a nidação do blastocisto; 
- Inibe a atividade miometrial, inibindo a contração uterina prematura; 
- Estimula, no tecido mamário, o crescimento alveolar; 
- Ativa o centro respiratório no sistema nervoso central aumentando a ventilação pulmonar. 
 
Estrogênios – no início da gestação são produzidos pelo corpo lúteo e a partir da 8ª semana, pela placenta a partir de androgênios. Todos 
aumentam na gestação. Suas funções são: 
- Aumentando o volume sanguíneo por estímulo do sistema renina-angiotensina; 
- Promove vasodilatação e facilita o fluxo sanguíneo uteroplacentário; 
- Estimula a contratilidade do miocárdio; 
- Na hipófise, estimulam a síntese de prolactina, mas bloqueiam os receptores desse hormônio, no tecido mamário, inibindo a 
lactação; 
- No fígado, estimulam a síntese de proteínas transportadoras de esteroides; 
- No miométrio, induzem hiperplasia e hipertrofia. 
 
• REPERCUSSÕES DA GESTAÇÃO NO SISTEMA ENDÓCRINO 
HIPÓFISE: 
- O volume da hipófise anterior aumenta durante a gestação; 
- A secreção de hormônio do crescimento (GH) é estimulada durante o 1º trimestre; 
- A secreção de prolactina é regulada por feedback’s. No período final da gestação, apesar da presença do HPL, a secreção e dopamina reduz, 
resultando no aumento dos níveis de prolactina. Isso possibilita o desenvolvimento da glândula mamaria no puerpério imediato. 
- Os níveis plasmáticos de ACTH aumentam progressivamente com pico durante o trabalho de parto. 
 
EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL 
- Aumento da síntese e a liberação pela placenta da corticotrofina (ACTH) e do hormônio liberador da corticotrofina (CRF); 
- Níveis elevados de CRH no trabalho de parto. 
 
EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-TIREOIDE 
- A produção de hormônios tireoideanos (HT) está aumentada; 
- A placenta produz quantidades de uma substancia que converte T4 em T3 reverso, uma forma inativa; 
- O aumento do clearence de iodo pode levar a dificuldade de aumento dos hormônios tireoidianos, levando ao risco de desenvolvimento 
de hipotireoidismo na gestação. 
- O estrogênio placentário estimula a produção da proteína 
ligadora da tiroxina (TBG), elevando as concentrações séricas de 
T4 e T3 totais. 
- Os limites de normalidade do TSH são menores daqueles fora 
da gestação pelo efeito do hCG; 
- O T4 total está maior que o da população geral, devido ao 
aumento da TBG. 
 
9 – MODIFICAÇÕES NA PELE E FÂNEROS 
 Maressa Duarte 
- Aparecimento de estrias abdominais e nas mamas, inicialmente vermelhas, mas que se tornam brancas ou nacaradas, isso decorre da 
redução da hidratação e do estiramento da pele. 
- Aumento da pigmentação na aréola mamária, na região malar da face (cloasma), períneo, axilas e linha alba (linha nigrans) por ação dos 
estrogênios, da progesterona e, provavelmente, dos mineralocorticoides, hormônios que promovem maior concentração de melanina nessas 
regiões. 
- Alterações vasculares, consequência da vasodilatação causada pelo perfil hormonal da gestação, representadas pelas aranhas vasculares 
(telangiectasia capilar) e pelo eritema palmar. 
- Quando a atonia dos vasos se associa ao aumento da pressão intravascular decorrente da compressão da circulação de retorno, surgem as 
varicosidades em membros inferiores e região perineal. 
- Aparecimento de telangiectasias (vasos muito finos existentes na superfície da pele). A hipertricose é um fenômeno fisiológico durante a 
gravidez (pelos na face e em outras regiões), unhas quebradiças e surgimento de eritema palmar e hipertrofia das glândulas sudoríparas e 
sebáceas. 
- Aumento da secreção das glândulas sebáceas, resultado do aumento da progesterona, e com isso, a pele da gestante torna-se mais oleosa 
e mais propensa ao desenvolvimento de acne e facilita a queda capilar. 
 
10 – MODIFICAÇÕES NOS ÓRGÃOS GENITAIS 
ÚTERO: 
- Nos primeiros meses da gestação a parede uterina torna-se mais espessa, e com a evolução da gravidez, ela sofre um afinamento 
progressivo. 
- Há aumento de tecido conjuntivo e dos ligamentos de sustentação uterina, de vasos sanguíneos e linfáticos. 
- O útero sofre aumento no seu peso e no seu volume. Ocorre hipertrofia muscular, que até 12 semanas é fruto da estimulação hormonal 
(estrogênio e em menor grau, a progesterona) e, após, é resultado da pressão exercida pelo crescimento do concepto e dos anexos. 
- O aumento uterino não é simétrico, sendo mais notado na região fúndica do órgão e no entorno do sítio placentário. 
- De início, é órgão restrito à pelve, ganhando a cavidade abdominal por volta de 12 semanas (sínfise púbica). Com 16 semanas encontra-se 
entre a SP e a CU. Com 20 semanas, está na CU. Com 40 semanas atinge o apêndice xifoide. Com esse aumento, o útero sofre discreta rotação 
para a direita. 
- Os ligamentos de sustentação do útero, redondos, uterossacros e largos, acompanham o crescimento do órgão e, como ele, sofrem 
hipertrofia e hiperplasia. 
- A atividade contrátil miometrial se inicia no 1º trimestre da gestação, com metrossístoles irregulares e não dolorosas. A partir do 2º 
trimestre surgem as contrações de Braxton-Hicks, esporádicas, arrítmicas, de maior intensidade e por vezes percebidas pela mãe. 
 
COLO UTERINO: 
- Torna-se amolecido e edemaciado, resultado do aumento da vascularização e edema do colo, assim como da hipertrofia e hiperplasia das 
glândulas cervicais. 
- Ocorre extensão ou eversão do epitélio colunar, tornando a ectocérvice friável, podendo sangrar ao menor trauma 
- O muco cervical se torna mais espesso e viscoso, não se cristalizando quando desidratado. 
- Logo após a concepção, o canal cervical é obstruído por tampão mucoso. 
 
OVÁRIO: 
- O processo de maturação folicular cessa. 
- O corpo lúteo mantém-se funcionante por estimulo do hCG e sendo responsável pela produção da progesterona nas primeiras 6-7 semanas 
da gestação. 
 
TUBAS UTERINAS: 
- A musculatura da trompa uterina sofre hipertrofia e o epitélio da mucosa sofre um processo de achatamento. 
- As trompas diminuem a motilidade em decorrência da progesterona. 
- Sua localização se desloca para a cavidade abdominal. 
 
VAGINA: 
- Encontra-se violácea. 
- Ocorre hipertrofia das células musculares da vagina, aumentando sua largura e o seu comprimento. 
- A secreção vaginal, aumentada pelo incremento da vascularização e pela maior atividade glandular, assumindo aspecto leitoso por conter 
grande quantidade de células epiteliais descamadas. 
- A ação dos lactobacilos sobre o glicogênio acumulado na parede da vaginaproduz grande quantidade de ácido lático, o que diminui o seu 
pH (o pH na gravidez é ácido, entre 3,5 e 6). 
 
VULVA: 
- Também se encontra violácea. 
- Os grandes e os pequenos lábios, o meato uretral e as papilas da mucosa vaginal se hipertrofiam. 
 
11 – MODIFICAÇÕES NA MAMA 
- Nas primeiras semanas da gravidez as mamas tornam-se ingurgitadas e dolorosas. 
- Após o 2º mês, aumentam de tamanho devido à hiperplasia das glândulas e da proliferação dos ductos mamários e canais galactóforos. 
- Aparecimento da rede venosa de Haller. 
 Maressa Duarte 
- As papilas tornam-se maiores, mais pigmentadas e eretas. Após os primeiros meses um líquido espesso e amarelado (colostro) pode ser 
visualizado através da expressão papilar. Nesse mesmo período as aréolas tornam-se maiores e mais enegrecidas, formando aréola 
secundária (sinal de Hunter). 
- Observa-se hipertrofia das glândulas sebáceas periareolares (tubérculos de Montgomery). 
- No 2º trimestre, por ação da progesterona, do estrogênio e da prolactina a mama experimenta uma expansão dos seus alvéolos a partir da 
árvore ductal.

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