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A evolução dos ruminantes fez com que eles desenvolvessem características anatômicas e simbióticas, como o surgimento do rúmen devido o fato de ser uma presa fácil o órgão auxiliou no consumo “rápido” e em grande quantidade para evitar ataques de predadores. Essas características possuem vantagens e desvantagens. Vantagens: utilizar eficientemente carboidratos fibrosos como fonte de energia e compostos nitrogenados não proteicos como fonte de proteína. Desvantagens: produção de metano (perda de energia e poluição ambiental) e perda de aminoácidos (fermentação da proteína). A celulose e outros polissacarídeos PCV (parede celular vegetal) possuem maior fonte potencial de energia para ruminantes. A degradação de alguns constituintes da parede celular pelos ruminantes é consequência da simbiose entre o animal ruminante e os microrganismos ruminas que possuem enzimas que quebram ligações β de carboidratos de parede celular vegetal. Possui baixa concentração de oxigênio (anaeróbico), constância de pH (6,0 a 7,0) e constância de temperatura (38°C a 42°C), suprimento continuo de sólidos e líquidos, ou seja, presença de substratos e de atividade fermentativa e remoção dos produtos da fermentação é feito por aproveitamento pelo animal ou por manutenção das características ideais para fermentação. Utilizam fontes de nitrogênio não proteico de aminoácidos, sintetizam vitaminas do complexo B e K e sintetizam enzimas capazes de degradar carboidratos fibrosos (CF) e pectina, ou seja, degradam celulose, hemicelulose e pectina. No rúmen é onde encontra as enzimas microbianas que degradam celulose e hemicelulose, a principal forma de energia de ruminantes adultos são os AGV’s (ácido graxo volátil), já do bezerro é a glicose (pré-ruminante). Bactérias: 1010 células/g de conteúdo ruminal, cerca de 60 a 90% da biomassa microbiana. Protozoários: 106 células/g de conteúdo ruminal, maioria ciliados e representam de 10 a 50% da biomassa microbiana total. Fungos: 102 a 104 células/g de conteúdo ruminal, estritamente anaeróbicos, até 8% da biomassa microbiana total. Metanogênicas/Archaea: distintas filogeneticamente das bactérias, diferenciam por serem quimitróficas e pela estrutura da parede celular, os lipídios de membrana são éteres de glicerol em vez de ésteres de glicerol. São os microrganismos mais estritamente anaeróbicos do rúmen e produzem metano a partir do CO2 e H2, 0,5 a 3,0% do total de microrganismos do rúmen e cerca de 20% das metanogênicas vivem na superfície dos protozoários. População mais diversa do rúmen, tamanho de 1 a 5 5 µm, sendo mais de 20 espécies que apresentam contagens superiores a 107 células/g de conteúdo ruminal, realizam digestão enzimática de carboidratos e proteínas, síntese de vitK e complexo B e síntese de aminoácidos a partir NNP. Grupos Substratos Produtos Celulolíticas Celulose, amido, maltose, sacarose e glicose Formato, acetato, butirato, lactato... Hemicelulolítica s Hemicelulos e e pectinas AGV Amilolíticas Amido, dissacarídeo s Formato, acetato, butirato, lactato... Lipolíticas Lipídeos Acetato, propionato , CO2 Proteolíticas Aminoácidos Amônia e AGV Archaea H+, CO2 Metano Auxiliam na digestão da fibra e da proteína, geralmente estão aderidos às partículas alimentares de grande tamanho (manutenção no rúmen por mais tempo), o tempo médio de vida dos protozoários é de 24 horas, a aderência é essencial para sua vida, utilizam bactérias como fontes de aminoácidos e também utilizam outras fontes. É adquirido através do contato com o animal faunado. Protozoários Holotrichia: 103 a 104 células/mL em animais consumindo forragens, cerca de 30% ou mais dos protozoários ciliados do rúmen, seu principal substrato é os carboidratos solúveis e é predado por grandes protozoários. Protozoários Entodinomorfos: 105 a 106 células/mL em animais consumindo quantidade moderada de grãos, encontrados em estreita associação com as partículas de alimento e a sua concentração no líquido ruminal não indica numero real, usam carboidratos solúveis pobremente e engolfam rapidamente grânulos de amido. Degradam os carboidratos fibrosos e são capazes de acessar os tecidos vasculares lignificados, participam ativamente no rompimento físico da fibra por meio de rizoides ou hifas, durante o processo de degradação das forragens. O desenvolvimento do rúmen como câmara de fermentação inicia-se no animal recém-nascido e tem grande influencia da dieta e do subsequente controle da fermentação, por meio de processos fisiológicos integrados com a nutrição do hospedeiro. O contato do recém-nascido com microrganismos ruminais se da principalmente pelo contato com animais adultos (mãe), ingestão de alimentos contaminados, cochos, bebedouros e ar. – Ocorre para degradação das moléculas, o primeiro passo é a aderência da célula bacteriana, protozoário e fungo a partícula de alimento o segundo passo é a aproximação das enzimas presentes na superfície externa da membrana dos microrganismos aos substratos e assim a população de bactérias aderentes crescerá sobre o substrato. – São ácidos fracos com 1 a 7 átomos de carbono e atendem 60-80% das exigências diárias de energia ruminante, cerca de 75% da energia dos carboidratos é para produção de AGV e os 25% se divide para o crescimento e manutenção microbiana e são perdidos na forma de CH4. Glicose (6C) = 2Acetatos (2C) + 2CO2 + 8H Glicose (6C) = Butirato (4C) + 2CO2 + 4H Glicose (6C) = 2Propionato (3C) – 2H A fermentação causa um excesso de hidrogênio no meio CO2 tendo a necessidade de retirar o H+ e regenerar os cofatores (NAD+ →NADH). Archaeas metanogênicas CO2 + 8H = CH4 + 2H2O Eliminação de 6-12% da energia ingerida (perda de energia) gerando preocupação ambiental (gases do efeito estufa). Possui uma variação de compostos que variam de determinantes primários como natureza da ração e origem química dos CHOs Os produtos finais da fermentação são: AGV, lactato e gases (CO2 e CH4). A quantidade e proporção dos produtos finais depende da espécie bacteriana, concentração de NADH e H2 na célula que ambas dependem da dieta ingerida. É o produto mais oxidado e sua formação resulta em máximo rendimento para a bactéria. 1mol de glicose → 2 piruvato → 2 acetatos + 4mol de ATP (microbiota) + 4H Pode ocorrer por duas vias: Via do succinato: 1mol de glicose → 2 piruvato → 2 propionato + 4mol de ATP (microbiota) – 2H Via do acrilato: 1mol de glicose → 2 piruvato → 2 lactatos → 2 propionato + 2 mol de ATP (microbiota) – 2H 1 mol de glicose → 2 piruvato → 2 Acetil- CoA → 1 butirato + 3 mol de ATP (microbiota) + 2 H Lactato não é um AGV e ele recicla o NADH. A Streptococcus bovis é a principal produtora e é resistente a queda de pH. O ácido lactato é o mais forte (pK = 3,1) entre os AGV (pK = 4,8). Isômero D (metabolizado mais lentamente e mais tóxico) e L (condições normais 85%) quando o pH está abaixo de 5 existe predominância isômero D e crescimento Megasphaera elsdenni é inibido. Ocorre nas papilas ruminais, transporte da parede do rúmen para a corrente sanguínea. Os locais de utilização dos AGV’s são: É realizado pelo suco pancreático, suco biliar e as enzimas: α-amilase pancreática, maltase, isomaltase, trelase, lactase e sacarase, duas ultimas citadas são limitadas nos ruminantes. – É onde ocorre a digestão do amido, celulosee hemicelulose a absorção de AGV’s e a formação do bolo fecal e excreção.
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