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AVALIAÇÃO INST NO BRASIL E SP Erica

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE PEDAGOGIA
ÉRIKA MARTA FERREIRA
201602765651
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
AVALIAÇÃO EM GRANDE ESCALA NO BRASIL, SÃO PAULO E PARANAPANEMA
PARANAPANEMA – SP
2019
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
ÉRIKA MARTA FERREIRA
Matricula: 201602765651
AVALIAÇÃO EM GRANDE ESCALA NO BRASIL, SÃO PAULO E PARANAPANEMA
Trabalho é um pré-requisito para aprovação na disciplina de AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL (CEL0379), do Curso de Pedagogia, sob a orientação da Professora: Thauana Paiva de Souza Gomes.
PARANAPANEMA – SP
2019
1- Resumo 
Este trabalho detalha o panorama da educação brasileira, explicando os processos de avaliação em larga escala. Relatando aos três níveis (federal, estadual, municipal) da Educação Básica. Analisa os últimos anos como fase de síntese, estruturação e consolidação de um quadro geral de ação política referente a processos externos de avaliação em larga escala no Brasil, o qual passa de um nível de diagnóstico, para o de significados pautados pelo pragmatismo e operacionalização. 
2- Objetivos
O objetivo deste trabalho é traçar o quadro geral das políticas públicas brasileiras do campo da educação no Brasil, no Estado de São Paulo e no meu Município de Paranapanema SP, rememorando as ações empreendidas, identificando a instituição de políticas e estratégias de ação, e o sentido que pode ser apreendido do conjunto. O objetivo especifico são as ações do Estado relacionadas com a avaliação em larga escala da Educação Básica. Refiro-me ao Estado brasileiro nos últimos anos, identificado com o sentido de modernização, racionalidade e eficácia - “eficácia, porque assente na monoracionalidade, impõe-se de forma independente dos contextos institucionais e organizacionais” (LIMA; AFONSO, 2002, p. 23).
3- Introdução
A avaliação institucional é um processo de observação e reflexão sobre as metas e objetivos sobre a própria pratica pedagógica da escola. Com os resultados obtidos através desta avaliação a instituição faz uma revisão das suas práticas e metodologias e identifica os pontos necessários para alterações. Essa avaliação busca e coleta através dessas provas onde visa refletir sobre sua missão, objetivos e qualidades nos serviços prestados. Com base nesta pesquisa feita a instituição levanta os aspectos considerados ruins e tenta solucioná-los. É um processo de controle e acompanhamento das atividades desenvolvidas em instituições de ensino, dentro de uma abordagem construtiva e dialógica. Deve ter sempre por principio a melhoraria continua dos processos acadêmicos, visando alcançar um crescimento ou consolidação.
Nos últimos anos, presenciamos, no Brasil, um conjunto de iniciativas no campo da política de avaliação educacional, por meio da implantação de avaliações em larga escala, que deram forma a um robusto e eficiente sistema de avaliação, que se destacou como um dos mais eficientes do mundo (CASTRO, 2009). 
Em torno de 20 anos, o país foi capaz de desenvolver e consolidar uma Política e um Sistema de Avaliações Educacionais bem amplos, que abarcam todos os níveis, modalidades e etapas da educação básica e pode nutrir a sociedade com dados e informações sobre sistemas e unidades de ensino, gestores, professores e alunos a respeito de condições socioeconômicas, infra-estrutura, dentre outros aspectos.
No ambiente escolar, as avaliações são contínuas e indispensáveis para o desenvolvimento do trabalho pedagógico, por se tratarem de uma verificação dos resultados de ações direcionadas ao cumprimento de objetivos previamente planejados. A diversidade de metodologias e análises utilizadas, no entanto, proporcionam processos avaliativos distintos, embora não excludentes.
Quando agregado ao trabalho dos professores que estão diariamente em sala de aula, torna-se um instrumento útil para o desenvolvimento de uma educação mais eficiente e que leva em consideração a heterogeneidade intrínseca aos grupos de alunos.
Este trabalho não tem a pretensão de tratar de todos esses aspectos, mas de discutir sobre a Avaliação em Larga Escala na Educação Básica, a partir do problema do uso de seus resultados para melhorar essa educação. Trata-se de um ensaio teórico que traz uma contextualização e uma problematização sobre a avaliação educacional no Brasil e alguns limites e possibilidades de o tema ‘melhoria da qualidade da educação’ ser contemplado nas avaliações.
4- AVALIAÇÃO EM GRANDE ESCALA NO BRASIL
A Constituição (BRASIL, 1988) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº. 9.394 (BRASIL, 1996), reafirmam o Ensino Fundamental obrigatório e gratuito, assegurando sua oferta para jovens e adultos que a ele não tiveram acesso, bem como a progressiva universalização do Ensino Médio gratuito. Avançando e dando sentido concreto a esta expectativa de extensão progressiva da obrigatoriedade para o Ensino Médio, a Emenda Constitucional nº. 59 (BRASIL, 2009) amplia a faixa de obrigatoriedade e gratuidade estendendo-a dos 4 aos 17 anos. Verifica-se, portanto, que nos últimos cinqüenta anos ocorreu uma considerável ampliação na faixa de responsabilização do Estado Brasileiro quanto à oferta de ensino obrigatório e gratuito: anos sessenta de 7 a 10 anos e, em 2009, passa a abranger dos 4 aos 17 anos.
Segundo Carnoy (2009), há 50 anos, não havia tanta preocupação com a qualidade da educação nem com o sucesso educacional dos escolares. Para esse autor, a partir do momento em que as cidades crescem, desenvolvem-se, e o mercado de trabalho se amplia, surge uma preocupação com a mão de obra qualificada e, conseqüentemente, com o sucesso dos escolares. Isso reforça a necessidade de se qualificar a escola, uma vez que ela prepara as pessoas para atuarem com mais competência no mercado de trabalho. Nesse contexto, surgiu essa urgência de se pensar em padrões de qualidade educacional, com muito interesse de estudiosos e pesquisadores pelo desempenho e pelo sucesso dos estudantes e por conhecer os impactos da qualidade da educação no crescimento do país.
Após avaliação nas escolas e os índices identificados é hora de revisar o PPP (Projeto Político Pedagógico) para conseguir obter as melhores soluções necessárias de forma democrática com a parceria da escola, família e comunidade. 
A avaliação é realizada em grande escala com o intuito de avaliar a qualidade de ensino, os objetivos, utilizando para isso ferramentas diagnosticadas para obter esses dados como SAEB, ENEM, ENCEJA, IDEB, Provinha Brasil.
Essas avaliações também são chamadas de avaliações em larga escala ou avaliações externas, porque têm características, objetivos e procedimentos distintos em relação às avaliações tradicionais. São aplicadas para um número elevado de pessoas do sistema escolar, geralmente solicitadas por entes externos às unidades de ensino, sobretudo, por instâncias de governos e órgãos centrais, e de forma padronizada. Produzem dados e informações valiosos, tanto dos sistemas quanto das unidades de ensino, da gestão, dos professores e dos alunos. Tais informações podem se constituir em diagnóstico e subsidiar a implementação de políticas educacionais, proporcionam o acompanhamento dos indicadores de qualidade da educação ao longo dos anos e subsidia a definição de ações, mediações e/ou intervenções voltadas para solucionar os problemas identificados nos sistemas de ensino. Além disso, podem orientar o uso dos recursos técnicos e financeiros, tendo em vista melhorar a qualidade do Sistema Educacional Brasileiro. 
4.1 SAEB
A primeira experiência de avaliação educacional, em âmbito nacional, ocorreu na educação básica, a partir de 1988, com a implementação de um Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), por meio do qual é possível acompanhar o desenvolvimento de um sistema que se propõe a avaliar e monitorar a qualidade da educação no Brasil (MINHOTO, 2011). Nesse contexto, o SAEB se configurou como uma importante iniciativa para o país, haja vista que favoreceu um mapeamento da realidade educacional e possibilitou a implantação de políticaseducacionais e a elaboração de outras políticas de avaliação para atender aos demais níveis, etapas e modalidades de ensino.
O SAEB foi alterado em 21 de março de 2005, quando foi dividido em dois instrumentos distintos: a Avaliação Nacional da Educação Básica – ANEB - e a Prova Brasil. A primeira continuou sendo chamada de SAEB e se constitui como um levantamento amostral, pois coleta e divulga seus resultados de forma agregada, ou seja, por regiões, unidades da Federação ou redes de ensino (pública e particular), e não, por escolas isoladamente. 
Desde o início, até 2011, foram realizadas 11 edições do SAEB com constantes reformulações metodológicas. Atualmente, esse sistema, além de articular os resultados do desempenho de estudantes matriculados nos ciclos finais da educação básica (Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio), em testes padronizados, nas disciplinas Matemáticas e Língua Português, coleta informações sobre hábitos de leitura, características das turmas, condições socioeconômicas dos alunos e dos professores e de infraestrutura das escolas (MINHOTO, 2011). 
Em 2001, o Saeb passou a avaliar apenas as áreas de Língua Portuguesa e Matemática, o que perdurou até 2013, quando foi feita a inclusão experimental da avaliação de Ciências para estudantes da 8ª série/9º ano do Ensino Fundamental e da 3º série do Ensino Médio.
Em 2005, o Saeb foi reestruturado com duas avaliações: a Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb), diagnosticando ainda uma amostra de escolas das redes públicas e privadas, e a Prova Brasil, realizada a cada dois anos, que contempla escolas públicas com no mínimo 30 estudantes matriculados na última etapa dos anos iniciais (4ªsérie/5º ano) ou dos anos finais (8ªsérie/9º ano) do Ensino Fundamental.
4.2- ENEM
A avaliação em larga escala, entretanto, na década de 1990 se desdobra em múltiplas modalidades. A avaliação da Educação Básica, que se reduzia ao Saeb, amostral, focado em competências em leitura e matemática, passa a contar, em 1998, com outro instrumento, agora instituído com o objetivo de verificar o comportamento de saída do ensino médio, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Este extrapola o objetivo de avaliar as aprendizagens realizadas pelos concluintes do Ensino Médio no momento em que subsidia a engrenagem organizada nacionalmente para o ingresso no sistema federal de Educação Superior pública, substituindo, em muitos casos, a prática do vestibular como forma de seleção para o ingresso no Ensino Superior. 
O Enem foi recebido, inicialmente, com descrédito por parte das Universidades, e com reações contrárias, inclusive por parte dos estudantes. Uma das dificuldades era o pagamento de taxas para sua realização, frente ao que algumas secretarias de educação se dispuseram a arcar com os custos de inscrição dos estudantes das escolas públicas. Entretanto, o Enem foi progressivamente adquirindo espaço e força em decorrência de três eixos de questões. Primeiro, com a adesão de Universidades que passaram a considerar os resultados obtidos pelos estudantes para o ingresso no Ensino Superior, em segundo lugar, com o Programa Universidade para Todos (ProUni) cujo critério de ingresso no Ensino Superior apenas considera os resultados do Enem e, em terceiro lugar, com a implantação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu)
O Sisu, criado e gerenciado pelo MEC é uma estratégia importante de fortalecimento e institucionalização do Enem. O Sisu consolida os resultados do Enem como prova única de seleção para instituições de Ensino Superior. Cada vez mais Instituições de Ensino Superior (IES) públicas, Universidades Federais, Universidades Estaduais e Institutos federais de educação, ciência e tecnologia, bem como IES particulares adotam o Enem como processo de seleção para ingresso em seus cursos de graduação. Os candidatos aos cursos das IES públicas participantes do SISU submetem-se a um processo centralizado de oferta de vagas, o que passa a configurar um sistema nacional de Ensino Superior público. 
4.3- ENCCEJA
O Exame Nacional Para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) é uma prova do Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para obtenção dos certificados do Ensino fundamental e Médio.
Criado em 2002, o Encceja surgiu como uma ferramenta de avaliação de participantes que não estavam frequentando regularmente as escolas e pretendiam obter o certificado.
O Inep transferiu a certificação do Ensino Médio para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009, tendo o mesmo critério de idade e exigindo do participante nota superior a 450 pontos em cada prova objetiva e 500 na redação. Para certificação do ensino médio, o Encceja ficou restrito a brasileiros no exterior.
Em 2017, o Ministério da Educação (MEC) decidiu adotar novamente o Encceja para a certificação do ensino médio. O motivo é que o Enem tornou-se uma porta de entrada para a universidade, não sendo o melhor meio de avaliar os conhecimentos dos participantes que desejam concluir a educação básica.
Para obter a certificação do ensino fundamental, é preciso ter pelo menos 15 anos. Já para o ensino médio, o participante deve ter no mínimo 18 anos.
4.4- IDEB
Índice de Educação Básica. Foi criado em 2007 e é o indicador nacional que possibilita o monitoramento da qualidade na Educação pela população. É um dado concreto no qual a população pode se mobilizar em busca de melhorias. As metas estabelecidas pelo IDEB são diferenciadas para cada escola e rede ensino com o objetivo –único de alcançar 6 pontos até 2022, média correspondente ao sistema educacional dos países desenvolvidos. 
O IDEB é calculado através da taxa de rendimento escolar ( aprovação) e as médias de desempenhos nos exames aplicados pelo Inep. Assim sendo aplicados pelo Censo Escolar e Saeb.
O Ideb é um indicador geral da educação nas redes privada e pública, uma espécie de nota. Para chegar ao índice, o MEC calcula a relação entre rendimento escolar (taxas de aprovação, reprovação e abandono) e desempenho em português e matemática na Prova Brasil, aplicada para crianças do 5º e 9º ano do fundamental e do 3º ano do ensino médio.
O índice é divulgado a cada dois anos e tem metas projetadas até 2021, quando a expectativa para os anos iniciais da rede estadual é de uma nota 6,0. Assim, para que o Ideb de uma escola ou rede cresça é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente as aulas.
O Ideb foi criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e é divulgado a cada dois anos. O Ideb divulgado nesta quinta-feira diz respeito ao desempenho das escolas, redes, municípios, estados e Brasil em 2015. O desempenho é comparado com as metas calculadas a partir da primeira edição, em 2005, e projetadas para todas as edições futuras, até o ano de 2021.
Há um indicador calculado para cada nível do ciclo básico: o ensino fundamental I (avaliando os estudantes do 5º ano), o ensino fundamental II (avaliando os estudantes do 9º ano), e o ensino médio (avaliando os estudantes do 3º ano).
4.4.1- IDEB NO ESTADO DE SÃO PAULO
A rede pública estadual de São Paulo ficou com 3,8 de nota no Ensino Médio no Ideb (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico) em 2017, atrás de Pernambuco (4,0), Espírito Santo (4,1) e Goiás (4,3). A meta era 4,6. Na edição anterior do Ideb, em 2015, São Paulo liderava ao lado de Pernambuco com 3,9 no ensino médio.
A rede privada teve nota melhor, 5,9, mas também abaixo da meta de 6,8. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (3), pelo MEC (Ministério da Educação).
O cálculo é baseado na aprovação dos estudantes e no desempenho deles em português e matemática. Na 8º série/9º ano, a nota do estado de São Paulo foi 4,8. A meta era 5,3.
4.4.2- IDEB EM PARANAPANEMA
O levantamento foi elaborado com dados do Ministério da Educação - (MEC).
A pesquisa levanta por município do Brasil o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB das Redes Federal, Estadual, Municipal e Pública.
O que resultou o apontamento do IDEBem 2017 atingindo a média de 6.4, “o que para nós é motivo de orgulho”. Disse a Secretária de Educação Municipal de Paranapanema SP.
As Escolas Municipais de Paranapanema tem apresentado evolução no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). O Índice é calculado a partir de dois componentes: a taxa de rendimento escolar (aprovação) e as médias de desempenho nos exames aplicados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente. O objetivo é monitorar a qualidade da Educação por meio de dados concretos.
“O trabalho apenas começou e colhemos alguns frutos, mas queremos mais. Somos ambiciosos e queremos nossas escolas como modelo para as demais. Podemos sim conseguir, com apoio da classe política, da comunidade e dos pais. Todos por um ideal! Nossos agradecimentos aos diretores, coordenadores, professores e servidores que se envolveram na busca de melhorias”, falou a Secretária.
As Escolas Avaliadas são de Ensino Fundamental, os municípios são avaliados através da Prova Brasil. A EMEIF Daisy Aparecida Espolaor Trevisani, não só apresentou progresso de 2011 a 2013, como já atingiu a meta prevista para 2015, com índice 6,3. A EMEF José Gonçalves Mendes também apresentou progresso e cumpriu com a meta para 2013, alcançando Ideb 5,5. A EMEF Posto Tibiriçá, embora não atingisse a meta (faltou 0,1) é a Escola que mais apresentou progresso no município, subindo 0,4 pontos, de 4,9 para 5,3. A EMEF Antônio Luiz Duarte mostrou progressos e cumpriu com a meta para 2013, com Ideb 4,4. Já a EMEF Holambra II, mesmo sem atingir a meta anual, está com pontuação superior à alcançada por todo o Estado de São Paulo, com Ideb 4,5.
Assim, a qualidade do aprendizado no Município de Paranapanema segue obtendo progressos, com seus profissionais da educação trabalhando com afinco para alcançar as metas estabelecidas para a melhoria do ensino.
4.5- Prova Brasil
A Prova Brasil foi idealizada para produzir informações sobre o ensino oferecido por município e escola, individualmente, com o objetivo de auxiliar os governantes nas decisões e no direcionamento de recursos técnicos e financeiros, assim como a comunidade escolar no estabelecimento de metas e implantação de ações pedagógicas e administrativas, visando à melhoria da qualidade do ensino.
A Prova Brasil, recebe uma nova e mais ampla estrutura, não mais por amostragem. Essa avaliação coleta, produz e divulga informações em caráter universal, e seu principal objetivo é de gerar e organizar informações sobre qualidade, equidade e eficiência da educação nacional, de forma a permitir o monitoramento das políticas educacionais brasileiras.
A Prova Brasil coleta dados e informações sobre a educação no país, por regiões e por redes de ensino, por meio de três processos. O primeiro é a aplicação de testes padronizados de Língua Portuguesa e Matemática aos estudantes do 5º e 9º anos (4ª e 8ª séries) do Ensino Fundamental e da 3ª série do ensino médio.
4.6- CONCLUSÃO
A avaliação da educação básica brasileira foi uma das áreas da educação que mais esteve na centralidade das políticas educacionais nas últimas duas décadas. Trata-se de criar um mecanismo para acompanhar o sistema de educação e o sistema escolar e seus atores, com o intuito de contribuir para melhorar a qualidade da educação no país. Todavia, vimos que, apesar de se configurar como um sistema complexo e consolidado, o sistema e a política de avaliação da educação brasileira apresentam inúmeros limites para dar conta dos objetivos a que se propõem. Os limites anunciados são desafios, no sentido de pensar e de buscar a educação de boa qualidade que desejamos
No Brasil, a “boa escola” é o componente principal do discurso da avaliação considerando as evidências do Saeb acerca dos fatores associados ao aprendizado como sinalizadores da relação entre a adoção de boas práticas e o sucesso escolar (PACHECO; ARAUJO, 2004; KLEIN, 2005). Esses fatores distribuem-se em dois eixos centrais: o das condições de vida dos alunos, de suas famílias e de seu contexto social, cultural e econômico e o da própria escola, descrito por meio dos professores, diretores, projeto pedagógico, insumos, instalações, estrutura institucional, “clima” da escola e relações intersubjetivas no cotidiano escolar. Essa distinção justifica a diferenciação entre políticas sociais e as especificamente educacionais.
Neste estudo demonstramos que a avaliação, a partir dos meados dos anos oitenta, passou a assumir uma nova centralidade como um dos eixos estruturantes das políticas públicas, em geral, e das políticas educacionais
Nosso argumento neste estudo é, portanto, que o projeto de avaliação em larga escala em desenvolvimento desde o final da década de 1980, desdobrado ao longo de vinte anos, é reforçado a partir de 2005. Reforçado por receber importante legitimação a partir de ações pragmáticas vinculadas ao rankeamento de instituições, escolas, redes municipais e estaduais, à liberação de recursos, à valorização da “transparência” para a sociedade e à necessidade de qualificação da educação. Reforçado pela criação de novos índices e sistemas de seleção que valorizam os resultados de outras avaliações, que instituem novos parâmetros de comparações entre as instituições do sistema educacional. Pode-se levantar a hipótese de que as políticas de avaliação não estejam presentes no cenário educacional brasileiro simplesmente para produzir comparações e emulação, mas para responder a estratégias gerencialistas de modernização e racionalização voltadas para resultados. O panorama das políticas educacionais evidencia também a emergência de tecnologias digitais na administração da educação e a centralização do controle que elas proporcionam. A padronização de áreas, indicadores e critérios presente nos instrumentos de coleta de dados retira a escola de um patamar de autoidentidade formulada a partir de seu próprio olhar para lançá-la como organização caracterizada por uma linguagem padrão.
O uso dos resultados da avaliação precisa ser discutido. E, independentemente de esses resultados serem positivos ou negativos, devem ser trabalhados tanto pelos sujeitos da escola quanto pelo Estado. Afinal, por meio das avaliações externas, atualmente o Brasil produz uma grande quantidade de informações pertinentes sobre os sistemas, as unidades de ensino e cada aluno. 
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