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1 | P á g i n a UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL ALAN R F PAZ JÚNIOR PASSO FUNDO 2021 PRINCÍPIOS VIDEOLAPAROSCÓPICOS “Primum non nocere” Videolaparoscopia: Cirurgia minimamente invasiva que permite a chegada ao órgão doente sem lesar ou causar muitos danos no caminho (diminuição do trauma de acesso) sem comprometer o objetivo global do procedimento cirúrgico. Dentre seus benefícios, destaca-se a diminuição da dor pós-operatória e da morbidade da infecção da ferida, além de baixos problemas a longo prazo relacionados a hérnias e aderências. A cirurgia laparoscópica envolve a colocação de uma pequena óptica na cavidade do corpo (cavidade peritoneal, retroperitoneal, torácica) e esta óptica ilumina os tecidos- alvo e transmite uma imagem de alta definição, brilhante e ampliada para o cirurgião por meio de um sistema de câmera anexado ou incorporado. Como desvantagem, destaca-se que a laparoscopia proporciona uma imagem bidimensional formada a partir de um sistema de lente monocular, necessitando de treino e habilidades para a determinação das posições relativas dos instrumentos e dos tecidos visualizados em três dimensões. Fluxo de CO2 no pneumoperitônio: 1.2, controle de pressão de entrada e saída, fluxo, pressão máxima do interior da cavidade abdominal (14mmHg). • Preparo: Antissepasia, posição (acesso ao órgão a ser operado conforme angulação da mesa) e fixação. • Fisiologia: Pneumoperitônio (inserção de pressão na cavidade abdominal, quase sempre feita com uso de CO2), CO2, anestesia. 2 | P á g i n a • Trocartes: 1ª punção, angulação. • Tática: Diérese, hemostasia e síntese, procedimentos comuns da cirurgia aberta mas agora adaptados para os princípios videolaparoscópicos. Antissepsia: Lavagem da parede com clorexidina degermante ou PVPI, atenção especial para a cicatriz umbilical. Antissepsia com clorexidina alcoólica ou PVPI, em cirurgias de andar superior do abdome se prepara o tórax também e em cirurgias de andar inferior se lava até a metade da coxa. Posições: Proclive (Trendelemburg inverso), Trendelemburg (aumento do retorno venoso, útil em pacientes chocados, prejuízo da ventilação em pacientes obesos com abdome muito grande ou em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva), decúbito lateral, litotomia (acesso períneo) e decúbito ventral. Fixação à mesa: Apoio para as pernas e pés, uso de ombreiras, esparadrapos, ataduras, perneiras e assentos. Vantagens: Redução da dor pós-operatória, redução da permanência hospitalar, redução de infecções de parede e redução da convalescença. Com a videolaparoscopia há um aumento da pressão intra-abdominal, com compressão de alguns órgãos e aumento do retorno venoso. Se essa pressão chegar a 20mmHg, entretanto, há um bloqueio do retorno venoso em MMII, o aumento do retorno só se dá em níveis pressóricos menores. O CO2 é utilizado devido ao seu menor potencial de início de combustão, condições menos propícias a esse tipo de incidentes, contudo, pode ser absorvido (facilmente difundido) e associado ao organismo. Gás de baixo potencial de confusão, pouco difusível (baixo risco de embolia pulmonar caso seja injetado no sistema venoso). Por outro lado, um aumento de suas concentrações no sangue pode acarretar o surgimento de acidose metabólica e hipercapnia, corrigidas por meio da hiperinflação do pulmão, com aumento da FR ou do volume de ar corrente (FR x Vol. Ar corrente = Volume/minuto), aumento do volume/minuto. Menor reação tissular. • CO2: Não mantém a combustão, barato, rapidamente absorvido e com efeitos fisiológicos. • Oxido nitroso: Sustenta combustão, efeito no pessoal da sala. • Ar ambiente: Sustenta combustão, nitrogênio a 80% e oxigênio a 20%. Pneumoperitônio - Aparelho Cardiocirculatório: Pressão usual de 14 mmHg, pressões abaixo de 10mmHg causam compressão venosa e aumento do retorno venoso e pressões acima de 20 mmHg bloqueiam o retorno venoso e causam diminuição da pré- carga. Pneumoperitônio – Aparelho Pulmonar: Compressão 3 | P á g i n a pulmonar, atelectasias, aumento da pressão intratraqueal, hipóxia, hipercapnia e acidose respiratória leve. Outros: Trombose venosa profunda, hipotermia (inflação e desinflação do abdome, o ar frio é insuflado e, consequentemente, causa uma diminuição da temperatura) e dor pós-operatória no ombro (ascenção do CO2 residual do abdome para o diafragma, irritação frênica com sintomas de dor no ombro). • Redução do retorno venoso, hipercapnia e aumento da pós-carga: Taquicardia, hipertensão, resistência vascular aumentada (abdome), aumento da demanda de O2 no miocárdio • Reação vasovagal e compressão venocaval: Hipotensão e PCR (BLOQUEIO + GERAL + PROCLIVE = PCR) • Embolia gasosa/lesão vascular: Arritmia cardíaca e PCR • Pneumotórax hipertensivo: Lesão diafragmática, cirurgia em espaço pleural (pressão máxima de 5 mmHg) • Todo paciente isquêmico com Duplo Produto Cardíaco (DP = FC x PAS) acima de 14.000 terá risco acentuado de síndrome isquêmica coronariana. Anestesia • Redução do retorno venoso: Evitar associação de Bloqueio + Geral + Proclive (PCR), aumentar a hidratação e uso de drogas vasoativas. • Compressão pulmonar: Aumento da pressão intratraqueal, elevação da FiO2. • Hipercarbia: Aumentar o volume minuto (VM), VM = FR x VAC Trocartes 1ª punção: Sempre mais perigosa, com risco de perfuração de alça intestinal, agulha, trocarte, aberta, cicatriz umbilical, longe de cicatrizes cirúrgicas, podendo ser feita no ponto de Murphy esquerdo. A primeira punção geralmente se faz no umbigo (elevação da aponeurose). Angulação: Direcionado ao órgão a ser operado, sendo difícil a mudança da angulação posteriormente. Relação entre os demais trocartes, triangulação que permita uma boa e correta movimentação das pinças, preferencialmente sem limitação dos movimentos (angulação ideal de 90°, evitando sair de uma margem de 60° a 120°). 4 | P á g i n a Tática Videolaparoscopia Diérese: Secção com lâmina -> Secção com tesoura -> Eletrocoagulação -> Energia ultrassônica. Hemostasia: Clipes, eletrocoagulação, energia ultrassônica, radiofrequência + secção com lâmina, argônio (causa de hipertensão peritoneal, alta condutibilidade elétrica). Síntese: Suturas, grampeadores (secção, sutura e hemostasias). Contraindicação Absoluta: Falta de equipe ou equipamentos adequados. Contraindicações Relativas: Instabilidade hemodinâmica, distúrbio da coagulação não corrigível, hipertensão portal, rupturas diafragmáticas.
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