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FASES E SISTEMA DE CRIAÇÃO

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BOVINOCULTURA DE CORTE
Maria Eduarda Rocha
FASES E SISTEMAS DE CRIAÇÃO 
TIPOS DE SISTEMAS:
→ EXTENSIVO: 
· Pasto.
· Baixa densidade populacional/taxa de lotação.A unidade animal (UA) é o parâmetro mais ideal para expressar a taxa de lotação ou carga animal de uma pastagem, pois permite padronizar os pesos dos animais do rebanho, ou seja, padronizar as diferentes categorias animais no que diz respeito à demanda por recursos (pasto). 
→ 1 UA = 450 kg de peso vivo.
1 vaca de 450 kg = 1 UA 
3 bezerros de 150 kg = 1 UA 
2 novilhas de 225 kg = 1 UA 
Por esse motivo que se utiliza a medida UA para determinar a taxa de lotação, e não a medida de número de cabeças. 
· Média: <0,65 UA/ha/ano. 
· Concentração da produção.
· Poucas operações. 
· Instalações não adequadas (cercas, currais, etc). 
· Custo fixo e custo variável baixos.
· Pouco investimento em instalações, 
insumos, tecnologias, mão-de-obra. 
· Custos e faturamentos muito baixos. 
· Baixo desempenho dos animais.
· A média de idade de abate é alta (4 anos).
· Predomínio de zebuínos. 
· A genética deve ser mais adaptada para 
conseguir produzir nesse tipo de sistema. 
· Sistema desequilibrado.
· Aspectos ambientais, produtivos, econômicos. 
→ SEMI-INTENSIVO:
· Pasto e semi-confinamento.
· Média taxa de lotação: 1 a 2 UA/ha/ano.
· Elevação no grau de produtividade (em comparação com o sistema extensivo). 
· Terras em melhores condições. 
· Valorização da terra.
· Necessidade de ter retorno econômico na atividade. 
→ INTENSIVO: 
· Pasto, semi-confinamento e confinamento. 
· Maior grau de tecnificação. 
· Sistemas mais rentáveis. 
· Quanto mais intensivo for, maior o investimento e maior a lucratividade. 
· Pasto: 
· Média taxa de lotação: 5 a 6 UA/ha/ano.
· Pode ter implementação de sistemas de irrigação. 
· Forragens mais produtivas. 
· Manejo de pastagens com adubação. 
· Animais mais jovens e padronizados.
· Confinamento: 
· Alta produtividade.
· Rápida produção. 
· Custos fixos e custos variáveis superiores. 
· Alta rentabilidade. 
· Risco econômico superior. 
· O capital investido é muito alto, e as margens são apertadas. 
· Tem que produzir com eficiência para garantir a alta rentabilidade. 
→ FINALIDADE OU OBJETIVO: 
· Produção de genética 
· Tourinhos 
· Doadoras de embriões
· Matrizes e reprodutores
· Atendem a grande massa de pecuaristas que produzem o gado comercial 
· Produção comercial 
· Gado comercial 
· Grande maioria das fazendas de corte no Brasil 
→ SISTEMAS ALTERNATIVOS DE PRODUÇÃO: 
· Pecuária orgânica 
· Não há utilização de defensivos, antibióticos, adubação química, IATF (protocolo hormonal) e nenhum material geneticamente modificado. 
· A utilização de vacinas é permitida. 
· Valorização do produto final. 
· ILPF (Integração Lavoura Pecuária Floresta) 
· O mais comum é a Integração Lavoura Pecuária. 
FASES DO SISTEMA:
· Cria: nascimento a desmama (7 meses).
· Recria: desmama a reprodução (fêmea) ou início da engorda (machos). 
· Engorda ou terminação: recria ao abate. 
· Objetivo: maior peso à desmama e redução da fase de recria, da idade ao abate e à reprodução. 
· Média geral do ciclo completo: 
· Ganho de 6@ (180 kg de peso vivo) por fase. 
· Cria: 6@ (180 kg P.V)
· Recria: 6@ + 6@ = 12@ (360 kg P.V)
· Engorda: 12@ + 6@ = 18@ (540 kg P.V) 
· Média geral do peso do bezerro à desmama: 
· 180 kg P.V (6@).
· “Boi 777” 
· Protocolo produtivo que tem como objetivo principal a redução da idade de abate e o aumento do peso da carcaça 
· Existe um ganho considerável em qualidade da carne produzida, que pelo processo de suplementação pode melhorar a deposição de gordura 
· O conceito do “Boi 777” consiste em engordar 7@ na cria, 7@ na recria e 7@ na engorda, objetivando abater o animal com 21@ até os 24 meses de idade, garantindo assim a intensificação do sistema de produção e maior lucratividade ao produtor. 
· Para atingir esse objetivo é necessário se atentar principalmente ao manejo de pastagens e suplementação alimentar, de forma que toda a dieta do rebanho deve ser pensada para potencializar o ganho de peso. 
· 7@ na cria
· Os bezerros serão desmamados com cerca de 210 kg (7@) aos 7 meses de idade. Para que isso aconteça, os animais devem ter uma boa composição genética, e o produtor precisa ter boas práticas de manejo reprodutivo, sanitário e nutricional. 
· 7@ na recria 
· Os animais irão sair da recria com cerca de 420 kg (14@). 
· A fase da recria é a mais longa do ciclo de produção. Nos sistemas tradicionais brasileiros, ela possui a média de duração de 24 meses (2 anos), mas no “Boi 777” ela deve durar em torno de 10 a 12 meses. 
· A criação de gado em pasto é trabalhosa ao ganho de peso médio dos animais para atingirem as 7 arrobas dessa segunda etapa, por isso é imprescindível a prática de suplementação alimentar. 
· 7@ na engorda 
· O boi recebe as últimas 7@ do sistema, que figura a fase de engorda ou terminação, de onde sairá pronto para o abate com cerca de 630 kg (21@). 
· Independentemente desse período acontecer com o rebanho confinado ou em pasto, o produtor deve fornecer ração de qualidade, que possibilite o melhor acabamento de carcaça, a boa deposição de gordura e a redução do tempo de abate. 
COMO CONVERTER QUILOS EM ARROBA?
Considera-se que o animal possui 50% de rendimento de carcaça, ou seja, seu peso de carcaça equivale a 50% do seu peso vivo, afinal metade de sua carcaça é carne e a outra metade é composta por partes não comestíveis (vísceras, couro, cauda, etc). Esse valor é transformado em arrobas, considerando 1@ igual a 15 kg de carcaça. Exemplo: uma matriz pesa 423 kg (peso vivo); considerando 50% de rendimento, apresenta total de 211,50 kg de carne para transformação (carcaça). Dividindo esse valor por 15 kg (1@), chega-se a 14,1@. 
OBS: para facilitar o cálculo, quando tratar de gado vivo pode-se dividir o peso vivo por 30 kg, assim não precisando fazer a conta do 50% de rendimento de carcaça. 
423 kg P.V / 30 = 14,1@.
Ou seja, 1 arroba (@) equivale a 15 kg de carcaça, já considerando que a carcaça equivale a 50% do peso vivo do animal. 
Para facilitar o cálculo:
→ Quando se falar em carcaça, divide por 15 kg.
→ Quando se falar em peso vivo, divide por 30 kg. 
→ CRIA:
· Período do nascimento até a desmama (6 a 8 meses). 
· O ideal é o meio termo (7 meses), pois quanto menos tempo o bezerro ficar com a mãe, mais benéfico será para a mãe (antecipando seu retorno à reprodução) e pior para o bezerro (menor desempenho produtivo). E quanto mais tempo o bezerro ficar com a mãe, mais benéfico será para o bezerro (maior desempenho produtivo) e pior para a mãe (atrasará o retorno à reprodução). 
· Bezerro desmamado aos 6 meses: mais leve; menor desempenho produtivo; haverá necessidade de suplementação 
· Bezerro desmamado aos 8 meses: mais pesado; maior desempenho produtivo; atrapalha o retorno reprodutivo da fêmea 
· No calendário de 12 meses, após o desmame a fêmea terá um prazo muito curto para recomposição e retorno à estação reprodutiva, objetivando garantir uma nova parição. Sendo assim, o mais indicado é desmamar os bezerros aos 7 meses de idade, e não aos 8 meses, pois dessa forma ela terá mais tempo para se preparar e estar apta para a próxima estação de monta. 
· A fase de cria é a mais trabalhosa e que demanda mais manejo. 
· Várias categorias animais (vacas, novilhas, touros, bezerros) 
· Maior complexidade (seleção correta da matriz, escolher bem o acasalamento, excelência no uso das biotécnicas da reprodução)
· Produção de mais bezerros e mais pesados.
· Para produzir mais, nem sempre é fundamental aumentar o número de vacas, mas sim aumentar a eficiência e produtividade dessas vacas, para que elas consigam produzir mais bezerros e que esses bezerros desmamem mais pesados.
· Objetivo: um bezerro por vaca/ano.
· O bezerro é o produto da cria.
· A porcentagem de bezerros desmamados (taxa de desmame) é um dos fatores de maior importância entre os que determinam o lucro ou o prejuízo do sistema de cria, pois é o bezerro que "paga a conta". 
· A reprodução é o fatoreconômico mais importante de um rebanho que executa a fase de cria. Esse parâmetro é superior ao peso do desmame do bezerro. 
· Atributos econômicos de um rebanho:
· Reprodução: 8,0. 
· Ganho de peso: 1,5. 
· Qualidade de carcaça: 0,5. 
· Ou seja, garantir o nascimento de bezerros mais pesados (ganho de peso) é muito importante sim, mas garantir que nasçam mais bezerros (1 bezerro/vaca/ano) (reprodução) é mais importante economicamente. 
Estratégias para aumentar a eficiência reprodutiva:
NUTRIÇÃO: 
· A nutrição é o fator que mais pode atrapalhar o resultado do manejo reprodutivo, pois é muito negligenciada. 
· Muitos produtores preocupam em ter a melhor genética, o melhor protocolo, a melhor estrutura, mas não realizam manejo de pastagens e suplementação. O manejo de pastagens não é simples, pois demanda tempo, planejamento e depende de fatores climáticos, ou seja, é algo trabalhoso, então muitos fazem de qualquer jeito. Mas é um grande erro, pois a pecuária de corte brasileira é predominantemente à pasto, então para ter bons resultados é necessário sim cuidar do pasto. 
· “O cio entra pela boca.” 
· A eficiência reprodutiva de uma fêmea bovina depende de vários fatores, sendo que o somatório de todos determinam a resposta final. No entanto, no Brasil o maior entrave ainda recai em mal planejamento de volumoso que irá refletir em animais com ECC abaixo do desejado. 
SANIDADE:
· Várias doenças afetam a reprodução negativamente (tuberculose, campilobacteriose, brucelose, leptospirose). 
· O protocolo sanitário de vacinação deve ser “seguido à risca” e bem executado. 
· Vacinação das matrizes antes da estação de monta. 
PÓS-PARTO:
· A retenção de placenta é um fator que afeta negativamente o pós-parto da vaca em manejo reprodutivo.
· A distocia é um fator predisponente para retenção de placenta. 
· A vaca com retenção de placenta irá atrasar no retorno à ciclicidade e possui grandes chances de não conseguir emprenhar na próxima estação de monta, podendo ser descartada para abate dependendo da situação. 
TOURO / IA: 
· A monta natural (touro) é superior em termos de taxa de prenhez (touro 80% e IATF 50%). 
· O touro nunca será inferior à inseminação artificial.
GENÉTICA: 
· A genética é imprescindível para a produção de animais de maior desempenho. 
· As características reprodutivas são de baixa herdabilidade (10%), ou seja, apresentam um resultado mais lento frente ao melhoramento genético. 
· Uma forma de melhorar as características reprodutivas do rebanho de forma mais rápida é fazer cruzamentos de zebuínos e taurinos, colocando assim a precocidade sexual taurina no sistema. 
PRESENÇA DO BEZERRO: 
· A relação entre mãe e cria afeta negativamente o retorno à ciclicidade ovariana da fêmea. 
· Para retornar ao cio é necessário ter ovulação, que por sua vez é dependente da liberação de LH. 
· A própria presença do bezerro e o ato da mamada garantem a liberação de opioides endógenos que vão diminuir a liberação de GnRH, afetando assim toda a produção e liberação de FSH e LH e atrasando o retorno da fêmea à ciclicidade. 
· Os opióides endógenos inibem a liberação de GnRH por atuar diretamente sobre os neurônios produtores de GnRH, além de agirem na hipófise inibindo a liberação de LH. 
· A presença do bezerro possui ação inibitória sobre a secreção de GnRH/LH, impedindo a ovulação. 
ESTAÇÃO DE MONTA: 
· Período determinado, em meses, onde as fêmeas inseridas na reprodução estarão com possibilidades para se tornarem gestantes, dentro do calendário de 12 meses. 
· Determinado período do ano em que as fêmeas em reprodução são expostas ao touro ou à inseminação artificial (IA), com o objetivo de concentrar os partos e, em sequência, as operações (desmama, vacinações, vermifugações, etc).
· Geralmente se faz uma estação de monta de 3 meses (90 dias). 
· Planejamento visando a estação de parição na melhor época de oferta de forragem de qualidade. 
· Uma fazenda de cria que não adota estação de monta, não é eficiente. 
· Uma fazenda sem estação de monta não é passível de utilizar biotécnicas da reprodução. 
· Monta natural (touro) x IA/IATF 
· Em termos de eficiência reprodutiva, a monta do touro será mais eficiente que a IATF. 
· A IATF é mais viável economicamente para produzir animais geneticamente superiores e garante maior pressão de seleção ao rebanho. 
· No Brasil, há predomínio da monta natural (utilização do touro) na estação de monta. 
· A IATF cresce mais a cada ano, mas ainda é minoria. 
· Monta natural (touro): 
· Exame andrológico completo
· Escore de condição corporal adequado 
· Aprumos adequados 
· Condição sanitária do animal 
· Sistemas de acasalamento: 
· Monta controlada: 
· O touro é mantido separado das vacas durante a estação de monta. Quando a fêmea é detectada em cio ela é levada para junto do touro onde permanece até a cobrição.
· Utilização do touro de forma mais eficiente (menor desgaste). 
· Muito manejo. 
· O desgaste dos touros é menor, mas existe a possibilidade de erros na identificação dos animais em cio, além do trabalho em separar e conduzir os animais para a monta. 
· Para rebanhos pequenos. 
· Esse método de acasalamento pode ser usado quando se deseja conhecer a paternidade (vantagem: certeza da paternidade). 
· Monta a campo: 
· Os touros permanecem junto ao rebanho de fêmeas durante toda a estação de monta, eliminando o trabalho diário de identificação dos animais em cio e a condução destes ao curral. 
· Predominante. 
· Rebanhos maiores. 
· Estabelecimento do número de fêmeas por lote, determinando o número de touros que será inserido juntamente. 
· As principais desvantagens são o desconhecimento da paternidade das crias, que impossibilita a comparação do desempenho reprodutivo e produtivo dos diferentes touros, e o desgaste destes devido ao número repetido de cobrições que uma mesma fêmea recebe de um ou mais touros. 
· Em rebanhos comerciais, as desvantagens são compensadas pela economia de mão-de-obra e a certeza de que a maioria das fêmeas irá conceber durante uma determinada estação de monta.
· Relação touro/vaca. 
· No início da estação deve-se colocar menor relação touro/vaca (menor número de vacas por touro) e conforme avança para o final da estação aumenta a relação touro/vaca, colocando maior número de vacas por touro (1/30 no primeiro mês; 1/60 no segundo mês; 1/90 ou 1/100 no terceiro mês).
· Supondo um lote de 90 vacas, em que no primeiro mês da estação de monta coloca-se relação touro/vaca de 1/30 (1 touro para cada 30 vacas), assim inserindo 3 touros no lote com as vacas. No final da estação muitas vacas já terão emprenhado, então pode-se aumentar a relação touro/vaca, colocando 1/90 (1 touro para cada 90 vacas), deixando assim apenas 1 touro no lote com as vacas, visto que devido à quantidade de vacas já prenhes, o touro irá trabalhar menos, não tendo necessidade de deixar muitos touros com as vacas. 
· Menor relação touro/vaca no início da estação de monta;
Maior relação touro/vaca no final da estação de monta. 
· Se tiver genética taurina pode aumentar a relação touro/vaca, pois possuem maior libido. 
· IATF 
· Independentemente do tipo de sistema de acasalamento adotado, é importante estabelecer uma estação de monta. O sistema de monta mais antigo, menos tecnificado e mais simples seria aquele em que o touro passa o ano todo junto ao rebanho (sem estação de monta). Nesse sistema, os nascimentos se distribuem por vários meses, dificultando o manejo racional das matrizes e das respectivas crias. Com a ocorrência de nascimentos em épocas inadequadas, o desenvolvimento dos bezerros pode ser prejudicado e a fertilidade das matrizes pode ser reduzida em função da restrição alimentar. Outra consequência agravante é a não identificação da paternidade da prole oriunda desse sistema. Em propriedades onde se objetiva o melhoramento genético, o conhecimento da árvore genealógica é necessário, ou seja, a paternidade dos animais que são submetidos ao programa. 
· Inseminação artificial em tempo fixo (IATF): 
· Utilização de protocolos hormonais garantindoa sincronização do cio das fêmeas, em tempo fixo. 
· Tecnologia que permite realizar a inseminação artificial em um horário preestabelecido (tempo fixo), eliminando dessa forma a necessidade de observação e detecção do cio.
· Tem como objetivo sincronizar a ovulação das fêmeas bovinas, por meio de uma sequência de tratamentos hormonais, conhecida como protocolo de sincronização. Ao final do protocolo, as inseminações são realizadas em horário predeterminado, ou seja, em tempo fixo.
· Existem diversos tipos de protocolos de sincronização, mas o ideal é optar por um que seja mais curto, para que as fêmeas emprenhem o quanto antes, visto que quanto mais vacas emprenharem no começo da estação de monta é melhor, pois vão parir mais cedo também e gerar bezerros de maior desempenho produtivo. 
· O principal objetivo da inseminação artificial é promover a melhoria da base genética do rebanho por meio da utilização de sêmen de reprodutores de elevada capacidade produtiva e reprodutiva e que possuam habilidade de transmitir características de importância econômica. 
· Vantagens:
- Controle da reprodução (conhecimento dos animais de descarte)
- Programação da reprodução através do protocolo hormonal 
- Maior pressão de seleção no sistema 
- Maior ganho genético (possibilidade de produzir animais de alto valor genético) 
- Possibilidade de inserir genética taurina no sistema, sem precisar ter o touro 
- Induz a ciclicidade de vacas em anestro (reduz IEP) 
- Aumento da taxa de prenhez na propriedade (dependendo do manejo) 
- Venda de animais padronizados e de maior peso ao desmame (melhoramento genético) 
- Lote de bezerros ao desmame 
- Eliminação da necessidade de observação de cio 
· Os programas de IATF visam aumentar a eficiência reprodutiva dos rebanhos, intensificar o melhoramento genético, padronizar os rebanhos (importância do bezerro do cedo) e organizar o trabalho na fazenda.
· O mais comum é fazer 1 IATF + repasse com touro, para garantir maior taxa de prenhez. 
· O ideal é soltar o touro com as vacas depois de 1 ou 2 semanas, e realizar diagnóstico de gestação 30 dias após IATF. 
· Estação de monta (para melhorar a eficiência reprodutiva) → Biotécnicas da reprodução → Escolha correta do cruzamento (touros melhoradores para melhorar as características necessárias)
· O ideal é descartar as vacas que não emprenharam ao final da estação de monta, pois senão ficam ocupando pasto e lugar de outro animal produtivo. 
· As vacas que emprenham no final da estação de monta sempre são prejudicadas. 
· O ideal é concentrar o nascimento de bezerros na melhor época de oferta de forragem. 
· A estação de monta possui reflexo direto na produção de bezerros. 
· O ideal é que a maioria das vacas fiquem gestantes nos primeiros 50 dias de estação de monta, para garantir a concentração de nascimento dos bezerros mais cedo (no início da estação de parição). 
· O “bezerro do cedo” nasce um pouco antes (fim da estação seca) ou no início da estação chuvosa, apresentando maior peso ao desmame e maior desempenho produtivo no geral. 
· Mês de nascimento x Idade ao abate: 
· Programar os nascimentos não impacta somente no peso à desmama, mas também no peso e idade de abate dos bovinos. 
· O mês de nascimento tem impacto direto no desempenho dos bezerros, visto que nascer em época favorável ajuda no desenvolvimento pós desmame. 
· Animais que nascem no final da seca (“bezerro do cedo”) tiveram o terço inicial da gestação favorável, com abundante oferta de alimentos para as matrizes e assim tendem a ter desempenho superior. Exemplo: o bezerro que nasce em setembro foi concebido em janeiro, sendo um mês da época das águas, em que geralmente a oferta de chuvas é boa, garantindo melhor oferta de forragem de qualidade para a matriz. 
· Para determinar a estação de monta, deve-se considerar o início das chuvas na região da fazenda. Ou seja, não é fixo, os meses da estação de monta serão variáveis pois dependerá da concentração de chuvas. 
· A estação de monta sempre deve ser feita na época das águas, então não existe data fixa. 
· Vacas que pariram no primeiro mês da estação de parição também possuem maior chance de estarem aptas e se inserirem na próxima estação de monta, garantindo a prenhez subsequente. 
· Vacas que pariram no final da estação de monta possuem uma janela reprodutiva muito curta, correndo o risco de não conseguirem emprenhar na estação de monta subsequente. 
· OBS: o professor considera que a estação de parição deve ocorrer na estação chuvosa, ou seja, que os bezerros devem nascer na época de chuvas (outubro, novembro, dezembro), pois o pasto terá maior qualidade, fazendo com que a mãe tenha maior capacidade para nutrir o bezerro e não perde muito ECC, visando que a vaca esteja apta para a próxima estação de monta. Porém, na época chuvosa a incidência de doenças é maior e os bezerros podem ficar prejudicados. 
· Professor Felipe: “Muito produtor prefere que a estação de parição não ocorra na época das águas porque vai aumentar doenças (diarreia, problemas de pele, pneumonia)... É fato que na estação chuvosa possui maiores índices de doenças, mas é possível fazer o controle de todos esses problemas através de vacinações. 
Então algumas pessoas optam por fazer a parição no período seco do ano (julho, agosto, setembro), tendo menor índice de doenças nos recém-nascidos, mas os bezerros irão sugar muito da fêmea, que estará numa demanda nutricional extremamente elevada devido à lactação, num momento em que o capim está ruim. Dessa forma, tem-se duas opções: 
- Emagrecer a fêmea, que então terá dificuldade para emprenhar na próxima estação de monta;
- Suplementar a fêmea, tendo então um gasto adicional. 
Geralmente quando tem a parição na seca, o produtor vai ter que suplementar as vacas para conseguirem emprenhar na próxima E.M. Mas de forma geral, o bezerro que nasce no final da seca (agosto, setembro) vai ser desmamado mais pesado que os bezerros nascidos na época das águas, pois pegarão um período grande de oferta de forragem de qualidade (meses da época das águas), num momento em que já serão ruminantes eficientes.” 
· “Bezerros do cedo” são desmamados mais pesados porque pegam estação chuvosa logo em seguida e muita oferta de forragem de boa qualidade quando já estão na condição de ruminantes (aos 60 dias de idade já estarão pastejando), além do fato da mãe aumentar sua produção de leite nessa época também. Ou seja, bezerro e mãe são favorecidos por vários meses de boa oferta de forragem de qualidade, garantindo melhor nutrição e maior produção de leite para a mãe, e melhor nutrição para o bezerro quando atingir a condição de ruminante. 
· O bezerro que nasce muito tarde se tornará ruminante já na época de transição entre águas e seca, tendo prejuízos em relação à oferta de forragem de qualidade. 
· Professor Felipe: “Considerando a região de Uberlândia, eu prefiro que os animais comecem a parir em setembro, tendo então uma estação de parição em setembro, outubro e novembro, para começar a estação de monta no início de dezembro, privilegiando então a concentração de nascimentos mais no início. Para não ter problemas de fertilidade na estação subsequente, deve-se garantir que as fêmeas ao parto tenham escore de condição corporal desejável.” 
· Professor Felipe: O período do ano de uma estação de monta pode variar de acordo com a região. Entretanto, é desejado seguir a premissa básica de que a estação de parição deve iniciar logo antes do período chuvoso.
· Por que estabelecer uma estação de monta?
Para aumentar a eficiência reprodutiva, disciplinando as demais atividades de manejo, e também garantindo que o período de maior oferta de alimentos de qualidade se ajuste àquele de maior demanda nutricional por parte do animal, de forma a reduzir os custos com a suplementação, quando necessária. O ideal é que seja na época das chuvas, quando se concentra as melhores ofertas de pastagens, e dessa forma as fêmeas terão melhores condições ambientais para responder à reprodução e podem assim desmamar um bezerro pesado. 
VANTAGENS:- Concentração de manejos (programar a estação de nascimentos e desmamas)
	Com o adensamento dos partos em períodos menores, a observação dos mesmos e os cuidados com os recém-nascidos são sistematizados, o que facilita o manejo e ajuda a diminuir a mortalidade das crias. 
- Intensificação de mão de obra 
- Pressão de seleção nas matrizes (possibilidade de descarte das vacas que não emprenharam) 
	As vacas com problemas reprodutivos são mais facilmente identificadas e, assim como, aquelas com melhor resposta reprodutiva, de modo que o sistema de descarte fica facilitado.
- Lotes mais homogêneos e equilibrados
- Lotes com maior volume de animais para serem comercializados
Maior potencial de negociação. 
· Como implantar uma estação de monta?
· Estabelecer a época da estação de monta de acordo com o início das chuvas 
· Iniciar fazendo uma estação de monta de 6 meses (meio de novembro até meio de maio) 
· Preparação dos animais 
· Estabelecer a estação de monta de forma gradativa, iniciando com uma duração de 6 meses e reduzindo 1 mês a cada ano, até chegar em uma estação de monta ideal de 3 meses.
· 1º ano de E.M: 6 meses de duração → no ano subsequente encurta 1 mês → 2º ano de E.M: 5 meses de duração → no ano subsequente encurta 1 mês → 3º ano de E.M: 4 meses de duração → no ano subsequente encurta 1 mês → 4º ano de E.M: 3 meses de duração → ESTABELECIMENTO DA ESTAÇÃO DE MONTA IDEAL (3 meses). 
· Para retirar um mês, encurta 15 dias do mês de início e 15 dias do mês do final. 
· Pode-se concluir que são gastos 4 anos para estabelecer uma estação de monta ideal em uma fazenda. 
· Toda fazenda que realiza a produção de bezerros deve ter uma estação de monta, onde o mais aconselhável é que tenha duração de no máximo 90 dias (3 meses). 
· Escore de condição corporal (ECC): 
· Referência para a nutrição do animal. 
· Escala de 1 a 5. 
· Classifica os animais em função da deposição de gordura e o nível de massa muscular, refletindo de forma subjetiva o estado nutricional dos animais, permitindo então o ajuste de alguns manejos. 
· O ECC, principalmente ao parto, é um dos pontos cruciais no sucesso da prenhez. 
· Os extremos (1 e 5) são indesejados para qualquer categoria animal. 
· Os escores desejados são 3 e 3,5. 
· O escore desejado no momento da parição é 3,5.
· A vaca vai parir, vai perder ECC devido à produção de leite (geralmente perde-se meio ponto de ECC), e para que ela entre em estação de monta apta com ECC 3,0 sendo eficiente reprodutivamente, ela deve ter parido com ECC 3,5, levando em consideração a perda de meio ponto de ECC pós-parto. Ou seja, pode considerar que ela vai perder meio ponto de ECC, por isso é ideal parir com 3,5, visto que vai perder 0,5, ficando assim com ECC 3,0 para entrar na próxima estação de monta. 
· Em resumo, o ECC desejado no momento da parição deve ser de 3,5 e de início de estação de monta é 3. 
Manejos da cria:
MANEJO PRÉ-PARTO (15 dias): 
· Terço final de gestação (2/3 do feto). 
· Piquete maternidade. 
· Encaminhar as vacas que estão prestes a parir para um pasto maternidade, sendo que este pasto deve ser de fácil acesso para facilitar os manejos necessários com a vaca e o bezerro. 
· 15 dias antes da data prevista de parição separa as vacas e coloca em pasto maternidade. 
· O ideal é não ter capim muito alto, ser próximo do curral, ter áreas de sombra, ter bebedouro, ser um ambiente seco, limpo e próximo da casa do peão que maneja o lote. 
· Até 15 dias pós-parto. 
· Após os 15 dias, serão transferidos do piquete maternidade para o piquete de cria. 
· Monitoramento constante (2 vezes ao dia). 
· “Imprinting” entre mãe e bezerro
· Se o funcionário chegou no pasto de manhã e uma vaca acabou de parir, ele tem que esperar e fazer o manejo no período da tarde, pois a vaca fará o reconhecimento materno, momento muito importante para reduzir a chance de a fêmea rejeitar a cria. 
· Colostragem
· Imunidade passiva
· O colostro deve ser ingerido na quantidade de 10% do peso vivo do animal nas primeiras 24 horas de vida, sendo essencial para que haja a absorção dos anticorpos passados pela mãe. 
· Avaliar o úbere da vaca e o flanco do bezerro.
· Se o úbere estiver muito edemaciado e o flanco estiver vazio, significa que o bezerro não mamou colostro. 
· Pesagem
· Identificação 
· Os métodos mais comuns são os brincos e tatuagens. 
· Cura de umbigo 
· Iodo 10% por 1 minuto (mais adequado que Umbicura)
· Deve ser feita logo após o nascimento do bezerro para que não ocorra atração de moscas e o desenvolvimento de miíases. O umbigo é uma porta de entrada para microorganismos que futuramente poderão desencadear infecções. 
· Manejo muito importante! 
· Se for mal feito atrapalha o desempenho do bezerro por toda a vida (animal mais fraco e de menor performance) 
· Miíase
· Doramectina é a mais eficiente. 
· Aplicação subcutânea. 
· Mochação
· Animal de 7 a 30 dias de idade.
· O objetivo principal é mochar fêmeas, porque geralmente são retidas no rebanho e os machos são abatidos. 
· Ferro quente 
· Ferro elétrico
· Pasta química 
· Ácido 
· Método não recomendado (o animal sofre muito). 
· Genética 
· Utilização de touro mocho (touro sem chifre produz animais sem chifre). 
MANEJO DE CRIA (15 dias a 7 meses): 
· Após os primeiros 15 dias de vida dos bezerros, devem ser transferidos para os piquetes de cria, onde ficarão até os 7 meses de idade (desmama)
· O monitoramento semanal deve ser realizado, para se atentar à miíases e demais problemas que podem surgir. 
· MAMADA LIVRE: 
· Mãe e bezerro juntos o tempo todo, com livre oferta de leite. 
· MAMADA CONTROLADA: 
· Os bezerros ficam com a mãe por apenas dois períodos do dia. 
· Após 30 dias de idade dos bezerros, devem ser colocados para mamar na mãe apenas 2 vezes ao dia.
· Não pode restringir consumo de leite antes dos 30 dias de vida do animal, pois nessa fase ainda é muito dependente da mãe e do leite. 
· ATENÇÃO aos bezerros de primíparas, pois elas já produzem menos leite (primeira parição), então eles devem ser suplementados com concentrado. 
· Inviável para grandes rebanhos. 
· Vantagens:
· Menor sofrimento na desmama (animal se separa da mãe mais cedo)
· Retorno precoce da fêmea ao cio 
· A vantagem mais importante é para a mãe, que ao ser afastada do bezerro e não ter que produzir tanto leite, não perderá tanto ECC, garantindo assim seu retorno ao cio mais precocemente. 
· As fêmeas são levadas aos bezerros duas vezes ao dia (manhã: 6h até 8h; tarde: 16h a 18h)
· Dificuldade de manejo e ainda necessidade de suplementação do bezerro para ter um ganho de peso eficiente. Ou seja, só é vantajoso para a eficiência reprodutiva da fêmea, que retornará a ciclicidade mais rápido, mas terá mais gasto com o manejo e o bezerro (suplementação). 
· A técnica da mamada controlada é viável quando o rebanho é menor e quando deseja-se maior eficiência reprodutiva, mesmo sabendo da necessidade de suplementação dos bezerros. 
· CREEP FEEDING: 
· Cocho privativo. 
· Oferta de concentrado para o bezerro em cocho onde a mãe não tem acesso.
· Apenas o bezerro terá acesso (cercado onde a mãe não pode entrar). 
· Os bezerros são mantidos com as mães do nascimento até a desmama (7 meses de idade), e uma pequena área da pastagem é cercada de modo a permitir o acesso apenas aos bezerros. Essa área contém cochos onde é oferecida a suplementação alimentar, à base de concentrado. 
· O animal se torna ruminante precocemente (garante maior aproveitamento futuro de pastagem) e terá maior ganho de peso, pois continua mamando mas também tem suplementação com concentrado, tendo assim a potencialização da nutrição do animal. 
· Ofertar a partir dos 30 dias de idade.
· No máximo 2 kg por animal por dia.
· O creep feeding deve sempre estar próximo do cocho de sal e bebedouro das vacas. 
· Garante maior peso ao desmame, menor tempo de abate e maior valor de venda. 
· O uso do creep feeding é bem visto quando o foco é vender bezerros mais pesados no desmame, que geralmente será realizado no momento da venda do animal. 
· CREEP GRAZING: 
· Pastoprivativo. 
· Pouco encontrado no Brasil. 
· Apenas o bezerro consegue passar para um pasto com boa oferta e qualidade de forragem. 
· Os bezerros são mantidos com as mães do nascimento até a desmama (7 meses de idade), e uma pequena área da pastagem é cercada de modo a permitir o acesso apenas aos bezerros. Essa área é formada com pastagem de melhor qualidade. 
MANEJO DE DESMAME (7 meses):
- Estresse (não tem mais o leite e a mãe por perto) 
- Lote novo
- Doenças e menor crescimento 
O atraso na manifestação do primeiro cio pós-parto (anestro) é uma das principais causas do baixo desempenho reprodutivo da pecuária de corte e está relacionado à deficiência nutricional e à intensidade/frequência de amamentação. Levando em consideração esses fatores e visando poupar a vaca do estresse da amamentação, sem prejudicar o desenvolvimento do bezerro, os criadores realizam a desmama, tradicionalmente, aos 7 meses de idade. Nesta idade, o animal já pode ser considerado um ruminante e tem plena condição de utilizar forragem sólida como única fonte de energia e de nutrientes de que necessita. Além do mais, a participação do leite na dieta do bezerro é pequena após o terceiro mês de lactação.
· DESMAME TRADICIONAL (ABRUPTO): 
· Mãe e bezerro são separados de forma abrupta (7 meses). 
· Início na seca. 
· Venda do bezerro ao pé. 	
· Geralmente quem faz só cria, vende o bezerro e tira ele da mãe nesse momento. 
· DESMAME TEMPORÁRIO: 
· “Shang.” 
· A remoção temporária do bezerro é uma técnica de fácil adoção e custo zero, empregada para se melhorar a fertilidade de rebanhos de corte. 
· Não prejudica a cria (não interfere no desempenho do bezerro). 
· Método para reduzir o efeito da “presença do bezerro”.
· A partir dos 40 dias de vida do bezerro, mãe e bezerro serão totalmente separados por 3 dias. 
· Depois de 3 dias longe, volta o bezerro para perto da mãe e ficam juntos até o final de desmame (7 meses). 
· Ao tirar o bezerro da mãe por 3 dias, haverá redução do efeito da “presença do bezerro” para a mãe. 
· O objetivo é garantir uma ovulação como resposta. 
· O efeito da interrupção temporária do estímulo da amamentação promove o reestabelecimento do ciclo estral, ou seja, o aparecimento do cio, podendo melhorar a taxa de concepção das vacas. 
· A eficácia do método dependerá da condição corporal da fêmea. 
· Vacas em péssimo estado corporal não respondem satisfatoriamente à desmama temporária, da mesma forma que vacas com ótimo estado nutricional também não respondem, pois já manifestarão cio regularmente. 
· Essa prática tem seu maior efeito quando a condição corporal é regular (2,5), situação em que pode então ser recomendada. 
· Se fizer com vacas de escore muito baixo ou de escore muito alto, não haverá resposta. 
· Se a fazenda tem um bom manejo de pastagens e controla o ECC, não há necessidade de fazer desmame temporário. 
· DESMAME COM TABULETA: 
· Estrutura colocada no focinho do bezerro, que impede que o animal mame, mas não impede o pastejo e ingestão de água. 
· Inviável em grandes rebanhos. 
· Geralmente o animal perde a tabuleta. 
· A vantagem desse método é que realiza a desmama (impede a mamada), mas mantém mãe e cria juntos, reduzindo assim o estresse. 
· DESMAME LADO A LADO OU “MEIA PAREDE”:
· Consiste em manter vacas e bezerros lado a lado, separados apenas por uma cerca. Desta forma os bezerros permanecem visualizando suas mães e vice-versa, reduzindo muito o estresse do manejo de desmame. 
· Separação de mãe e cria aos 7 meses de idade do bezerro, mas ao invés de colocar em pastos muito distantes, são colocados perto, de modo que visualizem um ao outro. 
· Não mama. 
· Reduz caminhada.
· Reduz vocalização.
· Reduz estresse. 
· Ganho de peso. 
· Os animais terão desempenho superior. 
· DESMAME EM LOTE: 
· Componente psicogênico. 
· 3 lotes de desmama (A, B e C), considerando 3 meses de estação de monta. 
· Desmama A e leva algumas B. 
· Desmama B e leva algumas C. 
· Desmama C. 
· Ao invés de separar mãe e cria em lotes e pastos totalmente diferentes, esse tipo de desmame permite que o bezerro conviva com categorias adultas (novilhas ou vacas que ainda não desmamaram seus bezerros, ou seja, vacas que emprenharam mais tarde e ainda estão amamentando outros bezerros). 
· Ao colocar os bezerros com lote de novilhas ou outras vacas, a presença do animal adulto dá maior segurança e proteção aos bezerros, reduzindo assim o estresse do desmame. 
· Precisam de um animal adulto como referência, proteção e segurança. 
· DESMAME PRECOCE: 
· Estratégico (feito quando há algum problema). 
· Não é uma tecnologia, mas sim um método estratégico para corrigir algum problema (falta de pasto, etc). 
· Essa prática consiste em separar o bezerro, definitivamente, bem mais cedo, aos 90-120 dias de vida (3 ou 4 meses de idade), ou quando atingirem pelo menos 90 kg de peso vivo (dentro da E.M). 
· Bom para o período de escassez de forragem 
· Recomendada para períodos de escassez de forragem e tem a finalidade de reduzir o estresse da amamentação e os requerimentos nutricionais da vaca, permitindo que estas recuperem seu estado corporal e manifestem o cio. 
· Bom para primíparas 
· Em se tratando de novilhas de primeira cria, cujo desenvolvimento ainda é incompleto, a desmama precoce pode ser uma boa opção, principalmente em anos com secas prolongadas. 
· Para a maior eficiência do sistema, entretanto, é preciso que esta prática ocorra dentro da estação de monta, possibilitando a reconcepção imediata.
· Pode ocorrer aumento da taxa de mortalidade. Para que não ocorram problemas dessa natureza, recomenda-se: 
· desmama de bezerros com peso superior a 90 kg; 
· desmama em época adequada; 
· pastos diferenciados para animais desmamados precocemente; 
· suplementação com ração concentrada; 
· O bezerro desmamado por esse sistema terá que ser suplementado até o abate. 
· uso de "creep-feeding" na fase pré-desmama
· Para evitar alta mortalidade, é ideal começar oferecer concentrado na forma de creep-feeding 30 dias antes de realizar o desmame precoce para o animal já se adaptar ao concentrado e não sofrer no momento do desmame. 
· O objetivo é separar mãe e cria para beneficiar a fêmea, que diminuirá sua produção de leite, sobrando energia para recompor seu ECC e se tornar gestante na estação de monta. 
· Após 3 meses o leite representa pouco para a cria.
· Feito na época das chuvas. 
PESO AO DESMAME: 
→ Ao desmame, os animais devem ser levados para o curral, realizando a pesagem de mães e crias. 
→ Relação de desmame: a habilidade materna influencia significativamente no peso a desmama, e o ideal é que o bezerro apresente pelo menos 50% do peso da mãe (se for macho), ou pelo menos 45% do peso da mãe (se for fêmea) (relação de peso mãe e cria de 50% do P.V). 
→ Média de 150 a 200 kg de P.V. 
→ Machos podem ser deixados com fêmeas após desmame? 
	- Se for animal com sangue taurino, o recomendado é separar macho de fêmea, pois são muito precoces. 
	- Se for animal zebuíno, podem ficar juntos até completarem 1 ano de idade. 
→ RECRIA:
· A recria é a fase que mais demanda tempo dentro da produção de bovinos de corte, devido ao peso que o animal deve atingir e a alimentação necessária para isso.
· A recria acontece em sua maioria no sistema à pasto.
· Nessa fase há muita negligência por parte dos produtores, que geralmente não investem em suplementação
· Recria: (150 – 200 kg a 330 – 380 kg)
· Fase de ganho eficiente (“adolescência”), pois tem ganho de musculatura (pesa mais).
· Baseado em pastagem (manejo) 
· Produção de animais superprecoces: vão para o confinamento direto pós desmama. 
· Inicia na época da seca 
· Dentro da recria os animais tem 2 caminhos: 
· Terminação e posterior abate 
· Reposição para reprodução (principalmente fêmeas) 
· REPRODUÇÃO: 
· O mais comum é esses animais irem para os piores pastos, fator contribuinte para aumentar a idade ao primeiro parto (IPP), pois o animal fica improdutivo, além de que zebuínos já são animais mais tardios.
· As fêmeas vão entrar para reprodução apósatingir 60% do peso adulto, e quanto menor a qualidade da alimentação maior o tempo gasto para atingir esse peso. 
· As fêmeas devem parir com 80% do PV dos animais adultos, para que seja produtiva no sistema. 
· Se a fêmea emprenhar com pouco menos de 60%, obrigatoriamente deve parir com mais de 80%. 
· Exemplo: 
- PV adulto = 500 kg 
- Quando as novilhas atingirem 300 kg podem entrar para a reprodução (60% do peso adulto) 
- A fêmea deve parir com 400 kg (80% do peso adulto) 
· Reduzir a idade de parição (IPP) aumenta a rentabilidade do sistema. 
· Para conseguir ter um bom desempenho, esses animais devem ser suplementados. 
· Recria: vida reprodutiva 
· O maior gargalo para uma boa recria no Brasil é o bom manejo das pastagens. 
· Existe uma grande diferença entre a recria dos EUA e Brasil, principalmente na nutrição e a genética (demora, pois as características reprodutivas são de baixa herdabilidade). Sendo assim, a taxa de abate (animais abatidos no ano em relação a porcentagem de bovinos no país) dos EUA é superior ao Brasil. 
* Idade à primeira prenhez 
· Exemplo de manejo nutricional estratégico para recria:
· Um recriador comprou um animal pesando 170 kg e vai vendê-lo com 370 kg, ou seja, esse animal deve ganhar 200 kg. A partir disso, deve-se estabelecer qual o ganho diário e quanto tempo esse animal vai ficar na fazenda para atingir esse peso para determinar um plano nutricional. Então se o objetivo é deixar o animal por 6 meses na fazenda, significa que ele sairá da recria aos 13 meses de idade (considerando que foi desmamado com 7 meses) e que deverá ganhar pelo menos 1,111 kg por dia.
Ganho de peso esperado: 200 kg 
Permanência do animal na fazenda: 6 meses (180 dias) 
200 kg / 180 dias = 1,111 kg por dia 
· O ideal é trabalhar com um ganho médio diário na faixa de 0,500 kg/dia na fase de recria. 
→ ENGORDA/TERMINAÇÃO:
· Engorda 
· A pasto (90%) → A maior parte dos animais são terminados no sistema à pasto. 
· Semiconfinamento (animal a pasto com nível de suplementação elevado); 
· Confinamento (10%). 
· Estratégias de acordo com o sistema de produção 
· Média brasileira de peso de abate dos animais: 
ENGORDA A PASTO:
· Mais utilizado (90%) 
· Mais barato
· Os animais ganham menos peso 
· Mais demorado 
· Menor risco 
· Suplementação ou não 
· A suplementação é ideal, pois se o animal não for suplementado, não terá ganho de peso eficiente, e a “conta não vai fechar”. 
· Se a época e preço de venda não tiver favorável, pode deixar o gado no pasto. Já no confinamento, quando o animal completa os dias em confinamento, tem que ser embarcado para o frigorífico. 
· Em pasto bem manejado os animais podem ganhar cerca de 1kg/dia
· A terminação à pasto é a mais barata, mas demora mais tempo e não oferece acabamento de carcaça desejado. Com isso, ela pode se tornar um modelo não economicamente eficiente. 
ENGORDA EM SEMI-CONFINAMENTO: 
· O animal fica a pasto e é suplementado com o concentrado no cocho.
· Mais trabalhado no período seco do ano. 
ENGORDA EM CONFINAMENTO: 
· Maior tecnificação 
· Grande investimento 
· Maior risco 
· Vantagens 
· Liberar pastagens (para colocar categorias mais eficientes, como os animais em início de recria)
· Maior giro de capital 
· Melhor acabamento de carcaça (à pasto não é possível)
· Grande número de cabeças de animais em áreas menores
· Desvantagens 
· Vulnerabilidade no preço da arroba (BM&FBovespa)
· Custo fixo (boitel – pagar uma diária para o animal dentro do confinamento)
· Alto risco financeiro
· Alto risco sanitário 
· Alto preço de grãos 
· Fornece volumoso e concentrado
· Planejamento de volumoso é muito bem feito (trabalham com silos do tipo superfície) 
· Confinar animais é estratégico, então geralmente os confinamentos trabalham mais no período seco do ano. Confinar em período chuvoso não é muito viável, devido ao maior acúmulo de barro, cocho molhado (perda da dieta), arroba mais barata e grãos mais caros. 
→ TEMPO GASTO EM CADA ETAPA DE PRODUÇÃO:

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