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A emergência do gênero O feminismo, enquanto movimento social, surge no Ocidente no século XIX; ¡Do séc. XIX ao XX ocorre a luta pelo sufragismo (direito ao voto feminino); As mulheres que conseguiram o direito ao voto eram mulheres ricas e brancas; Esse movimento foi denominado de primeira onda; A segunda onda se inicia em 1960 e buscou estruturar uma teoria sobre gênero; As teorias buscavam debater a segregação social e política vivida pelas mulheres; As feministas iniciam o debate público x privado em relação a mulher; Os estudos iniciais se constituem em descrições das condições de vida e de trabalho das mulheres em diferentes espaços; Tais estudos denunciavam a opressão e submetimento feminino; Seria um engano deixar de reconhecer a importância destes primeiros estudos: eles não eram neutros; Coloca-se aqui uma das mais significativas marcas dos Estudos Feministas: seu caráter político; Algumas teorias começaram a surgir: embasadas no marxismo, na Psicanálise ou no feminismo radical; Numa outra posição estarão aqueles/as que justificam as desigualdades sociais entre homens e mulheres, remetendo-as às características biológicas; É imperativo contrapor-se a esse tipo de argumentação; Para que se compreenda as relações de homens e mulheres importa observar não seus sexos mas tudo o que socialmente se construiu sobre os sexos; É através das feministas anglo-saxãs que render passa a ser usado como distinto de sex; As justificativas para as desigualdades seriam buscadas não nas diferenças biológicas mas nos arranjos sociais, na história, nas condições de acesso aos recursos da sociedade, nas formas de representação; O conceito passa a exigir que se pense de modo plural, acentuando que as representações sobre mulheres e homens são diversos; No Brasil essa discussão chega nos anos 1980; A característica social e relacional do conceito não deve levar a pensá-lo como se referindo à construção de papéis masculinos e femininos; A pretensão é, então, entender o gênero como constituinte da identidade dos sujeitos; O gênero é construído pelas instituições e as constituem; As identidades de gênero não estão prontas: se transformam, se controem, podem ser contraditórias; Atualmente, algumas pesquisadoras como Joan Scott contribuem com os estudos feministas; é preciso desconstruir o "caráter permanente da oposição binária" masculino-feminino; Reconhecer o não-binarismo permitiria: observar que o polo masculino contém o feminino e vice-versa; Cada um desses polos é internamente fragmentado e dividido; Os gêneros se produzindo em uma lógica dicotômica implica um polo que se contrapõe a outro e isso supõe ignorar ou negar todos os sujeitos sociais que não se "enquadram" em uma dessas formas. REFERENCIA NARVAZ, Martha Giudice; KOLLER, Sílvia Helena. A marginalização dos estudos feministas e de gênero na psicologia acadêmica contemporânea. Psico, v. 38, n. 3, 2007. OSORIO, Carmen. A emergência de gênero na nova ruralidade. Revista Punto Género, n. 1, 2011.
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