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timpanismo ruminal @drabichinho

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1 Clínica de Grandes | Prof° José Diomedes | Medicina Veterinária UFPA 2019 | Alícia de Souza Silva | @drabichinho 
É um acúmulo anormal de gases no estomago de ruminantes, causando uma distensão acentuada do rúmen e do retículo
Classificação do timpanismo ruminal 
 
Tipos de timpanismo ruminal 
Classificação Primário Secundário 
Tipo 
Espumoso ou 
alimentar 
Gasoso ou 
patológico 
Morfologia 
Bordo ruminal 
abaulado 
arredondado do 
lado esquerdo 
Bordo ruminal 
proeminente na 
região dorsal do 
abdômen do lado 
esquerdo 
 
Formação de gases 
Plantas que apresentam saponinas em suas folhas formam 
bolhas estáveis quando em contato com o liquido ruminal. 
Essa espuma interfere no refluxo de eructação 
(arroto/expulsar ar do estômago). 
As fibras sensitivas aferentes vagais na região da cárdia 
interpretam a espuma como um liquido e não há estímulo 
para o relaxamento do esfíncter esofágico interior. Dessa 
forma, os gases da fermentação não podem ser removidos, 
acumulando pressão do gás acumulado e provocando uma 
distensão do rúmen. Isso impede a expansão do diafragma 
e causa uma dificuldade respiratória no paciente ruminante. 
 
Timpanismo espumoso 
Ocorre quando há ingestão de alimentos com muita fibra ou 
por ingestão de leguminosas com alta concentração de 
celulose. Há falha no primeiro estágio da eructação, em que 
há alterações na quantidade e qualidade da saliva produzida 
(saliva estabiliza a espuma do rúmen) 
 
• Etiologia: dietas com concentrado > 50%, normalmente 
ocorre uma interação entre os seguintes fatores → 
dispersão de pequenas bolhas + liquido + alimento + 
microrganismos → inibição do reflexo da cárdia, alta 
pressão intra-ruminal > 70mmHg 
• Fatores: dividido em animal, dieta e fatores microbianos 
o Animal: poucas alterações fisiológicas → anatomia 
ruminal, baixa motilidade ruminal, número de 
mastigações, salivação e eructação 
o Dieta: 
▪ Pastagens: componentes das plantas 
leguminosas 
✓ Alfafa (Medicago sativa) ou Trevo 
(Trifolium praten. T. repens): mais 
quantidade de proteína solúvel, rica em 
cloroplasto, boa digestibilidade 
▪ Confinamento: origem microbiana → 
“agentes espumantes” 
✓ Transição entre forragem 
✓ Dietas > 50% concentrado 
✓ Grãos de trigo, cevada, milho → fino ou 
triturado 
o Fatores microbianos: “produção de espuma” → 
dieta de grãos 
▪ Variedade extensa da população bacterina e 
protozoários 
▪ Produção maior de mucopolissacarídeo 
bacteriano (limo, muco viscoso) 
Espuma estável → Maior viscosidade do fluido ruminal 
▪ Casos de timpanismo espumoso causado por 
S.bovis = + limo 
▪ Protozoários → importantes na dinâmica do 
distúrbio 
▪ Dieta e população microbiana → fatores 
importantes 
 
 
 
 Sinais clínicos 
Há um período de latência e intermitência (dura de 8-15 
dias). Ocorre a distensão do flanco esquerdo, aumento da FC 
e FR e dispneia. No início, é possível detectar um aumento 
nos movimentos ruminais, sons timpânicos e redução de 
ruminação. Conforme a evolução do quadro clínico, os 
animais passam a apresentar inquietação e morte. 
 
 
 Diagnóstico 
Deve ser feito um exame de fluido ruminal para garantir que 
o timpanismo está acontecendo. 
 
 
 
2 Clínica de Grandes | Prof° José Diomedes | Medicina Veterinária UFPA 2019 | Alícia de Souza Silva | @drabichinho 
 Tratamento 
• Remover o alimento 
• Sonda e trocater → não resolve!! 
• Em casos mais brandos: agentes antiespumantes 
o Óleo mineral 
o Surfactantes sintéticos: 
▪ Poloxaleno 25 a 50g/na 
▪ Silicone + metilcelulose: 
100ml/animal 
▪ Etoxilatos alcoólicos 
o Em casos mais graves: ruminotomia 
 
Timpanismo gasoso 
Ocorre quando o gás se apresenta livre enquanto o animal 
sofre dificuldades na eructação. 
• Etiologia: pode ser causado por uma obstrução 
esofágica ou da cárdia. Além disso, também pode ser 
causado por fatores intra-esofágicos (batatas, laranjas, 
etc) e extra-esofágico (pneumonias, linfadenite 
tuberculosa, leucose vagal, etc). todos esses fatores 
afetam a dinâmica do rúmen, do nervo vago e reduzem 
o reflexo da cárdia. 
 
Tipos de timpanismo ruminal gasoso 
Agudo Crônico 
Lesões obstrutivas ou que 
se repetem após a 
resolução 
Lesões vagais ou causas 
crônicas que não podem 
ser resolvidas 
 
 Sinais clínicos 
Excesso de gás livre, dispneia, aumento da FC, inquietação e 
dor. Risco de morte é alto. 
 
 
 Diagnóstico 
Deve ser feita uma análise do fluido ruminal, a fim de 
diferenciar os tipos de timpanismo. É feita a passagem da 
sonda e pode ser classificado como: 
• Se não passar pelo esôfago, pode ser uma obstrução por 
corpo estranho. 
• Quando passa com dificuldades, há liberação de gases, 
sendo sugestivo para obstrução externa ao esôfago. 
• Pode acontecer também em casos de neoplasias na 
cárdia 
• Quando a sonda passa com facilidade, os gases são 
liberados e o timpanismo pode ser causado por atonia 
da parede do rúmen 
 
 
 
 
 
 
 
 Tratamento 
• Analisar a condição clínica do animal 
• Retirada do gás por meio do trocanter ou sonda para 
aliviar a tensão antes de corrigir a causa da doença 
• Realizar desobstrução para o retorno da normalidade 
• Se obstruir o esôfago, é melhor puxar o material do que 
empurra-lo, pois pode causar rupturas

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