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FAHESP| IESVAP PRECEPTOR(a): Ana Rachel ALUNO(a): Ilana Maria Maia Santos, 3 Período TIC´S SEMANA 7 Quais as diferenças, do ponto de vista clínico, das úlceras de membro inferior de origem ARTERIAL e VENOSA? Parnaíba, 12 Abril de 2021 A úlcera de perna é uma síndrome caracterizada pela perda circunscrita ou irregular do tegumento (derme ou epiderme), podendo atingir subcutâneo e tecidos subjacentes, que acomete as extremidades dos membros inferiores e cuja causa está, geralmente, relacionada ao sistema vascular arterial ou venoso. A principal diferença entre a úlcera arterial e a venosa: É a sua causa, pois enquanto na arterial a ferida surge devido à falta de sangue arterial num local da perna, na úlcera venosa a ferida surge pelo acúmulo excessivo de sangue venoso na perna, que vai enfraquecendo os tecidos e a pele. Assim, as feridas venosas são mais comuns em idosos, especialmente nos que apresentam pernas muito inchadas no final do dia, enquanto a úlcera arterial é mais frequente em pessoas que têm a circulação arterial afetada, como acontece em quem tem diabetes, excesso de peso ou utiliza roupas ou sapatos muito apertados. Além disso, como a ferida da úlcera arterial surge por falta de sangue, geralmente é mais difícil de tratar e leva mais tempo para cicatrizar, sendo muitas vezes necessário fazer cirurgia para melhorar a circulação do sangue, especialmente porque os estilos de vida saudáveis não são respeitados. Úlceras venosas: são lesões crônicas associadas com hipertensão venosa dos membros inferiores. É definida como uma anormalidade do funcionamento do sistema venoso causada por uma incompetência valvular, associada ou não à obstrução do fluxo venoso. Pode afetar o sistema venoso superficial, o sistema venoso profundo ou ambos. As úlceras venosas, ao surgirem espontaneamente, tendem a se localizar na região do maléolo interno. No entanto, podem estar presentes em outras partes das pernas, quando desencadeadas por traumas ou infecções. De modo geral as úlceras venosas são mais superficiais que as úlceras de perna de outras etiologias; as bordas são normalmente irregulares; são extremamente exudativas; a dor é geralmente variada, melhorando com a elevação do membro; há presença de edema e a evolução é lenta. A avaliação física da úlcera venosa deve estar focada no estado vascular. Sinais e sintomas: sinais clínicos específicos da IVC tais como edema, eczema, hiperpigmentação, espessamento do tornozelo, veias varicosas, lipodermatosclerose, dor e outros. As feridas de etiologia venosa são, geralmente, recobertas por tecido necrótico membranoso, superficial, amarelado imbricado no tecido de granulação e muito exsudativa. Pode haver inflamação, com vermelhidão e presença de secreção purulenta (pus). Também é comum existirem áreas de alergia ao redor das feridas. Causas: A insuficiência venosa crónica é a principal causa de úlcera da perna. Esta resulta do desvio da pressão venosa profunda, gerada por contracções musculares em redor das veias, para as veias superficiais que não estão preparadas para resistir a pressões elevadas. Essas veias dilatam-se (veias varicosas) e ocorre acumulação de sangue, resultando em estase venosa na pele, a qual se apresenta como uma área descorada, frequentemente https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/doenca-venosa-cronica-0 eczematosa, em geral na região de veias varicosas salientes. Eventualmente, a drenagem venosa da pele torna-se muito insatisfatória para sustentar o metabolismo da epiderme, que morre e descama deixando uma úlcera venosa. Esta situação pode acontecer espontaneamente ou ser acelerada por um traumatismo relativamente pequeno. • Doença arterial obstrutiva periférica; • Neuropatia periférica; • Doenças infectocontagiosas; • Doenças reumatológicas; • Doenças hematológicas e tumores; • Hipertensão venosa (aumento da tensão arterial nas veias) • Infecção • Diabetes mellitus • Doença maligna • Distúrbios dos tecidos que revestem as veias • Lesão por trombose das veias profundas ou estase venosa (estado no qual o fluxo do sangue presente nas veias). Fatores de risco: Os fatores de risco de aparecimento de úlceras incluem história familiar positiva, gravidez, obesidade, tabagismo, nutrição/hidratação, idade e uma ocupação profissional que obrigue a estar de pé por períodos prolongados. Úlceras Arteriais As úlceras arteriais resultam da diminuição do fluxo pelas artérias perfurantes teciduais. As causas do fluxo sanguíneo arterial reduzido incluem doença vascular periférica devido à aterosclerose, doença macrovascular e microvascular devido a diabetes melito, vasculite e microtrombos. A perfusão reduzida da pele e dos tecidos moles resulta em isquemia e subsequente necrose, levando à ulceração nas pernas. Os episódios recorrentes de isquemia e reperfusão também contribuem para a lesão tecidual. Sinais e sintomas: • Fortes dores na lesão (em alguns casos, o paciente começa a mancar); • Mesmo em repouso os membros doem; • Ao elevar o membro afetado, a dor aumenta ainda mais; • Alívio da dor apenas quando a perna é deixada em repouso para baixo; • Lesão em formato circular; • A pele em volta da lesão perde os pelos, apresenta temperatura fria e fica esbranquiçada; • O pulso sanguíneo na região diminui; • As unhas ficam mais espessas; • A dor pode piorar a noite. https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/sintomas-de-gravidez https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/obesidade https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/tabagismo Diagnóstico úlceras venosas x úlceras arteriais: O diagnóstico clínico pode ser facilitado através da comparação das diferenças entre as úlceras venosas e arteriais: a úlcera venosa tende a se localizar no terço inferior da perna, comum no maléolo medial, enquanto a úlcera arterial pode ocorrer nos dedos, pés ou calcanhar; o desenvolvimento da úlcera venosa é lento, enquanto o da arterial é rápido; a úlcera venosa apresenta bordas superficiais e irregulares e o tecido profundo não é afetado, já a úlcera arterial é geralmente profunda, envolvendo tendões e músculos e as bordas são bem definidas; a úlcera venosa apresenta manchas varicosas castanhas, eczema e é quente ao toque, enquanto a arterial apresenta pele lustrosa, fria ao toque e cianose; o edema está presente na úlcera venosa e praticamente ausente na úlcera arterial; a dor é variável na úlcera venosa, melhorando com a elevação do membro, e intensa na úlcera arterial; na úlcera venosa o pulso está presente enquanto na arterial o pulso está diminuído ou ausente. De acordo com Dealey16, deve-se fazer uma avaliação abrangente da perna afetada, pois isso é importante para descartar a possibilidade de doença arterial; os tratamentos para úlceras venosas e arteriais não são compatíveis. Segundo Dealey16, pode-se fazer o diagnóstico diferencial, entre úlceras venosas e arteriais, avaliando o suprimento de sangue para a perna. A melhor maneira de fazê-lo é por meio de ultra-sonografia Doppler. A ultra-sonografia Doppler é usada para comparar a pressão sanguínea na parte inferior da perna com a pressão braquial. Em geral, a pressão é apresentada sob a forma de um índice, o índice de pressão tornozelo/braço (IPTB), calculado por meio da divisão entre a pressão sistólica no tornozelo e a pressão sistólica braquial. De acordo com a autora, um IPTB de 0.9 ou mais indica suprimento arterial normal para a perna. Quando abaixo de 0.9, alguma isquemia está presente. A terapia de compressão não deve ser usada se o IPTB estiver abaixo de 0.8. Para Bergonse e Rivitti¹³, o índice tornozelo/braço é um método não invasivo, usado na prática médica para a detecção de insuficiência arterial. Esse exame baseia-se namedida das pressões arteriais do tornozelo e dos braços, utilizando um esfignomanômetro e um aparelho de doppler ultra-som manual e portátil. Tratamento úlcera arterial: Geralmente é mais difícil de tratar e leva mais tempo para cicatrizar, sendo muitas vezes necessário fazer cirurgia para melhorar a circulação do sangue, como: • Angioplastia: para desobistruir as vias através de um cateter com um balão na ponta, que é inserido na artéria juntamente com uma estrutura chamada “stent”. O balão é inflado, ajudando no fluxo sanguíneo, e o stent é colocado, para impedir que a artéria se feche novamente. • Bypass ou ponte: para desviar o fluxo sanguíneo da área obstruída. Referências: 1-FRADE, Marco Andrey Cipriani et al. Úlcera de perna: um estudo de casos em Juiz de Fora-MG (Brasil) e região. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 80, n. 1, p. 41-46, 2005. 2-FERRAZ, Gleydiene Erly Pinheiro et al. Prevalência de úlceras de membros inferiores em um município do interior de Minas Gerais. 2019. 3-FURTADO, Renato Coelho. Úlceras venosas: uma revisão da literatura. 2017. 4-LOPES, Célia Regina et al. Avaliação das limitações de úlcera venosa em membros inferiores. Jornal Vascular Brasileiro, v. 12, n. 1, p. 5-9, 2019. 5-SERGIO, Fernanda Rabello; SILVEIRA, Isabelle Andrade; OLIVEIRA, Beatriz Guitton Renaud Baptista de. Avaliação clínica de pacientes com úlceras de perna acompanhados em ambulatório. Escola Anna Nery, v. 25, n. 1, 2021.
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