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1 ANÁLISE DE ESFORÇOS ATUANTES DE PRESSÃO E SUCÇÃO EM UM GALPÃO METÁLICO DEVIDO A AÇÃO DO VENTO ANALYSIS OF PRESSURE AND SUCTION ACTING EFFORTS IN A METALLIC WAREHOUSE DUE TO WIND ACTION Jhonata da Silva Fonseca¹ ; Ortis Gonçalves Costa² ¹Graduado em Engenharia Civil/ Uniplan Brasil, Emai:l jhonata.fonseca@aluno.uniplandf.edu.br ²Graduando em Engenharia Civil/ Uniplan Brasil, Email: ortis.costa@aluno.uniplandf.edu.br RESUMO Os galpões metálicos são estruturas comumente utilizadas para estabelecimentos comerciais, industriais e armazenamento de produtos. Estas edificações industriais são submetidas a cargas permanentes e variáveis, estas últimas devido às ações acidentais e às ações do vento sobre os seus planos de fechamento, lateral e cobertura, ocasionando os efeitos de sobrepressão e sucção. Este trabalho apresenta um estudo de caso sobre o comportamento de um galpão industrial sob efeito da sucção e sobrepressão devido à ação do vento na cobertura, considerando este carregamento variável atuando como carregamento estático de acordo com a NBR 6123/1988 e considerações de cálculo obtidos com o auxílio do software Visual Ventos 2.0.2. Considerou-se três tipos de sistemas de contraventamento no modelo numérico elaborado no software SAP2000, das quais se diferenciaram apenas as disposições dos tirantes para as formas de X, K e V no plano da cobertura. A análise de cada tipo de sistema de contraventamento foi realizada através dos deslocamentos horizontais, deslocamentos verticais e esforços axiais nos tirantes. Os esforços resultantes da sucção do vento se alteram à maneira que a configuração dos tirantes no contraventamento muda. Nesse sentido, comparou-se as três modelações do contraventamento, para as situações analisadas, verificando qual disposição dos tirantes melhor atende à segurança e estabilidade global da estrutura de acordo com a NBR 8800/2008. Palavras-Chave: Sobrepressão, Sucção, Contraventamentos, Estrutura de Cobertura. ABSTRACT Metal warehouses are structures commonly used for commercial, industrial and product storage. These industrial buildings are subjected to permanent and variable loads, the latter due to accidental actions and the actions of the wind on their closing, lateral and roofing plans, causing the effects of overpressure and suction. This work presents a case study on the behavior of an industrial building under the effect of suction and overpressure due to the action of wind on the roof, considering this variable loading acting as static loading according to NBR 6123/1988 and calculation mailto:ortis.costa@aluno.uniplandf.edu.br mailto:ortis.costa@aluno.uniplandf.edu.br 2 considerations obtained with the aid of the Visual Ventos 2.0.2 software. Three types of bracing systems were considered in the numerical model developed in the SAP2000 software, from which only the tie rod arrangements for the forms of X, K and V in the roof plane were differentiated. The analysis of each type of bracing system was performed through horizontal displacements, vertical displacements and axial forces on the rods. The efforts resulting from the suction of the wind change as the configuration of the tie rods in the brace changes. In this sense, the three bracing models were compared, for the situations analyzed, verifying which tie arrangement best meets the overall safety and stability of the structure according to NBR 8800/2008. Keywords: Overpressure, suction, bracing, roof structure. 1. INTRODUÇÃO Os galpões ou edifícios industriais, geralmente, são construções em aço, de um único pavimento, constituídos de sistemas estruturais compostos por pórticos regularmente espaçados, com cobertura superior apoiada em sistemas de terças e vigas ou tesouras e treliças. Estima-se que atualmente a maior parte das construções em aço no Brasil seja de estruturas simples, como as coberturas e as estruturas de um único pavimento. Neste importante segmento, os galpões lideram as construções, apresentando soluções econômicas e versáteis para uma larga faixa de vãos e uma infinidade de aplicações no comércio e na indústria. É nos galpões industriais que a estrutura metálica de aço apresenta sua aplicação mais frequente em nosso país. Tal fato deve-se à exigência de grandes vãos livres, em que a estrutura metálica se apresenta como solução mais econômica se comparada à estrutura de concreto armado. REBELLO (2007, p. 99) Estas edificações são projetadas normalmente sendo submetidas a ações de cargas permanentes e variáveis. As ações permanentes envolvem o peso próprio da estrutura e o peso dos materiais de acabamento; são usualmente fáceis de serem tratadas, pois dependem somente das seções transversais e dos elementos que compõem a estrutura metálica dos galpões. Já as ações variáveis, tais como sobrecarga vento ou outras causas, apresentam um maior grau de dificuldade. As cargas dinâmicas de vento podem ser consideradas cargas estáticas, respeitando as condições especificadas na NBR 6123/1988 – Forças de vento em Edificações. No entanto, a estabilidade e segurança estrutural em projetos de edificação podem ser colocadas em risco quando as ações do vento não são consideradas devidamente, podendo assim levar a estrutura ao colapso global ou parcial devido à composição de forças do vento internas e externas à edificação. Por serem estruturas amplas e leves e, muitas vezes altamente permeáveis ao ar externo, são facilmente atingidas pelas cargas de vento. Sob efeito de sobrepressão do vento, as telhas da cobertura se apoiam sobre as terças e o carregamento é distribuído pelos elementos estruturais de forma equilibrada, mas quando o vento provoca sucção na estrutura, os pontos solicitados serão os pontos de amarração entre telhas metálicas e o plano da estrutura gerando solicitações de esforços variáveis a partir da configuração da amarração. 3 O contraventamento tem finalidade de aumentar a rigidez da construção. É um sistema de proteção da edificação contra a ação do vento, atuando contra os deslocamentos transversais nos nós da estrutura por transferência de esforços para os nós fixos de apoio. 2.JUSTIFICATIVA Faz-se notório a importância de análises estruturais sob atuação do vento em estruturas metálicas. Pois essas ações, normalmente preponderantes em estruturas leves, podem levar ao colapso parcial ou global da estrutura se não são devidamente previstas e calculadas durante a etapa de projeto. Por esses motivos é de suma importância uma analise cuidadosa e criteriosa do contraventamento escolhido e também de um dimensionamento eficaz e seguro para a cobertura metálica. Conforme Sáles et al. (1994) a falha nos projetos de sistemas de contraventamento de coberturas ou a inexistência deles podem acarretar a flambagem de elementos estruturais ou de toda a estrutura, conduzindo-a à ruína. Outra grave causa de acidentes devido ao vento é o contraventamento inadequado das colunas, causando flambagem nas colunas e levando a edificação abaixo Segundo Mauricio Marcelli, autor do livro “Sinistro na Construção Civil” (2007, p. 159): Os ventos têm sido a causa de muitos sinistros no Brasil, principalmente em algumas regiões onde eles ocorrem com maior intensidade. Na região Sul do país, os vendavais acontecem com mais frequência e causam enormes danos às edificações, tendo em vista que a maioria delas não foi projetada ou construída para resistir à ação do vento. Portanto, este trabalho tem como objetivo geral realizar uma análise estrutural, comparativa, da cobertura metálica de um galpão de uso geral sob a atuação do vento em sobrepressão e sucção. Os objetivos específicos são: Verificar a estabilidade e segurança da cobertura sob os efeitos de pressão e sucção devido à ação do vento; Analisar os esforços resultantesno sistema de contraventamento da cobertura de um galpão metálico devido ao efeito do vento; Verificar a deformação na estrutura da cobertura. 3. METODOLOGIA Esse trabalho é um estudo de caso de um galpão de uso múltiplo em que se utiliza dados quantitativos coletados com o auxílio de ferramentas computacionais. A partir de três tipos de contraventamento realiza-se uma análise, verificando, entre os três modelos utilizados no estudo, qual a disposição dos tirantes mais apropriada para a estrutura de cobertura do galpão, qual atinge a menor deformação e qual o quantitativo de material empregado em cada tipo, a fim de comparar sua eficiência. Verifica-se também se a estrutura analisada (galpão em estudo) está em conformidade com as normas vigentes e se atende aos quesitos de segurança exigidos pelas normas. Empregando o método comparativo, confronta-se os dados encontrados no projeto original com os dados de outros modelos calculados no programa computacional SAP 2000, além desse programa utilizou-se o Visual Ventos 2.0.2 4 para auxiliar nos cálculos de pressão e sucção devido a ação dos ventos a 0º e a 90º, conforme estabelecido pela NBR 6123/1988. 4. DESENVOLVIMENTO A estrutura tratada neste trabalho é um galpão de uso geral projetado para a área central de Brasília – DF, com as seguintes características: 20,9 metros de largura, 80 metros de comprimento, 6,32 metros de pé direito, telhado de duas águas e com 10,52º de inclinação, 6,37 metros de distância entre os pilares, três portas de 210x200cm na lateral da frente, uma porta de 210x200 na lateral do fundo e janelas lacradas. Figura 1 – Galpão em Estudo. Fonte: Elaborado pelos autores (2020). A seguir, na tabela 1, pode-se observar as ações permanentes e variáveis atuantes na estrutura, com seus respectivos valores. Tabela 1 – Ações atuantes no modelo numérico AÇÕES ATUANTES NA ESTRUTURA Ações Permanentes Peso Próprio - Telhas 0,05kN/m² Ações Variáveis Uso e ocupação 0,25kN/m² Vento a 0º - Sobrepressão 3,05kN/m Vento a 0º - Sucção -2,89KN/m Vento a 90º - Sobrepressão 6,24kN/m Vento a 90º - Sucção -6,85kN/m Fonte: Elaborado pelos autores (2020) 5 O peso próprio de todos os componentes da estrutura é computado automaticamente pelo software SAP 2000 através do peso específico de cada material. Apenas o peso próprio das telhas foi lançado como carregamentos concentrados nos nós do banzo superior das treliças. As cargas que atuam em um edifício, com exceção das cargas permanentes, não podem ser avaliadas com precisão. Vento e sismo são fortuitos na natureza, e difícil de predizer com segurança a intensidade de suas ações. As sobrecargas podem ser avaliadas, mas não tem a certeza de quando e em quanto o seu limite será ultrapassado. Teorias probabilísticas têm ajudado a engenharia estrutural a racionalizar, e até mesmo a simplificar, as aproximações para o cálculo das cargas variáveis nas estruturas. FRANCA (2003, p.39) Com relação às ações variáveis, considera-se as ações de uso e ocupação da cobertura, conforme a NBR 8800/2008 estabelece, e as forças devido à ação do vento a 0º e a 90º, de acordo com as especificações da NBR 6123/1988. Essas ações decorrentes da ação do vento foram aplicadas conforme a figura 2 ilustra. Figura 2 – Galpão em Estudo. Fonte: Elaborado pelos autores (2020). De acordo com a NBR 8800/2008 adotou-se a combinação COMB 0 no estado limite de serviço (ELS) e as combinações COMB 01, COMB 02 e COMB 03 no estado limite último (ELU): COMB 0: G ( peso pr ó prio)+0,7 .Q (usoe ocupação)+0 .V 2 (sobrepress ã o) COMB 01: 1,25 .G (peso pr ó prio )+1,5 .Q (usoe ocupação )+1,4 .0,6 .V 2 (sobrepress ã o) 6 COMB 02: 1,0 .G (peso próprio )+1,4 .V 1 (sucção ) COMB 03: 1,25 .G (peso próprio )+1,4 .V 2 (sobrepressão) No modelo numérico da estrutura de cobertura procurou-se seguir as mesmas medidas e características especificadas no projeto do galpão adotado neste estudo de caso, conforme apresenta-se no quadro 1 a seguir. É importante destacar que em todo o estudo manteve-se a modelagem da estrutura, alterando-se apenas as disposições do contraventamento. Quadro 1 – Perfis do galpão. Propriedades e Características dos Perfis Material Módulo de elasticidade Tensão última (MPa) Elementos estruturais Perfis E (GPa) G (GPa) Aço Laminado A - 36 200 75 400 Diagonais 2L 60 x 60 x 4(U) c/ presilhas a cada 25 cm Montantes 2L 60 x 60 x 4(U) c/ presilhas a cada 25 cm Contraventamento Horizontal Barra redonda 3/8” Aço Dobrado A - 36 200 75 400 Terças C200 x 75 x 25 #2,66 Fonte: Elaborado pelos autores (2020). Segundo Rebello (2007) denomina-se perfil estrutural à barra obtida por diversos processos e que apresenta a forma da seção com determinadas características geométricas que o qualifica para absorver determinados esforços. Um aço deve ter uma composição química compatível com sua utilização, isto é, as propriedades desse aço devem garantir que ele está sendo usado de modo que se tem plena confiança de que ele desempenhará corretamente suas funções desejadas. Assim, durante sua utilização, ele não causará transtornos, tais como: ruptura, deformação excessiva devido a esforços mecânicos, oxidação ou corrosão em ambientes ou meios especiais, ou desgaste em ambientes abrasivos. SOUZA (1989, p.1) Inicialmente definiu-se as propriedades dos materiais e das barras, as seções transversais dos elementos e as restrições nodais no software SAP 2000. Posteriormente, tendo definido as ações atuantes na estrutura e suas respectivas combinações, atribuiu-se essas ações aos elementos do modelo. Por fim, realizou- se as análises estruturais, a partir das quais gerou-se os diagramas de esforços axiais, deslocamentos verticais e deslocamentos horizontais. 7 4.1. Modelos Estruturais Com base nos dados do projeto original modelou-se quatro estruturas de cobertura similares, denominadas de situação 0, situação 1, situação 2 e situação 3. Na situação 0 a estrutura modelada não possui contraventamento, enquanto nas situações 1, 2 e 3 inseriu-se o contraventamento nas formas de X, K e V, respectivamente. Como se pode observar na figura 3, tem-se o modelo tipo em estudo na situação 1 e nas situações 2 e 3 alterou-se apenas a disposição dos tirantes. Figura 3 – Vista superior das situações modeladas. Fonte: Elaborado pelos autores (2020) Para cada situação modelada no software SAP 2000 obteve-se uma quantidade diferente de elementos nodais e elementos de barra, a seguir, na tabela 1, apresenta-se o quantitativo desses elementos após a discretização. Tabela 2– Estruturas modeladas no software MODELAGEM DA ESTRUTURA Situação Elementos Nodais (nodes) Elementos de Barra (frames) 0 4335 5181 1 5077 6065 2 5128 6108 3 5081 6060 Fonte: Elaborado pelos autores (2020) Para facilitar a visualização nas próximas tabelas serão adotados os pontos P2, P3 e P4 para análise dos deslocamentos horizontais e os pontos PA, PB, PC, PD e PE para análise dos deslocamentos verticais, conforme ilustrado nas figuras 4 e 5, respectivamente. Figura 4 – Pontos de referência para análise dos deslocamentos horizontais 8 Fonte: Elaborado pelos autores (2020) Figura 5 – Pontos de referência para análise dos deslocamentos verticais. Fonte: Elaborado pelos autores (2020) 5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Por fim, de acordo com as combinações últimas de ações supracitadas coletou-se os dados das situações modeladas, a partir das quais gerou-se as tabelas 2, 3, 4, 5, 6 e 7, essas tabelas reunem os deslocamentos horizontais, os deslocamentos verticais e os esforços axiais para ventos a 0° e 90º. 9 Tabela 3 - Deslocamentos com ventos a 0º nos eixos X e Y. DESLOCAMENTO HORIZONTAL – VENTO A 0º Eixo X (mm) Combinações Últimas Pontos Contraventamento Sem contraventamento XK V COMB. 1 P3 1,94 2,18 2,06 2,19 P4 2,34 2,61 2,49 2,61 COMB. 2 P3 -7,15 -7,84 -7,48 -7,74 P4 -8,36 -9,11 -8,77 -8,97 COMB. 3 P3 2,0294 2,3394 2,1898 2,3674 P4 2,46 2,80 2,66 2,78 Eixo Y (mm) Combinações Últimas Pontos Contraventamento Sem contraventamento X K V COMB. 1 P3 0,17 0,32 0,32 0,24 P4 -0,12 -0,24 -0,20 -0,18 COMB. 2 P3 0,11 0,32 0,27 0,29 P4 -0,50 -0,58 -0,51 -0,61 COMB. 3 P3 0,25 0,50 0,48 0,37 P4 -0,23 -0,42 -0,35 -0,34 Fonte: Elaborado pelos autores (2020) Tabela 4 - Deslocamentos com ventos a 90º nos eixos X e Y. DESLOCAMENTO HORIZONTAL – VENTO A 90º Eixo X (mm) Combinações Últimas Pontos Contraventamento Sem contraventamento X K V COMB. 1 P3 8,52 8,52 8,02 8,55 P4 7,79 7,79 7,49 7,69 COMB. 2 P3 -10,49 -10,49 -9,90 -10,32 P4 -10,37 -10,37 -9,65 -10,31 COMB. 3 P3 12,94 12,94 12,18 13,05 P4 11,68 11,68 11,24 11,49 Eixo Y (mm) Combinações Últimas Pontos Contraventamento Sem contraventamento X K V COMB. 1 P3 0,02 0,02 -0,07 -0,09 P4 0,12 0,12 0,16 0,06 COMB. 2 P3 0,08 0,08 0,095 -0,01 P4 -0,17 -0,17 -0,22 -0,15 COMB. 3 P3 0,04 0,04 -0,09 -0,09 P4 0,08 0,17 0,22 0,11 Fonte: Elaborado pelos autores (2020) 10 Tabela 5 – Deslocamentos verticais com o vento a 0º DESLOCAMENTO VERTICAL - VENTO A 0º (mm) Combinações Últimas Pontos Contraventamento Sem contraventamento X K V COMB. 1 PA -96,59 -96,73 -97,07 -97,31 PB -71,59 -74,73 -79,89 -75,03 PD -31,56 -31,86 -31,79 -31,85 COMB. 2 PA -9,85 -10,07 -10,32 -10,40 PB 41,17 40,85 40,74 40,76 PD 107,62 109,26 109,36 109,44 COMB. 3 PA -142,81 -142,83 -143,03 -143,36 PB -103,15 -103,24 -103,40 -103,58 PD -33,81 -34,16 -34,09 -34,16 Fonte: Elaborado pelos autores (2020) Tabela 6 – Deslocamentos verticais com o vento a 90º DESLOCAMENTO VERTICAL - VENTO A 90º (mm) Combinações Últimas Pontos Contraventamento Sem contraventamento X K V COMB. 1 PA -131,23 -130,98 -130,92 -131.20 PB -133,10 -132,90 -132,84 -133,04 PD -112,42 -112,59 -112,54 -112,67 COMB. 2 PA 140,03 140,13 140,23 140,44 PB 155,64 155,15 155,17 155,36 PD 165,73 165,13 165,13 165,29 COMB. 3 PA -200,13 -199,92 -199,87 -200,27 PB -200,52 -200,17 -200,11 -200,39 PD -168,63 -168,73 -163,11 -163,28 Fonte: Elaborado pelos autores (2020) Tabela 7 - Análise dos esforços normais com o vento a 0º ESFORÇO AXIAL MÁXIMO NO CONTRAVENTAMENTO - VENTO A 0º (mm) Combinações Últimas Contraventamento X K V COMB. 1 -5,81 -6,02 -1,94 COMB. 2 5,12 -2,55 -0,60 COMB. 3 -8,62 -8,64 -3,37 Fonte: Elaborado pelos autores (2020) 11 Tabela 8 - Análise dos esforços normais com o vento a 90º ESFORÇO AXIAL MÁXIMO NO CONTRAVENTAMENTO - VENTO A 90º(mm) Combinações Últimas Contraventamento X K V COMB. 1 -7,61 -8,3 -3,29 COMB. 2 8,86 -9,68 -1,01 COMB. 3 -11,61 -12,44 -5,01 Fonte: Elaborado pelos autores (2020) 5.1. Análise e Discussão dos Resultados Observou-se o comportamento na estrutura de cobertura, a partir da realização de análises estruturais dos modelos de contra ventamento em estudo, desenvolvidos com o auxílio do software SAP 2000. Através dos modelos e cálculos gerados, por uma questão didática dividiu-se a análise e discursão de dados em três tópicos: Análise dos Deslocamentos Horizontais, Análise dos Deslocamentos Verticais e Análise dos Esforços Axiais. 5.1.1. Análise dos Contraventamentos A principal carga acidental, que incide sobre o telhado, é provocada pelo vento. A ação do vento as vezes é transmitida às estruturas principais segundo direções não contidas no plano das mesmas, tornando-se necessária a utilização de uma estrutura auxiliar com o objetivo de resistir a esses esforços. Essas estruturas são denominadas genericamente por contraventamentos. Se uma cobertura não é adequadamente contraventada, as tesouras podem mover-se fora do plano vertical ou do alinhamento, causando tensões laterais progressivas. Verifica-se pelos dados apresentados nas tabelas 2 e 3 que o contraventamento que melhor atente aos esforços é o contraventamento em K pois o sistema contribuiu para um aumento da rigidez global da estrutura nas direções X e Y. O contraventamento se deu por um já consagrado sistema formado por diagonais inclinadas, denominado contraventamento em K. Esse sistema, comparado com o sistema proposto, ainda se mostra mais eficiente. 5.1.2. Análise dos Deslocamentos Verticais A verificação dos deslocamentos verticais máximos, apresentados nas tabelas 4 e 5, foi feita com base no critério indicado no Anexo C da NBR 8800/2008. Considerou-se para o deslocamento vertical máximo a sobrecarga de cobertura que estabelece um valor máximo de L/250 para o caso de estrutura biapoiadas, suportando elementos de cobertura elásticos. A situação sem contraventamento é a que apresentou os maiores deslocamentos verticais, uma vez que a mesma não possui o travamento global 12 proporcionado pelo contraventamento, no entanto a estrutura contraventada que apresentou os maiores deslocamentos verticais foi o modelo de contraventamento em V, logo, os menores deslocamentos observados foram no modelo de contraventamento em K. 5.1.3. Análise de Esforços Axiais Se observou os esforços máximos que veio a ocorrer nos tirantes do contraventamento dos tipos e modelos testados, para melhor identificação das forças atuantes em cada combinação testada. Verificando as tabelas 6 e 7 observa-se que nos esforços normais o contraventamento menos solicitado foi o contraventamento em V, porém o contraventamento em K foi o mais solicitado, sendo o contraventamento em K o que melhor atendeu as cargas de vento em 0º e 90 º, pode se deduzir então, que foi o melhor sistema para a distribuição das cargas de forma global na estrutura de cobertura. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nota-se que a combinação 3, que contempla o peso próprio da estrutura, a sobrecarga mínima e a sobrepressão sob atuação da carga de vento a 90º levou a pior situação. Pode-se observar que as combinações nas quais considerou-se a ação do vento, não conduziram as piores situações para o estado limite último. Realizou-se análises estruturais com o auxílio do software SAP 2000 e verificou-se que o contraventamento em K apresentou menores deslocamentos horizontais em relação aos modelos em X e V. Os deslocamentos verticais também foram investigados, dos quais o contraventamento em V apresentou maiores movimentações, enquanto o contraventamento em K apresentou menores deslocamentos, mostrando-se mais eficiente. Por fim observou-se os esforços normais máximos identificados nos tirantes de cada uma das modelagens em estudo, constatando que, ao contrário do contraventamento em V, o contraventamento em K foi mais solicitado, distribuindo melhor as cargas atuantes na cobertura do galpão. Após realizar as análises estruturais e feitas as devidas verificações em função dos resultados obtidos, pode-se afirmar que a capacidade última das barras dessas estruturas seria capaz de atender aos esforços de uma combinação de serviço, e que também atendem ao grau de segurança das combinações últimas prescritas pela atual norma para projeto e dimensionamento de estruturas em aço, a NBR 8800/2008. Concluiu-se que, das três estruturas de contraventamento testadas, a que melhor contribuiu com a rigidez global da estrutura de cobertura foi o contraventamento em K, sendo também o que mais sofreu a solicitação máxima dos tirantes, devido a distribuição uniforme das forças atuantes na estrutura. 13 7.REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123: forças devidas ao vento em edificações: Rio de Janeiro, 1998. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8681: Ações e Segurança nas Estruturas - Procedimento. Rio de Janeiro, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios.Rio de Janeiro, 2008. AZEVEDO, Álvaro. Método dos elementos finitos. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Universidade do Porto, Portugal, 2003. Disponível em: http://www.alvaroazevedo.com. Acesso em: 26 nov. 2020. BELLEI, I. Edifícios Industriais em Aço. 2ª Edição. São Paulo, Editora Pini, 1998. 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