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CIRROSE HEPÁTICA

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Cirrose (do grego kirrhos) significa 
amarelo-tostado ou fulvo e muitas são 
as definições utilizadas para esse termo, 
que podem estar centradas nos 
aspectos morfológicos, funcionais e/ou 
clínicos. 
Devido a essa grande variação nas 
definições, muitos patologistas 
consideram o termo cirrose 
demasiadamente impreciso para ser 
utilizado como um diagnóstico 
morfológico e tendem a evitar seu uso. 
Entretanto, ainda hoje esse termo 
continua sendo amplamente utilizado 
por veterinários em todo o mundo e 
permanece presente nos mais 
conceituados livros de clínica e 
patologia veterinária. 
Porém, é comumente considerado 
como o estágio final irreversível da lesão 
hepática crônica, caracterizada por um 
grau de fibrose e regeneração que 
resulta na desorganização da 
arquitetura hepática. 
 
 
A incidência da cirrose em cães é 
desconhecida, embora em um estudo 
ela tenha representado 15% dos casos 
de doença hepática avaliados por 
biopsia. Porém, sabe-se que essa é 
uma das principais doenças que afetam 
cães idosos. 
Alguns autores afirmam que a cirrose, 
como definida em medicina humana, 
não ocorre com frequência em 
veterinária e que os casos interpretados 
como cirrose em animais caracterizam-
se principalmente por fibrose hepática 
associada à inflamação crônica. 
 
Diversas causas podem gerar um 
quadro de Cirrose Hepática, tais como 
toxicose hepática por cobre, hepatite 
inflamatória crônica, enteropatia 
inflamatória crônica, hipóxia hepática, 
medicamentosas, infecções virais, 
Leptospirose, complexo colângio-
hepático. 
Causas mais raras incluem lesões 
imunológicas e a hepatite das células 
acidofílicas canina. 
Embora várias doenças hepáticas 
crônicas possam culminar em cirrose, o 
estabelecimento da etiologia é, na 
maioria das vezes, muito difícil com 
base apenas em critérios morfológicos. 
Após a destruição do parênquima 
hepático, pode ocorrer regeneração do 
parênquima, substituição por fibrose e 
hiperplasia biliar. 
O resultado de um insulto hepático 
depende da natureza e duração da 
lesão e da sobrevivência do paciente. 
A classificação morfológica da cirrose 
em cães é derivada da classificação 
usada para a cirrose em pessoas, e é 
baseada no tamanho dos nódulos vistos 
macroscopicamente, ou seja, cirrose 
micronodular e cirrose macronodular. 
A macronodular ou multilobular é a 
forma mais comum em cães e é 
caracterizada por nódulos irregulares 
grandes, geralmente maiores que 0,3 
cm de diâmetro e regularmente atingem 
5 cm ou mais. 
A micronodular ou monolobular é 
definida como possuindo todos os 
nódulos com tamanho menor que 0,3 
cm de diâmetro, que corresponde 
grosseiramente ao tamanho do lóbulo 
@naaramedvet 
INTRODUÇÃO 
EPIDEMIOLOGIA 
CAUSAS DA CIRROSE HEPÁTICA 
hepático original, que mede 
aproximadamente 0,1 a 0,2 cm de 
diâmetro. 
Existe frequentemente uma notável 
uniformidade do tamanho do nódulo. 
Seus sinais mais frequentes incluem 
sinais típicos de doença hepática 
crônica, como anorexia, letargia, 
poliúria, polidipsia, perda de peso, 
vômitos, melena, diarreia e com o 
agravamento desse distúrbio hepático, 
há desenvolvimento de sinais mais 
evidentes e característicos de 
hipertensão portal e insuficiência 
hepática, como ascite, enrijecimento 
abdominal, icterícia, que contrariamente 
ao que é observado em humanos, nos 
quais a icterícia é incomum, em cães ela 
é um sinal clínico importante, sendo 
evidenciada em uma porcentagem 
significativa dos pacientes, 
coagulopatias e sinais de encefalopatia 
hepática. 
 
Imagem: Fígado de um cão cirrótico 
apresentando nódulos regenerativos e 
fibrose difusa por todo o parênquima. 
 
 
O diagnóstico é feito como histórico do 
animal, exame físico, radiografias e 
ultrassonografias, nos quais se observa 
heterogeneidade do parênquima 
hepático, exames laboratoriais como 
ALT, AST, fosfatase alcalina, de 
concentração de amônia, bilirrubina, 
proteínas, ácidos biliares, colesterol, 
testes de coagulação e urinálise. 
Testes bioquímicos de função hepática 
devem ser considerados apenas como 
auxiliares no diagnóstico, pois em 
alguns casos de cirrose os resultados 
desses testes podem ser vagos ou 
insidiosos. 
O nível sérico da enzima hepática ALT 
pode estar normal ou somente um 
pouco elevado, provavelmente devido à 
diminuição do parênquima hepático 
viável. 
A fosfatase alcalina geralmente está 
elevada em casos de colestase intra-
hepática, observada na cirrose em 
decorrência da fibrose e dos nódulos 
regenerativos que impedem o fluxo 
normal da bile. 
A maioria dos cães com cirrose tem 
níveis elevados de bilirrubina e amônia 
séricas, enquanto a ureia e albumina 
aparecem diminuídas. É comum que o 
animal apresente também anemia. 
Para o diagnóstico definitivo, a biópsia 
hepática faz-se necessária. 
 
 
O tratamento de afecções hepáticas 
crônicas consiste em terapia de suporte, 
incluindo uso de dietas modificadas e 
medicações específicas administradas 
para diminuir o processo fibrótico. 
Envolve agentes antioxidantes, 
citoprotetores, anti-inflamatórios e 
antifibróticos. 
Estes aprimoraram os mecanismos de 
defesa natural para inibir a inflamação e 
fibrose, prevenir a apoptose ou proteger 
contra lesões oxidativas pela 
manutenção de um equilíbrio de 
redução adequado. 
A fluidoterapia adequada é importante 
para a correção dos desequilíbrios dos 
DIAGNÓSTICO 
TRATAMENTO 
hidroeletrolíticos e acidobásicos, 
manutenção e expansão do volume 
vascular visando melhorar a perfusão 
dos tecidos, acelerar a recuperação e 
prevenir a coagulação intravascular 
disseminada (CID), além de acelerar a 
excreção renal dos metabólitos. 
É importante o monitoramento 
bioquímico do paciente para realizar as 
correções necessárias, porém, a 
solução indicada para início do 
tratamento, antes que obtenha os 
resultados dos testes diagnósticos, é a 
solução de ringer com vitaminas do 
complexo B. 
O ácido ursodeoxicólico é um ácido 
biliar hidrofílico que pode reduzir a lesão 
hepatocelular e a fibrose, modular a 
resposta imune e agir indiretamente 
como antioxidante pela prevenção da 
peroxidação induzida pelos ácidos 
biliares. 
A silimarina é um antioxidante e 
aumenta a síntese proteica e a 
regeneração hepatocelular, além de 
conservar a fluidez da membrana 
plasmática, suprimir a fibrinogênese e 
promover a fibrólise. 
Os fármacos mais usados em animais 
com fibrose hepática são os 
corticosteroides, pelo efeito anti-
inflamatório e antifibrótico, mas são 
contraindicados em doenças hepáticas 
crônicas. 
A dieta para uma paciente com 
hepatopatia deve ser restrita em 
proteínas, ser palatável, ter alta 
digestibilidade e densidade calórica, ter 
níveis moderados de gordura e fibras 
solúveis. 
 
Referências Bibliográficas 
FONSECA-ALVES, C. E.; ELIAS, F; 
SANTOS JÚNIOR, H. L. Protocolo 
terapêutico para cirrose hepática canina 
– uso em três animais. Estud. Biol., 
2010/2011 jan./dez.; 32/33(76-81): 93-6. 
OLIVEIRA, Bárbara dos S. Cirrose 
Hepática Canina: Relato de Caso. XIII 
Jornada de Ensino, Pesquisa e 
Extensão – Jepex 2003 – UFRPE: 
Recife, 9 e 13 dez. 
PEREIRA, L. A. et al. Cirrose Hepática 
em Cão: Relato de Caso. XXIII 
Congresso de pós-graduação da UFLA, 
out./nov. 2014. 
SARTOR, R. Ultrassonografia Deppler 
em Cães com Hepatopatias Difusas. 
Tese (pós-graduação em Medicina 
Veterinária) – Universidade Estadual 
Paulista, Botucatu. 
SILVA, M. C. Cirrose hepática em cães: 
80 casos (1965-2003) Cirrose hepática 
em cães: 80 casos (1965-2003). Pesq. 
Vet. Bras. 27(11):471-480, nov. 2007. 
Estudo Retrospectivo de Lesões 
Hepáticas Crônicas em Cães . 2005. 
181f. Dissertação (mestrado em 
Medicina Veterinária) – Universidade 
Federal de Santa Catarina, Sant Maria. 
YAMAMOTO, L.K. et al. Cirrose 
Hepática – Revisão Bibliográfica eRelato de Caso. Rev. Ciên. Vet. Saúde 
Pública, v. 1, n. 1, p. 008-014, 2014.

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