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ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção Noções iniciais # Estomatopatologia é a especialidade em odontologia que tem como objetivo a prevenção, o diagnóstico, o prognóstico e o tratamento das doenças próprias do complexo ‘maxilomandibular’, das manifestações bucais de doenças sistêmicas e das repercussões bucais do tratamento antineoplásico. ->Áreas de competência: a) Promoção e execução de procedimentos preventivos em nível individual e/ou coletivo na área da saúde bucal, com ênfase na prevenção e diagnostico precoce do câncer bucal. b) Condução ou supervisão de atividades de pesquisa e epidemiológica clinica e/ou laboratorial relacionadas aos temas de interesse da especialidade. c) Realização ou solicitação de exames complementares, necessários ao esclarecimento do diagnostico, bem como adequar ao tratamento. # Radiologia é a especialidade que tem como objetivo a aplicação dos métodos exploratórios por imagem com a finalidade de diagnóstico, acompanhamento e documentação do complexo buco-maxilo-facial (BMF). -> As áreas de atuação da radiologia odontológica e imaginologia incluem: a) obtenção, interpretação e emissão de laudo das imagens de estruturas BMF e anexas obtidas. # Patologia bucal é a especialidade que tem como objetivo o estudo dos aspectos histopatológicos das alterações do complexo BMF e estruturas anexas, visando ao diagnóstico final e ao prognóstico dessas alterações, por meio de recursos técnicos e laboratoriais. -> As áreas de competência para atuação do especialista em patologia bucal incluem a execução de exames laboratoriais microscópicos, bioquímicos e outros bem como a interpretação de seus resultados, além de requisição de exames complementares como meio de auxiliar no diagnóstico de patologias do complexo BMF e estruturas anexas. # Biópsia é um exame complementar que tem como finalidade a elucidação diagnóstica por meio da remoção de tecido vivo para estudo macro e microscópico. (Bio= vida / opsis=observação) Finalidade de observar e verificar alterações ocorridas em decorrência de um processo patológico. -> Indicações Erosões e ulceras – sem sinal de cicatrização Lesões brancas ou vermelhas – sem sinais de um fator etiológico evidente Lesões pigmentosas Vesículas e bolhas Nódulos e pápulas Cistos e lesões expansivas Resultados citológicos classes III, VI ou V -> Contra indicações – Gerais: Doenças sistêmicas descompensadas; Cardiopatias; Portadores de doença ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção hematológicas graves; – Locais: Lesões vasculares; Periféricas; Centrais; -> Tipos de biópsia de acordo com material utilizado Bisturi Curetagem – lesões cavitárias (tecidos moles) Pinça saca-bocado – É indicada apenas para lesões localizadas na região posterior da cavidade bucal, portanto, regiões de difícil acesso. Punch – Consiste em um cilindro cuja extremidade é oca e bisselada. É utilizado com um movimento de penetração na lesão seguido de ¼ de volta para cada lado. Biópsia por aspiração – Método de investigação que permite a sucção de liquido contido no interior de lesões. O produto das lesões podem indicar a sua natureza. Biópsia por congelação – Durante a cirurgia o material é removido, congelado, cortado e analisado por um patologista no próprio centro cirúrgico. Incisional – remoção de parte do tecido tumoral. Excisional – remoção de todo o tecido tumoral. -> Material utilizado Cabo e lâmina de bisturi Tesouras, pinças, cinzel e martelo Carpule, agulha e anestésico Gaze Porta agulha Fio de sutura, formol, frasco com boca larga -> Técnica Antissepsia com clorexidina Anestesia Estabilização dos tecidos Diérese – incisão Exérese Hemostasia Síntese -> Cuidados com o material removido Deve ser colocado imediatamente em solução fixadora Formol à 10% Frasco com boca larga Identificação no frasco -> Encaminhamento para o laboratório Dados pessoais; exames complementares; descrição clinica; historia clinica; hipóteses de diagnostico; ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção PROCESSOS PROLIFERATIVOS NÃO NEOPLÁSICOS (PPNN) Trata-se de um crescimento auto-limitante de tecido fibroblástico ou associação de fibras e tecido vascular. São resultantes de irritações crônicas Apresentam caráter basicamente inflamatória Desprovidos de características neoplásicas Proliferação reativa Mais de 50% das lesões que ocorrem na boca #Neoplasias malignas Com ou sem trauma-> célula A sofre mitose, dando origem à outras células sem componentes inflamatórios. #PPNN Diante de trauma-> célula A sofre mitose dando origem à mais células A com componentes inflamatórios. Irritação crônica-Inflamação crônica-> Estresse celular Fatores de crescimento Divisão celular #PPNN – Hiperplasia fibrosa inflamatória Sinonímia: hiperplasia fibrosa local; hiperplasia traumática; fibroma por irritação; lábio duplo. Etiologia: Processo de origem inflamatória. Irritação crônica de baixa intensidade – próteses mal adaptadas. Tratamento: Remoção do agente irritante Cirurgia, biópsia excisional Características: Localização – palato, gengiva, mucosa do rebordo alveolar. Coloração – semelhante a mucosa adjacente normal Base – séssil Histológico – infiltrado inflamatório ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção Fibroma traumático – Infiltrado inflamatório Idem ao anterior (HFI) Nodular de fibras curtas. – Hiperplasia papilomatosa Sinonímia: Hiperplasia papilar inflamatória Etiologia: Variante da Hiperplasia fibrosa Irritação crônica de baixa intensidade – prótese mal adaptada / pressão negativa das câmaras de sucção Características: Localização – palato duro Projeções papilares, aspecto granuloso Coloração – avermelhado Sangrante ao trauma Tratamento: Cirurgia / laser Remoção do agente irritante – Remoção da prótese à noite; troca da prótese; antifúngicas; melhora na higiene bucal; – Granuloma Piogênico Sinonímia: Granuloma gravídico ou hemangiogranuloma Etiologia: Trauma Irritação local por restaurações ou próteses, cálculos, corpos estranhos Alterações hormonais e/ou carência vitamínica durante a gravidez, associado a fatores irritantes locais. Características: Localização – papila interdental, língua, lábios, rebordo alveolar. Séssil ou pediculado ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção Crescimento rápido Indolor Coloração – vermelho vibrante / róseo (maturação do tecido fibroso) Tratamento: Cirurgia – procedimentos profiláticos devem preceder a cirurgia para evitar recidivas –Lesão periférica de células gigantes Sinonímia: épulide gigantocelular; Granuloma periférico de célula gigante; Granuloma reparador de célula gigante Etiologia: Traumática – trauma agudo (quedas, agressões, injurias esportivas, exodontias traumáticas) Características: Lesão nodular Base séssil ou pediculada Localização – gengiva, rebordo alveolar Coloração – rósea, castanho-amarelado, azulada Tratamento: Cirurgia – curetagem de osso subjacente para evitar recidivas –Fibromatose gengival Podendo ser: Anatomica, Hereditária, Medicamentosa ou Irritativa. ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção ––Fibromatose gengival anatômica Etiologia: Idiopatica – sem causa aparente Características: Crescimento bem fibrosadoLimitado Localização – região retromolar inferior, tuberosidades Dimensões variadas Assintomática Tratamento: Cirurgia – dificuldades na fonação, deglutição, estética ––Fibromatose gengival irritativa Etiologia: irritação crônica – má higiene, má posicionamento dentário, aparelho ortodôntico fixo, PPR, restaurações sobrextendidas, respiração bucal. Características: Crescimento bem fibrosado Limitado Localização – região retromolar inferior, tuberosidades Dimensões variadas Assintomático Tratamento: Remoção do agente irritante Cirurgia quando indicado ––Fibromatose gengival hereditária Etiologia: Fator genético – gene autossômico dominante Características: Atinge vários membros de uma mesma família Formatos – nodular ou lisa Dentes recobertos Tratamento: Remoção cirúrgica, recidiva. ––Fibromatose gengival medicamentosa Etiologia: efeito colateral de drogas – anticonvulsivantes, imunossupressores, bloqueadores dos canais de cálcio. Características: Inicia-se na papila interdental Face vestibular de dentes anteriores Relação positiva entre dose da medicação e gravidade de crescimento Tratamento: Possibilidade de substituição do medicamento Remoção cirúrgica CLASSIFICAÇÃO DAS NEOPLASIAS #Replicação celular Em organismos multicelulares, a taxa de proliferação de cada tipo de célula é controlada por um sistema integrado que permite replicação celular apenas dentro dos limites que mantém a população normal em níveis homeostáticos. Como na maioria dos tecidos há divisão celular contínua para restaurar as perdas naturais, a replicação celular é essencial para o organismo. No entanto, ela deve seguir o controle rígido imposto ao sistema, pois, se for feita para mais ou para menos, o equilíbrio se quebra. Uma das características principais das neoplasias é justamente proliferação celular descontrolada. A proliferação celular é uma característica inerente às células e não implica necessariamente a ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção presença de malignidade, podendo simplesmente responder a necessidades específicas dos variados tecidos do corpo. #Neoplasia É uma massa anormal de tecido, a qual cresce mais e de forma descoordenada em relação ao tecido normal, e que persiste mesmo depois de cessado o estímulo causador da mudança. Lesão caracterizada pela proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, em geral com perda ou redução da diferenciação celular, em consequência de alterações nos genes que regulam o crescimento e diferenciação –Benigna – geralmente pouco agressiva e relativamente inofensivas; as células continuam se diferenciando. (As células se multiplicam muito, multiplicam rapidamente, mas conseguem se diferenciar) –Maligna – muito agressivo, representando uma ameaça potencial à vida, células indiferenciadas. (As células perdem sua capacidade de se diferenciarem) ->Características comparativas entre as neoplasias BENIGNAS MALIGNAS Taxa de crescimento Baixo Alto Figuras de mitose Raras Frequentes Grau de diferenciação Bem diferenciadas Desde bem diferenciadas até anaplásicas Atipias celulares e arquiteturais Raras Frequentes Degenerações e necrose Ausentes Presentes Tipo de crescimento Expansivo Infiltrativo Cápsula Presente Geralmente ausente Limites da lesão Bem definidos Imprecisos Efeitos sistêmicos Geralmente inexpressivo Geralmente importantes, as vezes fatais Recidiva Em geral, ausente Presente Metástases Ausentes Presente ->Nomenclatura das neoplasias –Tumor – é mais abrangente e significa lesão expansiva ou intumescimento, pode ser causado por inflamação. Aumenta de tamanho. dor>calor>rubor>tumor>perda de função –Câncer – tradução latina da palavra grega ‘carcinoma’ = caranguejo Cancerologia ou oncologia é a parte da medicina que estuda tumores; Cancerígeno ou oncogênico é o estimulo ou agente causador de câncer; –Parênquima – é representado pelo conjunto de células e tecidos ‘funcionais’, ou seja, que desempenham funções específicas que caracterizam determinado órgão. (em neoplasias, o parênquima representa as células tumorais) –Estroma – conjunto de células e tecidos que fornecem sustentação para o adequado ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção funcionamento do parênquima. Tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. PREFIXO ORIGEM Osteo Osso Hepato Fígado Adeno Glândula Raddomio Leiomia Músculo Condra Cartilagem ->Nomenclatura SUFIXO SIGNIFICADO Oma Neoplasia benigna ou maligna CarcinOMA Neoplasia maligna de origem epitelial BlastOMA Neoplasia benigna ou maligna que reproduz células com características embrionárias SarcOMA Neoplasia maligna de origem mesenquimal EXCEÇÕES: Melanoma – tumor de melanócitos, melanocarcinoma Linfoma – linfossarcoma, leucemias Condroma Benigna – OMA- Lipoma Adenoma Condrossarcoma Carcinoma (origem epitelial) Maligna Carcionoma Sarcoma (origem mesenquial) Adenocarcinoma TECIDO DE ORIGEM BENIGNO MALIGNO Fibroso FibrOMA FibroSSARCOMA Gordura LipOMA LipoSSARCOMA Cartilagem CondrOMA CondroSSARCOMA Osso OsteOMA OsteoSSARCOMA Vasos HemangiOMA AngioSSARCOMA Epitélio escamoso PapilOMA CarCINOMA Epitélio glandular AdenOMA AdenocarCINOMA Músculo liso LeimiOMA LeiomioSSARCOMA Músculo esquelético RabdomiOMA RabdomioSSARCOMA Melanócitos Nevus Melanoma ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção #Carcinogênese –Ciclo celular / pontos de checagem G1: crescimento celular / A célula não se divide R: ponto de checagem S: Replicação celular, duplicação celular. G2: célula se prepara para dividir / Aumento da massa muscular Mitose: divisão celular Proteína P53, supressora tumoral que controla os pontos de checagem, se houver erro ela fará com que a célula entre em apoptose, caso a P53 falhe, haverá neoplasia maligna. #Neoplasias malignas Em células cancerosas o crescimento e a multiplicação celular ocorrem de forma diferente das células normais. As células cancerosas, em vez de seguirem um ciclo de nascimento, amadurecimento e morte, continuam crescendo incontrolavelmente, formando outras novas células com as mesmas características anormais de multiplicação. Entre diversos outros desvios da normalidade fisiológica tecidual que interferem na multiplicação celular, o câncer promove um crescimento rápido, agressivo e incontrolável das células afetadas, e lhes confere também a capacidade de migrar para outros tecidos, espalhando essa anormalidade para diversas regiões do corpo. #Neoplasias benignas É uma massa tecidual na qual as células são iguais as do tecido de origem, mas em numero maior, com ou sem componentes inflamatórios. São lesões localizadas, encapsuladas e de crescimento lento. Características: Usualmente assintomáticas Crescimento lento, progressivo e limitado Não afetam a saúde geral do paciente Não invasivos Não causam metástases Prevalênciavariada (de frequente a raro) Tratamento cirúrgico raro Microscopicamente: pouca mitose e muita diferenciação ->Neoplasias benignas de tecido MOLE –Papiloma Proliferação epitelial benigna induzida pelo HPV (+ 6 e 11) Nódulo exofítico, indolor, pedunculado, com superfície digitiforme Lesões pequenas, ≤ 0,5cm Sem predileção por sexo ou idade ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção Locais mais afetados: Língua, lábios e palato mole. Clinicamente, pode ser parecido a uma verruga vulgar, codiloma acuminado Proliferação do epitélio escamoso estratificado, arranjado em projeções digitiformes, com áreas centrais de tecido conjuntivo fibrovascular Pode haver coilocitose –Fibroma Sinonímia: Fibroma de irritação/traumático; Hiperplasia fibrosa focal; nódulo fibroso O fibroma é a neoplasia benigna mais comum da cavidade oral Na maioria dos casos ele não parece ser um neoplasma verdadeiro; é mais possível que ele seja uma hiperplasia fibrosa reacional do tecido conjuntivo em resposta a uma irritação local ou trauma. Características: Séssil ou pediculado Localização – mucosa jugal ou gengiva Epitélio fino com atrofia de papilas, conjuntivo denso e colageneizado. Normalmente há infiltrado inflamatório crônico. –Hemangioma Tumores benignos da infância que se caracterizam por uma fase de crescimento rápido, com proliferação de células endoteliais, seguida pela involução gradual. São os tumores mais comuns da infância Localização: Cabeça e pescoço A maioria dos casos se resolvem até os 9 anos de idade Tratamento: “Esquecimento cauteloso”, corticoterapia sistêmica Tem origem vascular ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção Aspecto lobulado, clinicamente –Lipoma Origem mesenquimal, muito comum. Adipócitos maduros. Ocorrência em tecidos bucais, rara. Usualmente, apresenta-se como massa nodular mole, de coloração amarelada ou rósea, com superfície lisa. A mucosa jugal e o fundo de vestíbulo são os sítios mais acometidos. Existem diversas variantes microscópicas, o fibrolipoma é o tipo mais comum. –Adenoma Neoplasia benigna de glândulas salivares Crescimento lento Indolor Massa nodular única Glândula parótida costuma ser a mais afetada Palato duro é o local mais acometido ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção INFECÇÕES BACTERIANAS E FÚNGICAS DA CAVIDADE BUCAL #Infecções bacterianas –Sífilis É uma infecção crônica mundial, causada pelo TREPONEMA PALLIDUM. Suas principais vias de transmissão são: contato sexual e congênita (da mãe para o feto). Seu hospedeiro natural são os humanos A evolução da doença se dá em três estágios Um paciente sifilítico é altamente infeccioso apenas nos dois primeiros estágios Apresentam lesões na cavidade oral, nas genitais e além de outras partes do corpo, como mãos e pés. Caracterizada pelo cancro duro ou protossifiloma, que se desenvolve na área de inoculação do T. PALLIDUM. É uma lesão única, que regride de 4 a 5 semanas e normalmente não deixa cicatriz Genitália e ânus são os locais mais acometidos porém, a cavidade oral é o local extragenital mais comum, podendo se dar em lábios, língua, palato, gengiva e amígdalas. -Sífilis primária Lesão não supurativa, de nódulos duros e indolor (após duas semanas) Inicialmente é uma pápula de cor rósea, que evolui para um vermelho mais intenso e exulceração, indolor, praticamente sem manifestações inflamatórias perilesionais. As bordas são endurecidas de um fundo liso e limpas, recobertas por material seroso. -Sífilis secundária Fase identificada entre a 4ª e a 10ª semana, após a infecção inicial. Sinal de uma erupção cutânea maculopapular difusa e indolor, pode acometer a região palmo- plantar e também a cavidade oral. Pode resultar em cicatrizes e hipermigmentação ou hipopigmentação nas áreas afetadas. Pode ocorrer a fusão de várias placas, formando um padrão sinuoso. Após sua formação, a necrose epitelial superficial pode ocorrer, levando a uma exposição de tecido conjuntivo. ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção -Sífilis terciária Sífilis latente Nesse estágio o paciente não apresenta lesão e sintomas, o estado de latência pode durar até 30 anos. É a fase mais grave da doença. Pode afetar o sistema cardiovascular e nervoso. As lesões formam granulomas destrutivos (gomas), endurecidos, nodulares ou ulcerados. Essas lesões gomosas podem invadir e perfurar o palato duro, destruindo a base óssea do septo nasal. Causa, portanto, extensa destruição tecidual. Na língua, o acometimento é indolor, lobulada e com formato irregular, chamado de GLOSSITE INTERSTICIAL. A atrofia difusa e a perda das papilas no dorso é chamado de GLOSSITE LEUTICA -Sífilis congênita Ocorre durante a fase primária ou secundária materna. Diagnóstico patognomônico (Tríade de Hutchinson): Dentes de Hutchinson, Ceratite ocular intersticial e surdez associada ao comprometimento no NC VIII(vestíbulo coclear) As crianças infectadas podem apresentar sinais dentro de 2 a 3 semanas após o nascimento. Estes achados iniciais incluem retardo no crescimento, febre, icterícia, anemia hepatoesplenomelagia, rinite, rágades(fissuras radiais ao redor da boca) ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção -Aspectos histológicos Nas fases primária e secundária, os vasos estão dilatados, espessados e há proliferação das células endoteliais. Aumento do nº de canais vasculares Proliferação das células endoteliais e infiltrado inflamatório perivascular com linfócitos e plasmócitos. -Tratamento Abordagem terapêutica individualizada. Uso de penicilina ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção –Tuberculose Doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium Tuberculosis e é disseminada por gotículas respiratórias. -Tuberculose primária Normalmente envolve o pulmão Há disseminação direta Inicialmente há uma resposta inflamatória crônica inespecífica Formação de nódulo localizado fibrocalcificado no local de desenvolvimento da doença. Nesse nódulo, pode haver microrganismos em estado de latência. Há fase de imunossupressão É assintomática, mas pode ocorrer quadro de febre e efusão pleural -Tuberculose secundária Desenvolve-se em fase mais tardia da vida Reativação do microrganismo em decorrência da defesa do hospedeiro; associada a medicamentos, diabetes, idade e fatores socioeconômicos. AIDS maior fator relacionado à progressão da doença. --Sintomatologia: Lesões no ápice pulmonar; pode ocorrer propagação através de material infectado expectorado, vasos sanguíneos e linfáticos; Febre baixa, mal estar, anorexia, sudorese noturna; Tosse com acompanhamento de hemoptise ou dor torácica; -Tuberculose Miliar Disseminação difusa – sistema sanguíneo Pequenos focos múltiplos de infecção (a imagem lembra sementes de milho) -Na região de cabeça e pescoço Linfonodos cervicais, laringe, ouvido médio = regiões extrapulmonares mais acometidas Cavidade nasal, nasofaringe, cavidade oral, glândula parótida, esôfago e espinha dorsal = regiões menos acometidas -Lesões orais São raras, mas quando ocorre, normalmente é uma úlcera crônica e indolor. Áreas nodulares, granulares ou, raras, áreas leucoplásicas firmes. A maioria dos casos representa uma infecção secundária do foco principal pulmonar. Ocorre preferencialmente em adultos de meia idade. -Características histopatológicas Coloração ácido resistente exibindo organismos microbacterianos dispersos, apresentando-se como pequenos bastões vermelhos. ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção -Tratamento Medicamentoso para infecções ativas – Hanseníase Doença infecciosa crônica, causadapor Mycobacterium Leprae, sendo considerado um problema de saúde pública que incide mais em homens que em mulheres, tendo maior frequência na 3ª ou 4ª década de vida. -Aspectos clínicos Manchas brancas com perda de sensibilidade Principais locais acometidos na boca: Gengiva na porção anterior da maxila; palato duro e mole; úvula e língua. Clinicamente são lesões nodulares que necrosam e ulceram, geralmente assintomáticas, podendo ser sintomática na língua. -Característica histopatológica Lençóis de linfócitos misturados com histiócitos vacuolados Coloração ácido resistente com grande quantidade de microrganismos -Tratamento Quimioterapia especifica, supressão dos surtos reacionais, prevenção de incapacidade física, reabilitação física e psicossocial. Drogas OMS/MS: Rifampicina, dapsona e clofazimina. #Infecções fúngicas – Candidíase Infecção fungica, causada por Candida albicans, um fungo tipo levedura. É uma infecção fungica oral comum que pode se apresentar de diversas formas, o que dificulta o diagnóstico. A frequência de manifestação da doença aumenta com a idade, mas o fungo pode estar presente na maioria das pessoas e mesmo assim não se manifestar. -Fatores que podem determinar evidência clinica da infecção Estado imunológico do hospedeiro; ambiente da mucosa oral; Cepa do fungo. ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção --ASPECTO CLÍNICO: PSEUDOMEMBRANOSA -Apresentação e sintomas Placas brancas, cremosas, destacáveis, sensação de queimação, hálito fétido. -Localizações comuns Mucosa jugal; língua e palato -Fatores associados Antibioticoterapia, imunossupressão --ASPECTO CLÍNICO: ERITEMATOSA -Apresentação e sintomas Manchas vermelhas e sensação de queimação -Localizações comuns Palato duro (posterior), mucosa jugal e dorso da língua. -Fatores associados Antibioticoterapia, xerostomia, imunossupressão, idiopática --ASPECTO CLÍNICO: ATROFIA PAPILAR CENTRAL (glossite romboidal mediana) -Apresentação e sintomas Áreas atropicas e vermelhas na mucosa; assintomática -Localizações comuns Linha media na região posterior do dorso lingual -Fatores associados Idiopática, imunossupressão ESTOMATOPATOLOGIA Anna Luiza Assunção --ASPECTO CLÍNICO: QUEILITE ANGULAR -Apresentação e sintomas Lesões fissuradas avermelhadas; irritadas, sensação de ferida -Localizações comuns Comissura labial -Fatores associados Idiopática, imunossupressão, perda de dimensão vertical. --ASPECTO CLÍNICO: ESTOMATITE PROTÉTICA
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