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O filme ‘Armas na mesa’ retrata a história de uma lobista Elizabeth Sloane, que mora em Washington, ela é conhecida por ser uma das lobistas mais poderosas dos Estados Unidos e pelas séries de estratégias ilegais e legais que usa para conseguir o que quer. O filme nos coloca dentro de uma realidade do marketing político e a construção de verdades que podem ser eficientes e mais importantes que a opinião pública. Exemplo de quando um deputado no filme sofre chantagem para mudar o seu voto referente a questão do armamento e logo em seguida é perseguido pelos seus eleitos na rua. A construção das equipes é algo bem interessante e relevante de se observar, como a equipe pró-armas e a contra-armas articulam e se enfrentam no desenrolar do filme. No texto de Mancuso e Andréa os autores abordam como o lobby muitas vezes é associado a defesa de interesses ilícitos, segundo os autores o lobby sempre toma a forma de práticas proibidas pelas leis vigentes, e ao observar o filme podemos perceber como a equipe que a lobista liderava no começo do filme não media esforços de usar práticas ilícitas para conseguir o que queria, e por ser conhecida por isso é convidada pelos senadores pró-armas para poder influenciar e ganhar essa causa. É óbvio que este tipo de lobby ilícito acarreta uma série de problemas negativos, desde a tomada de decisões em benefício de um determinado grupo, até mesmo a construção de realidades negativas para a população que será afetada por aquela decisão. A personagem Slone é a personificação de que não há segmentos específicos que o lobby possa ser usado, o importante é defender os interesses de seu cliente, desta forma para a personagem os fins justificam os meios. Segundo Mancuso (2009), os lobbies precisam de recursos pra promover seus interesses junto às instâncias de decisórias do poder público, podemos associar ao filme quando a equipe da protagonista se sente fragilizada por não ter os mesmos recursos que a equipe pro-armas, mas não podemos deixar de pontuar que a influência também é um recurso tão necessário quanto o dinheiro para o lobby, observa-se isso também no filme “O super lobista” quando em várias cenas o protagonista fala que é amigo do presidente e que tem vários “contatos” no congresso. Os filmes ‘O super lobista’ e ‘Armas na mesa’ contribuem para uma visão negativa e ilícita da profissão, mesmo ela sendo regulamentada e permitida nos Estados Unidos, mesmo essa função do lobby sendo desempenhada com muita seriedade e movimentando milhões de dólares. Nas essências do filme podemos observar como a forte questão da influência é abordada e como elas podem influenciar no processo de decisões. E também como o conflito de interesses e influências podem levar o processo de paralisar determinada decisão, no caso quando Slone foi julgada e a questão das armas foram deixadas de lado. Em síntese observamos junto ao texto e ao filme que as forças dos lobbies lícitos e ilícitos são muito desigual, os mais fortes e poderosos na maioria das vezes vencem, possuem mais recursos financeiros e influência. Desta forma aqueles que não possuem este recursos muitas vezes optam por caminhos e métodos ilegais e antiéticos.