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Sangue: função e composição Tipo de tecido conjuntivo constituído de plasma e parte corpuscular. Ele corresponde de 5-7% do peso corporal. O plasma pode ser subdivido em plasma e soro, que por sua vez, aparece quando recebe um agente coagulante, fica apenas com moléculas que podem ser dosadas bioquimicamente, como glicose. O sistema circulatório é formado pelo sangue e pela linfa. Funções • Transporte de gases • Transporte de moléculas • Nutritiva • Defesa pelo transporte de leucócitos e anticorpos • Excretora • Regulação do equilíbrio hídrico (balanço de água entre os fluidos circulante e tissular) • Regulação da temperatura corporal pela distribuição do calor A constituição sanguínea é constante e se mantém em homeostase, assim como seu pH de 7,35, que e regulado por um mecanismo do sistema sanguíneo, de liberação de íon de bicarbonato. Parte corpuscular Corresponde a 45% do volume sanguíneo -Eritrócitos Células anucleadas, com presença de hemoglobina e água principalmente. Possui a Anidrase Carbônica, responsável por converter CO2 em ácido carbônico. Estão mais presentes em homens. Soro Quando o sangue fica em repouso e contato com o ar ele passa por um processo de coagulação, no qual o fibrinogênio é quebrado em fibrina, formando o coágulo (sólido) que passa a se encontrar no fundo do recipiente. A parte líquida (excetua-se o coágulo) é chamada de soro. O soro não possui proteínas de coagulação (como o fibrinogênio), porém nele se encontram proteínas solúveis. Durante a fase intrauterina, os mais importantes órgãos hematopoiéticos são o saco vitelino, fígado, baço, gânglios linfáticos e timo e nas últimas fase da gestação as hemácias são produzidas exclusivamente na medula óssea. A partir doa 20 anos, a produção se resume à medula das vértebras, esterno costelas e pelve. Hemograma: feito na câmera de Neubauer, que é uma lâmina de vidro, onde é colocado o sangue em duas partes. Após, no microscópio, é observado quadrantes, nos quais os das extremidades (1,2,3,4) conta- se leucócitos, o central contam eritrócitos. Usa-se o EDTA é um agente quelante que precisa estar presente no exame para inibir a cascata de coagulação sanguínea (diminui o número de células), para que assim seja possível contar os eritrócitos. -Eritrograma: a média de eritrócitos é 4,5-6 milhões/mm3, sendo que valores diminuídos são indicativos de anemia e os aumentados de policitemia ou eritrocitose (vive em ambiente com baixa altitude). Atividades de hipóxia aumentam a produção de hemácias, estimulada pela liberação de uma enzima secretada pelos rins. A hemoglobina é dosada por métodos de coloração. Estão relacionados com diagnósticos de anemias e complicações de diabetes. Valores baixos são indicativos de diabetes. Hematócrito avalia a quantidade de hemácias por volume sanguíneo. Valores baixos indicam anemia (40% para homens e 37% para mulher) e valores altos policitemia e desidratação, pois perde a parte líquida e aumenta a corpuscular. VCM é o volume corpuscular médio, que indica o tamanho da hemácia, sendo normocítica, macrocítica e microcítica. Ajuda no diagnóstico do tipo de anemia. RDW indica quantas estão em qual tamanho. HCM é a hemoglobina corpuscular média, que indica a quantidade de hemoglobina na hemácia. Ajuda no diagnóstico do tipo de anemia. CHCM é a concentração de hemoglobina corpuscular média, que indica a concentração de hemoglobina dentro de uma hemácia. Indicativo de anemia. *Ver tipos de anemia nos anexos -Leucócitos São as células de defesa do corpo subdivididas em outras classes. Possui todos os constituintes gerais de uma célula, com predominância de nucleoproteínas, peroxidase, zinco e enzimas proteolíticas. Vão para os tecidos quando as substâncias de fonte quimiotáxica são liberadas. Linha de defesa: Sistema reticuloendotelial → Aumento de neutrófilos → maturação de monócitos A ordem de ação deles é a marginação, na qual se aproximam da parede dos vasos, diapedese, na qual atravessam as células endoteliais dos capilares, movimentos ameboides, no qual caminham para a fonte quimiotáxica e por último promovem a fagocitose. Estão presentes em menor quantidades do que as hemácias, na casa dos mil. • Linfócitos: produzem os anticorpos e aumentam em infecções virais. Diminuem em câncer, tratamento com corticoides e estresse. • Monócitos: que se maturam em macrófagos e se tornam células fagocíticas e infecções graves. Aumentam em malária, tuberculose, febre tifoide. • Eosinófilos: aumento infecções parasitárias, processos alérgicos, leucemia e artrite. Diminuído em infecções agudas quando os neutrófilos estão aumentados. Pressão oncótica: pressão osmótica que as proteínas exercem nos vasos sanguíneos. • Basófilos: Aumentado em alergia, policitemia e doenças inflamatórias crônicas. • Neutrófilos: aumentado em infecções bacterianas, exercício, menstruação e infarto. Diminuído pelo uso prolongado de medicamentos, doenças viróticas e contato constante com benzeno. -Leucograma: avaliados na câmera de Neubauer, por quadrantes em zigue-zague. Faz-se uma diferenciação dos tipos celulares por coloração. Os neutrófilos estão em maior quantidade no sangue. Em infecções bacterianas há um aumento de bastonetes. *Ver anormalidades nos anexos -Plaquetas Também chamados de trombóticos, não são células completas, anucleadas e não pigmentadas. São fragmentos celulares de um megacariócito, mas possuem metabolismo próprio de reserva que permite uma sobrevida de 7-10 dias. Em um indivíduo adulto há entre 150-400 mil/mm3. Ver anexos. -Plaquetopenia: diminuição do número total de plaquetas -Trombocitopenia: diminuição do número normal de plaquetas -Plasma Contém 55% do volume sanguíneo, com constituintes difusíveis, que podem ir para o tecido, e não difusíveis, que são somente proteínas e lipídeos. A concentração de um componente do sangue é um resultante do equilíbrio entre a velocidade de adição e de utilização ou remoção. Esse estado dinâmico tem que ser considerado dentro na interpretação dos resultados. O estilo de vida dele pode alterar os valores e deve-se tomar cuidado para não tratar algo como patológico erroneamente. Proteínas plasmáticas 90% de água e 10% de substâncias dissolvidas. A maior parte dessas substâncias são proteínas plasmáticas com papéis bioquímicos específicos, como marcadores de processos patológicos, sendo determinantes na investigação de várias doenças A medida de concentração é de 6-8dG/L -Funções • Transporte • Manutenção da pressão oncótica (manutenção da quantidade de água nos vasos) • Tamponamento de alterações do pH • Imunidade • Atividade enzimática • Coagulação do sangue • Fonte de aminoácidos As proteínas são produzidas no fígado e sua concentração é determinada por velocidade de síntese, de degradação e o volume de líquido na qual estão distribuídas. Através do método fotocolotimétrico pode-se quantificar as proteínas no plasma pela reação do Biureto com Cu2+, sendo que quanto mais proteínas mais violeta fica. →Precipitação: as primeiras tentativas para separar as proteínas do plasma foram os métodos de precipitação salina com sulfato de amônio, podendo separar o fibrinogênio, globulina e albumina. →Eletroforese: hoje é utilizado um meio mais rápido, a eletroforese. Uma ligação de SDS interage com ligações fracas das proteínas, desnaturando-as e tornando-as negativas. São colocadas num gel onde corre carga positiva, onde elas se separam de acordo com seu tamanho (maior em cima e menor embaixo). Após, é feito uma coloração para contar as proteínas. -Características • São secretadas pela célula pois não tem função intracelular • Síntese hepática, com exceção d y-globulina, que ocorre nos plasmócitos • Apresentam polimorfismo • Tem uma meia-vidacaracterística na circulação -Doença de Crohn: autoimune contra as células da parede do intestino grosso-evacua sangue • Concentração plasmática de certas proteínas aumenta em estados inflamatórios ou lesões teciduais. -Pré-Albumina • TBPA: ligante de tiroxina T4 • RBP: transporta o retinol (vitamina A) São marcadores do estado nutricional, com meia vida de 12h. Em déficit nutricional, as concentrações dessas proteínas estão diminuídas por serem sintetizadas muito rápido. -Albumina Sintetizada no fígado e responsável por 80% da pressão oncótica. Constitui a maior parte das proteínas plasmáticas. • Regula pressão osmótica e oncótica • Transporte de substâncias • Reserva de proteínas- seus a.a. podem ser utilizados para biossíntese de outras proteínas. Baixos níveis de albumina por diminuição de síntese ou aumento de perda, há extravasamento de água para o líquido intersticial, formando edema periférico. Quando há hiperglicemia a albumina se liga a uma glicose, se tornando glicada e aumentando o tempo de meia-vida para 20 dias. Quando se avalia a albumina glicada, dá pra ver a alta de glicose nas últimas 2-3 semanas. -α1-Fetoproteína Glicoproteína sintetizada no fígado fetal, sistema gastrointestinal e saco vitelino humano, presente também no líquido amniótico. No feto, possui as mesmas funções que a albumina. A medida que o feto vai crescendo, ela vai dando lugar para a albumina. Durante a gravidez, há a elevação de fetoproteína na mão e em pacientes com tumor hepático (hepatoma), pois por ser um tecido indiferenciado, passa a expressar proteínas da fase fetal. -α1-Globulina • Α1-Antitripsina (AAT): função de inibir enzimas proteolíticas e proteger os tecidos de proteínas degenerativas. Fazem o equilíbrio da ação das enzimas proteolíticas. -Aumento: fase aguda de inflamações, perda severa de proteínas e doenças congênitas -Diminuição: insuficiência hepática e enfisema pulmonar *Em fumantes, a nicotina oxida o resíduo de metionina, que dificulta a ligação dela com os outros, o que dificulta a respiração e causa o enfisema pulmonar. • Α1-Glicoproteina ácida (orosomucóide): liga ao estrógeno e progesterona para transporte e pode afetar a farmacocinética de algumas drogas. Se eleva em infecção aguda -α2-Globulina • A2-macroglobulina: proteína inibidora de proteases, de tamanho muito grande e não é perdida em casos de síndrome nefrótica, compensando a albumina e mantendo a pressão oncótica. • Haptoglobina: se eleva em infecção aguda, captação de hemoglobina que esteja fora dos eritrócitos, evitando perda de hemoglobina livre no plasma, formando complexos estáveis. Após, é direcionada para o sistema retículo-endotelial, onde a hemoglobina é hidrolisada. -Diminuí: doenças hepáticas e hemólise. -Aumento: estresse, inflamação aguda e necrose tecidual • Ceruloplasmina: capaz de se ligar ao íon cobre e pode ser utilizada para diagnosticas Doença de Wilson, onde há metabolismo anormal e depósitos de cobre. O entorno da íris fica avermelhado e verifica valores de referência baixos. -Diminui: Doença de Wilson, desordem na secreção de bile e acúmulo de cobre -Beta-globulinas • Transferrina (B1): transportar o íon férrico para a medula óssea, onde ocorre a biossíntese de hemácias. -Aumento: anemia aguda -Diminui: cirrose, infecção crônica, neoplasia e anemia não-ferropriva. • Hemopexima: liga ao grupo heme evitando sua excreção e preserva os estoques de ferro • C3 (B2): eleva em doenças autoimune e doenças, e atua na resposta imunológica humoral reumáticas. -Gamaglobulinas • PCR (proteína C reativa): possui interação com o polissacarídeo C da cápsula do pneumococo. Seu nível aumenta diante de qualquer patologia que ocorre necrose tecidual (hipóxia, sem ATP e morte tecidual). Conhecida como removedora, pois ajuda na remoção de necrose. -Diminui: quadros viróticos -Aumento: quadros bacterianos • Imunoglobulinas: sintetizadas pelos plasmócitos (linfócitos B). -Imunoglobulina ou anticorpos: ligam a bactérias, vírus ou moléculas estranhas e as conduzem a destruição -Antígeno: molécula ou patógeno capaz de induzir uma resposta imunológica -Determinante antigênico ou epítopo: estrutura molecular específica dentro do antígeno que será utilizada para produzir o anticorpo. -IgG: anticorpos contra bactérias, vírus, toxinas e contra Rh. Atravessam a barreira placentária. Primeira a ser produzida após ter contato com o antígeno, a partir do IgM. Resposta imune secundária -IgA: classe dos anti-insulina, encontrada nas secreções do sistema digestório, nasofaringeas, traqueobrônquicas, lágrima e leite. -IgM: produzido contra os antígenos do sistema ABO. Produzida de maneia imediata quando entra em contato com o agente infeccioso. Resposta imune primária -IgD: não tem função específica -IgE: quantidades aumentadas em indivíduos alérgicos Proteínas de fase aguda Se elevam em resposta ao estresse e inflamação Os níveis delas aumentam devido a: • Liberação de enzimas proteolíticas • Coleta e transporte de restos celulares e produtos de degradação para o sistema retículo- endotelial • Cicatrização dos tecidos -Vacina com vírus atenuado: pega um vírus sem efeito deletério, capacidade de replicação. Pega os determinantes antigênicos para gerar resposta imune -Vacina de mRNA; através da sequência de DNA descobre os determinantes antigênicos e produz um RNAm dessa região, que é introduzido na célula, que passará a traduzir proteínas com esse RNA. Anexos Tipos de anemia -Anemia por perda de sangue Decorrente de perda aguda ou crônica de sangue. A primeira surge por traumatismos, rotura de aneurismas, lesões ulcerosas do aparelho digestivo e prenhez ectópica. A segunda aparece nas neoplasias digestivas, nas verminoses, na úlcera péptica e até mesmo em razão de um período menstrual prolongado, o que torna as mulheres mais propensas à anemia do que os homens. -Anemia perniciosa Anemia bastante severa, de difícil cura e que leva a morta. Causada por falta de vitamina B12 ou ácido fólico. Nesse caso, a hemácia apresenta-se com um tamanho maior, em decorrência de a deficiência da vitamina levar a diminuição da síntese de DNA e diminuir o número de mitoses, formando elementos maiores que o normal, os megaloblastos. Com isso, a membrana delas se torna frágil e se rompe facilmente. A vitamina B12 é o fator extrínseco, sendo absorvida no intestino delgado. Para que ela seja absorvida é preciso que o estômago secrete uma proteína, fator intrínseco, que protege a vitamina das enzimas digestivas. Na ausência desta última ocorre a anemia. O mesmo acontece com o ácido fólico. -Anemia Aplástica A medula óssea deixa de funcionar, paralisando a produção de hemácias. Ocorre após exposição grave a raios gama provenientes das explosões nucleares e devido a exposições contínuas a raios X. Também agentes químicos, como benzeno, tolbutamida, cloranfenicol, fenilbutazona, difenilidantoína, DDT e outros podem diminuir temporariamente ou inibir em definitivo a produção de elementos figurados pela medula óssea. -Anemia Hemolítica Estas anemias têm como causa a hiper-hemólise das hemácias. São classificadas em anemias hemolíticas hereditárias e anemias hemolíticas adquiridas. As primeiras são resultados de defeitos intrínsecos das hemácias, por exemplo, a anemia falciforme e as talassemias. As segundas são causadas por alterações extracorpusculares ou ambientais, como a eritroblastose fetal e as anemias autoimunes. -Anemia Falciforme Nesta forma de anemia, as hemácias apresentam, além da hemoglobina A, que é a normal, uma hemoglobina S, que é uma má formação genética da cadeia beta da hemoglobina. Quando este tipo de hemoglobina é exposto a baixas concentrações de O2, formacristais no interior das hemácias, dando à célula um formato de foice, daí a razão de seu nome. Estas células obstruem a microcirculação, provocando destruição de tecidos, necroses e dor lancinante. Com o aumento da hipóxia, decorrente da hemólise das hemácias, mais células falciformes são formadas, agravando ainda mais o quadro. -Anemia Talassêmica Também de fundo hereditário ligada à má formação da cadeia da hemoglobina. Porém, neste caso, as hemácias são finas, pequenas e frágeis e se rompem com facilidade quando circulam pelos capilares através dos tecidos. O quadro clínico é comum ao das outras anemias e diferente do quadro da anemia falciforme. -Anemia das doenças crônicas É a anemia mais comum depois da ferropênica, se desenvolve no curso das doenças inflamatórias do sistema digestivo de longa evolução, neoplasias, colagenoses e doenças reumáticas ou infecções (endocardites, meningites, abcessos abdominais, empiemas, pneumonias de lenta resolução, doença cavitária pulmonar, abcessos pulmonares, bronquiectasias infectadas, pielonefrite crônica, osteomielite, febre tifóide, brucelose, lepra lepromatosa, granulomas disseminados, AIDS, infecções oportunistas em estados de imunodeficiência). -Eritroblastose fetal Esta anemia é determinada pela ação hemolítica de anticorpos da mãe Rh negativa desenvolvidos contra o fator Rh positivo do feto. A reação antígeno-anticorpo aglutina as hemácias, que se rompem. Tipo semelhante de anemia pode ser provocado pelas transfusões de sangue. -Anemia Ferropriva Trata-se do tipo mais comum de anemia. Instala-se pela deficiência de ferro, que é fator importante na formação da hemoglobina. O ferro pode estar diminuído por deficiência dietética, por má absorção intestinal ou por perda sanguínea. Consequências As anemias abaixam a viscosidade do sangue, o que diminui a resistência do fluxo sanguíneo nos vasos periféricos. Desta forma, o sangue retorna ao coração em quantidades maiores, sobrecarregando o seu trabalho. A hipóxia proveniente da anemia produz vasodilatação, aumentando ainda mais o volume de sangue que chega ao coração. Taquicardia, hiperpnéia, fraqueza e palidez são sintomas comuns nas anemias. Policitemia Há uma produção exagerada de hemácias, ultrapassando o valor normal em até 50%. A policitemia pode ser fisiológica, como ocorre com indivíduos que vivem em altitudes acima de 3.000 metros. O baixo teor de oxigênio nessas regiões estimula a produção de eritropoietina, que, por sua vez, atua sobre a medula óssea fazendo-a produzir grandes quantidades de hemácias, aumentando desta maneira a captação de oxigênio. Quanto menor o teor de oxigênio na atmosfera, mais acentuada será a policitemia. Outra forma de policitemia é a chamada policitemia vera, que se caracteriza pela existência de um tumor nos órgãos hematopoiéticos. Neste tipo, há também um aumento da produção de leucócitos e plaquetas. Os fumantes inveterados apresentam um certo grau de policitemia devido à menor captação de oxigênio pela hemoglobina e ao aumento do CO2 circulante. Anormalidades dos leucócitos -Agranulocitose Processo no qual a medula óssea diminui acentuadamente ou mesmo paralisa a produção de leucócitos, ficando o organismo desprotegido contra as infecções. Vários fatores podem ser responsáveis pela agranulocitose, podendo-se destacar, entre eles, a exposição aos raios gama da explosão nuclear, uso de medicamentos ou contatos com substâncias químicas com núcleos de benzeno ou antraceno em suas moléculas. -Leucemias São doenças cancerosas, progressivas dos tecidos hematopoiéticos que, quando não tratadas, são fatais em 90% dos casos, num período de seis meses. Caracteriza-se pela presença de um grande número de leucócitos imaturos e anormais no sangue periférico e/ou na medula óssea. Com seu progresso, há redução do número de células sanguíneas normais produzidas na medula óssea ou no tecido linfóide. Na leucemia, o número de leucócitos por mm3 de sangue pode apresentar-se aumentado, diminuído ou normal. A suspeita se dá pelo aparecimento de células anormais e grande número de células imaturas no sangue periférico, como blastos (leucemia aguda) e mielócitos, metamielócitos e prolinfócitos, leucemia crônica). Algumas manifestações podem ser comuns nas leucemias, como: 1) adenopatias, hepatomegalia, esplenomegalia e sinais de hipertensão craniana; 2) redução de hemácias, plaquetas e neutrófilos, com consequente instalação de anemia grave, hemorragias, petéquias e infecções. A hemorragia é a principal causa da morte nas leucemias. Hemostasia Mecanismo que atua para impedir a perda de sangue quando um vaso é lesado. Assim que um vaso sofre uma ruptura, suas paredes se contraem fortemente, diminuindo a pressão e o fluxo sanguíneo no ponto danificado. Essa contrição ocorre pela despolarização e contração das fibras musculares do vaso. Posteriormente, a serotonina liberada das plaquetas mantém e aumenta mais ainda a vasoconstrição. Em seguida, as plaquetas aderem ao colágeno na parede do vaso e umas as outras formando uma espécie de tampão. A partir daí, formam o tromboxano A, que aumenta mais ainda o poder de adesividade delas, O tampão plaquetário é suficiente para estancar hemorragias de pequenos vasos e em vasos maiores forma um trombo que diminui a perda de sangue. Ele oclui o orifício abeto. Posteriormente, forma- se uma rede de fibrina, que retém plaquetas, células sanguíneas e plasma, constituindo um coágulo mole. Através da trombastenina liberada pelas plaquetas, o coágulo se retrai, elimina o líquido e se torna endurecido. A medida que isso acontece, as paredes do vaso se aproximam, determinando total homeostasia. Após a formação do coágulo, ele é invadido por fibroblastos que formam tecido de cicatrização. Coagulação sanguínea Fatores pró-coagulantes e anticoagulantes permanecem em equilíbrio no corpo para que a coagulação não ocorra de maneira espontânea. Quando um vaso é lesado, dá-se início ao processo de coagulação por vários fatores elaborados pelo fígado. Para que ocorra a coagulação, é necessário que a protrombina seja ativada a trombina, que, por sua vez converte o fibrinogênio em fibrina, para que ela possa formar a rede e o coágulo. As duas vias atuam conjuntamente no processo da coagulação do sangue, porém a via extrínseca é ativada primeiro do que a intrínseca, cerca de 15 segundos após a lesão do vaso, enquanto que a coagulação pela via intrínseca começa por volta de dois a seis minutos após a lesão. Deficiências da coagulação do sangue Várias causas podem provocar sangramento excessivo. A hepatite e a cirrose, por exemplo, diminuem a formação de protrombina e dos fatores VII, IX e X. Na carência da vitamina K, a protrombina e outros fatores coagulantes deixam de ser produzidos pelo fígado. Na hemofilia, que é uma doença de fundo hereditário e que ataca apenas os homens, o sangue deixa de se coagular por falta de um ou mais dos fatores anti-hemofílicos. A forma mais comum de hemofilia é a deficiência do fator VIII, chamada hemofilia clássica ou A, representando 85% dos casos. Os 15% restantes são provocados por deficiência do fator IX, denominada hemofilia B. O cálcio está envolvido em quase todas as etapas da coagulação e a sua deficiência, que felizmente é rara, poderá retardar ou mesmo inibir as fases da coagulação que dependem dele.
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