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– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Introdução: Depois de realizar todo o processo que inclui o exame do paciente, a moldagem anatômica e a moldagem funcional, é necessário enviar informações do paciente para o técnico (quanto à mordida do paciente, a localização dos dentes, entre outras informações). Para que isso aconteça, é preciso executar os planos de orientação, que irão orientar o técnico em prótese dentária a colocar os dentes da prótese (tamanho dos dentes, forma dos dentes, oclusão). • Construção dos arcos de oclusão; • Registro da distância vertical e relação cêntrica; • Posicionamento dos modelos no articulador; • Testes de função, estética e fonética do paciente; • Previsibilidade no resultado final. Confecção dos planos de orientação: • A confecção é realizada pelo protético em laboratório (após a moldagem funcional, os moldes são enviados para o laboratório e o técnico irá confeccionar os modelos de gesso e os planos de orientação). O modelo de trabalho será utilizado para confeccionar a prótese, o modelo que irá permitir a adpatação da prótese à cavidade do paciente. Em cima desse modelo também são confeccionaados os planos de orientação. O plano de orientação é executado em duas partes: base de prova de resina (que dará suporte ao plano de cera) e plano de cera. A cera é utilizada por ser um material versátil, que pode ser desgastado, pode ser acrescentado e possui resistência na temperatura ambiente (só se deforma com facilidade quando é aquecida). 0 Relações Maxilomandibulares Os planos de orientação são confeccionados sobre os modelos de trabalho (modelos que são feitos após a moldagem funcional). Manipulação da resina acrílica: Mistura o líquido ao pó, espera tomar reação. Quando estiver na fase plástica (que não gruda mais nas mãos) – fazer uma bolinha com a resina e colocá-la na placa de vidro. Em seguida, prensar a bolinha com duas placas de vidro e utilizar duas moedas na ponta das placas como um “stop” (dessa forma, quando a resina atingir a espessura das moedas, as placas não irão mais pressionar o material). A resina é levada ao modelo de trabalho (que já deve estar lubrificado) e os excessos da base de prova são recortados. É feito o alisamento e em seguida são construídos os rodetes de cera. OBS: a moldeira individual também é confeccionada com resina acrílica, mas há uma diferença: possui o cabo (o pegador). A base de prova não possui o pegador. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • A cera utilizada é a cera 7/ cera em lâmina 7. • Quando a cera é em lâminas – a lâmina é aquecida (para plastificar a cera) e dobrar como se fosse uma sanfona para fazer o plano de cera (sempre aquecendo e dobrando a cera). • Após dobrar toda a lâmina, está pronto o rodete de cera. Esse rodete é colocado sobre a base de prova. É feita uma união da cera com a base de resina (aquecendo um instrumento e aderindo a cera à base de prova). • Existem ceras que já são vendidas em forma de plano, para facilitar a confecção. E há também o plano de cera que já vem com o formato do arco. Outra alternativa é um dispositivo utilizado para deixar a cera na conformação do arco (com a cera bem aquecida). Relações maxilomandibulares: Após a confecção dos planos de orientação, é preciso implementar as relações maxilo mandibulares. Para estabelecer essa relação de forma adequada, é necessário possuir uma sequência clínica. Em pacientes dentados, o relacionamento maxilomandibular é feito quando o paciente realiza a oclusão. Já em pacientes totalmente desdentados, é necessário colocar algo na boca para que ele possa ocluir. • As relações maxilomandibulares constitui as diversas posições que a mandíbula ocupa em relação à maxila; • Tem a finalidade de obter as referências estéticas do paciente e determinar o padrão oclusal da futura prótese, permitindo a montagem dos modelos no articulador. Carreiro AFP et al., 2016. Sequência clínica necessária para estabelecer as relações maxilomandibulares: 1. Suporte labial 2. Altura incisal 3. Plano oclusal 4. Corredor bucal 5. Linhas de orientação 6. Dimensão vertical 7. Relação horizontal O plano de orientação superior leva em consideração os parâmetros que irão determinar a estética da prótese. E o plano de orientaçõo inferior determina a posição mandibular. É dado pelo osso e pelos dentes, é onde ocorre o assentamento dos músculos orbiculares sobre a prótese. Ajustar 1º o plano de orientação superior. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Quando não há a presença dos dentes. Esses tecidos tendem a acompanhar a rebasorção óssea, porporcionando o aspecto côncavo na face, o indivíduo apresenta um ângulo nasolabial muito aberto (maior que 90º). O ideal é que o ângulo nasolabial seja próximo de 90º. • O plano de orientação é colocado na boca do paciente, e então é observado o suporte labial (se aparentar que o volume está deficiente , deve-se acrescentar cera e se o volume está exagerado, deve-se desgastar a cera). Quanto de cera deve-se acrescentar? A quantidade irá depender da reabsorção do rebordo de cada paciente. Vai de encontro com o bom senso estético do profissional. Determinação da porção visível dos dentes anteriores superiores com lábio em repouso (não é sorrindo). • Um estudo mostra que, em média, um homem possui a exposição de 1,9 mm e a mulher de 3,4 mm (em pacientes jovens). Para um paciente idoso pode-se deixar de 1 a 2 mm de exposição. É o onde vai ficar as faces oclusal e incisal dos dentes superiores do paciente. • É necessário utilizar uma régua de Fox. OBS: Quando o indivíduo perde um dente, o osso é reabsorvido. Essa reabsorção proporciona falta de suporte para os tecidos moles (o paciente fica com uma conformação côncava da face). O suporte é devolvido com a instalação de uma prótese. O plano de orientação é confeccionado de forma padrão para todos os pacientes. Ele deve ser ajustado de acordo com o biotipo de cada pessoa, pois cada paciente apresenta uma conformação. O dentista é responsável por realizar esse ajuste. O paciente idoso possui maior flacidez na pele, maior perca de colágeno. À medida que a pessoa vai envelhecendo, a altura entre o nariz e o lábio superior vai aumentando e o paciente expõe menos o dente. Apenas os dentes superiores devem aparecer quando o paciente estiver com o lábio em repouso. Exemplo: um paciente desdentado superior que está com o plano de orientação e com o lábio em repouso apresenta exposição dos dentes inferiores. Como essa não é uma exposição adequada, deve-se ajustar o plano de orientação, acrescentando cera. E se houver uma grande exposição da borda vermelha do plano de orientação, deve- se desgastar a cera. . O ideal é que a exposição do plano de orientação seja de 1 a 2 mm. A quantidade de cera exposta será a quantidade do dente que ficará exposta ao instalar a prótese. OBS: se a altura incisal for muito grande, quando o paciente sorrir, haverá uma grande exposição do dente (se o dente for grande) ou da gengiva (caso o dente da prótese seja pequeno). OBS: esse desgaste ou acréscimo é realizado no sentido oclusal, na borda incisal (para baixo do plano). OBS: o desgaste ou acréscimo é realizado pela vestibular do plano. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto São duas réguas: uma intraoral e a outra é extraoral. Para avaliar o plano oclusal, coloca-se a régua em contato com o plano de orientação, a parte intraoral, e a extraoral vai estabelecer algumas referênciasno paciente. Esse plano é ajustado em duas estapas: um plano anterior e um plano posterior. • O plano oclusal anterior – coloca-se a régua intraoral na boca do paciente. Deve-se observar um paralelismo entre a régua intraoral e a régua extraoral. Para a região anterior, a régua extraoral deve passar pela linha bipulpilar do paciente. • O plano oclusal posterior – coloca-se a régua intraoral na boca do paciente, a sua borda lateral deve estar paralela com o plano de Camper. Nesse caso, é necessário desgastar a cera do plano de orientação. É o espaço existente entre a superfície vestibular dos dentes posteriores e a mucosa interna da bochecha. • A presença do corredor bucal deixa o sorriso natural. O corredor bucal deixa claro que os dentes anteriores são mais visíveis e à medida que os dentes vão ficando mais para a posterior, eles serão menos vistos. Visualiza-se principalmente os incisivos centrais e laterais. A visibilidade vai diminuindo até chegar ao ponto em que não é mais possível ver os dentes posteriores. • Se os dentes ficarem muito vestibularizados, não haverá o corredor bucal e isso irá passar a impressão de que o paciente tem muito dente na boca. Por isso, os dentes não devem ser muito vestibularizados na região posterior. Plano oclusal anterior: ▪ Porção anterior do plano de cera – paralela à linha bipupilar. ▪ OBS: quando a régua intraoral não estiver paralela (pode ser que esteja inclinada para um lado) – é necessário desgastar ou acrescentar cera no plano de orientação (desgastar/acrescentar até o ponto onde foi determinado a altura incisal). Plano oclusal posterior: ▪ Porção posterior do plano de cera – paralela ao plano de Camper (linha traçada do tragus à asa do nariz/ do meato acústico interno à espinha nasal anterior). ▪ Se a régua intraoral não estiver paralela – desgastar ou acrescentar cera no plano de cera. Se estiver abrindo para a posterior, é necessário desgastar e se estiver fechando para a posterior, é necessário acrescentar. O corredor bucal só pode ser avaliado com o paciente sorrindo. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Quando o plano de cera for ajustado, deve-se ajustar a região posterior aos caninos para que o corredor bucal seja formado. • O corredor bucal também é favorecido pela própria conformação do arco. Se o arco estiver muito aberto, ele irá invadir o corredor bucal. • Essa região do corredor bucal é uma zona neutra – que evita lesões na bochecha durante a mastigação. Então, se o corredor bucal não estiver correto, o paciente irá morder a bochecha quando estiver mastigando. Formato ideal do arco. Corredor bucal correto. Corredor bucal invadido. • Quando o corredor bucal estiver invadido (empurrando a mucosa interna da bochecha), deve-se realizar o ajuste diminuindo a cera no plano de orientação (a partir da região do canino para trás). As linhas de orientação vão nortear o dentista a escolher os dentes e o técnico em prótese a montar os dentes artificais da prótese. As linhas irão ajudar a definir o tamanho dos dentes antificiais. Ponto de apoio visual, centralmente localizado, onde os dentes anteriores devem ser posicionados para um arranjo harmônico da face. Telles, 2009. ▪ A primeira linha a ser marcada; ▪ O paciente deve estar de frente, pois deve-se levar em consideração a linha do meio da face do paciente; ▪ Essa linha deve coincidir com a linha média da face, caso contrário, a prótese terá uma harmonia incorreta e uma estética desagradável; ▪ Quanto mais simétrica for a prótese, maior será a estética; ▪ Em 70% dos indivíduos ocorre coincidência entre a linha imaginária determinada pelos incisivos e a linha imaginária que divide o filtrum; ▪ A linha média é necessária para a montagem dos dentes: determina a posição dos incisvos centrais; ▪ Deve ser verificada distante do paciente – visualizando toda a face; ▪ A marcação deve ser feita exatamente onde a linha passa, com o auxílio do instrumental lecron. Determinada através de sorriso forçado, um “sorriso máximo” do paciente. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto ▪ Essa linha determina a altura do incisivo central; ▪ Quando o paciente sorrir, a linha é marcada com o lecron, exatamente no ponto onde está o lábio superior (a referência para a marcação é o contorno do lábio superior); ▪ Depois de marcar a linha, é possível medir esse tamanho, que deve ser igual ao tamanho do dente artificial a ser colocado na prótese. Determina a localização dos caninos e a largura total dos seis dentes anteriores. ▪ Essa linha é marcada referente à distal dos caninos (desde a distal do canino direito à distal do canino esquerdo); ▪ Para o paciente que nõo tem dente, essa linha vai ser marcada usando como referência a comissura labial em repouso (sem estar sorrindo). Normalmente, a distal do canino coincide com a comissura labial. Todas as linhas marcadas. – Após concluir o plano de orientação superior, realiza- se a montagem do modelo superior em articulador semi-ajustável (ASA). • Esse articulador oferece a possibilidade de realizar alguns ajustes. Itens que podem ser ajustados no ASA: ▪ Distância intercondilar (tamanho M); ▪ Ângulo de Bennett (15º); ▪ Guia condilar (30º); ▪ Pino incisal (0) O articulador é deixado dessa forma para se realizar a montagem de uma prótese total. Até o momento, apenas o plano superior foi realizado, então apenas ele será montado no articulador. Após a realização do plano de montagem inferior, ele também é montado no articulador. Para montar o arco superior, pode-se utilizar: Quando o paciente possui a boca muito grande e a comissura do lábio muito espaçada, pode-se usar como referência a linha da pupila do paciente para marcar a linha do canino. Por que é necessário montar os planos em articulador? Porque o técnico não consegue trabalhar somente com as mãos, ele necessita de um dispositivo (articulador) que simule a oclusão do paciente. Não dá para realizar a montagem dos dentes segurando os modelos na mão. Para realizar a montagem, é necessário fazer um preparo no modelo: Preparo do modelo que possibilita a remontagem dos modelos após a acrilização para realização de ajustes oclusais. ▪ Consiste em executar umas cavidades em forma de cunha no modelo de trabalho -> passar vaselina nas cavidades (para permitir a retirada do modelo do articulador). – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Para a prótese total, utiliza-se a mesa de Camper; • O arco facial é um dispositivo levado à face do paciente, para fazer um registro. O objetivo dele é transferir para o articulador a posição dos dentes superiores em relação à maxila. Esse aparato vem junto com o articulador. • Depois de montar o plano superior e já estiver tudo ok, retira-se o plano superior do articulador, retorna para a cavidade oral para ajustar o plano de orientação inferior. Resumo: • Após a realização da moldagem funcional, o laboratório confecciona o modelo de trabalho e os planos de orientação; • Primeiramente, realiza-se o ajuste somente do plano de orientação superior: 1. Suporte labial; 2. Altura incisal; 3. Plano oclusal (anterior e posterior); 4. Corredor bucal; 5. Linhas de orientação. • Depois de ajustado, o plano superior pode ser montado no articulador semi-ajustável (ASA). Referências: TELLES, Daniel. Prótese Total: convencional e sobre implantes. São Paulo: Livraria Santos Editora Ltda, 2009. Aula teórica deReabilitação Oral (fundamentos da prótese). Professora Luana Maria Martins de Aquino. Faculdade Maurício de Nassau, Odontologia, 2021 Para prótese total, pode-se evitar a utilização do arco facial, usando a mesa de Camper. Esse aparato não vem no articulador, deve ser adquirido individualmente. Após o plano de orientação ser colocado no modelo, o conjunto é levado para o articulador, posiciona-se a mesa de Camper e depois preenche com gesso o espaço acima do modelo (unindo o modelo à placa metálica de montagem). A mesa deixa o plano oclusal posterior paralelo ao plano de Camper.