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CONTROLE DE QUALIDADE E GESTÃO NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA (1)(2)

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CONTROLE DE QUALIDADE 
E GESTÃO NA INDÚSTRIA 
FARMACÊUTICA
PROFA. DRA. DANIELA CRISTINA DE MEDEIROS ARAÚJO
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Camila Adão barbosa 
Camila Cristiane Moreschi
Fernando Sachetti Bomfim
Patrícia Garcia Costa
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................5
1. ENSAIOS SEMIQUANTITATIVOS .............................................................................................................................6
1.1 ENSAIOS LIMITES DE IMPUREZAS .......................................................................................................................6
1.1.1 ENSAIO LIMITE PARA CLORETOS .......................................................................................................................6
1.1.2 ENSAIO LIMITE PARA SULFATOS .......................................................................................................................6
1.1.3 ENSAIO LIMITE PARA FERRO ............................................................................................................................. 7
1.1.4 ENSAIO LIMITE PARA METAIS PESADOS (CHUMBO) ..................................................................................... 7
2. ENSAIOS QUANTITATIVOS ...................................................................................................................................... 7
2.1 DETERMINAÇÃO DA UMIDADE ............................................................................................................................. 7
2.1.1 PERDA POR DESSECAÇÃO ...................................................................................................................................8
ENSAIOS DE QUALIDADE DE MATÉRIAS-
PRIMAS E DE FORMAS FARMACÊUTICAS 
SÓLIDAS
 PROFA. DRA. DANIELA CRISTINA DE MEDEIROS ARAÚJO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CONTROLE DE QUALIDADE E GESTÃO
NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
4WWW.UNINGA.BR
2.1.2 KARL FISHER ........................................................................................................................................................8
2.2 TEOR DE CINZAS SULFATADAS ............................................................................................................................8
3. ENSAIOS DE QUALIDADE PARA FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS .............................................................8
3.1 DETERMINAÇÃO DO PESO MÉDIO .......................................................................................................................9
3.2 DETERMINAÇÃO DE RESISTÊNCIA MECÂNICA EM COMPRIMIDOS ............................................................. 12
3.2.1 DETERMINAÇÃO DA DUREZA ............................................................................................................................ 12
3.2.2 TESTE DE FRIABILIDADE .................................................................................................................................. 13
3.3 TESTE DE DESINTEGRAÇÃO ................................................................................................................................ 14
3.4 TESTE DE DISSOLUÇÃO ........................................................................................................................................ 16
3.5 UNIFORMIDADE DE DOSE UNITÁRIA ................................................................................................................. 18
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................... 21
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Os medicamentos são a tecnologia farmacêutica mais importante para a promoção da 
saúde e bem-estar. Não por menos, o mercado farmacêutico global movimentou US$ 768 bilhões 
na venda de medicamentos em 2016 e tem a projeção de crescer 6,5% ao ano até 2022. 
Na esteira deste cenário econômico favorável, é compulsório que estes produtos apresentem 
a qualidade, segurança e eficácia inerentes ao seu uso. Isso exige a formação de profissionais 
farmacêuticos diferenciados, que apresentem capacitação e conhecimentos suficientes sobre 
controle de qualidade e boas práticas de fabricação. Nesse contexto, os testes farmacopeicos da 
matéria-prima e do produto acabado, além dos testes realizados no controle em processo, são 
compulsórios para garantir a qualidade dos medicamentos produzidos.
Ainda, quanto às análises de qualidade para matérias-primas farmacêuticas, impureza é 
qualquer componente presente na matéria-prima ou produto acabado diferente da substância(s) 
ativa(s), excipiente(s) ou outro aditivo adicionado intencionalmente à formulação (BRASIL, 
2017).
As impurezas podem ser divididas em inorgânicas (água, íons metálicos, cloretos, 
sulfatos e outros ânions) e orgânicas (produtos da degradação da substância ativa, contaminação 
ambiental, entre outros) (ANVISA, 2019).
Ensaios de pureza são ensaios semiquantitativos ou quantitativos realizados com o objetivo 
de identificar ou quantificar impurezas presentes nas matérias-primas de uso farmacêutico. 
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. ENSAIOS SEMIQUANTITATIVOS
1.1 Ensaios Limites de Impurezas
Nenhum fármaco é totalmente puro, e durante o seu processo de obtenção é possível que 
ocorra impurezas inerentes ao processo. Como são substâncias para uso humano, as farmacopeias 
estabelecem limites máximos permitidos para estas impurezas. Quantificação maior de impurezas 
do que o limite permitido pode resultar em rejeição do fármaco para fabricação de formas 
farmacêuticas (ANVISA, 2019).
As impurezas mais comuns são: ferro, cloretos, sulfato, metais pesados (como chumbo) e 
arsênio. Os limites são expressos como ppm ou mg/kg (mg em 1.000.000 mg). Assim, um fármaco 
em que é permitido um limite de cloreto de 20 ppm, ou seja, 20 mg/kg, significa que, em cada kg 
do fármaco podem existir, no máximo, 20 mg de cloretoscomo impureza (ANVISA, 2019).
A Farmacopeia Brasileira (FB) determina que, acima de 1000 mg/kg, as impurezas sejam 
expressas em porcentagem. Assim, uma impureza que for expressa em 0,5% significa 0,5g para 
cada 100g (5g para cada 1000g) ou 5g para cada 1kg da amostra (ANVISA, 2019).
Para determinar se a amostra contém impurezas acima do limite especificado, usamos os 
chamados ensaios limite, técnicas semiquantitativas e comparativas, descritas na Farmacopeia 
Brasileira e outros compêndios oficiais.
1.1.1 Ensaio limite para cloretos
Este ensaio baseia-se na reação entre nitrato de prata e os cloretos existentes em uma 
solução padrão de cloretos (com teor conhecido) ou na solução contendo a amostra. A turvação 
obtida nas soluções é comparada. O ensaio processa-se em meio nítrico (ANVISA, 2019).
A reação está descrita a seguir:
1.1.2 Ensaio limite para sulfatos
Neste ensaio, a reação dos sulfatos presentes em uma solução padrão de sulfato (com teor 
conhecido) com cloreto de bário em meio clorídrico é comparada com a turvação obtida entre os 
mesmos reagentes e os sulfatos residuais do fármaco (ANVISA, 2019).
A reação está descrita a seguir:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1.1.3 Ensaio limite para ferro
A reação do ácido tioglicólico com sais de ferro III em meio alcalinizado com NH4OH 
dá origem ao tioglicolato ferroso, um composto de cor rosa avermelhado (púrpura) (ANVISA, 
2019).
A reação está descrita a seguir:
1.1.4 Ensaio limite para metais pesados (chumbo)
Os metais pesados presentes como impurezas na matéria-prima reagem com a tiocetamida 
em meio alcalino, produzindo sulfeto de metal pesado. A turvação obtida nesta reação é comparada 
à obtida com o mesmo reagente frente a uma quantidade conhecida de metais pesados presentes 
na solução padrão comparativa de metais pesados (ANVISA, 2019).
A reação está descrita a seguir:
2. ENSAIOS QUANTITATIVOS
Estes ensaios visam determinar a quantidade de impurezas não específicas presentes na 
amostra. Entre os ensaios quantitativos estão os ensaios de umidade e de cinzas (ANVISA, 2019).
2.1 Determinação da Umidade
O teor de água presente nas matérias-primas deve restringir-se ao mínimo, pois este 
composto favorece o crescimento de microrganismos e promove a degradação de determinadas 
substâncias. Os métodos utilizados para quantificar o teor de umidade podem ser divididos em 
método gravimétrico (perda por dessecação) e método volumétrico (Karl Fisher) (ANVISA, 
2019).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
2.1.1 Perda por dessecação
Este ensaio não é seletivo para água. São quantificadas substâncias voláteis de qualquer 
natureza. Pode ser aplicado para matérias-primas em pó e para produtos acabados (sólidos) 
(ANVISA, 2019).
Para determinar o teor de substâncias voláteis, a amostra é colocada em um pesa filtro 
previamente dessecado e mantida em estufa até peso constante. O cálculo da porcentagem de 
perda por dessecação é realizado comparando a massa inicial e a massa final da amostra, por 
meio da fórmula a seguir (ANVISA, 2019).
% = massa inicial (g) – massa final (g) x 100
 --------------------------------------------
 Massa inicial (g)
2.1.2 Karl Fisher
Este método é o mais utilizado. O ensaio é realizado em aparelho Karl Fisher, por titulação. 
Para preparação do reagente de Karl Fisher, deve-se misturar 125 g de iodo, 170 mL de piridina, 
670 mL de metanol e 100 mL de dióxido de enxofre líquido. Após a preparação, 1 mL de reagente 
deve ser misturado com 5 mL de água. A titulação pode ser direta ou por retorno, e o ponto de 
viragem determinado por indicadores ou com potenciômetro (ANVISA, 2019).
2.2 Teor de Cinzas Sulfatadas
Este teste visa determinar o resíduo de sólidos inorgânicos metálicos quando a amostra 
é submetida à incineração até carbonização, depois é calcinada em mufla e, a seguir, tratada com 
ácido sulfúrico e calcinada novamente. O teor de cinzas sulfatadas é calculado pela diferença 
entre a massa inicial e a final (ANVISA, 2019).
3. ENSAIOS DE QUALIDADE PARA FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS
Entre os testes físico-químicos farmacopeicos, temos: os aplicáveis a medicamentos 
sólidos, como o teste de determinação do peso médio, resistência mecânica, desintegração, 
teor, dissolução e uniformidade de doses unitárias; os aplicáveis a medicamentos e cosméticos 
semissólidos, como peso médio e viscosidade; e os aplicáveis a medicamentos e cosméticos 
líquidos, como o teste de uniformidade de dose unitária, volume, densidade e viscosidade.
Nesta unidade, abordaremos os testes para formas farmacêuticas sólidas.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
3.1 Determinação do Peso Médio
O teste é aplicável a formas farmacêuticas sólidas acondicionadas em recipientes para 
dose unitária; formas farmacêuticas sólidas em dose unitária e as formas farmacêuticas sólidas e 
semissólidas acondicionadas em recipientes para doses múltiplas (ANVISA, 2019).
As pesagens devem ser feitas em balanças (Figura 1) de sensibilidade adequadas, niveladas 
e calibradas periodicamente. Devem-se utilizar luvas e pinça durante o procedimento. Para 
comprimidos, pastilhas e supositórios, deve-se pesar individualmente cada unidade, conforme 
especificado, e calcular o peso médio. No caso de cápsulas (duras e moles), pós (estéreis, 
liofilizados, para injetáveis e para reconstituição), granulados e semissólidos devem-se calcular o 
peso do conteúdo. As quantidades a serem analisadas e os critérios de aceitação estão descritos 
na FB (Tabelas 1 e 2) (ANVISA, 2019).
Figura 1 - Balança semianalítica. Fonte: Rstech (2020).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Tabela 1 - Quantidades e critérios de avaliação da determinação de peso para formas 
farmacêuticas sólidas em dose unitária. 
Forma 
farmacêutica
Quantidade a 
ser analisada Critérios Peso médio
Limites de 
variação
Comprimidos 
não revestidos 
ou revestidos 
com filme
20 unidades
Até 2 unidades fora dos limites 
especificados em relação ao 
peso médio, porém nenhuma 
abaixo ou acima do dobro das 
porcentagens indicadas.
80mg ou menos
Mais de 80mg e 
menos de 250mg
250mg ou mais
± 10,0%
± 7,5%
± 5,0%
Drágeas 20 unidades
Até 5 unidades fora dos limites 
especificados em relação ao 
peso médio, porém nenhuma 
abaixo ou acima do dobro das 
porcentagens indicadas.
25mg ou menos
Mais de 25mg e até 
150mg
Mais de 150mg e 
menos que 300mg
300mg ou mais
± 15,0%
± 10,0%
± 7,5%
± 5,0%
Cápsulas duras
20 unidades
Determinar 
o peso médio 
do conteúdo.
Até 2 unidades fora dos limites 
especificados em relação ao 
peso médio do conteúdo, porém 
nenhuma abaixo ou acima 
do dobro das porcentagens 
indicadas.
Menos de 300mg
300mg ou mais
± 10,0%
± 7,5%
Cápsulas moles
Idem cápsulas 
duras Idem cápsulas duras Idem cap duras Idem cap duras
Supositórios e 
óvulos
Idem 
comprimidos Idem comprimidos
Independente do 
peso médio
± 5,0%
Pós estéreis, 
pós liofilizados 
e pós para 
injetáveis
Idem cápsulas 
duras. Idem cápsulas duras
Mais de 40mg
Se o peso médio 
for de 40mg ou 
menos, submeter 
ao teste de 
uniformidade de 
doses unitárias.
± 10,0%
Pós para 
reconstituição 
(uso oral)
Idem pós 
estéreis Idem pós estéreis
Menos de 300mg
300mg ou mais
± 10,0%
± 7,5%
Fonte: Adaptado de Anvisa (2019).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Tabela 2 - Quantidade e critérios de avaliação da determinação de peso para formas 
farmacêuticasem doses múltiplas. 
Forma 
farmacêutica
Quantidade a 
ser analisada Critérios Peso declarado
Porcentagem 
mínima em 
relação ao peso 
declarado
Pós para 
reconstituição 
(uso oral e 
parenteral)
10 unidades
Os valores individuais 
não podem diferir de ± 
10,0% em relação ao peso 
médio.
Granulados, 
pós, géis, cremes 
e pomadas
10 unidades
Obs. Para 
realizar o teste 
é necessário 
conhecer a 
quantidade 
nominal do 
envase.
O peso médio dos 
conteúdos não pode 
ser inferior ao peso 
declarado e o peso 
individual de nenhuma 
das unidades testadas 
pode ser inferior a 
porcentagem especificada 
em relação ao peso 
declarado.
Caso não seja cumprida 
essa exigência, 
determinar o peso 
individual do conteúdo 
de 20 unidades 
adicionais. O peso 
médio do conteúdo 
das 30 unidades não 
pode ser inferior ao 
peso declarado, e o 
peso individual de não 
mais que uma unidade 
em 30 ser inferior a 
porcentagem indicada 
em relação ao peso 
declarado.
Até 60g
Acima de 60g e 
até 150g
Acima de 150g
90,0%
92,5%
95,0%
Fonte: Adaptado de Anvisa (2019).
Na USP (United States Pharmacopeia) o teste de peso médio é descrito da mesma forma, 
porém o critério de aceitação para semissólidos é um pouco mais rígido. Após a determinação 
do peso do conteúdo das 10 unidades individualmente, o peso médio dos conteúdos não pode 
ser inferior ao peso declarado, e nenhuma das unidades testadas pode ser inferior à porcentagem 
especificada em relação ao peso declarado. Esta porcentagem especificada para produtos com 
peso declarado acima de 60 até 150 g (ou mL) é de 95% na USP, enquanto na FB é de 92,5%. 
Em ambas, devem-se checar mais 20 unidades adicionais, caso o produto não seja aprovado na 
primeira etapa (THE UNITED STATES PHARMACOPEIA, 2011).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
3.2 Determinação de Resistência Mecânica em Comprimidos
Os testes de resistência mecânica visam demonstrar a resistência dos comprimidos 
à ruptura provocada por quedas ou fricção. São divididos em teste de dureza e friabilidade 
(ANVISA, 2019).
3.2.1 Determinação da dureza
O teste de dureza permite determinar a resistência do comprimido ao esmagamento ou à 
ruptura sob pressão radial. A dureza de um comprimido é proporcional à força de compressão e 
inversamente proporcional à sua porosidade (ANVISA, 2019).
O teste consiste em submeter o comprimido à ação de um aparelho (Figura 2) que meça 
a força, aplicada diametralmente, necessária para quebrá-lo. A força é medida em newtons (N). 
Podem ser utilizados diferentes tipos de aparelhos (durômetros), os quais diferem basicamente 
quanto ao mecanismo empregado para exercer a pressão. A força pode ser exercida manualmente 
ou mecanicamente (ANVISA, 2019).
O teste é realizado pesando-se 10 comprimidos individualmente. Cada comprimido é 
testado, individualmente, obedecendo sempre à mesma orientação (considerar a forma, presença 
de ranhura e gravação). Expressar o resultado como a média dos valores obtidos nas determinações. 
O resultado do teste é informativo (não é critério de exclusão), porém pode fornecer indicativo 
da biodisponibilidade deste produto (ANVISA, 2019).
Figura 2 - Durômetro universal. Fonte: Pharma Test (2020).
Na curva de efeito terapêutico demonstrada na Figura 3, vemos que um comprimido 
administrado por via oral precisa atingir a concentração plasmática necessária para promover o 
efeito terapêutico. Se o comprimido apresentar uma dureza elevada, o tempo de desintegração 
dele pode ser muito longo, levando a uma baixa biodisponibilidade e consequente subdosagem 
do medicamento (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 3 - Curva de efeito terapêutico de um comprimido administrado por via oral. Fonte: Blog Farmacêutico 
Digital (2020).
3.2.2 Teste de friabilidade
O teste de friabilidade permite determinar a resistência dos comprimidos ao atrito 
ou abrasão, quando submetidos à ação mecânica de aparelhagem específica, sendo aplicável 
unicamente a comprimidos não revestidos. Este teste visa prever o atrito sofrido pelo comprimido 
durante a emblistagem e o transporte (ANVISA, 2019).
O aparelho (friabilômetro) (Figura 4) consiste em um cilindro rotativo, com diâmetro e 
profundidade específicos, constituído de polímero sintético transparente, que gira em torno de 
seu eixo a uma velocidade de 25 ± 1 rotações por minuto. A cada volta do cilindro, os comprimidos 
são recolhidos e levados para cima por uma projeção curva que se estende do centro à parede 
do cilindro, e caem repetidamente. Uma das faces do cilindro é removível para a retirada dos 
comprimidos (ANVISA, 2019).
Figura 4 - Friabilometro. Fonte: Labcenter (2020).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O teste consiste em pesar com exatidão um número determinado de comprimidos, 
submetê-los à ação do aparelho e retirá-los depois de efetuadas 100 rotações. Após remover o 
pó, os comprimidos lascados e os quebrados, o restante é novamente pesado. A diferença entre 
o peso inicial e o final representa a friabilidade, medida em função da porcentagem de material 
perdido. São considerados aceitáveis os comprimidos com perda igual ou inferior a 1,5% do seu 
peso ou a porcentagem estabelecida na monografia. Para comprimidos com peso médio igual ou 
inferior a 0,65 g, utilizar 20 comprimidos. Para comprimidos com peso médio superior a 0,65 g, 
utilizar 10 comprimidos (ANVISA, 2019).
Se o resultado for duvidoso ou se a perda for superior ao limite especificado, repetir o teste 
por mais duas vezes, considerando-se, na avaliação, o resultado médio das três determinações 
(ANVISA, 2019).
3.3 Teste de Desintegração
Um outro teste utilizado no controle de qualidade de cápsulas e comprimidos é o teste 
de desintegração. Este teste permite verificar se a forma farmacêutica se desintegra dentro do 
limite de tempo especificado, quando seis unidades do lote são submetidas à ação de aparelhagem 
específica sob condições experimentais descritas (ANVISA, 2019).
O teste se aplica a comprimidos (com e sem revestimento), drágeas, cápsulas duras 
e cápsulas moles. No caso de comprimidos mastigáveis, os critérios e condições de avaliação 
constarão na monografia individual. Não se aplica a pastilhas e comprimidos ou cápsulas de 
liberação controlada (prolongada) (ANVISA, 2019).
O aparelho (desintegrador) (Figura 5) consiste em: um sistema de cestas, cada uma 
contendo seis tubos de vidro ou acrílico transparente, abertos em ambos os lados; um recipiente 
para o líquido de imersão (béquer com capacidade de 1L); termostato para manter o líquido a 37 
± 1oC; e mecanismo para movimentar verticalmente a cesta e os tubos no líquido de imersão com 
frequência constante. Em cada extremidade da cesta, é acoplado um disco de material transparente 
adequado, contendo seis orifícios nos quais são introduzidos os tubos. Na face externa do disco 
inferior, encontra-se uma tela de arame de aço inoxidável. As partes que constituem a cesta são 
montadas e mantidas unidas em um eixo metálico central. Quando indicado, deve ser adicionado 
em cada tudo da cesta um disco cilíndrico de material transparente adequado, contendo cinco 
orifícios (ANVISA, 2019).
Figura 5 - Desintegrador. Fonte: Ethiktechnology (2020).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Para a realização do teste, uma unidade de cada produto é colocada em cada um dos seis 
tubos da cesta, é adicionado um disco a cada tubo, quando especificado, e o aparelho é acionado. 
Ao final do intervalo de tempo especificado, deve-se cessar o movimento dacesta e observar o 
material em cada um dos tubos. A quantidade, o líquido de imersão, tempo e critérios utilizados 
para cada forma farmacêutica estão especificados na FB e descritos na Tabela 3 (ANVISA, 2019).
Para que o comprimido ou cápsula seja considerado completamente desintegrado, nenhum 
resíduo das unidades testadas deve permanecer na tela metálica do aparelho de desintegração, 
salvo fragmentos insolúveis de revestimento de comprimidos ou invólucros de cápsulas. 
Considera-se também como desintegradas as unidades que, durante o teste, se transformam em 
massa pastosa, desde que não apresentem núcleo palpável. Se o comprimido ou cápsula não se 
desintegrar devido à aderência aos discos, repetir o teste com outras seis unidades, omitindo os 
discos (ANVISA, 2019).
Tabela 3 - Quantidade, líquido de imersão e critérios de avaliação para o teste de 
desintegração para comprimidos e cápsulas. 
Forma Farmacêutica Quantidade Líquido de imersão
Limite de 
tempo Critérios
Comprimidos não 
revestidos 6 unidades
Água (37 ± 1oC)
Utilizar os discos
30 minutos
Todas as unidades devem 
estar completamente 
desintegradas
Drágeas e 
comprimidos 
revestidos
6 unidades
Água (37 ± 1oC)
Se ao final do teste 
não estiverem 
completamente 
desintegrados 
testar outros 6cp, 
substituindo a água 
por ácido clorídrico 
0,1M (37 ± 1oC).
Utilizar os discos
30 min 
para cp 
revestidos
60 min 
para 
drágeas
Todas as unidades devem 
estar completamente 
desintegradas
Comprimidos 
ou cápsulas com 
revestimento entérico
Obs. Não se aplica 
a cap não revestidas 
contendo preparação 
de lib entérica.
6 unidades
1º etapa: ácido 
clorídrico 0,1M (37 
± 1oC)
Não utilizar os 
discos
2º etapa: tampão 
fosfato pH 6,8 (37 
± 1oC)
Utilizar os discos.
1º etapa: 
60min
2º etapa: 
45min
1º etapa: Nenhuma 
unidade pode apresentar 
qualquer sinal de 
desintegração, rachadura 
ou amolecimento, 
que possibilite o 
extravasamento do seu 
conteúdo.
2º etapa: todas as 
unidades devem 
estar completamente 
desintegrados, podendo 
restar apenas fragmentos 
de revestimento insolúvel.
Comprimidos 
sublinguais 6 unidades
Água (37 ± 1oC)
Não utilizar os 
discos
5 min
Todas as unidades devem 
estar completamente 
desintegradas
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Comprimidos solúveis 
e comprimidos 
dispersíveis
6 unidades
Água (entre 15oC e 
25oC)
Utilizar os discos
3 min
Todas as unidades devem 
estar completamente 
desintegradas
Cápsulas gelatinosas 
duras 6 unidades
Água (37 ± 1oC)
Não utilizar os 
discos
45 min
Todas as unidades devem 
estar completamente 
desintegradas
Cápsulas moles 6 unidades
Água (37 ± 1oC)
Utilizar os discos
30 min
Todas as unidades devem 
estar completamente 
desintegradas
Fonte: Adaptado de Anvisa (2019).
Voltando a curva de efeito terapêutico demonstrada na Figura 3, se o comprimido 
apresentar um tempo de desintegração elevado, a biodisponibilidade do fármaco pode ser 
afetada, podendo o comprimido passar por todo o trato gastrointestinal (TGI) sem ser absorvido 
(ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
3.4 Teste de Dissolução
Ao encontro do que foi exposto até aqui, após a desintegração de um comprimido 
administrado por via, este precisa ser dissolvido nos fluidos do TGI para posterior absorção 
(ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
O teste de dissolução possibilita determinar a quantidade de substância ativa dissolvida 
no meio de dissolução quando o produto é submetido à ação de aparelhagem específica, sob 
condições experimentais descritas. Aplica-se a comprimidos, cápsulas e outros casos em que o 
teste seja requerido (ANVISA, 2019).
O teste de dissolução consiste de um sistema de três componentes (Figura 6): as cubas 
onde é inserido o meio de dissolução, feitas de vidro boro silicato, plástico ou outro material 
inerte; hastes em aço inoxidável para prover agitação do meio, que podem ser na forma de cestas 
(Método 1) ou pás (Método 2); e motor para ajuste da velocidade de rotação da haste. As cubas 
são imersas em banho de água com temperatura controlada (37ºC ± 0,5ºC), que deve ser mantida 
durante a execução do teste (ANVISA, 2019).
Figura 6 - Dissolutor. Fonte: DCtech Laboratory Technologies (2020).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O método a ser utilizado, o meio de dissolução e a velocidade de agitação devem ser o 
especificado na monografia do produto. Em relação ao tempo de dissolução, quando um único 
tempo for especificado na monografia do produto, ele representa o tempo máximo dentro do qual 
deve ser dissolvida a quantidade mínima, em porcentagem, de substância ativa nela estabelecida. 
Quando mais de um tempo for especificado na monografia, devem ser tomadas alíquotas, 
adequadamente medidas, ao final de cada tempo indicado, para obtenção do perfil de dissolução 
do produto (ANVISA, 2019).
A reposição ou não do volume de amostra retirado deve estar especificado na monografia. 
Após filtração e diluição (quando necessário) da alíquota, a quantificação do fármaco é efetuada 
mediante a técnica indicada na monografia do produto. Os valores obtidos são analisados e 
verifica-se se estão dentro dos critérios estabelecidos na FB. Para formas farmacêuticas de 
liberação imediata, o produto cumpre o teste se os resultados atenderem às exigências descritas 
na Tabela 4, salvo especificação em contrário na monografia individual. Repetir o teste com doses 
unitárias adicionais, conforme necessário, considerando os Critérios de aceitação (ANVISA, 
2019).
Tabela 4 - Critérios de aceitação para o teste de dissolução.
Estágios Número de amostras testadas Critérios de aceitação
E1 6
Cada unidade apresenta resultado 
maior ou igual a Q + 5%
E2 6
Média de 12 unidades (E1 + E2) é 
igual ou maior que Q e nenhuma 
unidade apresenta resultado 
inferior a Q – 15%
E3 12
Média de 24 unidades 
(E1+E2+E3) é igual ou maior 
que Q, não mais que 2 unidades 
apresentam resultados inferiores 
a Q – 15% e nenhuma unidade 
apresenta resultado inferior a Q 
– 25%
Fonte: Adaptado de Anvisa (2019).
Na Tabela 4, o termo Q corresponde à quantidade dissolvida de fármaco, especificada 
na monografia individual, expressa como porcentagem da quantidade declarada. Os valores 5%, 
15% e 25% também representam porcentagens da quantidade declarada (ANVISA, 2019).
Critérios especiais são descritos na FB para formas farmacêuticas de liberação prolongada 
e formas farmacêuticas de liberação retardada (ANVISA, 2019).
Outrossim, se verificarmos a Figura 3 (gráfico do efeito terapêutico), conseguimos 
correlacionar a dissolução com a biodisponibilidade e posterior efeito terapêutico do fármaco. 
Após administração do comprimido por via oral, o mesmo precisa desintegrar e depois ser 
dissolvido para que então ocorra a absorção. Se o comprimido se dissolver abaixo dos limites 
especificados, teremos uma subdosagem do fármaco, não atingindo a faixa de efeito terapêutico 
(ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
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3.5 Uniformidade de Dose Unitária
Um outro teste de grande importância no controle de qualidade de medicamentos é a 
uniformidade de dose unitária. Este teste permite avaliar a quantidade de componente ativo 
em unidades individuais do lote e verificar se esta quantidade é uniforme nas unidades testadas 
(ANVISA, 2019).
A uniformidade das doses unitárias de formas farmacêuticas pode ser avaliada por 
dois métodos: Variação de peso e Uniformidade de Conteúdo. A aplicação de cada método, 
considerando a forma farmacêutica, dose e proporção do fármaco, é especificadas na Tabela 5. 
Exemplo: comprimidos não revestidos com dose maior ou igual a 25 mg e proporção de fármaco 
maior ou igual a 25%podem ser analisadas pelo método de variação de peso. O método de 
uniformidade de conteúdo pode ser utilizado em todos os casos (ANVISA, 2019).
Tabela 5 - Aplicação do método de Uniformidade de Conteúdo (UC) ou de Variação de 
peso (VP). 
Forma 
Farmacêutica
Tipo Subtipo
Dose e proporção do fármaco
≥ 25 mg e 
≥ 25%
< 25 mg ou
< 25%
Comprimidos
Não revestidos VP UC
revestidos Filmes VP UC
Outros UC UC
Cápsulas
Duras VP UC
Moles Suspensões/emulsões/géis UC UC
Soluções VP VP
Sólidos 
acondicionados em 
recipientes para dose 
única
Componente único VP VP
Múltiplo 
componentes
Solução liofilizada no 
recipiente final
VP VP
Outros UC UC
Soluções 
acondicionadas em 
recipientes para dose 
única
VP VP
Outros UC UC
Fonte: Adaptado da Anvisa (2019).
O método de Uniformidade de Conteúdo para preparações em doses unitárias baseia-se 
no doseamento do conteúdo individual do componente ativo de um número de doses unitárias 
para determinar se o conteúdo individual está dentro dos limites especificados (ANVISA, 2019).
Quando houver procedimento especial para o teste de uniformidade de conteúdo na 
monografia individual, fazer a correção dos resultados obtidos, quando necessário, utilizando o 
fator de correção (ANVISA, 2019).
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Para determinar a uniformidade de doses unitárias pelo método de uniformidade de 
conteúdo, separar, no mínimo, 30 unidades do produto. Analisar, individualmente, 10 unidades 
conforme indicado na monografia individual para o doseamento, a menos que um procedimento 
especial para uniformidade de conteúdo seja descrito na monografia. Calcular o Valor de 
Aceitação (VA), segundo a equação a seguir (ANVISA, 2019). 
VA = (M-X) + ks
Em que:
M = valor de referência
X = média dos conteúdos individuais
k = constante de aceitabilidade
s = desvio padrão da amostra
Para determinar a uniformidade de doses unitárias pelo método de variação de peso 
separar, no mínimo, 30 unidades do produto. Pesar individualmente 10 unidades. No caso de 
cápsulas, pesar individualmente as cápsulas cheias, remover o conteúdo e pesar a cápsula vazia, 
obtendo o peso do conteúdo. O conteúdo de fármaco (%) por unidade é estimada comparando 
o peso de cada unidade com o valor do peso médio (obtido no teste de determinação do peso 
médio) e o teor do fármaco (obtido no teste de doseamento) (ANVISA, 2019).
As quantidades individuais são, então, calculadas e expressas em porcentagem da 
quantidade declarada. Calcula-se, então, o Valor de Aceitação (VA) conforme descrito para o 
teste de uniformidade de conteúdo (ANVISA, 2019).
O produto cumpre o teste de uniformidade de doses unitárias se o Valor de Aceitação 
calculado para as 10 primeiras unidades testadas não é maior que 15,0 (L1). Se o Valor de 
Aceitação for maior que 15,0, testar mais 20 unidades e calcular o Valor de Aceitação. O produto 
cumpre o teste se o Valor de Aceitação final calculado para as 30 unidades testadas não é maior 
que 15,0 e a quantidade de fármaco de nenhuma unidade individual é menor que (1 – L2 × 0,01)
M ou maior que (1 + L2 × 0,01)M, sendo L2 igual a 25,0, a menos que indicado de maneira 
diferente na monografia do produto (ANVISA, 2019).
O Capítulo 8.4 da Farmacopeia Brasileira 6ª edição (2019) trata da equivalência 
farmacêutica e bioequivalência de medicamentos. São abordados os testes de 
equivalência farmacêutica, biodisponibilidade e dissolução de medicamentos.
A Equivalência Farmacêutica corresponde à comprovação de que 
dois medicamentos são equivalentes em relação aos resultados 
dos testes in vitro. Por definição, Equivalentes Farmacêuticos são 
medicamentos que contêm o mesmo fármaco, isso é, mesmo 
sal ou éster da mesma molécula terapeuticamente ativa, mesma 
forma farmacêutica e via de administração e são idênticos em 
relação à potência ou concentração (BRASIL, 2019, p. 784).
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Sousa e colaboradores (2020) realizaram um estudo de 
equivalência farmacêutica entre comprimidos de furosemida 
similares e genéricos. Os autores verificaram que todos os 
comprimidos testados (duas marcas de genéricos e duas marcas 
de similares) foram considerados equivalentes farmacêuticos ao 
medicamento. Este artigo está disponível em: 
http://revistas.cff.org.br/?journal=infarma&page=article&op=-
view&path%5B%5D=2580. Acesso em: 12 jul. 2020.
A professora Daniela Medeiros gravou um vídeo para o “Uningá em 
Foco” falando de medicamentos genéricos e similares e sobre os 
testes de controle de qualidade de formas farmacêuticas sólidas 
descritos nesta unidade.
Este vídeo está disponível em https://www.youtube.com/
watch?v=ik_qZriZzeI&feature=youtu.be. Acesso em: 12 jul. 2020.
O Capítulo 5 (métodos gerais) da Farmacopeia Brasileira 6ª edição (2019) traz 
a descrição dos métodos aplicados às formas farmacêuticas, dos quais alguns 
foram descritos nesta unidade. São abordados os testes de Determinação de Peso 
(5.1.1); Determinação de volume (5.1.2); Determinação de resistência mecânica 
em comprimidos (5.1.3); Teste de dureza (5.1.3.1); Teste de friabilidade (5.1.3.2); 
Teste de desintegração (5.1.4); Teste de dissolução (5.1.5); Uniformidade de doses 
unitárias (5.1.6); entre outros. 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, foram abordados os ensaios de qualidade para matérias-primas de uso 
farmacêutico e para formas farmacêuticas sólidas. Dentre as análises de qualidade para matérias-
primas vimos: os ensaios semiquantitativos, como os de limites de impurezas; e os ensaios 
quantitativos, como determinação da umidade e teor de cinzas sulfatadas.
Relacionados às análises de qualidade para medicamentos, foram abordados os testes 
para formas farmacêuticas sólidas, entre eles: determinação do peso, determinação da resistência 
mecânica em comprimidos, teste de desintegração, teste de dissolução e uniformidade de dose 
unitária.
 
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................24
1. ENSAIOS DE QUALIDADE PARA FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS E SEMISSÓLIDAS............................25
1.1 AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS ..................................................................................25
1.1.1 ASPECTO ...............................................................................................................................................................25
1.12 COR ........................................................................................................................................................................25
1.1.3 ODOR .....................................................................................................................................................................25
1.1.4 SABOR ...................................................................................................................................................................26
1.2 DETERMINAÇÃO DO PESO ...................................................................................................................................26
1.3 DETERMINAÇÃO DO VOLUME..............................................................................................................................26
1.4 DETERMINAÇÃO DO PH ........................................................................................................................................28
ENSAIOS DE QUALIDADE PARA FORMAS 
FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS E SEMISSÓLIDAS 
E METODOLOGIASANALÍTICAS
 PROFA. DRA. DANIELA CRISTINA DE MEDEIROS ARAÚJO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CONTROLE DE QUALIDADE E GESTÃO
NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
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1.5 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE ........................................................................................................................28
1.6 DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE .....................................................................................................................29
2. ENSAIOS MICROBIOLÓGICOS DE QUALIDADE DE FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS E 
SEMISSÓLIDAS .......................................................................................................................................................... 30
2.1 CONTAGEM DO NÚMERO TOTAL DE MICRORGANISMOS MESÓFILOS ..........................................................30
2.2 PESQUISA DE MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS ..........................................................................................30
2.3 METODOLOGIAS ANALÍTICAS ............................................................................................................................. 31
2.4 MÉTODOS QUÍMICOS ........................................................................................................................................... 31
3. MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS ...........................................................................................................................32
3.1 CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA .........................................................................................................32
3.2 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA EM COLUNA ...........................................................................................................33
3.2.1 CROMATOGRAFIA EM COLUNA POR ADSORÇÃO ...........................................................................................34
3.2.2 CROMATOGRAFIA EM COLUNA POR PARTIÇÃO ............................................................................................34
3.2.3 CROMATOGRAFIA EM COLUNA POR TROCA IÔNICA ....................................................................................34
3.3 CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA .............................................................................................35
4. MÉTODOS ESPECTROFOTOMÉTRICOS ................................................................................................................36
4.1 ULTRAVIOLETA/VISÍVEL (UV/VIS) ......................................................................................................................36
4.2 INFRAVERMELHO (IV) .........................................................................................................................................36
5. MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS ........................................................................................................................37
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................40
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INTRODUÇÃO
Até aqui, descrevemos alguns testes utilizados principalmente para formas farmacêuticas 
sólidas, embora peso médio e uniformidade de dose unitária sejam aplicáveis a semissólidos 
e líquidos, respectivamente. Agora, iremos descrever alguns testes utilizados no controle de 
qualidade de líquidos e semissólidos, tanto para medicamentos quanto para cosméticos. Também, 
iremos apresentar as principais metodologias analíticas utilizadas para fármacos e medicamentos.
Entre os ensaios físico-químicos para formas farmacêuticas líquidas e semissólidas 
podemos destacar: características organolépticas, análise da cor, determinação do peso, 
determinação do volume e da densidade, avaliação da viscosidade e determinação do pH. Testes 
microbiológicos também são realizados para avaliar a qualidade de preparações líquidas e 
semissólidas, entre eles, a contagem do número total de microrganismos mesofílicos e a pesquisa 
de microrganismos patogênicos.
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1. ENSAIOS DE QUALIDADE PARA FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS 
E SEMISSÓLIDAS
1.1 Avaliação das Características Organolépticas
Os ensaios organolépticos são procedimentos utilizados para avaliar as características 
de um produto, detectáveis pelos órgãos dos sentidos: aspecto, cor, odor, sabor e tato. Fornecem 
parâmetros que permitem avaliar de imediato o estado da amostra em estudo por meio de análises 
comparativas, com o objetivo de verificar alterações como separação de fases, precipitação e 
turvação, possibilitando o reconhecimento primário do produto. Deve-se utilizar uma amostra de 
referência (padrão) mantida em condições ambientais controladas, para evitar modificações nas 
propriedades organolépticas. Para a execução dos ensaios organolépticos, devem ser consideradas 
a forma física e as características de cada produto (ANVISA, 2004).
1.1.1 Aspecto
É realizada a análise visual do produto com intuito de verificar alterações macroscópicas, 
comparando com a amostra de referência. Nesta análise, podem ser observadas alterações como 
turvação, separação de fases, precipitação etc. Após avaliação comparativa, a amostra tem que 
estar em conformidade com a amostra de referência pré-estabelecida (ANVISA, 2008).
1.12 Cor
A análise colorimétrica (análise da cor) pode ser realizada visualmente, comparando a 
cor da amostra com a cor do padrão, ou utilizando equipamentos (análise fotoelétrica e análise 
espectrofotométrica) (ANVISA, 2008).
Pode-se utilizar luz “branca” natural ou artificial ou câmaras especiais com fontes de luz 
em diferentes comprimentos de onda (ANVISA, 2008).
Na colorimetria fotoelétrica, utiliza-se uma célula fotoelétrica como detector. Os 
equipamentos utilizados são chamados de colorímetros ou fotômetros de filtro, e a análise 
é realizada pela passagem da luz branca por filtros. Normalmente, são empregados intervalos 
estreitos de comprimento de onda (ANVISA, 2008).
A colorimetria espectrofotométrica utiliza uma fonte de radiação em vários comprimentos 
de onda na região do visível (380 a 780 nm). O aparelho utilizado e chamado espectrofotômetro. 
Esta análise será detalhada no item 3 (métodos espectrofotométricos) desta unidade (ANVISA, 
2008).
1.1.3 Odor
Esta análise é realizada pelo olfato, comparando o odor da amostra com o odor do padrão 
de referência. Ambos (padrão e amostra) devem estar acondicionados em embalagem constituída 
do mesmo material. Após avaliação comparativa, a amostra pode ser classificada como: sem 
alteração; levemente modificada; modificada ou intensamente modificada (ANVISA, 2004).
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1.1.4 Sabor
Esta análise é realizada pelo paladar, comparando o sabor da amostra com o do padrão. 
Após avaliação comparativa, a amostra pode ser classificada como: sem alteração; levemente 
modificada; modificada ou intensamente modificada (ANVISA, 2004).
Esta análise é comumente realizada para produtos alimentícios. Não costuma ser utilizada 
para produtos cosméticos e farmacêuticos.
1.2 Determinação do Peso
Este teste é aplicável a formas farmacêuticas sólidas, como foi visto na unidade anterior, e 
também para formas farmacêuticas semissólidas como cremes, géis, pomadas e pastas (ANVISA, 
2019).
Para realização deste teste em produtos semissólidos, deve-se pesar individualmente 
dez unidades do produto, remover o conteúdo e lavar os recipientes com solvente adequado. 
Secar e pesar novamente a embalagem vazia. Calcular o peso do conteúdo pela diferença entre a 
embalagem cheia e a embalagem vazia.Determinar o peso médio do conteúdo, que não deve ser 
inferior ao peso declarado. O peso individual do conteúdo das amostras testadas não deverá ser 
inferior à porcentagem descrita na Tabela 2 da Unidade 1 (ANVISA, 2019).
1.3 Determinação do Volume
O teste de determinação de volume é aplicado a formas farmacêuticas líquidas em 
recipientes para dose única e recipientes para doses múltiplas (ANVISA, 2019).
Para líquidos em recipientes de dose única, exceto injetáveis, verter o conteúdo de dez 
unidades, individualmente, em provetas secas e calibradas, com capacidade máxima de 2,5 vezes 
o volume a ser medido. Deixar escoar o líquido por cinco minutos e verificar o volume. Calcular 
o volume médio das unidades testadas, que não pode ser inferior ao volume declarado. Além 
disso, nenhuma das unidades testadas deverá ser inferior a 95,0% ou superior a 110,0% do valor 
declarado (ANVISA, 2019).
Para formas farmacêuticas líquidas injetáveis em recipientes de dose única, remover o 
conteúdo de cada unidade testada com auxílio de uma seringa e agulha. Transferir o conteúdo 
para uma proveta seca e calibrada ou para um béquer seco e tarado, sendo neste último caso o 
volume calculado pelo peso do líquido, em gramas, dividido por sua densidade. O volume de 
cada recipiente testado não deve ser inferior ao volume declarado. A quantidade de recipientes 
que será testada depende do valor declarado do produto (ANVISA, 2019).
Para líquidos em recipientes para doses múltiplas, exceto injetáveis, deve-se pesar 10 
recipientes, individualmente, com as suas respectivas tampas. Remover o conteúdo e reservar para 
determinação da densidade de massa. Lavar os recipientes e as tampas, secar e pesar novamente. 
A diferença entre o peso do frasco cheio e do frasco vazio corresponde ao peso do conteúdo. 
Determinar o volume correspondente pela fórmula (ANVISA, 2019):
V = m/p
Sendo,
m = peso do conteúdo (g)
p = densidade de massa do produto (g/mL) (determinado conforme descrito no item 1.5 
determinação da densidade)
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A partir desses valores, calcular o volume médio das unidades testadas, que não deve 
ser inferior ao volume declarado. Além disso, nenhuma das unidades testadas pode ter volume 
inferior a 95,0% do volume declarado (ANVISA, 2019).
Para injetáveis acondicionados em recipientes de doses múltiplas, testar uma unidade, 
utilizando o número de seringas e agulhas equivalente ao número de doses descritas no rótulo. 
O teste deve ser realizado da mesma forma que foi descrita para injetáveis em dose unitária. O 
volume dispensado por cada seringa não deve ser inferior ao volume declarado para cada dose 
(ANVISA, 2019).
Para injetáveis de grande volume, testar duas unidades transferindo o conteúdo de cada 
recipiente para provetas secas e calibradas, com capacidade que não exceda 2,5 vezes o volume a 
ser medido. O volume de cada recipiente não deve ser inferior à quantidade declarada (ANVISA, 
2019).
É importante lembrar que os recipientes de formulações injetáveis são preenchidos 
com um pequeno excesso de volume, de acordo com as características de cada produto, para 
permitir a administração do volume declarado no rótulo. A Tabela 1 traz os excessos de volume 
recomendados para líquidos injetáveis (ANVISA, 2019).
Tabela 1 - Excessos de volume recomendados para injetáveis.
Volume declarado
(mL)
Excesso mínimo de volume recomendado
Móveis (mL) Viscosos (mL)
0,5 0,10 0,12
1,0 0,10 0,15
2,0 0,15 0,25
3,0 0,20 0,35
4,0 0,25 0,45
5,0 0,30 0,50
10,0 0,50 0,70
20,0 0,60 0,90
30,0 0,80 1,20
50,0 ou mais 2% 3%
Fonte: Adaptado de Anvisa (2019).
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1.4 Determinação do pH
A determinação do pH também é utilizada no controle de qualidade de líquidos e 
semissólidos. O pH corresponde à atividade do íon hidrogênio em uma solução, sendo que, 
quanto maior o valor do pH tanto menor a concentração de hidrogênio (ANVISA, 2019).
A determinação do pH é realizada por potenciometria, pela diferença de potencial entre 
dois elétrodos imersos na solução a ser analisada. Um dos elétrodos é o de referência e o outro é 
o de medida (sensível aos íons hidrogênio presentes na amostra) (ANVISA, 2019).
O valor de pH representa convencionalmente a acidez ou a alcalinidade de uma solução. 
A escala de pH vai de 1 (ácido) a 14 (alcalino), sendo que o valor 7 é considerado pH neutro. 
O equipamento utilizado para aferição do pH de uma amostra é chamado pHmetro (Figura 1) 
(ANVISA, 2019).
Figura 1 - Phmetro digital. Fonte: CheeseLab (2020).
1.5 Determinação da Densidade
A densidade absoluta é uma propriedade física de cada substância, calculada pela relação 
entre a massa desta substância e o seu volume. A densidade relativa de uma substância é a relação 
entre a massa de determinado volume de uma amostra e a massa do mesmo volume de água 
(ANVISA, 2019).
A determinação da densidade relativa de líquidos e semissólidos pode ser realizada 
utilizando picnômetro, densímetro ou balança hidrostática (ANVISA, 2019).
Para determinação da densidade relativa utilizando picnômetro deve-se pesar o picnômetro 
limpo e seco (M0), completar o seu volume com água, secar o excesso e pesar novamente (M1). 
Depois encher o picnômetro limpo e seco com a amostra e pesar (M2) (ANVISA, 2019).
A densidade relativa é calculada utilizando-se a seguinte fórmula:
d= (M2-M0)/ (M1-M0)
Em que:
M0 = massa do picnômetro vazio (g)
M1 = massa do picnômetro com água (g)
M2 = massa do picnômetro com a amostra (g)
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Os picnômetros de vidro (Figura 2) são utilizados para líquidos e os de metal para 
semissólidos (ANVISA, 2019).
Para determinação da densidade em soluções alcoólicas deve-se transferir a amostra para 
uma proveta e ajustar a temperatura de acordo com a especificação do densímetro (Alcoômetro 
Gay-Lussac). A seguir, introduzir o densímetro na amostra e verificar a leitura na escala do 
densímetro (ANVISA, 2019).
Figura 2 - Picnômetro de vidro. Fonte: Direct Industry (2020).
1.6 Determinação da Viscosidade
A viscosidade é uma característica dos líquidos e semissólidos, relacionada à resistência 
da amostra ao escoamento. Com a avaliação da viscosidade, podemos determinar se o produto 
apresenta fluidez e consistência adequada para o uso pretendido. A viscosidade está diretamente 
relacionada à temperatura da amostra, sendo que com o aumento da temperatura ocorre redução 
da viscosidade (ANVISA, 2019).
O ensaio para determinação da viscosidade normalmente baseia-se no tempo de 
escoamento de líquidos através de capilares (exemplo viscosímetro de Ostwald), na determinação 
do tempo de queda livre de esferas em tubos contendo o líquido (exemplo Hoppler) ou na 
velocidade de rotação de hastes metálicas imersas no líquido (exemplo Brookfield – Figura 3). É 
importante salientar que em todos os ensaios citados a especificação da temperatura é essencial, 
pois influencia diretamente no resultado (ANVISA, 2019).
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Figura 3 - Viscosímetro de Brookfield. Fonte: Medição Soluções Metrológicas Integradas (2020).
2. ENSAIOS MICROBIOLÓGICOS DE QUALIDADE DE FORMAS 
FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS E SEMISSÓLIDAS
2.1 Contagem do Número Total de Microrganismos Mesófilos
Esse teste é realizado pela contagem total de microrganismos que apresentem crescimento 
visível em Ágar caseína-soja a 32,5 ºC ± 2,5 ºC (em até 5 dias) e em Ágar Sabouraud-dextrose 
a 22,5 ºC ± 2,5 ºC (em até 7 dias). Não é aplicado para produtos que contêm microrganismosviáveis como componente ativo (ANVISA, 2019).
Os limites preconizados pela Farmacopeia Brasileira para produtos farmacêuticos 
aquosos de uso oral são 102 UFC/g ou mL para bactérias aeróbias e 101 UFC/g ou mL para fungos 
(ANVISA, 2019).
A determinação pode ser efetuada pelo método de contagem em placa, filtração por 
membrana, ou pelo método dos tubos múltiplos. A escolha do método é realizada avaliando a 
quantidade esperada de microrganismos e a natureza do produto (ANVISA, 2019).
2.2 Pesquisa de Microrganismos Patogênicos
Este teste consiste na verificação da presença ou ausência de microrganismos específicos 
em meios seletivos. Por se tratar de microrganismo patogênicos, os produtos são aprovados 
neste teste se não houver crescimento de colônias ou se as provas microbianas forem negativas 
(ANVISA, 2019).
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2.3 Metodologias Analíticas
As metodologias analíticas descritas na Farmacopeia Brasileira podem ser divididas em 
métodos químicos, métodos cromatográficos e métodos espectrométricos (ANVISA, 2019).
Os métodos químicos são utilizados principalmente para doseamento, identificação e 
determinação de pureza. Os métodos cromatográficos são utilizados para separação de analitos, 
produtos de degradação, isômeros e compostos relacionados. Quando associados a detectores 
apropriados são usados para quantificação. Já os métodos espectrofotométricos e espectrométricos 
podem ser usados para análises qualitativas e quantitativas de fármacos e produtos acabados. 
Além destes, temos também as chamadas técnicas hifenadas que associam dois ou mais métodos 
buscando otimizar análises e resultados (ANVISA, 2019).
2.4 Métodos Químicos
Os métodos clássicos de identificação de funções ou determinados grupos químicos 
presentes em fármacos consistem em reações que resultam em formação de precipitado, produto 
colorido, desprendimento de gás, descoramento do reagente utilizado ou outro fenômeno 
facilmente perceptível. Os métodos químicos mais utilizados no controle de qualidade de 
fármacos e medicamentos são a titulação e a determinação de metais pesados. Além desses, 
na Farmacopeia Brasileira são descritos vários ensaios que utilizam métodos químicos, como 
ensaios limite para cloretos, sulfatos, ferro, cálcio, magnésio etc. Alguns desses estão descritos no 
item Ensaios limite de impurezas da Unidade I (ANVISA, 2019).
A volumetria consiste em um processo de análise quantitativa relacionada à adição 
gradativa de certo volume de uma substância (cuja concentração é conhecida) sobre outra 
(o objeto da análise) até que a reação se complete. Um exemplo desse método volumétrico é 
a titulação. A titulação é bastante utilizada nas monografias de fármacos, para doseamento e 
ensaios de pureza (ANVISA, 2019).
Exemplo: titulação de solução de ácido benzoico
Titular com hidróxido de sódio 0,1 M SV, utilizando vermelho de fenol SI até formação 
de coloração violeta, correspondente ao ponto final da titulação. Cada mL de hidróxido de sódio 
0,1 M SV equivale a 12,212 mg de C7H6O2 (ANVISA, 2019).
O ensaio limite para determinação de metais consiste na formação de partículas sólidas 
dos sulfetos de metais pesados, em suspensão, e posterior comparação visual da intensidade 
da cor nas preparações amostra e padrão em tubo de Nessler. O ensaio é semiquantitativo e 
possibilita inferir se a amostra passa ou não no teste, representando o somatório da concentração 
dos elementos contaminantes na amostra (ANVISA, 2019).
O grande problema dos métodos químicos é serem pouco específicos, sendo preteridos 
em relação a outros métodos (ANVISA, 2019).
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3. MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS
A cromatografia é um processo físico-químico utilizado para a separação dos componentes 
de uma mistura, realizada por meio da distribuição dos componentes em duas fases que estão em 
contato íntimo: fase estacionária (FE) e fase móvel (FM). Durante a passagem da fase móvel 
sobre a fase estacionária, os componentes da mistura são distribuídos pelas duas fases, sendo as 
substâncias retidas de forma seletiva pela fase estacionária, resultando em migrações diferenciais 
(COLLINS; BRAGA; BONATO, 2006).
Entre os métodos cromatográficos podemos destacar a cromatografia em camada delgada, 
cromatografia líquida em coluna e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). 
3.1 Cromatografia em Camada Delgada
Na cromatografia em camada delgada (CCD), a separação dos compostos ocorre pela 
migração diferencial destes sobre uma fase estacionária: sílica, alumina, celulose ou poliamida; 
fixada em um suporte plano. A fase móvel, composta por um solvente ou mistura de solventes, é 
colocada no interior de uma cuba cromatográfica, normalmente de vidro, permanecendo vedada. 
A placa cromatográfica é depositada verticalmente no interior da cuba contendo a fase móvel 
(ANVISA, 2019).
Após o desenvolvimento da cromatografia e a evaporação dos solventes, passa-se ao método 
de revelação das manchas. Os métodos de revelação empregados podem ser físicos (exemplo: luz 
ultraviloleta nos comprimentos de 254 nm a 366 nm) ou químicos, com utilização de reagentes 
cromógenos (exemplo: cloreto férrico). Há uma ampla lista de reveladores apropriados para cada 
grupo de compostos (ANVISA, 2019).
Com a revelação da cromatoplaca, verifica-se a distância percorrida por cada amostra e 
calcula-se o fator de retenção (Rf). Para este fim, mede-se a distância atingida por cada mancha a 
partir da origem e a distância percorrida pela fase móvel. O valor de Rf (Rf = distância atingida pela 
mancha a partir da origem/ distância percorrida pelo solvente desde a origem) é um parâmetro 
que pode ser utilizado para a sua identificação da substância, por exemplo, aplicando na mesma 
placa, uma substância padrão e comparando do Rf do padrão com o Rf obtido para a amostra 
(ANVISA, 2019).
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Figura 4 - Cromatografia em Camada Delgada (CCD). Fonte: Casa das Ciências (2020).
3.2 Cromatografia Líquida em Coluna
A cromatografia em coluna é um método de separação que pode ser utilizado para a 
obtenção de substâncias com pureza elevada. A cromatografia líquida em coluna pode ser 
dividida em: por adsorção (líquido-sólido), por partição (líquido-líquido) ou por troca iônica 
(ANVISA, 2019).
Os equipamentos (Figura 5) utilizados consistem em um tubo cilíndrico, normalmente de 
vidro, de comprimento e diâmetros variáveis, com a extremidade superior cilíndrica tamponada 
por uma rolha e inferior afilada, terminando em uma torneira que permite o controle da vazão 
dos sistemas de eluição utilizados (ANVISA, 2019).
Figura 5 - Cromatografia em coluna. Fonte: Toda Matéria (2020).
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3.2.1 Cromatografia em coluna por adsorção
Na cromatografia em coluna por adsorção, a separação dos componentes de uma mistura 
ocorre por afinidade destes pela fase estacionária (sólida), sendo as substâncias retidas de forma 
seletiva. Nesse sistema, o preparo da coluna inicia-se colocando um chumaço de algodão ou lã de 
vidro na parte inferior, próximo à torneira, a fim de impedir a passagem do material adsorvente 
e a entrada de ar. Preencher então a coluna com esse material (exemplo: sílica) previamente 
suspenso na fase móvel, deixando que assente gradualmente. Após toda a fase estacionária estar 
dentro da coluna, passar 2 ou 3 vezes o volume da fase móvel para acertar o enchimento. O 
preenchimento da coluna deve ser feito da maneira uniforme para garantir maior eficiênciada 
separação. O ar retido entre as partículas da fase estacionária forma canais prejudicando a eluição 
da amostra (ANVISA, 2019).
Com a torneira da coluna fechada, aplicar a amostra previamente solubilizada em uma 
pequena quantidade de solvente no topo da coluna, cuidando para que não formem buracos na 
fase estacionária. Adicionar uma pequena quantidade fase móvel e abrir a torneira para começar 
a eluição. Adicionar mais fase móvel, recolhendo frações em tempo ou volume pré-determinado 
e examinando cada fração por método adequado. A eficiência da separação pode ser aferida por 
CCD de cada fração recolhida ao longo da corrida cromatográfica. As substâncias presentes nas 
frações recolhidas podem ser identificadas por vários métodos e com a evaporação do solvente 
pode-se obter a substância isolada (purificada) (ANVISA, 2019).
3.2.2 Cromatografia em coluna por partição
Na cromatografia em coluna por partição, a fase móvel e a fase estacionária são líquidas, 
sendo o líquido da fase estacionária adsorvido em um suporte sólido (normalmente areia de sílica 
purificada). Os líquidos que compõem a fase móvel e a fase estacionária devem ser imiscíveis, e as 
substâncias a serem separadas são repartidas entre os dois líquidos (ANVISA, 2019).
Uma solução da amostra é preparada e inserida no sistema cromatográfico misturada a 
um pequeno volume da fase móvel no topo da coluna; ou em um pequeno volume da fase fixa 
misturada com o suporte sólido e transferida para a coluna formando uma camada transversal 
sobre o material adsorvente. A eluição e o desenvolvimento ocorrem por meio da “corrida” do 
solvente circulante (ANVISA, 2019).
3.2.3 Cromatografia em coluna por troca iônica
A cromatografia em coluna por troca iônica utiliza como fase estacionária uma resina 
de troca iônica. A troca de íons ocorre entre os íons presentes na solução e os íons do polímero 
(celulose modificada ou suporte de sílica-gel). A escolha da resina dependerá do pH no qual 
deverá ocorrer a troca iônica e da natureza dos íons (ânions ou cátions) a serem trocados 
(ANVISA, 2019).
Para realização desta técnica deve-se misturar a resina de troca iônica com água e deixar 
em repouso por 24 horas. Após este período, a mistura deve ser vertida na coluna e tratando-se 
de resina aniônica, convertê-la em básica. Em caso de resina catiônica, deverá ser convertida 
para a forma ácida. O desenvolvimento da coluna de troca iônica ocorre de modo semelhante ao 
descrito para cromatografia de adsorção (ANVISA, 2019).
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3.3 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência
A cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) é composta por uma fase móvel líquida 
e uma fase estacionária sólida, esta última contida em uma coluna cilíndrica. A separação dos 
componentes de uma mistura ocorre pela distribuição entre as duas fases do sistema. Dependendo 
do tipo de fase estacionária utilizada, a separação é obtida por partição, troca iônica, adsorção, 
interações estereoquímicas ou exclusão por tamanho (ANVISA, 2019).
O equipamento é chamado de cromatógrafo líquido de alta eficiência (Figura 6) e consiste 
em uma coluna cromatográfica, reservatórios contendo a fase móvel, bomba, injetor, detector, 
software, e integrador ou registrador (ANVISA, 2019).
A amostra dissolvida é injetada no sistema cromatográfico e a separação dos componentes 
ocorre por distribuição entre as fases móvel estacionária (ANVISA, 2019)
Sistemas que consistem de fases estacionárias polares e fases móveis apolares são 
definidos como cromatografia em fase normal, enquanto o oposto, fases móveis 
polares e fases estacionárias apolares, são denominados de cromatografia em fase 
reversa. A afinidade de uma substância pela fase estacionária e, consequentemente, 
seu tempo de retenção na coluna, é controlado pela polaridade da fase móvel 
(ANVISA, 2019, p. 143).
Os sinais analíticos das substâncias presentes na amostra são identificados com auxílio 
de detectores apropriados, que aumentam consideravelmente a sensibilidade e a seletividade na 
análise das substâncias de interesse, tais como, os espectrofotométricos (UV/Vis), detector de 
índice de refração, detectores fluorimétricos, detectores potenciométricos ou eletroquímicos, 
detectores de espectrometria de massas e detectores de condutividade (ANVISA, 2019).
Figura 6 - Esquema de um cromatógrafo líquido de alta eficiência. Fonte: Freitag Laboratórios (2020).
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4. MÉTODOS ESPECTROFOTOMÉTRICOS
A espectrofotometria de absorção pode ser utilizada para quantificação e/ou identificação 
de compostos. Estas técnicas estão fundamentadas na absorção da energia eletromagnética por 
moléculas, dependendo da estrutura e concentração dessas moléculas. A espectrofotometria de 
absorção pode ser ultravioleta, visível ou infravermelho, dependendo do intervalo de frequência 
da radiação eletromagnética aplicada (ANVISA, 2019).
A radiação eletromagnética se propaga por ondas ou fluxo de partículas (fótons), 
apresentando regiões de comprimento de onda característicos. O comprimento de onda 
normalmente é expresso em micrometros (µm) ou nanômetros (nm). Para o infravermelho é 
comum a radiação eletromagnética ser expressa em número de onda (cm-1). A Tabela 2 mostra 
alguns comprimentos de onda de interesse na análise espectrofotométrica (ANVISA, 2019).
Tabela 2 - Comprimento de onda de interesse para a espectrofotometria.
Região Comprimento de onda
Ultravioleta (UV) 100 – 380 nm
Visível (VIS) 380 – 780 nm
Infravermelho próximo (NIR) 780 – 2500 nm (13300 – 4000 cm-1) 
Infravermelho médio (MIR) 4 – 25 µm (2500 – 400 cm-1)
Infravermelho distante 25 – 300 µm (400 – 33 cm-1)
Fonte: Adaptado de Anvisa (2019).
4.1 Ultravioleta/Visível (UV/Vis)
A absorção de luz por uma substância na região do ultravioleta/visível, depende 
da estrutura eletrônica da molécula. Através da incidência de energia sobre a 
amostra, obtém-se um espectro que origina um gráfico de absorbância ou 
transmitância versus comprimento de onda (ou frequência). A intensidade dos 
picos pode ser alterada dependendo da concentração da substância. Esta análise 
pode ser utilizada para identificação e doseamento de substâncias (ANVISA, 
2004, p. 38).
A absorção na região ultravioleta ocorre no comprimento de onda entre 100 nm e 380 
nm, enquanto a absorção na região visível ocorre entre 380 nm e 780 nm. (ANVISA, 2019)
4.2 Infravermelho (IV)
A espectrofotometria no infravermelho (IV) é uma técnica utilizada em grande 
escala para identificação de compostos, sendo um método sensível e rápido, 
permitindo detectar sua identidade por comparação com substâncias químicas 
padronizadas. Em contraste com os poucos picos observados na região do UV/
Vis, o espectro na região do infravermelho fornece várias bandas de absorção 
gerando um conjunto de informações sobre a estrutura química da substância 
analisada (ANVISA, 2004, p. 38). 
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Esta análise pode ser utilizada para identificação e quantificação de substâncias, 
identificação de formas amorfas e cristalinas, entre outros. A absorção na região do infravermelho 
ocorre entre 780 nm e 2500 nm (ANVISA, 2019).
Figura 7 - Espectrofotômetro UV-VIS. Fonte: Analítica (2020).
5. MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS 
A  espectrometria de massas  é uma técnica analítica que visa identificar moléculas de 
interesse pela verificação da sua massa e caracterização da estrutura química (SILVERSTEIN; 
WEBSTER, 2000).
Essa técnica consiste na ionização da molécula em campo magnético, por feixe de elétrons, 
causando fragmentação da sua estrutura. Com esta ionização os fragmentosadquirem carga e 
são detectados por laca metálica sensível ao íon (coletor de íons). A detecção gera um sinal que 
aparece no espectro de massas na forma de pico (SILVERSTEIN; WEBSTER, 2000).
Na técnica de ionização por impacto de elétrons, comumente a mais usada, um 
espectrômetro de massas bombardeia moléculas na fase vapor com um feixe de elétrons de alta 
energia e registra o resultado do impacto dos elétrons como um espectro de íons separados na 
base da razão massa/carga (m/z) (SILVERSTEIN; WEBSTER, 2000).
Na técnica de ionização por eletrospray, a amostra pode ser líquida ou sólida e é injetada 
no sistema na forma de spray. O feixe de elétrons atravessa o spray e ioniza as moléculas. A 
vantagem é que é possível controlar a energia de ionização gerando maior número de íons 
moleculares (SILVERSTEIN; WEBSTER, 2000).
Os espectrômetros de massas (Figura 8) utilizados para elucidação de estruturas podem 
ser classificados segundo o método de separação dos íons em: (SILVERSTEIN; WEBSTER, 2000).
─ Deflexão em campo magnético
─ Espectrômetro de massas de quadrupolo
─ Tempo de voo
─ MS/MS (espectrômetro de massas em sequência)
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No método de deflexão em campo magnético, a amostra (na forma de gás) entra na 
câmara de ionização onde é bombardeada por um feixe de elétrons. Os íons positivos produzidos 
atravessam a fenda de aceleração e entram no tubo analisador, um tubo de metal, curvo, mantido 
sob vácuo com o coletor de íons no final. Um campo magnético age sobre todo o sistema, levando 
a uma maior ou menor movimentação dependendo da relação m/z do íon. O espectro de massas 
gerado auxilia na identificação do composto. O pico com maior razão massa/carga costuma ser o 
pico do íon molecular (molécula sem um elétron) (SILVERSTEIN; WEBSTER, 2000).
No espectrômetro de massas de quadrupolo os íons são direcionados para passar entre 
4 barras de metal. As barras capturam os íons e liberam de acordo com a razão massa/carga, 
de forma sequencial. A separação ocorre por padrão de oscilação (SILVERSTEIN; WEBSTER, 
2000).
Para obter uma maior fragmentação é possível adicionar uma câmara de colisão e 
mais um quadrupolo. Este sistema é chamado de espectrômetro de massas em sequência (MS/
MS). A câmara de colisão serve para colidir com os íons com gás (argônio), fragmentando-os 
(SILVERSTEIN; WEBSTER, 2000).
No espectrômetro de massas de tempo de voo (TOF) a amostra é colocada em um tubo 
e é medido o tempo de voo dentro deste tubo, que será diferente dependendo da razão m/z. A 
diferença de potencial dentro do tubo faz com que os íons migrem até colidirem com o analisador, 
que transforma em um sinal elétrico que é amplificado e os dados são tratados (SILVERSTEIN; 
WEBSTER, 2000).
Figura 8 - Espectrômetro de massa. Fonte: Wikipedia (2020).
Schorro e colaboradores (2020) realizaram um estudo da influência 
de diferentes ativos em formulações de produtos dermocosméticos 
com fator de proteção solar. Os autores avaliaram as características 
físico-químicas de formulações semissólidas de fotoprotetores 
produzidos em farmácia magistral e verificaram que o fator de 
proteção solar era menor que o descrito nos rótulos dos produtos.
Este artigo está disponível em: http://www.brazilianjournals.com/index.php/
BRJD/article/view/10409. Acesso em: 13 jul. 2020.
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A lei no 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, intitulada “Lei dos Genéricos” “dispõe sobre 
a vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico, dispõe sobre a utilização 
de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências”. Criada 
com o objetivo de ampliar o acesso da população a tratamentos seguros, eficazes 
e mais baratos, esta lei mudou o panorama da indústria farmacêutica e aumentou 
a concorrência no mercado de medicamentos. Os genéricos são, em média, 35% 
mais baratos que os medicamentos de referência, proporcionando uma economia 
no gasto com medicamentos pelos consumidores brasileiros. 
Os medicamentos genéricos foram implantados no Brasil em 1999, 
enquanto que em 2003 publicou-se uma regulamentação técnica 
específica para o registro de similares e outra para a adequação do 
registro de medicamentos similares que já eram comercializados no 
país. Os medicamentos similares que estavam no mercado haviam sido 
registrados segundo normas que permitiam seu registro sanitário por 
meio do conceito de similaridade a um medicamento anteriormente 
registrado, sem a necessidade de apresentação, por ocasião do 
registro, dos resultados de ensaios in vitro ou in vivo relacionados à 
comprovação da eficácia e segurança. As novas regulamentações 
para medicamentos similares publicadas em 2003 destinaram-se ao 
estabelecimento da isonomia de critérios para registro e renovação de 
registro de medicamentos não inovadores (genéricos e similares), tendo 
como base os preceitos da garantia da qualidade, eficácia e segurança 
(BRASIL, 2019, p. 783).
O vídeo técnico: “Viscosidade” demonstra a análise de viscosidade 
utilizando o viscosímetro de orifício e o viscosímetro rotacional.
Este vídeo está disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=sYjghwPXeiM. Acesso em: 13 jul. 2020.
O Capítulo 5 (métodos gerais) da Farmacopeia Brasileira 6ª edição (2019) traz 
a descrição dos métodos aplicados às formas farmacêuticas, dos quais alguns 
foram descritos nesta unidade. São abordados os testes de Determinação de 
Peso (5.1.1); Determinação de volume (5.1.2); Teste de gotejamento (5.1.8); 
Determinação da densidade de massa e densidade relativa (5.2.5); Determinação 
da viscosidade (5.2.7); entre outros.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na primeira parte desta unidade, foram abordados os principais ensaios de qualidade para 
formas farmacêuticas líquidas e semissólidas. Vimos a avaliação das características organolépticas, 
determinação de peso, determinação do volume e ensaios microbiológicos. 
Na segunda parte desta unidade, foram abordadas algumas metodologias 
analíticas. Abordamos os principais métodos químicos, métodos cromatográficos, métodos 
espectrofotométricos e métodos espectrométricos.
 
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03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................43
1. FATORES QUE AFETAM A ESTABILIDADE .............................................................................................................44
2. ESTUDOS DE ESTABILIDADE .................................................................................................................................45
2.1 TESTE DE DEGRADAÇÃO FORÇADA .............................................................................................................................. 47
2.2 PRAZO DE VALIDADE ............................................................................................................................................47
3. VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS ...............................................................................................................48
4. PARÂMETROS A SEREM AVALIADOS NA VALIDAÇÃO DE UMA METODOLOGIA .............................................48
4.1 SELETIVIDADE ........................................................................................................................................................48
4.2 LINEARIDADE ........................................................................................................................................................49
4.3 LIMITE DE DETECÇÃO

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