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Abdome Agudo Obstrutivo

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P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 1 
 
Abdome Agudo Obstrutivo 
Definição: 
® Parada do trânsito intestinal por falha na propulsão do seu conteúdo. Um termo frequentemente usado para 
essa situação é ÍLEO. 
® Um íleo pode ser de 3 tipos: 
1. Íleo mecânico: por um obstáculo físico. 
2. Íleo funcional: por redução da atividade motora, redução da atividade peristáltica. 
3. Íleo vascular: por redução da perfusão sanguínea, a qual compromete a função intestinal. 
® Importante diferenciar ÍLEO (= parada intestinal) do íleo como o segmento mais distal do intestino 
delgado. A parada intestinal pode acometer diversos segmentos do intestino delgado e/ou o cólon. 
 
ÍLEO FUNCIONAL: 
® Diminuição acentuada da peristalse intestinal (perda significativa da atividade contrátil da musculatura 
intestinal). Também chamado de íleo adinâmico, neurogénico ou paralítico. 
® Em uma radiografia, observa-se distensão gasosa difusa de todo cólon e intestino delgado, típico do íleo 
paralítico. 
® Comum no pós operatório e em inflamações intra-abdominais. 
® Tipo de íleo mais comum, pois pode estar presente em qualquer pós operatório de cirurgia pós abdominal, 
também pode ser consequência de processos invasivos, como colonoscopia e distúrbios eletrolíticos, entre 
outros. 
® Quanto maior a cirurgia abdominal, maior o trauma e mais chances desse intestino voltar a funcionar mais 
tardiamente, se distendendo e acumulando gases à íleo funcional. 
® Mesmo processos extra-abdominais, como PMN (pneumonia) de lobo inferior e IAM e sepse podem gerar 
íleo funcional. 
® Principais causas: 
• PÓS-LAPAROTOMIA e PÓS-COLONOSCOPIA 
• DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS: como hipocalemia, hiponatremia, hipo ou hipermagnesemia. 
• DROGAS: como fenotiazinas, narcóticos opioides, diltiazem, verapamil, anticolinérgicos. 
• INFLAMAÇÃO INTRA-ABDOMINAL: como apendicite, diverticulite, úlcera péptica perfurada. 
• HEMORRAGIA e INFLAMAÇÃO RETROPERITONEAL: aneurisma de aorta abdominal roto, 
fratura lombar, pancreatite aguda, litíase renal, pielonefrite. 
• PROCESSO INTRA-TORÁCICO: fratura de costelas baixas, IAM, pneumonia de lobo inferior. 
• SEPSE 
® Uma forma muito severa de íleo funcional é a que acomete exclusivamente o intestino grosso é a 
pseudo-obstrução aguda dos cólons (síndrome de Ogilvie) ocorre uma distenção colônica difusa sem 
obstrução mecânica. Mais comum em idosos, acamados e pessoas que tomam medicações que inibem a 
peristalse. 
® Megacólon tóxico: forma de íleo funcional do cólon, em geral, é uma complicação de um processo 
inflamatório agudo e grave restrito ao intestino grosso. Ocorre na: retocolite ulcerativa inespecífica (RCUI), 
Crohn, colites infecciosas, entre outros. 
 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 2 
 
ÍLEO VASCULAR: 
® Comprometimento da função propulsiva do intestino por isquemia da sua parede. Tipicamente ocorre em 
situações de comprometimento vacular, que limitam a perfusão intestinal. Exemplo dessas situações: 
• EMBOLIA E TROMBOSE DAS A.A. MESENTÉRICAS à ISQUEMIA MESENTÉRICA 
• TROMBOSE VENOSA 
• ISQUEMIA MESENTÉRIA NÃO-OCLUSIVA à situação específica que não há dano vascular, 
e sim, uma má perfusão por hipotensão arterial severa. Paciente fica chocado. Ou pode ser por 
uso de drogas vasoativas. 
 
ÍLEO MECÂNICO: 
® Obstrução orgânica da luz à começa uma área de distensão ACIMA da área de obstrução. Como abaixo 
desse ponto há manutenção da fisiologia intestinal normal, o fluxo persiste e há esvaziamento intestinal. 
® Acima da obstrução, começa a distensão e distende retrogradamente e progressivamente as porções mais 
proximais do intestino. 
® Pode ocorrer em qualquer altura do intestino delgado ou cólon Sendo sua sintomatologia referente ao local 
da obstrução. 
 
Classificação da obstrução: 
® No intestino DELGADO: 
• Alta 
• Média 
• Baixa 
 
® No intestino GROSSO/ CÓLON: 
• Válvula ileocecal competente 
• Válvula ileocecal incompetente 
 
3 principais causas de obstrução mecânica em adultos: 
® ADERÊNCIAS OU BRIDAS 60% 
® NEOPLASIAS 20% 
® HÉRNIAS ABDOMINAIS 10% 
® Diversas outras causas são responsáveis pelos outros 10%, como doença de Crohn (origem inflamatória) 
® 
Outras causas: 
® Lesões intrínsecas à parede intestinal: 
• Congênita à Duplicações/cistos 
• Inflamatória: 
o Crohn; 
o Infecções: Tuberculose, Actinomicose, Diverticulite 
Obs.: Raro diverticulite gerar obstrução, quando ocorre é em diverticulites de repetição 
que geram estenose) 
• Neoplásica: 
o Primária ou metastática 
o Traumática à Hematoma 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 3 
 
• Outras: 
o Volvo (no sigmóide ou no ceco) 
o Intussuscepção 
 
o Endometriose 
o Enteropatia actínica 
(estenose) 
® Lesões extrínsecas à parede intestinal: 
• Aderências (em geral PO) 
• Hérnias: 
o Externa (inguinal, femoral, umbilical, ventral) 
o Interna (paraduodenal, forame de Winslow, diafragmática, PO, Peterson) 
• Neoplásica à Carcinomatose, Neoplasia extraintestinal 
• Abscesso intra-abdominal 
® Obstrução Intraluminar: 
• COLELITÍASE (íleo biliar). 
• ENTERÓLITO (restos alimentares). 
• BEZOAR: 
o Tricobezoar = aglomerado de fios de cabelo ou de pelos. Costumas ser gástricos, mas 
podem acometer o intestino delgado também. 
o No ID é mais comum o FITOBEZOAR = acumulado de fibras e sementes não digeridas, 
bem comum nos ruminantes). 
• CORPO ESTRANHO (como cápsulas de drogas ilícitas). 
• BOLO DE ÁSCARIS (por infestações maciças, costuma ter tratamento clínico, não cirúrgico). 
• FECALOMA (acúmulo de fezes endurecidas no reto que impedem a evacuação normal e 
determinam retenção do conteúdo fecal acima. Acometem mais idosos e acamados ou com 
limitações físicas). 
 
® As causas tem 3 subdivisões: 
• Causas EXTRÍNSECAS: Fator externo a parede determina compressão ou desvio. Como 
aderências ou bridas (mais frequentes) e hérnias. 
• INTRÍNSECAS: localizadas na parede intestinal. Ex.: neoplasias 
• INTRALUMINAR: quando o fator obstrutivo está na luz. Ex.: cálculo biliar, enterólito (restos 
alimentares) 
Obs.: o tratamento do íleo biliar é cirúrgico. 
® Entre as causas extrínsecas há as hérnias, as mais comuns são as hérnias externas, principalmente as 
da região inguinal. Atualmente, há incidência crescente de hérnias internas devido ao aumento das 
cirurgias barátricas, onde um tipo específico de hérnia interna pode ocorrer, a chamada Hérnia de 
Petersen. 
 
BRIDAS E ADERÊNCIAS: 
® São as principais causas: cerca de 60% dos casos. 
® São tratadas como sinônimos, por seus mecanismos de formação serem semelhante. Mas pelas 
apresentam pequenas diferenças, que fazem importante sua diferenciação. Ambas são tecidos fibróticos, 
cicatriciais que se formam entre tecidos e órgãos que tenham sofrido algum tipo de lesão durante uma 
cirurgia. 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 4 
 
® Geralmente são provenientes de processos intracavitários cirúrgicos ou inflamatórios (como 
apendicite, diverticulite), que promovem cicatrizações. 
® A imensa maioria dos pacientes que sofreram cirurgia abdominal possuem aderências, porém, 
apenas minoria deles sofrerão por obstrução determinada por elas. 
® Comum haver aderências entre o epiplon (omento) e o intestino. Conectam tecidos que, geralmente, não 
são conectados. Limitando a movimentação do intestino. 
® Podem provocar acotovelamentos ou retrações, que reduzem o calibre da luz intestinal. Dificultando 
ou impedindo o fluxo, provocando estase acima desse ponto à Distensão intestinal. 
 
® É como se fosse um “VÉU/ BANDA DE TECIDO FIBROSO” que se adere nas estruturas adjacentes. 
Pode ser proveniente de uma laparotomia prévia, em que ocorre agressões no peritônio e isso estimula 
um processo inflamatório e cicatricial. Outro exemplo é o caso de abdome perfurativo, o qual também 
promove a formação de aderências. 
 
® Não existe exames de imagem que identificam aderências, se 
há cirurgia prévia, parte-se do pressupostoque a pessoa 
possui aderências. 
 
® Aderência: existem vários pontos de contato entre duas 
estruturas. São formadas por colágeno e material cicatricial. A 
formação de aderências pós-cirúrgica é algo normal. 
Entretanto, deixa de ser normal quando elas causam 
obstruções. 
• Obs.: essas aderências são vascularizadas. 
 
® Brida: não gera retração ou acotovelamento e sim, 
compressão. Banda fibrótica que provoca obstrução por 
comprimir extrinsecamente um segmento intestinal. Pode 
haver compressão dos seus vasos e a consequente isquemia 
e necrose da alça intestinal em questão. 
® A cirurgia para brida é muito mais simples do que para 
aderências. Ambas são provocadas por inflamação, tecido 
cicatricial. Pressupõe-se que inflamações maiores geram 
aderências e inflmações menores geram bridas. 
® A brida é considerada SIMPLES, quando pega apenas UM 
PONTO da alça intestinal. 
® Já quando pega duas porções dela, forma uma ALÇA 
FECHADA, em que há a protusão do intestino. 
 
TIPOS DE OBSTRUÇÃO: 
® TOTAL x PARCIAL: 
• Na obstrução total, nenhum tipo de conteúdo intestinal consegue prosseguir à resulta em maiores 
sistenções. 
• Já na parcial, existe apenas uma suboclusão intestinal. Persiste uma passagem de conteúdo 
entérico, mesmo que pequena. 
® OBSTRUÇÃO SIMPLES: Intestino é ocluído em apenas 1 ponto. 
® OBSTRUÇÃO EM ALÇA FECHADA: Segmento intestinal ocluído proximal e distalmente. 
 
 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 5 
 
 OBSTRUÇÃO EM ALÇA FECHADA: 
® Segmento intestinal ocluído proximal e distalmente 
® Maior risco de isquemia e ruptura à necrose. 
 
Exemplos de situações que provocam alça fechada: 
® Hérnias estranguladas: como as hérnias inguinais e da parede 
abdominal, em que parte da alça intestinal protui e pode ter deficiência 
no suprimento sanguíneo. 
 
® Volvo: rotação da alça intestinal sobre seu próprio eixo. 
Complicação em que o intestino torce em torno de si mesmo, 
obstruindo a luz à acumula líquido e gás à se distende progressivamente. 
• É grave, pois pode originar ISQUEMIA e NECROSE. 
• O mais comum é o volvo de SIGMÓIDE. 
 
® Obstrução do cólon com válvula ileocecal COMPETENTE: ou seja, ela se mantém fechada, mesmo com 
a obstrução. 
® Na imagem: Obstrução ao nível do sigmóide e todo intestino se distendeu até o nível da válvula ileocecal. 
® Válvula competente: permite o fluxo do conteúdo entérico para dentro do ceco e depois se fecha, mantendo 
o fluxo intestinal unidirecional e não permitindo o refluxo do conteúdo para o intestino delgado. 
® Forma uma estrutura em alça fechada, segmento fechado em dois pontos: na obstrução que veio da doença 
e na válvula ileocecal competente (estrutura funcional normal do intestino). 
® Há obstrução APENAS do CÓLON à maior distensão., principalmente do ceco. Dessa forma, há maior risco 
de laceração e, posterior, RUPTURA do ceco. 
• Como não há refluxo, cólon atinge diâmetros MUITO maiores, sendo mais fácil a sua perfuração. 
 
® O normal é ter válvula competente, 75% da população tem, o que é bom, pois em situação normais não 
permite o refluxo do cólon para o delgado. Porém, numa situação de obstrução intestinal é pior. 
 
Válvula ileocecal INCOMPETENTE: 
permite o fluxo intestinal bidirecional. 
Dessa forma, haverá refluxo de conteúdo 
para dentro do INTESTINO DELGADO. 
Essa é uma situação positiva quando se 
trata de alguma obstrução no cólon, por 
exemplo, pois evita a formação de uma 
alça fechada e possível necrose. Cólon 
fica menos distendido. 
 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA: 
® TGI lida com uma quantidade muito grande de líquido diariamente, lida com o líquido que ingere, como 
saliva e ingesta e o líquido produzido pelas secreções, pela bile, estômago, pâncreas... Assim, passa em 
torno de 10L por dia no TGI. Dessa quantidade, a maior parte é absorvida, principalmente pelo intestino 
delgado. Há uma perda muito pequena, de 200 mL nas fezes. 
® Em uma obstrução intestinal acumula tanto líquido porque o mecanismo de absorção fica 
comprometido. 
® Volume diário de líquidos no TGI: 
• Fontes EXÓGENAS: 2000 mL à ingesta. 
• Fontes ENDÓGENAS: 8000 mL à secreção gástrica, pancreática, entérica, do cólon, bile. 
• Perdas: 200 mL à fezes. 
• Absorção entérica: 8000 mL à corresponde a cerca de 80-90%. 
• Absorção do cólon: 1500 mL. 
® Vilosidades: 
• Dentro delas existe o ducto lactífero + capilares sanguíneos. 
• Além disso, sua superfície é recoberta por enterócitos = células absortivas. 
® Entre os capilares e a luz intestinal existe uma interface, que é formada pelos ENTERÓCITOS. Eles são as 
principais células responsáveis pela ABSORÇÃO e SECREÇÃO de substâncias. 
• Secreção: água, enzimas, sódio, cloro, potássio e bicarbonato. 
• Absorção: água, vitaminas, aminoácidos e peptídeos, sais minerais, sacarídeos, sódio, cloro, 
potássio, lipídios, sais biliares. Vão para a corrente sanguínea para serem distribuídos para o resto 
do corpo. 
® Estímulos para a secreção: 
• Hormonais 
• Nervosos 
• Locais: o quimo e principalmente a distensão da parede e a motilidade à estímulos muito 
poderosos para a secreção intestinal e estão alterados em uma obstrução. 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 7 
 
® Na ausência de obstrução o JEJUNO E O ÍLEO PROXIMAL são praticamente ESTÉREIS. Entretanto, 
na obstrução, a estase e a presença de nutrientes favorece a proliferação bacteriana. 
 
® Intestino obstruído: não executa a sua função absortiva e secretora e se distende mais, pois recebe 
estímulo para isso. 
• Primeira coisa que ocorre em uma obstrução é o ACÚMULO DE LÍQUIDO. Consequentemente, há 
DIFICULDADE NA ABSORÇÃO do conteúdo. 
• Posteriormente, há um aumento das suas SECREÇÕES, fazendo com que ele se distenda ainda 
mais. 
• Os nutrientes acumulados servem de alimento para as bactérias intestinais (anaeróbias e Gram 
negativas) à SUPERCRESCIMENTO BACTERIANO. Que faz com que esse conteúdo que fica 
estagnado dentro da luz intestinal seja bastante contaminado. 
• Ao metabolizarem os nutrientes como fonte de alimento, as bactérias produzem GASES, os quais 
contribuem para uma DISTENSÃO AINDA MAIOR da alça intestinal, que já havia pelo líquido, agora 
aumentado pelo gás. 
• Além disso, o AR deglutido também é um fator que agrega mais GÁS, aumentando a distensão 
das alças intestinais. 
Portanto, há um acúmulo de líquido e de gases (ingesta + produzido pelas bactérias + ar delgutido), 
os quais distendem o intestino, podendo distender até o estômago. Também há diminuição da absorção 
e aumento das secreções. 
Esse acúmulo de líquido pode gerar vômitos e perda de eletrólitos (o que é explicado abaixo) 
Na radiografia, observa-se os níveis hidro aéreos (NHA) 
 
® Paciente fica HIPOVOLÊMICO: 
• Líquidos e gases ficam retidos na luz intestinal à SEQUESTRO DE ÁGUA E ELETRÓLITOS, sem 
obrigatoriamente ter vomitado. O acúmulo de líquido na luz, diminui o nível de líquido circulante à 
levando a HIPOVOLEMIA. Podendo levar a um choque hipovolêmico ou insuficiência renal aguda. 
• Dessa forma, a pessoa tem perda de líquidos e de eletrólitos para o 3º espaço (intraluminal). 
o Em obstruções ALTAS: perda de H+, Cl- e K+. 
o Em obstruções BAIXAS: perda de HCO3 e Na+. 
• Portanto, é importante destacar que a hipovolemia não ocorre porque o paciente vomita, apesar de 
isso poder acontecer. 
• A hipovolemia é o principal problema que pode ocorrer em abdome obstrutivo. Dessa forma, pode 
levar a um CHOQUE HIPOVOLÊMICO. Precisa-se repor esse volume perdido por meio da 
reposição volêmica intravascular à É A PRIMEIRA COISA QUE SE FAZ QUANDO UM 
PACIENTE CHEGA NA EMERGÊNCIA COM AA OBSTRUTIVO. 
• Além disso, pode evoluir também para INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA. 
 
® Ruídos hidroaéreos: 
• Aumentam apenas ACIMA da obstrução, demonstrando a existência de uma atividade motora 
aumentada. Isso ocorre porque os movimentos peristálticos(peristaltismo de luta) que ocorrem no 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 8 
 
segmento intestinal que está acima da obstrução são mais intensos como tentativa de desobstruir 
a luz intestinal. É essa contração excessiva que promove a DOR ABDOMINAL EM CÓLICA à ela 
ocorre por um tempo e depois alivia. 
• Abaixo eles são inexistentes, demonstrando a existência de uma atividade motora inibida. Isto é, 
NÃO existem movimentos peristálticos e, consequentemente, nem RHA abaixo da obstrução 
intestinal. 
 
® ISQUEMIA da parede intestinal: 
• Vascularização do intestino é proveniente do MESENTÉRIO: artérias mesentéricas superior e 
inferior. 
• Estrangulamento = obstrução do fluxo sanguíneo: pode ocorrer por: 
o Aumento da pressão intraluminal: compromete a vascularização da parede intestinal, 
podendo interferir na perfusão sanguínea. 
o Compressão direta da parede 
o Compressão dos vasos 
o A BRIDA causa as 3 situações ao mesmo tempo. Por isso que é uma situação mais grave. 
• Pode levar a NECROSE à gera sinais inflamatórios que se manifestam na pele (como vermelhidão 
e edema). 
• Hérnias estranguladas: podem causar PERITONITE. Sempre é uma emergência cirúrgica. 
• A isquemia compromete a BARREIRA MUCOSA, a qual é formada por conteúdos imunológicos, 
citoplasmáticos, etc. Quando a barreira da mucosa está íntegra, ela impede a passagem tanto de 
sangue para a luz intestinal quanto de conteúdo intestinal para a corrente sanguínea e para a 
cavidade abdominal. 
• Enfraquecimento e/ou o rompimento da barreira mucosa intestinal: quando ocorre isquemia, 
ela é o primeiro tecido que morre (isquemia à necrose à morte tecidual). Dessa forma, perde a sua 
capacidade de barrar a entrada e a saída de coisas (perda da barreira de proteção). Com isso, 
ocorre a passagem tanto de conteúdo da luz intestinal para fora, causando PERITONITE SEM 
PERFURAÇÃO. Quanto de entrada de sangue para dentro da luz intestinal. Portanto, há a liberação 
de conteúdo intestinal para a cavidade abdominal, o que causa uma reação inflamatória e infecciosa 
generalizada. 
• Outra forma de causar peritonite é a PERFURAÇÃO direta da parede intestinal. 
• Haverá EDEMA, NECROSE e CONTEÚDO HEMORRÁGICO. 
® Portanto, a peritonite pode ser causada por: 
• Perfuração direta da parede intestinal: que ocorre devido a isquemia das alças (por alguma das 
3 situações citadas anteriormente). Há o extravasamento de exsudato, bactérias, toxinas, conteúdo 
fecal. 
• Enfraquecimento e/ou rompimento da barreira mucosa intestinal SEM haver perfuração. 
® Importante: 
• Estrangulamento na obstrução mecânica é DIFERENTE de AA vascular. 
® A doença no AA vascular está no VASO. 
® É importante diferenciar do que ocorre no AA obstrutivo. 
 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 9 
 
QUADRO CLÍNICO: é clássico 
SÍNDROME OBSTRUTIVA: 
® Dor abdominal visceral 
® Vômitos 
® Parada da eliminação de gases e fezes 
® Distensão abdominal (pelo acúmulo de gás + líquido) 
® Esse é essencialmente o caso clínico, e o grau dos sintomas vão depender do nível da obstrução, tempo 
de evolução e presença de complicações. 
 
® DOR ABDOMINAL VISCERAL: 
• É causada pela hiperperistalse que ocorre ACIMA da obstrução e pela distensão intestinal. 
• De forma geral, ocorre uma DOR do tipo VISCERAL: 
o Em CÓLICA 
o PAROXÍSTICA: ocorre em acessos/ crises. 
o Dor NÃO localizada = de localização DIFUSA e POUCO precisa. 
o Paciente inquieto e tem busca ativa por alívio. 
• A dor abdominal do abdome obstrutivo costuma é visceral. Diferente do abdome perfurativo, 
inflamatório, vascular e hemorrágico, em que a dor tendia a ser de irritação peritoneal = parietal. 
Com pacientes que ficam imóveis, pois quando se movimentam o peritônio fica irritado e a dor 
aumenta. 
• Entretanto, pode ocorrer também a DOR do tipo PARIETAL = SOMÁTICA: 
o Acontece quando há a existência de peritonite = irritação peritoneal, a qual pode ser 
causada por perfuração intestinal ou apenas estrangulamento da circulação e rompimento 
da barreira mucosa. 
o É CONTÍNUA. 
o LOCALIZADA 
o Alívio com o repouso e piora com a movimentação. 
o Paciente tem uma atitude passiva. 
o Representa um quadro mais grave. 
 
 
® VÔMITOS: 
• Ocorre devido ao acúmulo RETRÓGRADO de conteúdo no TGI. 
• Quanto mais próxima a obstrução for do estômago (obstruções ALTAS), mais precoce são os 
vômitos. Nesse caso, o conteúdo do vômito tem menos fezes. 
• Vomito fecalóide geralmente ocorre em obstruções BAIXAS = TARDIAS. 
• 1º conteúdo alimentar à 2º biliar à 3º estase. 
o Primeiramente, sai no vômito o conteúdo estomacal (vômitos alimentares). 
o Posteriormente, sai conteúdo biliar. 
o Depois pode sair o conteúdo intestinal, o qual é semelhante com as fezes (vômitos 
fecalóides). 
• Portanto, é a localização da obstrução é quem irá determinar o padrão dos vômitos: 
o Obstrução ALTA: são precoces e intensos. 
o Obstrução BAIXA: são tardios, menos intensos e fecalóides à se houver perfuramento e 
perfurar, o material fecalóide é bem mais grave em termos de irritação peritoneal. 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 10 
 
• No IG: Se a válvula ileocecal for COMPETENTE NÃO haverá vômitos fecalóides. Pois todo 
conteúdo ficou retido no cólon. Pode até haver vômitos, mas em pouco volume (vômito devido a 
própria dor abdominal). 
• Numa válvula incompetente, como o intestino delgado recebe conteúdo existe vômitos, inclusive, 
fecalóides. Assim, há vômitos tardios, podendo ser fecalóides. 
• Resumindo, quanto mais alta a obstrução, ocorre mais vômitos. Quanto mais baixa a 
obstrução, mais tardios os vômitos e com tendência a serem fecalóides. 
 
® PARADA DA ELIMINAÇÃO DE GASES E FEZES = PEGF: 
• Obstrução no cólon esquerdo, a parada de eliminação das fezes e dos gases ocorre mais 
rapidamente. 
• Portanto, quanto mais baixa é a obstrução, mais precocemente ocorre a parada na eliminação de 
gases e fezes. 
 
® DISTENSÃO ABDOMINAL: é mais intensa, quanto mais baixa (distal) for a obstrução. 
Relembrando, que todos esses achados clínicos caracterizam a SÍNDROME OBSTRUTIVA, cuja gravidade 
depende do nível da obstrução, tempo de evolução e a presença de complicações 
 
 
OUTRAS MANIFESTAÇÕES: 
® Sede e palpitações à representam desidratação e choque. 
® Febre, toxemia e prostração (fraqueza/moleza) à representam estrangulamento da circulação sanguínea 
das alças. 
® Verificar sempre se o paciente não tem história prévia: 
• De constipação: VOLVO ou NEOPLASIA. 
• De perda de peso com presença de hematoquezia: NEOPLASIA. 
• De cirurgia abdominal: ADERÊNCIA ou BRIDA. 
OBSTRUÇÃO ALTA DO INTESTINO DELGADO: 
® Dor abdominal: ocorre em intervalos de 
tempo + CURTOS. 
® Vômitos: são mais PRECOCES e INTENSOS. 
® PEGF: é TARDIA. 
® Distensão abdominal: é DISCRETA ou 
AUSENTE. 
OBSTRUÇÃO BAIXA DO INTESTINO DELGADO: 
® Dor abdominal: ocorre em intervalos de 
tempo + LONGOS. 
® Vômitos: são mais TARDIOS e menos 
intensos. São FECALODES. 
® PEGF: é PRECOCE. 
® Distensão abdominal: é INTENSA. 
OBSTRUÇÃO DO CÓLON COM VÁLVULA 
INCOMPETENTE: 
® Dor abdominal: ocorre em intervalos de 
tempo + LONGOS. 
® Vômitos: são mais TADIOS e menos 
INTENSOS. São FECALOIDES. 
® PEGF: é muito PRECOCE. 
® Distensão abdominal: é INTENSA. 
® Tem fluxo bidirecional. 
 
OBSTRUÇÃO DO CÓLON COM VÁLVULA 
COMPETENTE: 
® Dor abdominal: ocorre em intervalos de 
tempo + LONGOS. 
® Vômitos: são mais DISCRETOS ou 
AUSENTES. 
® PEGF: é muito PRECOCE. 
® Distensão abdominal: é muito INTENSA. 
® Tem fluxo unidirecional. 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 11 
 
EXAME FÍSICO GERAL: 
® Verificar se há a presença de: 
• Diminuição da perfusão periférica: por meio da presença de taquicardia e hipotensão. 
• Diminuição do turgor cutâneo: por meio da presença de mucosas desidratadas. 
• Cianose 
EXAME FÍSICO DO ABDOME: 
INSPEÇÃO: 
® Distensão abdominal 
® Cicatrizes: quando tiver, parte-se do pressuposto de que aobstrução está sendo causada por BRIDAS ou 
ADERÊNCIAS (ainda mais que essas são as principais causas de um AA obstrutivo). 
Obs.: quanto menor o trauma abdominal em uma cirurgia, menor a chance de causar aderências e bridas. 
Importante: não importa o tempo em que já foi feita a cirurgia. Sempre pode haver a ocorrência de 
aderências. 
® Hérnias: importância de verificar a região inguinal, expondo essa área. 
® Tumores: presença de abaulamentos na superfície. 
® Peristalse de luta visível = ONDAS DE KUSSMAUL. 
® Sempre inspecionar a região inguinal para verificar se há a presença de hérnias inguinais. Para isso, deve 
haver uma exposição correta da região. 
 
AUSCULTA: 
® RHA aumentados em intensidade e frequência 
® Timbre metálico 
® Coincidem com as crises de cólica 
® Tendem a diminuir com a evolução do quadro 
® Na peritonite à estão AUSENTES. 
 
PALPAÇÃO: 
® Distensão abdominal 
® Quando não há peritonite: 
• Abdome depressível, sem rigidez e sem defesa. 
• Dor LEVE à palpação 
® Já nos casos de irritação peritoneal: 
• Rigidez 
• Dor importante à palpação e à descompressão súbita (realizada em qualquer parte do abdome). 
 
PERCUSSÃO: 
® Timpanismo AUMENTADO 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 12 
 
TOQUE RETAL: 
® É indispensável à em TODO paciente com AA obstrutivo tem que ser feito. 
® Objetivos: 
• Identificar obstrução do reto: que pode ser causada por tumores (Tu), fecalomas, corpos 
estranhos (CE), etc. 
• Também fornece informações, como se a ampola retal está vazia realmente há obstrução, pois era 
para haver fezes e não há à Verificar se há a ausência de fezes no reto. 
• Descartar a hipótese de obstrução por tumor retal. 
• Verificar se há a presença de sangue e muco nas fezes: pode ser causado por intussuscepção, 
isquemia intestinal e tumores. 
• Verificar a sensibilidade no fundo de saco. 
 
OBSTRUÇÃO PARCIAL = SUBOCLUSÃO INTESTINAL: 
® Há obstrução, mas não é total. Permite a passagem de uma ínfima quantidade de conteúdo intraluminal. 
® Paciente está distendido, tem dor, vômitos, mas ainda há alguma eliminação de fezes e gases. 
® É uma situação que confunde o diagnóstico, pois pode ocorrer por aderências, neoplasias (obstrução 
parcial), mas também nos quadros iniciais de obstrução intestinal alta ou média. 
Quadro clínico de uma suboclusão intestinal: 
® Distensão abdominal 
® Dor 
® Vômitos 
® Redução ou persistência da eliminação de gases e fezes 
® Causas: 
• Aderências 
• Neoplasias 
® Simula quadros iniciais de obstruções intestinal ALTAS ou MÉDIAS. 
® Tratamento: observação e reavaliação. 
 
Obs.: é o tempo de evolução do quadro clínico que pode nos orientar para saber qual o tipo de obstrução. Além 
disso, exames de imagem como o raio X também nos auxiliam. 
 
EXAMES LABORATORIAIS: 
® Hemograma: 
• Leucocitose: quanto mais leucócitos houver, mais significa que está havendo um processo 
inflamatório. Dessa forma, leucocitose indica complicação. 
• Hematócrito estará aumentado: hematócrito mede a quantidade de células pela quantidade de 
líquido, tende a estar mais alto pelo paciente estar hipovolêmico. 
 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 13 
 
® PCR/VHS: proteínas inflamatórias de fase aguda, também verificam se há a presença de processos 
inflamatórios à seu aumento indica complicação, como estrangulamento ou perfuração (peritonite). 
Obs.: VHS = velocidade de hemossedimentação dos glóbulos vermelhos do sangue. 
® Eletrólitos: como sódio, potássio, cloro e cálcio. 
• Tendem a estar alterados pela perda que ocorre para a luz intestinal, assim como, muitas fezes a 
causa da obstrução é funcional, por uma hipercalemia ou hipernatremia. Esse índice indica que tem 
que resolver essa alteração e se esta for a causa, já resolve o quadro obstrutivo. 
® Função renal: por meio da creatinina e ureia. 
® Amilase: sempre medida em qualquer abdomen agudo. Uma pancreatite pode gerar um íleo funcional/ 
paralítico. Preferencialmente mede se a amilase e a lipase. 
 
RAIO X: 
® Pelo Raio-X identica-se o que é gás e o que é líquido. 
® Áreas mais ESCURAS são GASES dentro de um segmento intestinal. Não se vê o intestino, e sim, o gás 
dentro dele. O gás tem o formato do intestino justamente por estar nele. 
® O normal não é ter gás no intestino. 
® Radiografia normal de abdome: é normal ter um pouco de gás no: 
• Estômago 
• Cólon à quase nada de gás 
• Reto 
 
® O gás tem aspecto escuro por ter pouca massa e, assim, o Raio-X passa com mais facilidade. Quanto 
mais massa, mais difícil a passagem dos feixes de Raio-X e mais branco fica. 
® Dá para visualizar o ar acumulado dentro do intestino, por meio da linha horizontal hidroaérea (NHA). 
Indica que tem líquido para baixo da linha e ar para cima. 
® Só visualiza-se NHA em um paciente em pé à RX de abdome em AP. 
® Com o paciente deitado não se vê NHA, mas vê com muito mais eficácia o que está distendido. Pois o 
diâmetro ântero-posterior do paciente fica menor deitado, visualizando melhor as vísceras. 
® Por isso, tem que fazer ambos Raios-X, tanto deitado, quanto em pé. 
 
® Radiografia anormal: 
• Grande quantidade de gás acumulado no TGI. 
• Distensão difusa 
• Níveis hidroaéreos múltiplos 
 
® Em uma obstrução, o cólon distende muito mais que o intestino delgado. Também tem maiores NHA. 
 
Como diferenciá-los? 
® No intestine Delgado há pregas circulares, também chamadas de coniventes ou Válvulas de Kerkring. 
® No cólon há pregas semilunares e haustrações. 
 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 14 
 
Obstrução de intestino DELGADO: 
® Visualizar a existências das PREGAS CIRCULARES, as quais 
se assemelham com uma MOLA ou EMPILHAMENTO DE 
MOEDAS. 
® Essas pregas também podem ser chamadas de VÁLVULAS DE 
KERKRING e são CONIVENTES. 
 
 
 
Obstrução de intestino GROSSO/ CÓLON: 
® PREGAS SEMILUNARES: entre duas pregas semilunares existe 
uma haustração. 
® Visualizar as HAUSTRAÇÕES: as haustrações são os 
segmentos entre as pregas. 
® A distensão do cólon é maior do que 6 cm e existe uma 
grande quantidade de nível hidroaéreo. 
® Além disso, o cólon se situa mais na periferia, dando um aspecto 
de “moldura” em torno do intestino delgado, o qual é mais central. 
Essa é outra forma de diferenciá-los. 
 
® Quando demonstrar a existência de um pneumoperitônio, significa que houve a perfuração de alguma alça 
intestinal. 
Obs.: é muito importante, nas radiografias medir o diâmetro do ceco, pois dependendo de quanto for, pode 
haver a perfuração dele. 
• Ceco normal: até 9 cm. 
• Ceco aumentado: maior que 10-12 cm (diâmetros críticos) Constitui-se em emergência cirúrgica, pois 
há risco de ruptura. 
EXAMES DE IMAGEM: 
® RAIO X: 
• Tórax em PA 
• Abdome em PÉ e DEITADO 
® TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 
® Exames contrastados: 
• Verificam o trânsito de delgado 
• Enema opaco 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 15 
 
CONDUTA NO AA OBSTRUTIVO: 
® Todo paciente tem que ter diagnóstico preciso para que a conduta seja a correta. 
® Diagnóstico: 
• Verificar se tem: obstrução intestinal. Pode ser feito isso por meio da síndrome clínica que ela 
apresenta e também por meio do RAIO X. Se houver, verificar: 
o Se ela é total ou parcial: verificar se há eliminação de gases e fezes (EGF) e se há gás 
na parte distal no raio X. 
o Qual o seu nível à se é a nível de delgado ou cólon. Dá para verificar isso por meio da 
síndrome clínica ou pelo padrão do raio X. 
o Qual a sua provável causa: sempre levar em consideração se a pessoa já fez cirúrgicas 
prévias à bridas e aderências; idade, presença de constipação, HDB e diminuição do peso 
à neoplasias; 
o Se há estrangulamento: irá haver sinais de peritonite, leucocitose, aumento da PCR, 
pneumoperitônio, pneumatose, queda do estado geral, toxemia e febre. 
o Qual o grau de distúrbio hidroeletrolítico: verificar se tem hipercalemia, hipocalemia, etc, 
se o paciente está com sede, sua FC,PA, perfusão periférica, diurese. 
 
® Medidas gerais de tratamento = RESSUSCITAÇÃO: 
® INTERNAÇÃO 
® NADA VIA ORAL (NVO): 
• Não pode ingerir nada via oral, como tentativa de: 
o Não ingerir mais ar 
o Realizar um “repouso intestinal” 
o Não acrescentar conteúdo ao TGI 
o Diminuir o estímulo secretor e peristáltico 
® CORREÇÃO DOS DISTÚRBIOS hidroeletrolíticos e ácido-base: 
• Preferencialmente, utiliza-se as SOLUÇÕES CRISTALOIDES, pois elas têm uma tonicidade 
mais semelhante a da corrente sanguínea à RINGER LACTATO + soro fisiológico 0,9%. 
OBS: se colocar apenas água ou soro glicosado (água mais glicose) a água não ficaria dentro da 
corrente sanguínea. Glicose vai para dentro das células e com ela vai a água também. 
• Pode-se colocar glicose dentro do ringer lactato também. 
• KCl 19,1% + MgSO4 10% + GlucCa a 10% 
• Plasma e sangue 
• Objetivos: 
o Reposição volêmica 
o Melhora da perfusão tecidual: nos rins e outras vísceras 
o Reversão do íleo funcional 
® SINTOMÁTICOS e PROTEÇÃO GÁSTRICA: 
• Analgésicos: para fazer alívio da dor. 
• Antieméticos: para evitar a ocorrência de vômitos/ emese. 
• Fornecer bloqueadores de H2/IBP para que o excesso de ácido não machuque o estômago. 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
Isabelle Padilha 16 
 
® DESCOMPRESSÃO INTESTINAL por meio da SONDA NASOGÁSTRICA: 
• Drena o conteúdo que está obstruído. Sai líquido e gás, que era o que estava causando a 
distensão abdominal. Dessa forma, o paciente terá alívio do desconforto abdominal. 
• Remove gás deglutido que adicionaria distensão. 
• Previne a aspiração 
• Alivia a distensão 
• Ocasiona “repouso intestinal” 
• Permite estimar uma parte da perda líquida 
• Realiza o controle evolutivo 
• NUNCA passar sonda nasogástrica em pacientes politraumatizados/ com TCE. Nesses 
casos, passa pela boca. 
• Quando o líquido que sai tem aspecto fecalóide, suspeita-se de uma obstrução BAIXA. 
Obs. 1: ao por a sonda o paciente tem que estar lúcido, até porque ele ajuda no momento da sondagem 
nasogástrica, uma das manobras é que o paciente degluta no momento que sentir a sonda na garganta. Outro 
fator muito importante, é que se o paciente estiver sedado ele perde o controle esfincteriano (do esfíncter 
esofagiano inferior por ex. e perde o reflexo de vômito). Assim, ele vai aspirar o líquido em estase à 
extremamente danoso ao pulmão. 
® MONITORIZAÇÃO: 
• Diurese: maior que 30 mL/h. 
• PA: normal, sem hipotensão postural (que é quando há queda de mais de 20 mmHg na PAS e 
de mais de 10 mmHg na PAD). 
• Pressão venosa central 
• FC: 90-100 bpm. 
® ATB à isquemia crítica, necrose, peritonite e toxemia. 
® SUPORTE RESPIRATÓRIO e COMPENSAÇÃO DAS COMORBIDADES: como diabetes, DPOC, ICC, 
etc. 
 
Obs, 1: As medidas de ressuscitação são feitas em todos os pacientes, independente dele ser jovem ou idoso. 
Obs. 2: Paciente que está com sinais de peritonite primeiro tem que ser COMPENSADO por todas essas etapas. 
Só depois é que se recomenda a cirurgia, se necessário. 
Após todas medidas de ressuscitação há dois caminhos: observação ou cirurgia. Se tiver qualquer sinal de 
complicação tem que haver cirurgia e essa cirurgia é de urgência. 
 
® OBSERVAÇÃO DA EVOLUÇÃO: 
• Tentativa não cirúrgica. 
• Há a resolução espontânea em cerca de 15 a 20% dos casos. 
• Obstrução total de 12 até 36 horas pode ficar apenas em observação. Se depois desse horário 
não forem encontrados sinais de melhora, deve-se indicar cirurgia. 
 P2- Técnica Operatória 
 
 
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• O paciente que não é operado tem que ser monitorado. É necessário reobservar o paciente 
frequentemente quanto as: perdas e reposição, evacuação, gases, RHA, peritonite, grau de 
distensão, controle radiológico, laboratório. 
• Verificar se não há sinais de complicações. Caso houver, o paciente deve ser encaminhado para a 
cirurgia à de urgência. 
 
® CIRURGIA: 
• É recomendada após não melhora ou piora APÓS as medidas gerais de ressuscitação ou APÓS a 
observação do paciente. 
• É feito LAPAROTOMIA EXPLORADORA. 
• Verificar os sinais de peritonite e complicações, diâmetro crítico do ceco. 
• Quando a necrose é muito grande, deve-se fazer uma ressecção dessa parte do intestino e a 
realização da anastomose. 
• Como verificar a viabilidade intestinal: pulso arterial na borda mesentérica, retorno à coloração 
normal e presença de peristalse. 
 
® Terapias alternativas: 
• FECALOMAS: remoção digital ou aplicação de enema. 
 
CASO CLÍNICO: 
® Creatina: já demonstra insuficiência renal. 
® Potássio precisa ser corrigido. 
® O quadro persistiu mesmo com as medidas de tratamento. Dessa forma, a cirurgia é indicada. 
® Sua obstrução era causada por uma BRIDA. Portanto, deve-se seccioná-la na cirurgia. 
 
Válvula ileocecal: ela que determina a passagem de conteúdo do delgado para o grosso. 
® Quando ela é competente, ela permite o fluxo apenas unidirecional. Isso ocorre na maioria das pessoas. 
® Quando ela é incompetente, ela permite o fluxo bidirecional. 
® Quando há uma obstrução do cólon, há o represamento das fezes até chegar na válvula cecal. Se 
ela for incompetente, haverá o refluxo de conteúdo fecal para o delgado, havendo a distensão tanto de 
delgado quanto de cólon. 
® Já se ela for competente, ela gera uma obstrução em dois pontos (em alça fechada). Dessa forma, gera 
distensão apenas na alça colonica. 
 
Observações: 
® Se há histórico de aderências há possibilidade de ter um paciente com aderências muitas firmes e ao for 
desfazer a aderência há chances de perfurar o intestino e não conseguir finalizar a cirurgia, por conta disso, 
o tratamento desses pacientes NÃO é cirúrgico, irá ser tomadas medidas mais conservadoras coma a 
sonda nasogástrica, mas se esse paciente não melhorar com as medidas conservadoras será necessário 
a realização de uma cirurgia. 
® Dificilmente consegue-se resolver bridas clinicamente.

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