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Semiologia do sistema urinário – infecção do trato urinário – litíase renal anatomia rins e via urinárias · Os rins estão entre T2 e L3. · Estão um pouco abaixo das costelas. · A bexiga fica dentro da cavidade pélvica. anamnese · Tem dificuldade para urinar? (disúria) · A dificuldade ocorre para iniciar o jato? · Com que frequência urina? · Levanta à noite para urinar? · O volume das micções está alterado? · Sente alguma dor ou queimação? · Dor lombar pode ser no rim ou ureteres. · Se a dor for baixa, tem relação com a micção? · Sente algum tipo de incontinência? · O jato urinário tem a mesma força de sempre? · Doenças prostáticas podem alterar a força do jato urinário. · Qual aspecto da urina? · A coloração da urina pode ser alterada a partir das condições fisiológicas e patológicas do paciente. sinais e sintomas · Disúria: ardor ou dor em queimação ao urinar. · Esse sintoma geralmente está relacionado a infecções do trato urinário e uretrites relacionadas a ISTs. · Poliúria: do volume urinário · Polaciúria: da frequência urinária, não necessariamente acompanhado de um de volume, volumes pequenos. · Noctúria: levantar para urinar a noite. · Nictúria: da freq. Das micções durante a noite. · Enurese noturna: perda involuntária de urina durante a noite. · Incontinência: perda involuntária de urina pela uretra · Pode vim a ser de esforço, urgência, por transbordamento e funcional. · Alterações no jato urinário · Força, tamanho (volume) e esforço necessário. · Gotejamento terminal. · Dor · Renal dor confundida com dor na coluna (alta). · Uretral dor que irradia (calculo pode gerar). · Hematúria: alteração da pigmentação da urina a partir da presença de sangue. exame físico · Localização Palpação (Bimanual) · A palpação geralmente é mais útil no caso de tumores (hipertrofia do rim) – habitualmente o rim não é palpável (então palpa sabendo que não vai achar, se achar tem alguma coisa errada). · Palpação dos pontos ureterais são pontos de constrição ureteral, que o ureter pode estar um pouco mais dilatado, isto é, mais sensível. · É normal não palpar a bexiga, mas se tiver hiper estendida é possível palpar o globo vesical. · são pontos ao lado do músculo reto, à altura da crista iliaca, à altura do reborbo costal. percussão – pesquisa de hipersensibilidade · Punho-percussão, percute na mão e não diretamente nas costas do paciente. · O que interessa é a vibração transmitida para o rim. · Caso o rim esteja dilatado, com hidronefrose ou infectado, ao vibrar ele vai doer (Sinal de Giordano) · Dica: comece a percutir desde cima até o local de interesse para que o paciente relaxe. ausculta · Aneurisma da aorta abdominal ou Estenose da artéria renal ouvirá sopros · Como a artéria renal é retroperitoneal, o estetoscópio no abdômen é colocado e faz uma pressão para tentar auscultar o sopro após esperar passar os ruídos hidroaéreos (caso haja algum problema na artéria). infecção do trato urinário – itu · Condição muito prevalente. · Acomete mais mulheres do que homens. (E. coli) · Os indivíduos imunossupressivos também são suscetíveis (urosepse) fatores de risco – mulheres · Pré menopausa · Relação sexual · Uso de espermicida · Novo parceiro · História materna positiva · ITU na infância · Pós menopausa · ITU pré menopausa · Incontinência · Atrofia genital · Cistocele · Performance status manifestações clínicas · Evolução: Cistite pielonefrite Sepse urinária · A pielonefrite não precisa necessariamente surgir após uma cistite, mas a cistite pode evoluir para pielonefrite. cistite · Início rápido, sintomas em menos de 24h · Febre é incomum · 3-5 dias de duração · Antibiótico (ATB) não diminui a duração · infecção restrita a bexiga, onde os sintomas típicos são: polaciúria, disúria, dor supra púbica, hematúria e/ou urina turva – infecção local pielonefrite · Com ou sem sintomas prévios de cistite · Dor lombar (sinal de Giordano) e febre · infecção que alcançou o rim, infecção sistêmica. diagnóstico · Cistite/pielonefrite não complicadas · Manifestações clínicas · Evidência de piúria e/ou bacteriúria · Sumário de urina · Urocultura · Pielonefrite · Ausência de melhora/recorrência em 2-4 semanas · Sintomas atípicos · Gestantes pedir exame e tratar · Homens não é normal · ITU não complicada geralmente não necessita de outros exames laboratoriais. · Exames de imagem não são feitos de rotina. tratamento · Antibioticoterapia para todos os casos sintomáticos. · Tratamento inicial geralmente é empírico · Conhecer perfil de sensibilidade · Pielonefrite · Ambulatorial x internamento medidas gerais e prevenção · Higiene adequada: sentido vagina-ânus. · Micção pós coito. · Cuidados com cateteres. · Analgesia – disúria intensa: fenazopiridina · Vit. C? pode acidificar a urina e destruir as bactérias, não tem evidências robustas. · Cranberry? altera a adesão das bactérias nas paredes, não tem evidência robusta. urolitíase · Uro = trato das vias urinárias · Litíase = formação de cálculo definição · Massa cristalina que se forma pela agregação de cristais e matriz orgânica do próprio trato urinário nos rins e tem tamanho suficiente para ser clinicamente identificável. · Por sintomas ou por imagem · Desequilíbrio na concentração de certas substâncias na urina. · Supersaturação e cristalúria · Se dão inicialmente nas papilas renais. epidemiologia · Fatores intrínsecos · Sexo masculino · Brancos · Alterações anatômicas · Entre 30 – 50 anos · Genética · Distúrbios metabólicos e endócrinos (excesso de cortisol por exemplo) · pH urinário (substâncias que alteram o pH) · fatores extrínsecos · Ingesta hídrica baixa ingesta · Dieta ¯ teor de fibras, vit. C, ricas em Ca e K · Ocupação que restringi a micção ou ingesta de água · Sedentarismo · Clima quente · Uso de drogas litogênicas corticoides, ATB... prevalência · Varia de acordo com a população: 1-20% · 30% dos portadores da doença necessitam de hospitalização. · 15% são submetidos a algum tipo de procedimento. recorrência · 50% dos portadores terão novo episódio em algum momento da vida. · 30% das vezes esse novo episódio acontece em 3 anos. formação de cálculo · Diferentes componentes · Diferentes fatores de risco · Métodos diagnósticos · Implicações clínicas · A formação de placas de Ran-dall: placas formadas por fosfato de Ca (apatita) · Se dão geralmente no final das alças de henle. · Em algum momento elas começam a erodir, até atravessar o epitélio/papila e se reúnem em cristais. · 85% dos cálculos do trato urinário são de Ca, o restante e idiopático. · Pode encontrar uma urina rica em Ca (hipercalciúria) ou uma urina normal. · Urina rica em Ca, mas com sangue normal hipercalciúria idiopática (não sabe a causa). · A maioria dos cálculos estão na forma de Oxalato de Ca. manifestações clínicas · Assintomática maior parte do tempo · Cólica renal (não é renal em sim, é ureteral, quando o cálculo entra no ureter) dor abrupta, lancinante. · Uma dor que pode irradiar, pode gerar náusea, vômito, sudorese fria, relacionadas a dor (estímulos vagais). · Quando o ureter contrai ele aperta a pedra, gera uma inflamação, os ureteres são bem inervados, causando dor. · Relacionada com: · Obstrução – insuficiência renal pós-renal, pois a urina não passa. · Infecção – (bactéria vai ascendendo encontra o cálculo e começa a se proliferar) pielonefrite cólica renal · Características típicas: · Caráter ondulante vai e volta · Sem posição de alívio paciente fica inquieto · Localização mal definida, visceral a depender da posição do cálculo ele só sente a irradiação · Pode piorar com a ingesta hídrica o rim está filtrando, a urina não passa, piora a hidronefrose · Irradiação inguinal ou genital homolateral os sintomas dependem da localização · No rim · Cólica renal – nem sempre (> 10mm, na pelve renal) · Hematúria · Infecção urinária · Cálculos altos, entre 2 a 5cm do ureter proximal, o urologista não consegue acessar, logo ele irá entrar com um ureteroscópio e lança um jato de água empurrando o cálculo para cessar a dor do paciente.· No ureter · Cólica renal/ureteral! · Hematúria macro ou microscópica · Dor irradiada para região inguinal/testículos · Cistite pode ter polaciúria · Reflexo vaso vagal (dor) sudorese, síncope... · JUP: Junção do Ureter com a Pelve renal (geralmente essa dor não irradia) · Terço médio do ureter (se for na fossa ilíca direita pode ser apendicite, se for na esq. Pode ser diverticulite) · JUV: Junção Uretrovesical (pode ter sinais de infecção urinária – cistite) uretorolitíase · Na bexiga · Não é tão comum cálculos nessa região, atente a neoplasia. · Dor ao urinar · Sintomas de obstrução · Hematúria · ITU diagnóstico diferencial · Lombalgia osteomuscular · Hidronefrose de outras causas (Giordano positivo) · Pielonefrite aguda · Abdome agudo (Colicistite, pancreatite, apendicite) · Doenças ginecológicas · Dor nevrálgica (herpes zoster, lombociatalgia) · Dor reflexa (orquiepididimite – dor testicular que pode subir) exame físico · Estado geral, dados vitais · BEG com fáceis de sofrimento, lúcido, orientado no tempo e espaço. · Posição antálgica (inclinação para o lado afetado) · Sinal de Giordano (pielonefrite?) exames laboratoriais · Sumário de urina/urocultura Ver se o paciente está com hematúria, proteinúria, leucocitúria devido a uma hidronefrose. · Função renal e eletrólitos creatinina, se está acumulada, se está com excesso de Ca, Na e K. · Hemograma se já tem hematúria severa, leucograma aumentado com desvio a esquerda. · VHS/PCR radiografia simples de abdomen · Incluir sempre toda a bacia! · Normalmente os cálculos são radiopacos, ou seja, visto no Rx. · Os cálculos radiotransparentes são os de ácido úrico e estruvita. · Método mais simples para avaliar: · A natureza química da litíase (presumível) · Corretamente a massa litiásica radiopaca · A progressão dos cálculos · A eficácia das terapêuticas ecografia · Melhor método para identificar: · Presença de litíase · Repercussão mecânica aguda se um rim está maior que o outro, se tem fator obstrutivo. · Pode mostrar · Repercussão crônica · Existência de infecção do parênquima ou peri-renal · Presença de fatores predisponentes (fatores anatômicos) Pedra renal gerando uma sombra acústica. TC · Normalmente não é necessária a administração de contraste. · Padrão ouro · Permite a visualização de cálculos “radiotransparentes” como os de ácido úrico e a localização de cálculos em todo o trajeto do ureter.