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Cuidados em Oncologia Pediátrica Onde está inserido o cuidado a criança e o adolescente com câncer em termos de políticas públicas? Chegou a hora de falar de Detecção Precoce do Câncer Infantojuvenil DETECÇÃO PRECOCE do câncer infantojuvenil CUIDADO E ATENÇÃO À SAÚDE ATENÇÃO TERCIÁRIA ATENÇÃO SECUNDÁRIA ATENÇÃO PRIMÁRIA DETECÇÃO PRECOCE E RASTREAMENTO CUIDADOS PALIATIVOS PREVENÇÃO DA EXPOSIÇÃO PREVENÇÃO QUATERNÁRIA ESTUDOS ETIOLÓGICOS: FATORES DE RISCO GENÉTICOS E AMBIENTAIS ESTUDOS MOLECULARES SINAIS E SINTOMAS, EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR, NOVAS TERAPIAS, FATORES PROGNÓSTICOS, REABILITAÇÃO CUIDADO DOMICILIAR CONTROLE DE DOR ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA TRATAMENTO E REABILITAÇÃO CENTROS DE PESQUISA INCIDÊNCIA DE CÂNCER É um problema de Saúde Pública A OMS estimou para 2030, 21,4 milhões de casos novos de câncer e 13,2 milhões de mortes por câncer Estima-se, para o Brasil, biênio 2018-2019, a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer, para cada ano. Excetuando-se o câncer de pele não melanoma (cerca de 170 mil casos novos), ocorrerão 420 mil casos novos de câncer Ministério da Saúde – INCA, 2018 CÂNCER INFANTOJUVENIL Os tumores pediátricos diferem dos tumores dos adultos quanto aos seus aspectos morfológicos, ao comportamento clínico e às localizações primárias. Geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Acomete crianças e adolescentes entre 0 e 19 anos e corresponde de 1 a 3% de todos os tumores malignos na maioria das populações. Ministério da Saúde – INCA, 2016 Ainda não há consenso sobre qual o limite de idade para se classificar o adolescente e adulto jovem (15 a 29 anos) em relação ao câncer Qual a idade correta para se considerar o paciente eleito para o tratamento no contexto da Oncologia Pediátrica? EPIDEMIOLOGIA Considerando que o percentual mediano dos tumores infantojuvenis observados nos registros de câncer de base populacional (RCBP) brasileiros é de 3%, ocorrerão 12.500 casos novos de câncer em crianças e adolescentes (até os 19 anos) no biênio 2018-2019. Ministério da Saúde – INCA, 2018 Mortalidade por Câncer Pediátrico Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer é a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos perdendo apenas para causas externas como violência e acidentes. De acordo com o sistema de informação de mortalidade (SIM) a mortalidade por neoplasias no ano de 2015, na faixa etária de 10-19 anos foi maior do que na faixa etária de 0-9 anos, 1661 e 1245, respectivamente totalizando 2906 óbitos no ano de 2015. (INCA, 2018; DATASUS, 2018), Boas notícias!! As taxas de cura variam de 70 a 80%. FATORES DE RISCO PARA CÂNCER INFANTOJUVENIL Exposição pré-natal aos RX e radioterapia do câncer Síndrome de Down Neurofibromatose Quimioterapia pregressa Síndromes genéticas Gêmeos monozigotos Imonodeficiência congênita ou adquirida Terapia imunossupressora Vírus Epstein-Barr Detalhes importantes sobre o Câncer Infantil Todo câncer é genético, mas nem todo câncer é hereditário! 10 a 15% das neoplasias pediátricas podem estar associadas a desordens hereditárias: Retinoblastoma familial x esporádico Wilms familiar x esporádico Neurofibromatose Possíveis causas maternas/paternas??? (CASCIATO, 2008) (CASCIATO, 2008) DIFERENÇAS ENTRE OS CÂNCERES INFANTIL E ADULTO INFANTIL Afeta com mais frequência as células do sangue, o sistema nervoso e os tecidos de sustentação Não existe comprovação da influência de fatores ambientais na mutação do câncer ADULTO Afeta com mais frequência as células epiteliais, que recobrem os órgãos Apresentam mutações, geralmente devido a fatores ambientais, como a exposição ao tabaco e ao sol Sendo assim... Existe programa de prevenção do câncer infantojuvenil? Por que é tão difícil diagnosticar o câncer infantojuvenil? O CÂNCER INFANTOJUVENIL APRESENTA... Considerados embrionários Apresentam menores períodos de latência Crescimento rápido Respondem bem ao tratamento Bom prognóstico A demora no diagnóstico e no encaminhamento ao centro de referência pode fazer diferença na taxa sobrevida Nós temos um desafio Como podemos contribuir para o diagnóstico precoce do câncer infantil? Fiquem atentos aos sinais e sintomas do câncer infantojuvenil Juntem-se a nós PRINCIPAIS NEOPLASIAS PEDIÁTRICAS LEUCEMIAS Palidez cutânea, Fadiga, Irritabilidade, Sangramentos anormais sem causa definida, Febre, Dor óssea e articular generalizada, Hepatoesplenomegalia Linfadenomegalia LINFOMAS Adenomegalia dura, indolor e aderida aos planos profundos, Sintomas B (Febre sem causa determinada, perda de peso, sudorese noturna), alterações em duas ou mais séries do hemograma, hepatoesplenomegalia, persistência de enfartamento ganglionar maior que 3 cm Fluxograma de Encaminhamento OSTEOSSARCOMA Dor local Aumento de partes moles Dificuldade de deambulação Fratura patológica SARCOMA DE EWING Dor local Massa palpável Febre Fratura patológica Edema Calor local Fluxograma de Encaminhamento RABDOMIOSSARCOMA Tumoração local Dor Dificuldade de urinar Corrimento achocolatado e fétido Aumento do volume escrotal Proptose NEUROBLASTOMA Massa abdominal Sudorese Hipertensão Arterial Sistólica Taquicardia Irritabilidade Rubor facial Diarreia Emagrecimento TUMOR DE WILMS Massa abdominal Hematúria HAS Trombose de veia cava Anemia HEPATOBLASTOMA Massa abdominal Dor abdominal Perda de peso Anorexia Icterícia Plaquetose, Fluxograma de encaminhamento TUMOR DE SISTEMA NERVOSO CENTRAL Vômitos Cefaleia Alterações comportamentais Ataxia e desequilíbrio, Estrabismo Convulsão Retardo do desenvolvimento neuropsicomotor RETINOBLASTOMA Leucocoria Estrabismo Vermelhidão Inflamação da órbita TUMOR DE SISTEMA NERVOSO CENTRAL Fluxograma de Encaminhamento TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO TUMORES ÓSSEOS REBIDOMIOSSARCOMA TUMORES ABDOMINAIS NEUROBLASTOMA RETINOBLASTOMA Nós temos mais um desafio Aumentar a cura Proporcionar maior acesso aos centros de tratamento Desenvolvimento da linha do cuidado Controle de qualidade Suporte social Pesquisa clínica- protocolo cooperativo Qualidade de vida Como fazer? Proporcionar educação em saúde à população Capacitar os profissionais da atenção primária para detecção precoce do câncer infantil Ampliar o acesso a rede de saúde Pactuar fluxo de encaminhamento Agilizar o diagnóstico Proporcionar acolhimento nos centros de referência oncológica Orientar profissionais de saúde quanto aos efeitos e cuidados necessários ao tratamento oncológico TIPOS DE TRATAMENTO NADIR É o tempo transcorrido entre a aplicação da droga e o aparecimento do menor valor de contagem hematológica Ocorre em média de 7 a 14 dias após a última dose de quimioterapia Atentar para aplicação do fator de crescimento (G-CSF) Toxicidade Precoces* (de 0 a 3 dias) Imediatos (de 7 a 21 dias) Tardios (meses) Ultra-Tardios (meses ou anos) Náuseas • Vômitos • Mal estar • Adinamia • Artralgias • Agitação • Exantemas • Flebites Mielossupressão granulocitopenia plaquetopenia, anemia • Mucosites • Cistite hemorrágica devida à ciclofosfamida • Imunossupressão • Potencialização dos efeitos das radiações devida à actinomicina D, à adriamicina e ao 5-fluoruracil Miocardiopatia devida aos antracícliclos e outros • Hiperpigmentação e esclerodermia causadas pela bleomicina • Alopecia • Pneumonite devida à bleomicina • Imunossupressão • Neurotoxidade causada pela vincristina, pela vimblastina e pela cisplatina • Nefrotoxidade devida à cisplatina Infertilidade • Carcinogênese • Mutagênese • Distúrbio do crescimento em crianças • Seqüelas no sistema nervoso central • Fibrose/cirrose hepática devida ao metotrexato (Fonte: INCA, 2016) CUIDADOS Atentar para higiene Observar alterações na temperatura corporal, pressão arterial, respiração e pulso Verificarquanto a presença de infecção em feridas operatórias, locais de inserção de cateteres Evitar ambientes com presença de fumantes Evitar a convivência com animais domésticos Atentar para a presença de lesões em cavidade oral CUIDADOS Observar presença de sangramento em gengiva, nariz, transvaginal Evitar o uso de objetos cortantes como barbeadores Usar escova de dente macia e aplicar fricção suave na higiene oral Evitar procedimentos invasivos, tais como, enemas, cateterizações, injeções IM Avaliar a pele para ver se há petéquias, hematomas ou equimoses CUIDADOS COM ALIMENTOS Lavar as mãos antes de comer e cozinhar Preparar alimentos em ambientes limpos Evitar alimentos crus ou mal passados Lavar bem os alimentos antes consumi-los principalmente frutas Embalagem industrializadas devem ser lavadas antes de consumir Só ingerir água filtrada ou fervida Evitar alimentos duros ou com casca grossa Evitar alimentos produzidos na rua IMUNIZAÇÃO A imunização é muito importante no cuidado à crianças e adolescentes saudáveis, porém no caso de crianças em terapêutica oncológica ela muitas vezes será interrompida Informação sobre os riscos, segurança e eficácia devem ser analisadas Duas principais questões devem ser consideradas: Esta vacina pode causar o desenvolvimento da doença que busca prevenir? Este paciente será capaz de formar ou manter uma resposta (anticorpo)? IMUNIZAÇÃO (Sbim, 2016; PIZZO, 2016) Vacinas Proibidas VOP Vacinas Permitidas VPC10 ou VPC13 Vacinas Sob Consulta Raiva Tríplice viral Pneumo23 Influenza DTPw ou DTPa Hib Rotavírus VIP BCG VARICELA HepA HepB Febre amarela MenC HPV CATETERES VENOSOS CENTRAIS “O amiguinho do peito” DISPOSITIVOS UTILIZADOS PARA AUXILIAR NO TRATAMENTO DOR EM ONCOLOGIA... COMO TRATAR? Orientar/administrar analgésico prescrito Orientar/administrar resgate, na persistência de dor, nos intervalos da medicação Aplicar compressa morna Posicionar a criança confortavelmente Em caso de não conseguir controlar a dor, encaminhar à emergência do hospitalar CUIDADOS EFEITOS COLATERAIS Constipação Náuseas/vômitos Sedação/confusão mental Retenção urinária Depressão respiratória Evidence-Based Standards for Cancer Pain Management. J Clin Oncol 26:3879-3885. © 2008 CUIDADOS COM FERIDA TUMORAL Lavar abundantemente com SF 0,9% Aplicar cobertura não aderente Cobrir com gaze/acolchoado e fechar NUNCA FAZER: Desbridamento mecânico ou químico Aplicar AGE - DERSANI Deiscência cirúrgica com dificuldade de cicatrização pelo tratamento radioterápico A CRIANÇA COM CÂNCER MEDO AFASTAMENTOS DA FAMÍLIA E AMIGOS TRISTEZA INSEGURANÇA INTERRUPÇÃO DOS PROCESSOS NATURAIS DOR INCONFORMISMO CUIDADOS PALIATIVOS ...em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002, SEGUNDO A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS) "cuidados paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais". WORLD HEALTH ORGANIZATION. National cancer control programmes: policies and managerial guidelines. 2.ed. Geneva: WHO, 2002. http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil/programa_nacional_controle_cancer_colo_utero/cuidados_paliativos Todas as crianças e adolescentes diagnosticadas com câncer devem ter uma proposta de cuidados paliativos em seu plano terapêutico ALÍVIO DA DOR MANUTENÇÃO DA INTEGRIDADE TECIDUAL MELHORA DA NUTRIÇÃO CONTROLE DOS SINTOMAS PREVENIR INFECÇÕES RODRIGUES et al., 2007 DÚVIDAS? Primeira Turma de Capacitação para Detecção Precoce do Câncer Infantojuvenil REFERÊNCIAS Diagnóstico Precoce do Câncer na Criança e no Adolescente. 2ª edição. INCA, 2013. Camargo, B.; Lopes, L. F. Pediatria Oncológica: Noções Fundamentais para o Pediatra. São Paulo: Lemar, 2000. Melaragno, R. Camargo, B. Oncologia Pediátrica: Diagnóstico e Tratamento. São Paulo. Atheneu, 2013. www.inca.gov.br/estimativa/2016 www.unidospelacura.org.br Incidência, mortalidade e morbidade hospitalar por câncer em crianças, adolescentes e adultos jovens no Brasil: informações dos registros de câncer e do sistema de mortalidade / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro: Inca, 2016 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança : orientações para implementação / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018
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