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Angina estável

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Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
 
 
DOENÇA ISQUEMICA DO MIOCÁRDIO 
Isquemia= desequilíbrio entre oferta e demanda de 
O2→ queda de ATP e perda de função. Sua principal 
etiologia é a aterosclerose das artérias coronárias, 
sendo as demais causas (embolia, vasculite, dissecção 
coronariana) bastante incomuns. 
A doença isquêmica do miocárdio secundária a 
aterosclerose coronariana pode ser de 3 tipos: (1) 
assintomática; (2) aguda; (3) crônica. 
-Assintomática= “isquemia silenciosa”, o paciente em 
geral é portador de fatores de risco para aterosclerose, 
porém os indícios de isquemia miocárdica só podem ser 
detectados através da realização de exames 
complementares. Tais indivíduos – a despeito da 
ausência de queixas clínicas – possuem o mesmo 
prognóstico adverso que os pacientes sintomáticos! 
-Aguda= Síndrome Coronariana Aguda), o paciente 
evolui em curto espaço de tempo com sinais e sintomas 
de isquemia progressiva, que acaba se manifestando 
em REPOUSO. A causa deste problema é a instabilidade 
da placa de ateroma, que sofre rupturas em sua 
superfície originando um trombo (constituído por 
plaquetas e fibrina). Existem três síndromes 
coronarianas agudas diferentes: (1) Angina Instável (AI); 
(2) IAM sem supradesnível do segmento ST (IAMSST); (3) 
IAM com supradesnível do segmento ST (IAMST). 
-Crônica= “angina estável”, o paciente refere sinais e 
sintomas de isquemia durante o esforço, mas em 
repouso essas manifestações desaparecem... Não há 
“instabilidade” da placa de ateroma, mas esta é 
grande o suficiente para obstruir a maior parte do lúmen 
coronariano (> 50%), produzindo isquemia somente em 
face de um aumento na demanda miocárdica. 
Na ausência de tratamento, o desfecho de todas as 
formas de aterosclerose coronária é o mesmo: infarto 
miocárdico na região suprida pelo vaso doente, o que, 
dependendo da extensão e localização, pode evoluir 
com complicações elétricas (ex.: arritmias, incluindo a 
morte súbita por FV/TV) e/ou mecânicas (ex.: falência 
ventricular esquerda; ruptura de parede livre; ruptura do 
septo interventricular; ruptura de músculos papilares, 
aneurisma miocárdico). 
 
 
 
ANGINA ESTÁVEL X INSTÁVEL 
A angina estável, por definição, deve ter as mesmas 
características há pelo menos dois meses e é 
classificada em quatro classes, conforme a Tabela 1. A 
angina instável é classificada em três classes, segundo 
Braunwald (Tabela 2). 
 
 
CONCEITO 
Alteração anatômica ou funcional que leva a isquemia 
do miocárdio, quase sempre reversível e muitas vezes 
relacionada aos esforços→ aumento da demanda de 
oxigênio e/ou diminuição da oferta, seja 
acompanhada de sintomas ou não. A aterosclerose de 
coronárias é sua principal causa 
 
EPIDEMIO 
• DAC 
Prevalência= varia de acordo com o estudo 
considerado→ os estudos referentes ao tema utilizam 
muitas vezes definições distintas. 
 2018= 16,5 milhões de americanos 
apresentavam doença coronária, sendo predominante 
no sexo masculino (55%) 
 Aumenta com a idade em ambos os sexos. 
Sexo= M>H nas fases mais precoces da vida, devido a 
disfunção microvascular, mais comum nesse grupo. 
 
 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
 12-14% dos homens com idade entre 65-84 anos 
são portadores de angina estável. Mulheres de mesma 
faixa etária= 10-12%. 
é uma das principais responsáveis por mortes de causas 
naturais em nosso país. E a doença isquêmica do 
miocárdio a principal causa de óbito. 
 Explicação para tamanho impacto seja o estilo 
de vida moderno. Dietas ricas em gorduras e calorias, 
aliadas ao sedentarismo e hábitos como o tabagismo, 
justificam a verdadeira pandemia de obesidade, 
resistência à insulina e DM tipo 2 que estamos 
testemunhando... Estes últimos são poderosos fatores de 
risco para aterosclerose das coronárias! 
O Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do 
Ministério da Saúde mostra que no Brasil, no ano de 
2013, 53 entre cada 100 mil habitantes morreram por 
doença isquêmica do coração, totalizando 105.993 
óbitos especificamente por essa causa, em uma 
população de 201.032.714 habitantes 
EUA 10 milhões de pessoas sejam portadoras de 
angina.Na população ocidental, entre 45 e 65 anos, a 
incidência é de aproximadamente 1% ao ano, 
podendo chegar a 4%, em pacientes com idade entre 
75 e 85 anos. 
FISIOPATOLOGIA 
ISQUEMIA MIOCÁRDICA 
O tecido miocárdico possui uma peculiaridade 
fisiológica que facilita a ocorrência de isquemia na 
vigência de uma obstrução do lúmen coronariano→ 
tecido com a maior taxa de extração de O2 do 
organismo. A Taxa de extração de O2 é a fração do 
conteúdo arterial de oxigênio captada pelos tecidos 
quando da passagem do sangue pela microcirculação. 
No miocárdio ela é relativamente FIXA e gira em torno 
de 75%, sem muita margem para aumento→ se não há 
como aumentar a taxa de extração de O2 , a única 
forma de aumentar o aporte de O2 ao tecido cardíaco 
é aumentando o FLUXO de sangue pelo leito coronário! 
Tal proeza consegue ser realizada graças à chamada 
Reserva Coronariana – as arteríolas pré-capilares do 
leito coronário são capazes de se dilatar de acordo 
com a necessidade de oxigênio. A magnitude dessa 
dilatação pode aumentar o fluxo de sangue até 6x em 
relação ao basal. A vasodilatação das arteríolas pré-
capilares se dá em resposta à produção endotelial de 
óxido nítrico e outros fatores miorrelaxantes, o que, por 
sua vez, é estimulado pela maior secreção local de 
subprodutos do metabolismo celular (ex.: ADP, creatina, 
K+, H+, lactato). Quanto maior a taxa metabólica, maior 
a secreção destas substâncias, e maior, portanto, a 
vasodilatação arteríola. 
na medida em que surgirem oclusões 
hemodinamicamente significativas (> 50% do lúmen) 
nas coronárias epicárdicas, a reserva coronariana será 
progressivamente requisitada, a fim de manter em 
equilíbrio a relação entre oferta e consumo de 
oxigênio... Isso acontece mesmo que não haja aumento 
na demanda por oxigênio (isto é, mesmo no estado de 
repouso), o que acaba “esgotando” a reserva 
coronariana e, desse modo, diminui a capacidade de 
aumentar o fluxo sanguíneo em resposta a um 
verdadeiro aumento da demanda. 
se a obstrução for mais gradual e não tão grave (entre 
50-80%), a reserva coronariana será parcialmente 
utilizada no estado de repouso, sobrando uma 
capacidade variável de vasodilatação adicional. Se 
neste contexto houver qualquer aumento da demanda 
miocárdica (ex.: um esforço físico, uma emoção 
intensa), aquele “pouquinho” de reserva coronariana 
residual poderá não ser suficiente para suprir as 
necessidades de O2 , justificando o surgimento de 
isquemia esforço-induzida. Isso é o acontece na angina 
estável. 
Se a obstrução for aguda e grave (acometendo > 80% 
do lúmen), mesmo com uma vasodilatação arteriolar 
máxima, o fluxo ficará tão baixo que não será suficiente 
para suprir a necessidade basal de oxigênio, sobrevindo 
isquemia miocárdica em repouso – e posteriormente 
infarto – caso não exista uma circulação colateral bem 
desenvolvida (ou caso a coronária não seja 
reperfundida a tempo). Isso é o que acontece nas 
síndromes coronarianas agudas. 
ATEROSCLEROSE 
processo que ocorre inicialmente na camada 
subintimal da artéria e que é imunoinflamatório. 
O estresse oxidativo sobre o endotélio vascular é o 
evento inicial do processo aterosclerótico e a 
aterogênese, uma resposta inflamatória a essa lesão. A 
aterogênese ocorre quando os mecanismos de defesa 
vasculares são esgotados pelo excesso de produção de 
radicais livres. 
Essa resposta envolve a migração de moléculas de 
adesão vascular e celular, que recrutam monócitos e 
linfócitos para o espaço subendotelial. O estresse 
oxidativo está relacionado a um pior prognóstico 
clínico. 
A produção de EROs agravada pela isquemia→ 
também determina a oxidação das lipoproteínas do 
LDL-colesterol (LDL-C) no espaço subendotelial. 
Resultado=Na presença de ERO, linfócitos e monócitos 
se diferenciam em macrófagos e fagocitam as 
partículas de LDL-C, dando origem a células espumosas, 
ponto de partida para a formação das futuras placas 
ateroscleróticas. 
Assim, a aterogênese está direta e proporcionalmente 
relacionada à hipercoles-terolemia e aos fatores de 
risco cardiovascular que levam ao estresse oxidativo 
A progressão e a estabilidade da placa aterosclerótica 
dependem do controle dos fatores de risco 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
cardiovascular responsáveis pela disfunção endotelial e 
da genética de cada indivíduo. 
 FR= dislipidemia, tabagismo, fatores 
psicossociais, diabetes, hipertensão arterial sistêmica e 
obesidade abdominal→ são os principais responsáveis 
pela evolução e vulnerabilidade da placa 
aterosclerótica até sua rotura, após evoluir 
silenciosamente por muitos anos. 
A obstrução das artérias coronárias pode levar à 
isquemia miocárdica, responsável pela dor anginosa, 
enquanto seu rompimento ocasiona a aterotrombose e 
a consequente oclusão ou suboclusão do vaso, 
gerando a síndrome coronariana aguda. 
uma redução de 50% na área da luz de um vaso já é 
suficiente para provocar isquemia, caso haja aumento 
no consumo de O2, como acontece durante esforços 
físicos. Proporcionalmente, quanto maior for a redução 
da luz do vaso, menor será o consumo de O2 necessário 
para desencadear isquemia, ou seja, menos atividade 
física ou estresse, independentemente se com ou sem 
sintoma. 
Relação aterosclerose e vascularização= A circulação 
coronariana começa com dois vasos que se originam 
de cada lado da raiz aórtica: o Tronco da Coronária 
Esquerda (TCE) e a Coronária Direita (CD). O TCE se 
divide em dois ramos principais: Descendente Anterior 
(DA) e Circunflexa (Cx). Estas são as coronárias 
epicárdicas, vasos de médio calibre que em conjunto 
irrigam todas as estruturas cardíacas! A aterosclerose 
geralmente incide sobre elas, de preferência em seus 
pontos de bifurcação (estresse mecânico é maior 
devido ao turbilhonamento do sangue) 
Outros processos inflamatórios, devido a arterites, 
também podem reduzir a luz das artérias coronárias. 
Alterações da microcirculação, tais como aquelas que 
ocorrem na hipertrofia ventricular esquerda e na sín-
drome X, podem também levar à insuficiência 
coronária. 
Síndrome X= mulheres que têm angina, mas que 
não apresentam obstruções à angiografia coronária, há 
anos. mesmo sem obstruções nas artérias, elas têm 
comportamento inadequado do fluxo, tanto as 
epicárdicas quanto a microcirculação. O suficiente 
para provocar isquemia miocárdica, o que pode ser 
verificado através da eletrocardiografia de esforço ou 
pela cintigrafia de perfusão miocárdica. Esta síndrome 
é interpretada como uma doença da microcirculação 
coronária, devido a uma disfunção endotelial ou a 
alterações do tônus vascular, resultando em uma 
redução da oferta de oxigênio no nível celular. 
A redução do fluxo coronário pode também ocorrer na 
presença de alterações do tônus vascular, 
denominadas de espasmos na artéria coronária→ 
podem variar o grau de obstrução da luz do vaso e 
inclusive levar à oclusão da coronária→ um quadro 
clínico de infarto do miocárdio − principalmente porque 
essas alterações ocorrem em pacientes com lesões 
ateroscleróticas moderadas ou importantes. Quando 
ocorrem também alterações eletrocardiográficas, 
denominamos esse quadro clínico de angina de 
Prinzmetal. Porém, em um número pequeno de 
pacientes, observamos coronárias angiograficamente 
normais. 
ocorrência do fluxo coronário lento. Anomalias 
anatômicas também podem levar à insuficiência 
coronariana, como, por exemplo, as origens anômalas 
das artérias coronárias. 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
O diagnóstico da doença arterial coronariana estável 
(DAC) deve seguir os princípios da semiologia médica, 
ou seja, deve incluir a anamnese detalhada, exame 
físico e exames subsidiários. A regra também é válida 
para os pacientes assintomáticos, uma vez que a busca 
ativa pela doença, utilizando exames subsidiários, só se 
justifica em pacientes de maior risco, identificados 
durante o atendimento médico. 
DIAGNOSTICO DE DOENÇA SUBCLÍNICA 
 A identificação de indivíduos assintomáticos 
portadores de aterosclerose e, dessa forma, sob risco de 
eventos cardiovasculares agudos, como o infarto e 
morte, é fundamental para se instituírem medidas de 
tratamento e prevenção secundária. 
• Pacientes com sintomas 
em pacientes com sintomas e fatores de risco, apesar 
de parecer prematuro predizer a probabilidade de DAC 
após a história clínica e o exame físico, alguns autores, 
como Diamond e Forrester5, demonstraram ser possível 
o diagnóstico→a simples observação clínica e a 
caracterização da dor, idade e sexo foram importantes 
preditores para DAC. 
recomenda-se que pacientes apresentando dor 
torácica sejam observados em sua história clínica, com 
levantamento detalhado dos sintomas, além do exame 
físico completo e pesquisa dos fatores de risco 
relacionados→torna-se possível estimar a probabilidade 
de existir DAC significativa, podendo-se presumir um 
risco baixo, moderado ou alto. 
Avaliando o risco cardiovascular= adotam-se as 
diretrizes brasileiras de prevenção de aterosclerose e a 
V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da 
Aterosclerose, que preconizam a avaliação do risco de 
doença aterosclerótica dividindo a avaliação do risco 
em três fases: 
 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
 
***a utilização de testes diagnósticos bioquímicos e/ou 
de exames de imagem para detecção da aterosclerose 
subclínica não são preconizados como ferramentas de 
rotina na estratificação de risco, mas podem ser 
incorporados de forma individualizada em indivíduos 
que apresentem história familiar de doença 
aterosclerótica precoce ou que sejam considerados 
como de risco intermediário, segundo a estimação do 
risco (Grau de recomendação IIa, Nível de evidência B) 
DIAGNÓSTICO DE DOENÇA MANIFESTA 
HISTÓRIA CLÍNICA 
Avaliar a dor torácica+ explorar antecedentes pessoais 
e familiares. Pacientes com FR conhecidos estão mais 
sujeitos a ter ou a desenvolver a doença, o que torna 
sua abordagem diferente daqueles sem qualquer um 
dos fatores. Doenças associadas também são 
igualmente importantes, pois muitos delas podem, 
mesmo isoladamente, levar ao diagnóstico de DAC, 
como no caso de um infarto do miocárdio prévio. 
→ANGINA= é uma síndrome clínica caracterizada por 
dor ou desconforto em quaisquer das seguintes regiões: 
tórax, epigástrio, mandíbula, ombro, dorso ou membros 
superiores. É tipicamente desencadeada ou agravada 
com a atividade física ou estresse emocional, e 
atenuada com uso de nitroglicerina e derivados. 
Acomete portadores de DAC com comprometimento 
de, pelo menos, uma artéria epicárdica. Entretanto, 
pode também ocorrer em casos de doença cardíaca 
valvar, cardiomiopatia hipertrófica e hipertensão não 
controlada. Pacientes com coronárias normais e 
isquemia miocárdica relacionada ao espasmo ou 
disfunção endotelial também podem apresentar 
angina, devido a alterações da microcirculação, tais 
como aquelas que ocorrem na hipertrofia ventricular 
esquerda e na síndrome X. 
 
DAC SIGNIFICATIVA 
definida angiograficamente pela presença de estenose 
≥ 70% do diâmetro, pelo menos um segmento de uma 
das artérias epicárdicas maiores, ou estenose ≥ 50% do 
diâmetro do Tronco da Coronária Esquerda (TCE). 
 
• DOR 
é necessário obter as características dos sintomas com 
base nos seguintes itens: 1) localização, 2) irradiação, 3) 
fatores desencadeantes e de melhora, 4) tempo de 
duração e 5) sintomas concomitantes. 
 
os adjetivos utilizados pelos pacientes na descrição da 
angina: “sufocamento”, “queimação”, “opressão”, 
“peso”. Não é raro eles referirem apenas o sintoma de 
“desconforto” e não de “dor” pré-cordial. 
O QUE NÃO É ANGINA=Quase nunca a angina é 
referida como em pontada e, usualmente, não tem 
relação com a respiração e nem com o decúbito. Um 
desconforto repentino, fugaz, ou então contínuo, com 
duração de várias horas, raramente se trata de angina. 
Dor localizada nas regiões das articulações 
condroesternais dificilmente tem origem cardíaca. 
O local mais comum do desconforto é o retroesternal e 
o precordial, ocorrendo irradiação desta região para a 
superfície ulnar do antebraço esquerdo, membro 
superior direito, dorso, pescoço e, raramente, acima da 
mandíbula. Também é comum a queixa de somente 
dor epigástrica ou então associada a desconforto 
torácico. 
 
Os “equivalentes anginosos”, como dispneia, tontura, 
fadiga e eructações são também frequentes, sobretudo 
nos idosos. 
 A dispneia relacionada à DAC pode, muitas 
vezes, ser confundida com patologias relacionadas ao 
sistema respiratório. Em grande parte das vezes será 
necessário explorar os sintomas associados à dispneia, 
pois a presença de tosse, sibilos ou o relato de 
exacerbações, pode nos direcionar para um 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
diagnóstico não cardiológico. O tabagismo atual ou 
pregresso pode não ajudar na elucidação, uma vez que 
é fator de risco tanto para as doenças cardiológicas 
como pulmonares. 
Os mecanismos e as vias dolorosas envolvidas nos 
episódios de dor são pouco entendidos.Acredita-se, 
que, após episódio de isquemia miocárdica, 
quimiorreceptores e mecanorreceptores se-jam 
ativados pela liberação de bradicinina, adenosina e 
outros mediadores que excitam terminações sensoriais 
miocárdicas de fibras simpáticas e das aferentes vagais. 
A intensidade de exercício para o desenvolvimento dos 
sintomas. Apesar de não existir uma regra, o paciente 
quase sempre tem o desencadeamento dos sintomas 
sempre com a mesma intensidade de esforço, a não ser 
quando há uma piora do quadro clínico. A esta 
característica dá-se o nome de reprodutibilidade. Ou 
seja, esforço semelhante, dor semelhante. Os sintomas 
também podem estar relacionados às refeições, 
principalmente quando há uma exagerada ingesta 
alimentar. 
A angina que ocorre em virtude do vasoespasmo pode 
ter característica distinta. Apesar da localização e 
intensidade poderem ser as mesmas, ela pode se iniciar 
no repouso e se intensificar progressivamente até atingir 
seu ponto mais intenso onde permanece por alguns 
minutos. A angina secundária a doença microvascular, 
por sua vez, responde mal ao uso dos nitratos. 
ANGINA ESTÁVEL 
O desconforto no peito causado pela isquemia 
miocárdica é geralmente localizado no precórdio, em 
aperto, piora com as atividades físicas e melhora com 
o repouso. Não é incomum a presença de sintomas 
diferentes dos descritos. Em idosos, por exemplo, a 
dispneia é muito comum. A dor também pode ter 
localização distinta, muitas vezes no epigástrio ou 
mesmo na mandíbula. A irradiação pode acontecer 
para ambos os braços, em certos casos até ao mesmo 
tempo, assim como para as costas. Geralmente dura 
no máximo 10 minutos, Contudo, sintomas com 
duração de poucos segundos não costumam estar 
relacionados a DAC. O uso de compostos de 
nitroglicerina, como o nitrato sublingual, alivia a 
angina em aproximadamente 1 minuto. 
ANGINA TÍPICA X ATÍPICA 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Além de caracterizar a dor torácica e definir se é angina 
típica ou não, cabe ao médico classificar a intensidade 
dos sintomas. O método mais usado é a classificação 
da Sociedade Canadense de Cardiologia: 
 A angina estável, por definição, deve ter as mesmas 
características há pelo menos dois meses e é 
classificada em quatro classes: 
 
a classificação proposta possui limitações. A angina em 
repouso, por exemplo, pode surgir sobre qualquer uma 
das classificações e cabe aos médicos reavaliarem os 
pacientes→ tanto o vasoespasmo quan-to um novo 
episódio de síndrome coronariana aguda pode levar a 
mudanças nas características da dor ou Além disso, o 
pa-ciente pode ter modificações no padrão, para mais 
ou para menos, de um dia para outro, sem 
necessariamente significar um avanço da doença. 
cinco caracterís-ticas para que em um contexto de 
atendimento primário fosse possível confirmar ou 
descartar a hipótese de doença coronariana: 
 
EXAME FÍSICO 
normalmente não mostra alterações específicas nos 
pacientes com DAC, ainda que sintomáticos. Contudo, 
doenças associadas podem manifestar alterações 
significativas no exame físico, como por exemplo, na 
doença aterosclerótica grave das carótidas, quando os 
sopros podem ser detectados. Pacientes com 
insuficiência cardíaca (IC) ou arritmias também podem 
apresentar alterações relevantes no exame físico. 
Oode ter achados de grande valor prognóstico. Assim, 
sinais de disfunção ventricular esquerda, como quarta 
bulha, podem sugerir miocardiopatia isquêmica, 
embora outras doenças cardíacas, como 
miocardiopatia valvar, hipertensiva ou idiopática 
possam gerar esse sinal. Assim como o sopro de 
regurgitação mitral e os estertores crepitantes em 
campos pulmonares também sugerem disfunção de 
ventrículo esquerdo. Em pacientes com angina devido 
a outras causas que não obstrução coronária por 
ateromas, podem ser encontrados sinais específicos do 
fator causal, em cardiomiopatias, anemia e 
hipotireoidismo como sopro sistólico aórtico ejetivo em 
portadores de estenose aórtica ou cardiomiopatia 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
hipertrófica, mucosas descoradas na anemia e sinais de 
tireotoxicose, no hipertireoidismo. Além disso, durante 
um episódio de dor anginosa, podem ser flagrados 
estertores crepitantes pulmonares e terceira bulha à 
ausculta do coração, sinais de disfunção ventricular 
esquerda transitória. Sopro sistólico transitório de 
regurgitação mitral também pode ser auscultado, 
resultado da isquemia dos músculos papilares. 
Achados de aterosclerose em outros territórios, como 
pulsos de membros inferiores diminuídos, endurecimento 
arterial e aneurisma abdominal, aumentam a 
probabilidade de DAC. 
alguns dos fatores de risco para DAC são avaliados 
nesta etapa da avaliação clínica, como o peso e a 
pressão arterial, e ainda a presença de xantelasma, 
exsudato retinianos que leva ao diagnóstico de 
dislipidemia. 
Hipofonese das bulhas cardíaca e rubor facial, pode 
indicar doenças do pericárdio e/ou pleura contígua ao 
coração. 
Mesmo que o exame físico não contribua para 
evidenciar sinais diretos e indiretos de DAC, a 
propedêutica completa, em particular a do sistema 
cardiovascular, deve ser realizada cuidadosamente, 
pois pode fornecer informações importantes sobre 
outras condições associadas, como doenças valvares, 
cardiomiopatia hipertrófica e outras. A palpação da 
parede torácica frequentemente revela os locais da 
dor nos pacientes com síndromes músculo-esqueléticas, 
mas pode também estar presente naqueles pacientes 
com angina típica. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Devem ser consideradas, doenças associadas 
(simultâneas) que possam precipitar angina “funcional”, 
isto é, isquemia miocárdica na ausência de obstrução 
coronariana anatômica significante. Geralmente, são 
doenças que causam isquemia miocárdica, por 
aumentarem o consumo ou por diminuírem a oferta de 
oxigênio para o miocárdio. 
Um aumento no consumo de oxigênio 
hipertermia, hipertireoidismo e uso de cocaína. 
Hipertermia, particularmente se acompanhada de 
redução de volemia, devido à sudorese ou a outras 
perdas de fluidos, pode precipitar angina, mesmo na 
ausência de DAC significante. Hipertireoidismo, com sua 
taquicardia associada e índice metabólico elevado, 
aumenta o consumo de oxigênio e pode também 
reduzir a sua oferta. É importante citar que pacientes 
idosos podem não apresentar um quadro clínico típico 
de tireotoxicose. Assim, essa possibilidade deve sempre 
ser considerada, particularmente em idosos. Toxidade 
simpatomimética, da quala cocaína é protótipo, não 
apenas aumenta o consumo de oxigênio, mas, ao 
provocar espasmos coronarianos, simultaneamente, 
reduz a oferta, levando, por vezes, a infarto do 
miocárdio em pacientes jovens. Uso de cocaína por 
longo prazo pode levar ao desenvolvimento de angina, 
por causar DAC prematura. Angina pode ocorrer em 
pacientes com hipertensão não controlada, devido a: 
aumento da tensão da parede ventricular esquerda, 
redução da reserva coronariana (capacidade de 
elevação de fluxo coronário, considerando-se estresses 
fisiológicos ou farmacológicos) e elevação da pressão 
diastólica final do ventrículo esquerdo − Essa última 
reduz a perfusão subendocárdica do miocárdio. 
Taquicardia sustentada, tanto ventricular quanto 
supraventricular, pode também aumentar o consumo 
de oxigênio. Taquicardias paroxísticas estão entre as 
condições que mais frequentemente contribuem para 
angina. 
Reduz oferta de O2= A anemia reduz a 
capacidade de transporte de oxigênio do sangue, 
além de aumentar a sobrecarga cardíaca. Débito 
cardíaco aumentado geralmente ocorre em anemias 
com níveis < 9 g/dL de hemoglobina, e alterações de ST-
T (depressão ou inversão) podem ocorrer quando a 
hemoglobina < 7 g/dL. Hipoxemia resultante de doença 
pulmonar com pneumonia, asma, doença pulmonar 
obstrutiva crônica, hipertensão pulmonar, fibrose 
intersticial ou apneia do sono obstrutiva, pode também 
precipitar angina. Apneia do sono obstrutiva deve ser 
seriamente considerada em pacientes que apresentam 
sintomas noturnos expressivos. 
Aumento da viscosidade sanguínea= podem 
aumentar a resistência coronariana e, assim, reduzir o 
fluxo sanguíneo arterial coronariano, precipitando 
angina em pacientes com estenoses coronarianas 
importantes. policitemia, leucemia, trombocitose e 
hipergamaglobulinemia. 
 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
 
 
TESTES NÃO INVASIVOS 
Os testes adicionais na angina estável são baseados na 
probabilidade de DAC significativa, sendo tal 
probabilidade decorrente do tipo de dor, do sexo, da 
comorbidade e da idade do paciente. Fatores como 
tabagismo (mínimo de meio maço ao dia por 5 anos ou 
25 maços ao ano), colesterol total (> 250 mg/dL) e 
glicemia de jejum (> 140 mg/dL) aumentam também a 
chance de DAC. Outros fatores, como história familiar e 
hipertensão, não são fortemente preditivos. 
Após a probabilidade ter sido estimada, ela é 
categorizada como baixa, intermediária e alta, de 
acordo com valores estabelecidos: 10 a 90% nos casos 
intermediários, < 10% nos casos de baixa probabilidade 
e > 90% nos casos de alta probabilidade. 
Nos pacientes com baixa probabilidade de DAC, testes 
adicionais baseiam-se na pesquisa de causas não 
cardíacas para a dor torácica. Nos casos de alta 
probabilidade, deve-se seguir com a investigação 
diagnóstica, para determinar o risco individual de o 
paciente ter um evento cardíaco, como o infarto do 
miocárdio fatal ou não fatal, ou seja, a estratificação do 
risco cardíaco. Por fim, nos casos de probabilidade 
intermediária, fazem-se necessários os métodos 
subsequentes, tanto para o diagnóstico da DAC quanto 
para a estratificação do risco. 
Embora os testes não invasivos sejam de enorme valia 
para o diagnóstico de DAC, seu uso só se aplica nas 
situações em que a probabilidade de doença é pelo 
menos intermediária. Exames realizados em pacientes 
assintomáticos ou com probabilidade baixa de doença 
não são custo/efetivos, além de aumentarem a 
possibilidade de um resultado falso-positivo, o que 
pode, em diversas situações, levar a condutas 
inadequadas. 
Os mesmos testes usados para o diagnóstico são 
também de grande importância para a determinação 
da gravidade da doença e do seu prognóstico. Assim, 
mesmo nas situações em que o diagnóstico já está 
confirmado, os testes não invasivos podem ser 
realizados para estratificação de risco ou avaliação da 
eficácia terapêutica. 
TESTES= Eletrocardiograma (ECG) de esforço, 
ecocardiograma com estresse, cintilografia miocárdica 
com estresse, tomografia e Ressonância Magnética 
Cardiovascular (RMC) e Cineangiocoronariografia 
(CATE)→ A escolha deve se basear em dados do 
paciente, como, por exemplo, o condicionamento 
físico e a tolerabilidade ao esforço; história prévia de 
doença coronariana, como infarto do miocárdio ou 
revascularização; preferência e ocupação do paciente, 
como profissões em que há necessidade do diagnóstico 
preciso pelo risco a outras pessoas ou ausência de 
socorro médico, caso haja um eventual Infarto Agudo 
do Miocárdio (IAM). 
-AVALIAÇÃO INICIAL 
-testes bioquímicos, (b) eletrocardiograma em repouso; 
(c) ecocardiograma transtorácico em repouso. 
 BIOQUIMICOS 
ajudam a avaliar adequadamente o risco e/ ou o 
prognóstico do paciente, auxiliam no diagnóstico de 
doenças associadas e colaboram para a decisão 
terapêutica. 
-DM= correlação DM X DAC esta bem estabelecida→ 
medida da glicemia de jejum, da hemoglobina glicada 
(HbA1c) e, eventualmente, o teste de tolerância oral à 
glicose são fundamentais. 
-Função renal= diretamente relacionada à DAC. 
Diversas doenças que comprometem a capacidade de 
filtração glomerular são consideradas fatores de risco 
para coronariopatia, como a hipertensão e o diabetes. 
Também pioram o prognóstico de pacientes com 
angina estável. 
-Colesterol= Os níveis lipídicos estão diretamente 
relacionados ao risco de desenvolvimento de doença 
coronariana. O colesterol total, suas frações HDL e LDL, 
e também os triglicérides devem ser avaliados 
anualmente, em todos os pacientes com DAC com o 
objetivo de otimizar o tratamento e diminuir o risco de 
progressão da doença. 
-PCR= aumento de risco de eventos cardiovasculares 
em pacientes com DAC. Entretanto, é controversa a 
utilização da PCR, pois por ser inespecífica pode sofrer 
influência de pro-cessos inflamatórios agudos não 
relacionados à DAC. 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
-OUTROS= hemograma, função hepática e tiroidiana, 
apesar de não estarem diretamente relacionados à 
DAC, podem ser fundamentais na avaliação de 
doenças associadas 
 ELETROCARDIOGRAMA EM REPOUSO 
O ECG tem utilidade limitada na DAC crônica, já que 
alterações da repolarização não implicam 
obrigatoriamente em DAC, além de poderem estar 
relacionadas a outras causas ) + o ECG normal não 
exclui a presença de obstrução coronariana. 
-Alterações eletrocardiográficas em repouso podem 
estar ausentes em 50% dos pacientes portadores de 
angina estável, principalmente aqueles com função de 
ventrículo esquerdo normal. 
Entretanto, apresenta importância diagnóstica: (1) 
Assim, todo paciente com suspeita de DAC deve ter o 
ECG realizado. O ECG tem papel ainda maior na 
avaliação do paciente no momento em que a dor se 
faz presente. Alteração do segmento ST e da onda T, 
principalmente as dinâmicas, são fortemente sugestivas 
de doença coronária (2) as alterações da 
repolarização ventricular são sugestivas de isquemia 
subepicárdica (onda T negativa, pontiaguda e 
simétrica), em determinada área; (3) as alterações da 
repolarização ventricular são sugestivas de isquemia 
subendocárdica (onda T positiva, pontiaguda e 
simétrica) em determinada área (anterosseptal, 
anterolateral, lateral alta, anterior extensa, inferior e 
dorsal); (4) as alterações da repolarização ventricular 
são sugestivas de lesão subendocárdica 
(infradesnivelamento do ponto J e do segmento ST, com 
concavidade superior desse segmento nas derivações 
que exploram a lesão) em determinada área (antero-
septal, anterolateral, lateral alta, anterior extensa, 
inferior e dorsal). 
**indicado nos pacientes com suspeita de causa 
cardíaca para dor torácica (Grau de recomendação I, 
Nível de evidência B); durante um episódio de dor 
torácica. 
 ECO EM REPOUSO 
é um exame importante na avaliação do paciente com 
DAC, apesar de não ser sempre necessário. Alterações 
de funçãoventricular são alterações que se 
destacam→ importante parâmetro para a avaliação 
do prognóstico destes pacientes. 
Achados= alterações segmentares do ventrículo 
esquerdo que, podem determinar, com alguma 
precisão, qual a artéria comprometida. 
pode ter papel central em outras doenças 
cardiológicas que podem cursar com angina. A mais 
comum é a estenose aórtica, em que é o exame de 
eleição. As cardiomiopatias também têm seu 
diagnóstico baseado em achados ecocardiográficos. 
TESTES NÃO INVASIVOS PARA AVALIAÇÃO DA ISQUEMIA 
A avaliação de um teste não invasivo não passa 
somente pela leitura de seu resultado, mas também 
pela probabilidade pré-teste do paciente ser portador 
de DAC. Quando os sintomas são compatíveis com 
coronariopatia, a idade, o sexo e o tipo de dor presente 
podem fundamentalmente mudar a interpretação dos 
exames, uma vez que a prevalência da doença é muito 
diferente dependendo do grupo avaliado. Em muitas 
situações (probabilidade muito baixa ou muito alta)→ 
os exames podem ser desnecessários ou até mesmo 
prejudiciais. 
Eles têm em média sensibilidade e especificidade por 
volta de 85%. Por esta razão, a maioria das 
recomendações feitas pelas sociedades médicas não 
contempla testes para pacientes cuja probabilidade 
pré-teste de doença é menor que 15 ou maior que 85%-
-> avaliação clínica + fatores demográficos podem 
trazer informações mais valiosas que o próprio exame. 
-EXAMES= testes de estresse físico ou farmacológico→ 
valiosa ferramenta para o diagnóstico, prognóstico e 
decisão terapêutica em pacientes com DAC. A escolha 
da melhor modalidade de teste deve contemplar alguns 
fatores: a) habilidade do paciente para realizar esforço 
físico, b) presença de alterações no ECG de repouso, c) 
objetivo do exame d) história de revascularização 
miocárdica prévia. 
 TESTE ERGOMÉTRICO 
é o método não invasivo utilizado com maior frequência 
na angina estável, visando especialmente à 
confirmação diagnóstica, à determinação prognóstica 
e à definição de conduta terapêutica. Sensibilidade e 
especificidade do TE é em torno de 45-50% e de 85-90%, 
respectivamente 
As variáveis mais preditivas relacionadas ao 
diagnóstico de obstrução coronariana são depressão 
do segmento ST ≥ 1 mm (medido a 0,80 segundo do 
ponto J), com configuração horizontal ou descendente, 
e a presença da dor anginosa. O TE ainda traz 
informações adicionais, como resposta pressórica, 
presença de sintomas e capacidade funcional--> duas 
últimas são importantes para o diagnóstico e para o 
prognóstico. 
Para o diagnóstico de isquemia miocárdica, os 
resultados dos testes devem ser relacionados com a 
probabilidade pré-teste de DAC. 
Em pacientes já revascularizados, especialmente 
aqueles que apresentam ECG com alterações basais do 
segmento ST→ levar em consideração, durante o teste, 
as respostas hemodinâmicas, clínicas e a capacidade 
funcional. É recomendável, nesses pacientes preferir 
testes de imagem (cintilografia, eco ou ressonância 
cardíaca de estresse), para detectar a presença e o 
local da isquemia residual. 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
 
 RX DE TÓRAX 
Representa a primeira modalidade de imagem 
realizada nos pacientes com dor torácica, com a 
principal finalidade do diagnóstico diferencial com a 
angina, e pode ser diagnosticada nos pacientes com 
pneumotórax, pneumomediastino, fraturas de costela e 
infecções agudas; aneurisma de aorta, as dissecções 
da aorta e o tromboembolismo pulmonar, podem ser 
suspeitados pela telerradiografia de Tórax (Rx), 
entretanto a sensibilidade do método para diagnóstico 
dessas situações é muito baixa. o Rx é indicado nas 
seguintes situações: pacientes com DAC e sinais ou 
sintomas de insuficiência cardíaca congestiva (Grau de 
recomendação I, Nível de evidência B); pacientes com 
sinais e sintomas de doença pulmonar (Grau de 
recomendação IIa, Nível de evidência B); outros 
pacientes (Grau de recomendação IIb, nível de 
evidência B. 
 ECOCARDIOGRAMA COM ESTRESSE 
Pode ser realizado tanto pelo esforço físico (esteira ou 
bicicleta) como farmacológico (dobutamina)→ 
associado ao exercício ser mais fisiológico, o que nos 
garante algumas informações adicionais muito valiosas, 
como a capacidade funcional e a resposta 
cronotrópica. Por outro lado, o estresse farmacológico 
permite a avaliação de pacientes com capacidade 
reduzida de se exercitar, além de ser capaz de avaliar 
a viabilidade miocárdica – quando realizado com 
dobutamina, trazendo informação importante naqueles 
pacientes que já possuem alterações segmentares no 
ventrículo esquerdo em repouso. 
Ambos tem boa sensibilidade e especificidade girando 
em torno de 80%. 
O ecocardiograma de estresse com contraste utilizando 
microbolhas permite avaliação da perfusão miocárdica 
além do espessamento da parede ventricular com 
isquemia, tanto com estresse farmacológico utilizando 
vasodilatador como com dobutamina. 
 CINTILOGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCARDICA 
é largamente utilizada em nosso meio como método de 
detecção de isquemia miocárdica. Como o 
ecocardiograma, o método pode ser realizado tanto 
em esteira (ou bicicleta) quando pela injeção de 
fármacos (adenosina, dipiridamol ou dobutamina). 
Para que haja a avaliação da perfusão miocárdica é 
necessária a infusão de um radiotraçador. O mais 
utilizado é o sestamibi (tecnécio-99m), cuja diferença 
de distribuição no miocárdio, durante o repouso e após 
o estresse, pode nos dar informações seguras quanto a 
presença de isquemia e consequentemente de DAC. O 
exame também pode ser realizado com tálio-201, mas 
tem sido pouco empregado ultimamente a não ser para 
avaliação de viabilidade miocárdica. 
 o estresse físico é sempre o preferido, uma vez que os 
exames com fármaco não trazem avaliações 
adicionais como no caso do ecocardiograma→deve 
ser reservado àqueles que não conseguem se exercitar 
ou na presença de bloqueio de ramo esquerdo ou 
quando o paciente possui marca-passo. 
Quanto à captação das imagens, elas podem ser 
obtidas por tomografia por emissão de fóton único 
(SPECT) ou por tomografia por emissão de pósitrons 
(PET). 
A melhor indicação clínica para a cintilografia de 
estresse é no paciente com risco intermediário pré-teste 
para DAC quando há discordância entre a clínica e o 
resultado de prova funcional previamente realizada. Ela 
valia diagnóstico e prognóstico. 
 RM CARDIOVASCULAR 
A ressonância é um excelente método diagnóstico, pois 
permite a avaliação da anatomia cardíaca e vascular, 
da função ventricular, da perfusão miocárdica e a 
caracterização tecidual de forma acurada, 
reprodutível, sendo capaz de fornecer todas essas 
informações juntas, em um único exame. A RM é, hoje, 
considerada o exame padrão-ouro para a 
quantificação de volumes ventriculares, FE e massa 
miocárdica→sua capacidade de visualização de toda 
anatomia cardíaca com alta resolução espacial, 
temporal e com grande detalhamento das bordas 
endocárdicas e epicárdicas, tanto do ventrículo 
esquerdo quanto do direito. 
As técnicas mais frequentemente utilizadas para a 
pesquisa da DAC envolvem a visualização direta dos 
efeitos da isquemia induzida por estresse farmacológico 
sobre a contratilidade segmentar e sobre a perfusão 
miocárdica, a primeira apresentando maior 
especificidade e a segunda, maior sensibilidade nessa 
avaliação. 
Sua capacidade de avaliar a presença de isquemia é 
comparável à cintilografia o que tona o exame um 
excelente método diagnóstico. A RM pode empregar 
tanto a dobutamina quanto os vasodilatadores para a 
sua realização, porém, estes últimos têm sido a escolha 
na maioria dos serviços. 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
As contraindicações ao uso de dipiridamol e adenosina 
são pacientes pneumopatas graves e estenose aórtica 
importante. 
A visualização adequada das artérias coronárias pela 
RMC é um grande desafio, em virtudede vários fatores 
que prejudicam a qualidade das imagens, como a 
movimentação cardíaca e respiratória, o fino calibre e 
a complexidade anatômica coronariana. 
Testes não invasivos para avaliação da anatomia 
coronariana 
 TC 
tem sido o método não invasivo mais utilizado para a 
avalição da anatomia coronariana. O exame pode ser 
realizado com ou sem contraste, dependendo do seu 
objetivo. 
oferece duas principais modalidades de exame, as 
quais empregam técnicas diferentes e fornecem 
informações distintas: o Escore de Cálcio (EC) e a 
angiotomografia coronariana. 
a) Escore de cálcio 
A quantificação da calcificação nas artérias 
coronárias, pelo EC, se correlaciona com a total de 
carga de aterosclerose. Atualmente, a principal 
utilização do EC é como ferramenta para estratificação 
de risco cardiovascular por meio da detecção de 
aterosclerose subclínica, especialmente em pacientes 
assintomáticos de risco intermediário. Segundo as atuais 
diretrizes de dislipidemias da Sociedade Brasileira de 
Cardiologia (SBC), o EC é considerado um fator 
agravante que, quando presente, reclassifica o 
indivíduo para um risco cardiovascular mais alto. é feito 
sem a necessidade de infusão de contraste iodado. 
Exceto em pacientes com insuficiência renal crônica, 
cuja camada média arterial pode ser calcificada. 
b) Angiotomografia coronariana 
Infusão de contraste iodado. permite a avaliação da luz 
das artérias coronárias de maneira não invasiva. é 
capaz de identificar corretamente pacientes com e 
sem estenose coronária significativa com acurácia 
adequada. As principais indicações clínicas do método 
na avaliação da doença coronária crônica são para 
pacientes sintomáticos de risco intermediário, podendo 
ser utilizado como exame inicial ou quando há testes de 
isquemia prévios conflitantes ou inconclusivos; sintomas 
contínuos e testes de isquemia prévios normais ou 
inconclusivos; ou outro tipo de discordância entre a 
clínica e os resultados de testes de isquemia prévios. Em 
pacientes com suspeita de DAC, a angiotomografiatem 
mostrado sensibilidade de 95-99% e especificidade de 
97-99%. 
 
 ECOCARDIOGRAFIA 
a constitui importante subsídio, tanto para a elucidação 
diagnóstica como para a avaliação do prognóstico. 
pode fornecer auxílio diagnóstico importante, 
especialmente quando a história clínica e o ECG não 
são conclusivos, ao demonstrar anormalidades, 
reversíveis ou não, da motilidade segmentar em 
pacientes com quadro clínico de DAC. 
Como a ecocardiografia possibilita a avaliação em 
tempo real da motilidade ventricular esquerda, técnicas 
que utilizam estresse pelo esforço físico ou 
farmacológico, seja ele inotrópico ou vasodilatador, 
permitem a documentação da extensão e da 
gravidade das alterações transitórias da motilidade 
ventricular esquerda. A ecocardiografia com contraste 
ultrassônico à base de microbolhas representa um 
avanço no diagnóstico desses pacientes. Essas 
microbolhas medem aproximadamente de 3µ e se 
comportam no sangue como hemácias, sendo capazes 
de mapear toda a perfusão tecidual por meio de 
ultrassonografia. Elas preenchem a cavidade 
ventricular esquerda, permitindo precisa avaliação de 
alterações da motilidade segmentar e, após 
preencherem a microcirculação coronariana, 
permitem a avaliação do fluxo sanguíneo 
intramiocárdico, ou seja, da perfusão miocárdica. 
a) Papel da ecocardiografia transtorácica no 
diagnóstico de doença aterosclerótica 
coronariana e suas complicações: 
é um excelente método de triagem em pacientes com 
DAC durante eventos agudos, pois as alterações da 
motilidade segmentar ocorrem segundos após a 
oclusão coronariana e são marcadores fidedignos de 
infarto antigo do miocárdio. Apesar de as alterações da 
motilidade segmentar poderem significar isquemia ou 
infarto antigo, ao invés de agudo, elas auxiliam a afastar 
outras causas de dor precordial, como dissecção de 
aorta, pericardite e embolia pulmonar maciça. 
em repouso fornece uma série de informações sobre a 
função ventricular esquerda, como a viabilidade 
miocárdica, com importantes implicações terapêuticas 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
e prognósticas após o IAM. O escore de motilidade 
parietal é obtido a partir da divisão ecocardiográfica do 
ventrículo esquerdo em 16 segmentos, aos quais são 
atribuídos valores de 1 a 4, de acordo com seu grau de 
motilidade. Um escore entre 1 a 1,6 demonstra função 
ventricular normal ou com discreto comprometimento; 
de 1,61 a 2,0 indica comprometimento moderado; e se 
maior que 2,0 corresponde a comprometimento 
importante. 
 O estudo ecocardiográfico completo, com Doppler e 
com mapeamento de fluxo em cores, é fundamental na 
determinação de complicações como disfunção 
diastólica e presença de regurgitação mitral, 
comunicação interventricular, pericardites, aneurismas, 
e pseudoaneurismas. 
b) Uso da ecocardiografia sob estresse na doença 
aterosclerótica coronariana crônica: 
é um método não invasivo, estabelecido para a 
avaliação de pacientes com DAC obstrutiva suspeita 
ou conhecida, para a determinação do diagnóstico e 
prognóstico, na avaliação do impacto de terapias de 
revascularização, na detecção de viabilidade 
miocárdica e no auxílio às decisões terapêuticas. 
O estresse cardiovascular causa isquemia miocárdica 
em regiões supridas por uma artéria com grau 
significativo de estenose, e esse fenômeno é 
manifestado por alteração transitória da contração 
segmentar. 
Os métodos disponíveis para a indução do estresse são 
o esforço físico (esteira ou bicicleta ergométrica), a 
estimulação atrial transesofágica, e o uso de drogas 
vasodilatadoras (dipiridamol eadenosina) ou de 
estimulantes adrenérgicos (dobutamina). a escolha do 
tipo de estresse a que o paciente será submetido deve 
se basear no objetivo do exame e nas condições 
clínicas associadas, considerando-se as 
contraindicações específicas para cada modalidade 
Apresenta boa acurácia para detecção de isquemia 
miocárdica induzida em pacientes com probabilidade 
pré-teste intermediária ou alta. Comparada ao TE, a 
ecocardiografia sob estresse tem maior sensibilidade e 
especificidade para o diagnóstico de DAC. Enquanto a 
ecocardiografia pela dobutamina e pelo exercício 
apresentam acurácia diagnóstica semelhantes (83 e 
85%, respectivamente), a pelo dipiridamol parece 
apresentar uma acurácia diagnóstica um pouco 
menor, e essa diferença pode ser atribuída a uma 
menor sensibilidade do dipiridamol na identificação de 
pacientes com doença uniarterial→ adição de atropina 
aumenta a acurácia e diminui a porcentagem de testes 
ineficazes, especialmente em pacientes sob uso de 
betabloqueadores. 
 
INDICAÇÕES= avaliar isquemia miocárdica em 
indivíduos sintomáticos, quando o TE não é diagnóstico, 
e para pesquisar isquemia em pacientes com quadro 
clínico não sugestivo de insuficiência coronariana e TE 
positivo ou duvidoso. Naqueles pacientes com alta 
suspeição clínica de DAC, a ecocardiografia sob 
estresse é útil nas situações concomitantes, que podem 
gerar falhas no diagnóstico pelo TE, tais como: 
alterações em repouso do segmento ST e onda T, BRE, 
hipertrofia ventricular esquerda, ritmos ventriculares de 
marca-passo ou tratamento com digitálicos. não é 
recomendada para avaliação inicial de pacientes 
assintomáticos sem DAC estabelecida e não está 
indicada para avaliação periódica de rotina de 
pacientes estáveis que não apresentam mudança no 
quadro clínico. 
 Útil na avaliação de risco pré-operatória de 
pacientes com DAC. A ecocardiografia sob estresse 
pela dobutamina é recomendada para avaliação de 
pacientes com um ou mais fatores clínicos de risco 
cardíaco e limitada capacidade física para se 
exercitar. Um exame normal apresenta alto Valor 
Preditivo Negativo (VPN − 93 a 100%) para eventos 
cardiovasculares,→ podem ser submetidos à cirurgias 
em outras investigações.A detecção de 
anormalidades de contração segmentar tem Valor 
Preditivo Positivo (VPP) que varia de 7 a 30%, que se 
assemelha àquele encontrado na cintilografia 
deperfusão com tálio. 
 
TESTES INVASIVOS 
Alguns pacientes devem ser submetidos ao estudo 
invasivo, por ser o método mais acurado para 
diagnóstico de lesões coronarianas obstrutivas e 
também, em casos incomuns, causas não 
ateroscleróticas para angina, como espasmo 
coronariano, anomalia coronariana, doença de 
Kawasaki e dissecção primária da coronária. Porém, na 
maioria dos casos, os testes não invasivos são realizados 
primeiramente, como já foi exposto. 
 ANGIOGRAFIA CORONARIANA 
INDICAÇÃO COMO TESTE INICIAL= dor torácica 
sugestiva de isquemia em que os testes não invasivos 
estão contraindicados ou há um improvável benefício, 
devido a doenças graves, inabilidade física para o 
método não invasivo ou características do paciente. 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
pacientes de alto risco para doença arterial coronária 
e com resultados dos testes não invasivos conflitantes ou 
não claramente diagnosticados, ou, ainda, naqueles 
pacientes com profissões de risco populacional, como, 
por exemplo, pilotos de aviões, bombeiros e 
atletas profissionais. Uma frequência avançada 
de ECG de repouso anormal e a dificuldade de 
realização do esforço também complicam os 
resultados de testes não invasivos. 
A CATE diagnóstica acrescenta pouco risco a 
idosos, quando comparado aos pacientes jovens. 
Outros pacientes necessitam da CATE com 
ventriculografia para avaliar o prognóstico e a 
extensão da DAC, além do grau de disfunção 
ventricular esquerdo, pois estes são os principais 
determinantes para os resultados em longo prazo. 
O mais simples e mais usado método para 
descrever a extensão da DAC separa os 
pacientes em uniarterial, biarterial, triarterial ou 
lesão em TCE. O tempo de sobrevida diminui com 
o envolvimento de vasos adicionais, com o 
comprometimento da descendente anterior e 
com disfunção ventricular esquerda. Pacientes 
requerem CATE também porque são candidatos 
para revascularização, tanto por angioplastia 
quanto por cirurgia→anatomia coronariana. 
 
PACIENTE ASSINTOMÁTICO 
não devem rotineiramente ser 
submetidos a exames subsidiários para a avaliação de 
isquemia ou da anatomia coronariana. Contudo, 
pacientes mesmo assintomáticos, cujos resultados 
revelam alto risco de eventos deveriam ser 
considerados para a realização de cinecoronariografia, 
apesar de ainda não estar claro na literatura se 
eventuais intervenções mudariam o prognóstico destes 
pacientes. Praticamente o mesmo se aplica a casos 
com antecedentes familiares de muito alto risco (morte 
súbita em várias pessoas jovens). 
ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO 
CARDIOVASCULAR 
A história clínica com angina de início recente, angina 
progressiva ou limitante, e insuficiência cardíaca de 
provável causa isquêmica e identificam pacientes de 
alto risco para o desenvolvimento de eventos 
cardiovasculares. O ECG= alterações indicativas de 
infarto prévio ou isquemia, já descritas anteriormente. 
Quanto ao RX de tórax= achados radiológicos de 
cardiomegalia, aneurisma de ventrículo esquerdo e 
congestão venosa pulmonar estarão comumente 
associados a um pior prognóstico. 
TESTE ERGOMÉTRICO= O ecocardiograma para 
avaliação do prognóstico da DAC leva em conta 
principalmente a função ventricular esquerda, e a 
presença ou ausência de isquemia miocárdica induzida 
sob estresse físico ou farmacológico, avaliados pela 
ecocardiografia. Esse dois aspectos têm influência 
importante no prognóstico em longo prazo, com maior 
mortalidade associada à diminuição da FE ventricular. 
Já a presença de resultado negativo para isquemia está 
associada ao baixo risco de eventos cardiovasculares 
durante o acompanhamento. 
 
 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
 
DECISÃO TERAPEUTICA 
depende de vários fatores: intensidade de sintomas, 
resultados de testes não invasivos, risco de morte 
(estratificação de risco) e a possibilidade de 
intervenção, seja percutânea ou cirúrgica. 
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
OBJETIVOS= prevenir o infarto do miocárdio e reduzir a 
mortalidade, e reduzir os sintomas e a ocorrência da 
isquemia miocárdica propiciando melhor qualidade de 
vida. 
-Para se conseguirem esses objetivos, há diversos meios, 
sempre começando por orientação dietética e de 
atividade física, terapêutica medicamentos; e 
terapêutica cirúrgica e a intervencionista − além das 
novas opções de tratamento em desenvolvimento 
TRATAMENTO PARA REDUZIR O RISCO DE INFARTO 
DO MIOCÁRDIO E MORTALIDADE 
Antiagregantes plaquetários, hipolipemiantes, em 
especial as estatinas, bloqueadores beta-adrenérgicos 
após IAM e Inibidores da Enzima Conversora de 
Angiotensina I (iECA) reduzem a incidência de infarto e 
aumentam a sobrevida, enquanto os nitratos, 
antagonistas dos canais de cálcio e trimetazidina 
reduzem os sintomas e os episódios de isquemia 
miocárdica, melhorando a qualidade de vida dos 
pacientes. A ivabradina, o mais recente dos 
antianginosos, mostrou-se especialmente benéfica nos 
pacientes com disfunção ventricular e frequência 
cardíaca > 70 bpm, a despeito do uso de 
betabloqueadores. 
-é prioritário e fundamental iniciar o tratamento com 
medicamentos que reduzem a morbimortalidade e 
associar, quando necessário, medicamentos que 
controlem a angina e reduzem a isquemia miocárdica 
• AAS 
A aspirina está indicada para todos os pacientes→Grau 
de recomendação I, nível de evidência A. efeitos 
antitrombóticos advêm da inibição irreversível da ciclo-
oxigenase-1, com consequente bloqueio da síntese do 
tromboxano A2. continua sendo o antiagregante 
plaquetário de excelência, devendo ser sempre 
prescrito − exceção a raros casos de contraindicação 
(alergia ou intolerância, sangramento ativo, hemofilia e 
úlcera péptica ativa) ou alta probabilidade de 
sangramento gastrintestinal ou geniturinário. 
• Derivados tienopiridínicos 
a ticlopidina e o clopidogrel são antagonistas da 
ativação plaquetária mediada pela Adenosina 
Difosfato (ADP), importante via para agregação 
plaquetária. Também reduzem ao nível de fibrinogênio 
circulante e bloqueiam parcialmente os receptores de 
glicoproteína IIb/IIIa, impedindo sua ligação ao 
fibrinogênio e ao fator von Willebrand. 
-Clopidogrel= Grau de recomendação I, nível de 
evidência B. Quando o uso de aspirina é absolutamente 
contraindicado; e associado à aspirina após implante 
de stent, por pelo menos 30 dias. 
-Ticlopidina= idem clopidogrel 
• Dipiridamol= Grau de recomendação III, nível de 
evidência B→O dipiridamol, no tratamento da 
DAC, não é mais indicado 
é um derivado pirimidínico, cujos efeitos antiagregantes 
e vasodilatadores advêm da inibição da 
fosfodiesterase→ ativação da adenilciclase e inibição 
da entrada intracelular de adenosina nos eritrócitos e 
células do endotélio vascular. 
• Anticoagulantes= 
 devem ser utilizados associados à aspirina na presença 
de alto risco trombótico, especialmente após infarto do 
miocárdio. Grau de recomendação I, nível de 
evidência A. ou Como alternativa à intolerância à 
aspirina: IIA. E, Para situações específicas e após 
implante de stents revestidos com antiproliferativos. 
• HIPOLIPEMIANTES (prevenção secundária) 
Sempre se indicam medidas de Mudança do Estilo de 
Vida (MEV), que envolvem alterações nos hábitos da 
atividade física e alimentar, para todos os pacientes 
com DAC. Especificamente nos casos de 
hipertrigliceridemia, a mudança do hábito alimentar é 
fundamental. as metas recomendadas para os 
portadores de DAC pela I Diretriz Brasileira de Prevenção 
Cardiovascular10 incluem: para pacientes de alto risco, 
LDL-c < 70 mg/dL e não HDL-c < 100 mg/dL; e para 
aqueles de risco intermediário, LDL-c < 100 mg/dL e 
colesterol não HDL-c < 130 mg/dL. Essas metas 
frequentemente são atingidas como uso de 
medicamentos hipolipemiantes, juntamente com 
orientações de MEV. 
- ESTATINAS= a melhor opção terapêutica para o 
controle dos níveis séricos da LDL-c, sendo os 
medicamentos de escolha para reduzi-lo em adultos. As 
vastatinas devem ser suspensas, caso haja aumento das 
aminotransferases maior que três vezes os valores 
normais, ou se houver dor muscular ou aumento da 
creatinoquinase maior que dez vezes o valor normal. 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
- FIBRATOS= indicados no tratamento da 
hipertrigliceridemia endógena, quando houver falha 
das MEV ou quando a hipertrigliceridemia for muito 
elevada (> 500 mg/dL). 
- EZETIMIBE= atua inibindo a absorção do colesterol nas 
vilosidades intestinais, inibindo a enzima Acetil-
Coenzima-A, Acilcolesterol-Transferase (A-CAT). dose 
de 10 mg é a única indicada. Embora pareça bastante 
seguro e eficaz, é preciso mais tempo de seguimento 
para se poder indicá-lo como substituto de outros 
hipolipemiantes. há situações nas quais o ezetimibe 
pode ser uma alternativa interessante, como, por 
exemplo, quando há intolerância à estatina e essa tem 
que ser reduzida, situação na qual a estatina pode ser 
associada com ezetimibe, ou nos casos em que as 
estatinas, fibratos e o ácido nicotínico não são tolerados 
pelo paciente 
- ÔMEGA3= são poli-insaturados derivados do óleo de 
peixes e de certas plantas e nozes. Em altas doses (4 a 
10 g ao dia), reduzem os triglicérides e aumentam 
discretamente o HDL-c, mas podem aumentar também 
o LDL-c. Meta-análises não mostram benefício na 
redução de eventos clínicos, não sendo 
recomendados, assim, para prevenção cardiovascular. 
-RESINAS= podem ser associadas às estatinas, quando a 
meta de LDL-c não é alcançada, apesar do uso de 
estatinas potentes em doses efetiva. A redução do LDL-
c é dose-dependente, variando de 5 a 30% nas doses 
de 4 a 24 g/dia, podendo ocorrer aumento dos 
triglicérides em indivíduos com hipertrigliceridemia 
acentuada (> 400 mg/dL). No Brasil está disponível 
somente a colestiramina 
-NIACINA= usada para redução dos triglicérides e 
aumento do HDL-c. 
• Bloqueio do sistema renina-angiotensina 
-IECAS= Devem ser usados de rotina para o tratamento 
quando houver disfunção ventricular, e/ou insuficiência 
cardíaca e/ou diabetes mellitus. Grau de 
recomendação, I Nível de evidência A. Devem ser 
usados de rotina em todos os pacientes com DAC: IIB 
- Bloqueadores do receptor de angiotensina= terapia 
alternativa para os pacientes que não toleram IECAs. 
TRATAMENTO PARA REDUZIR OS SINTOMAS E A 
ISQUEMIA MIOCÁRDICA 
- Bloqueadores beta-adrenérgicos= droga de primeira 
escolha, isoladamente ou em associação com outros 
agentes antianginosos. Agente de primeira linha em 
pacientes com angina estável sem infarto do miocárdio 
prévio e/ou disfunção de VE→IB. – Agente de primeira 
linha em pacientes com angina estável e até 2 anos 
após infarto do miocárdio e/ou disfunção ventricular 
esquerda. Grau de recomendação I, nível de evidência 
A.– Para alívio sintomático em pacientes com angina 
vasoespástica. Grau de recomendação III, nível de 
evidência C. 
-Antagonistas de canais de cálcio= efeitos 
farmacológicos incluem relaxamento da musculatura 
lisa, redução da pós-carga, e efeitos inotrópicos 
negativos (algumas formulações). Por outro lado, estão 
contraindicados na presença de disfunção ventricular 
(verapamil e diltiazem). 
 Indicações= Como agentes de primeira linha 
para alívio sintomático em pacientes com angina 
vasoespástica. Grau de recomendação IIa, nível de 
evidência B. 
• – Em pacientes sintomáticos com angina 
estável em uso de betabloqueadores 
(diidropiridínicos). Grau de recomendação I, 
nível de evidência B. 
• – Em pacientes sintomáticos com angina 
estável em uso de betabloqueadores 
(verapamil ou diltiazem). Grau de 
recomendação III, nível de evidência B. 
• – Em pacientes com angina estável e 
contraindicação ao uso de betabloqueadores 
(verapamil ou diltiazem). Grau de 
recomendação I, nível de evidência B. 
• – Em pacientes com angina estável sintomática 
(diidropiridínicos de ação rápida). Grau de 
recomendação III, nível de evidência: B. 
 -NITRATOS= de ação rápida: Para alívio sintomático das 
crises agudas de angina. Grau de recomendação I, 
nível de evidência B. de ação prolongada: o uso 
contínuo de nitratos de ação prolongada induz à 
tolerância medicamentosa. 
• – Agente de primeira linha em pacientes com 
angina estável. Grau de recomendação III, 
nível de evidência C. 
• – Agente de terceira linha em pacientes com 
angina estável, que continuam sintomáticos 
mesmo após o uso de outros agentes 
antianginosos associados. Grau de 
recomendação IIa, nível de evidência B. 
• – Para alívio sintomático em pacientes com 
angina vasoespástica após o uso de 
bloqueadores dos canais de cálcio. Grau de 
recomendação IIa, nível de evidência B. 
-Trimetazidina= efeitos metabólicos e anti-isquêmicos 
sem qualquer efeito na hemodinâmica cardiovascular. 
• – Em pacientes sintomáticos com angina 
estável em uso isolado ou associado de 
betabloqueadores a outros agentes 
antianginosos. Grau de recomendação IIa, 
nível de evidência B. 
• – Em pacientes com angina estável e disfunção 
ventricular esquerda associada à terapia 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
otimizada. Grau de recomendação IIa, nível de 
evidência B. 
• – Em pacientes com angina estável durante 
procedimentos de revascularização 
miocárdica (percutânea ou cirúrgica). Grau de 
recomendação IIa, nível de evidência B. 
-IVEBRADINA= Inibidora específica da corrente If no nó 
sinusal, que reduz especificamente a frequência 
cardíaca 
• – Em pacientes sintomáticos com angina 
estável, em uso de betabloqueadores 
isoladamente ou com outros agentes 
antianginosos, e frequência cardíaca > 70 bpm. 
Grau de recomendação IIa, nível de evidência 
B. 
• – Em pacientes sintomáticos com angina 
estável, intolerantes a betabloqueadores 
isolados ou associados a outros agentes 
antianginosos. Grau de recomendação IIb, 
nível de evidência B. 
• – Em pacientes com angina estável, disfunção 
ventricular esquerda (FEVE < 40%) e frequência 
cardíaca ≥ 70 bpm em terapia otimizada. Grau 
de recomendação IIa, nível de evidência B. 
-RANOLAZINA= derivado da piperazina. Semelhante à 
trimetazidina, também protege pacientes da isquemia 
por aumento do metabolismo da glicose e diminuição 
da oxidação de ácidos graxos. Porém, seu maior efeito 
parece ser a inibição da corrente tardia de sódio. 
-ALUPURINOL= trata-se de um inibidor da xantina 
oxidase capaz de reduzir os níveis de ácido úrico em 
indivíduos com gota; também possui propriedades 
antianginosas. Em pacientes com angina estável 
sintomática em uso de terapia antianginosa 
maximamente tolerada. Grau de recomendação IIb, 
Nível de evidência B. 
-NICORANDIL= derivado da nicotinamida, com duplo 
mecanismo de ação. Ele é um ativador do canal de 
potássio e também compartilha a ação de 
relaxamento da musculatura lisa com os nitratos, 
causando vasodilatação e redução da pré-carga. Essa 
droga também reduz a pós-carga e promove a 
expressão da Óxido Nítrico-Sintetase (NO-sintetase) do 
endotélio. 
 
 
TRATAMENTO COM MEDIDAS INVASIVAS 
• Cirurgia de revascularização direta 
A revascularização direta do miocárdio, utilizando 
enxertos para as artérias coronárias, a partir da aorta, 
ou utilizando a própria artéria nativa, revolucionou o 
tratamento da angina do peito na década de 1970. 
INDICAÇÕES 
Grau de recomendação I 
Estenose ≥ 50% em tronco de coronária esquerda ou em 
situação equivalente (em artéria descendente anterior 
esquerda e artéria circunflexa esquerda no óstio, ou 
anterior à saída de ramos importantes). Nível de 
evidência A. 
Estenoses proximais (> 70%) nos três vasos principais, 
com ou sem envolvimento da artéria descendente 
anterior esquerda proximal, principalmentenos 
pacientes com fração de ejeção < 50%, ou evidência 
funcional de isquemia moderada a grave. Nível de 
evidência B. 
Estenose em dois vasos principais, com lesão proximal 
de artéria descendente anterior esquerda em 
pacientes com fração de ejeção < 50%, ou evidência 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
funcional de isquemia moderada a grave. Nível de 
evidência B. 
Grau de recomendação IIa 
Utilização de enxerto arterial de mamária esquerda 
para pacientes com estenose significativa (> 70%) em 
artéria descendente anterior esquerda proximal e 
evidência de isquemia em território extenso, visando à 
melhora de sobrevida. Nível de evidência B. 
Realização de ponte de artéria coronária em vez de 
intervenção coronária percutânea para pacientes com 
DAC multivascular e diabetes melitus, particularmente 
naqueles com utilização de enxerto arterial de mamária 
esquerda para artéria descendente anterior esquerda. 
Nível de evidência B. 
Grau de recomendação III 
Pacientes assintomáticos, com função ventricular 
normal, sem áreas extensas de isquemia ou 
comprometimento proximal da artéria descendente 
anterior esquerda. Nível de evidência C. 
Pacientes assintomáticos sem lesões anatômicas (< 70%, 
ou < 50% no tronco de artéria coronária esquerda) ou 
funcionais significativas (por exemplo: reserva 
fracionada de fluxo miocárdico > 0,8 ou isquemia 
discreta em provas não invasivas) das artérias 
coronárias. Nível de evidência C. 
Uma ou duas artérias comprometidas, exceto artéria 
descendente anterior esquerda proximal, sem nenhuma 
área importante de isquemia em teste funcional ou com 
irrigação de pequena área de miocárdio viável. Nível 
de evidência B. 
Lesões moderadas (entre 50 a 60%), exceto no tronco 
de artéria coronária esquerda, sem isquemia moderada 
demonstrável em teste funcional. 
Lesões insignificantes (< 50%). 
→Conceito "Time do Coração" (Heart team) para 
revascularização miocárdica 
Classe I= Uma equipe composta por cardiologista 
clínico, cirurgião e cardiologista intervencionista é 
recomendada para individualizar a indicação de 
tratamento nos pacientes com lesões de tronco de 
artéria coronária esquerda ou DAC complexa: Nível de 
evidência C 
Classe IIa= O cálculo do escore Syntax e do escore STS 
é adequado para pacientes com lesões de TCE ou DAC 
complexa. Nível de evidência B. 
• Cirurgia de revascularização transmiocárdica a 
laser= perspectivas futuras 
A maioria dos pacientes com angina estável tem seus 
sintomas controlados por fármacos antianginosos, ICP 
e/ou por CRM. No entanto, existe um grupo seleto de 
pacientes com extensa aterosclerose coronária, cujos 
sintomas persistem a despeito da terapia 
medicamentosa, e com impossibilidade de 
revascularização percutânea ou cirúrgica. Nesse grupo, 
classificado como portador de angina refratária, a 
RMCL e a Revascularização Miocárdica Percutânea a 
Laser (RMPL) vêm surgindo como opção terapêutica. 
• Revascularização por cateter: indicações 
clínicas 
Os avanços nas técnicas, equipamentos, stents e 
terapia adjuvante estabeleceram a Intervenção 
Percutânea por Cateter (IPC) como um procedimento 
de rotina e seguro em pacientes portadores de DAC 
crônica estável com anatomia coronariana adequada 
e favorável. O risco de mortalidade associado a esse 
procedimento, nessa situação clínica, é de 0,5% → A 
eficácia da IPC em comparação com as terapias 
medicamentosa e CRM tem sido objeto de extensa 
avaliação 
Até o momento, nenhum estudo foi capaz de 
demonstrar que a intervenção coronária percutânea 
em pacientes com DAC estável melhora as taxas de 
sobrevida. 
 
As recomendações atuais para revascularização por 
meio de ICP na DAC estável uniarterial podem ser 
resumidas como prossegue: • Para melhora da 
sobrevida: a) Classe I: ICP é benéfica em sobreviventes 
de morte súbita cardíaca com suspeita de taquicardia 
ventricular isquêmica presumidamente causada por 
estenose significativa (≥ 70%) em artéria coronária 
principal (Nível de evidência C). 
c) Classe IIb: a utilidade da ICP é incerta em 
pacientes com DAC em um vaso (DA proximal) 
(Nível de evidência B294,304,314,315). c) Classe 
III: ICP não deve ser realizada com a intenção 
de melhorar a sobrevida de paciente com DAC 
estável e estenose coronariana que não é 
anatômica ou funcionalmente significativa (por 
exemplo: lesão < 70% em artéria coronária 
principal; RFF > 0,80; e isquemia ausente ou leve 
em teste não invasivo), em DAC apenas na 
artéria Cx ou artéria coronária direita, ou 
apenas em uma pequena área de miocárdio 
viável (Nível de evidência B304,305,316-319). • 
Para melhora dos sintomas: a) Classe I: ICP é 
benéfica em pacientes com estenose 
significativas (≥ 70%) em artéria coronária 
passível de revascularização e angina 
inaceitável, apesar de TMO (Nível de evidência 
A294-296,320,321). b) Classe IIa: i. ICP é razoável 
em pacientes com estenose significativa (≥ 
70%) em artéria coronária passível de 
revascularização e angina inaceitável, para os 
quais TMO não pode ser implementado por 
causa de contraindicações/efeitos adversos de 
Laryssa Barros – Med – P7 - Tutoria 
 
medicamentos, ou preferências do paciente 
(Nível de evidência C). ii. ICP é razoável em 
pacientes com CRM prévia, estenose 
significativa (≥ 70%) de artéria coronária 
associada à isquemia e angina inaceitável, 
apesar de TMO (Nível de evidência C). c) 
Classe III: ICP não deve ser realizada em 
pacientes que não cumprem critérios 
anatômicos (lesão ≥ 50% em TCE ou ≥ 70% em 
artéria coronária principal) ou fisiológicos (por 
exemplo, RFF < 0,80) para revascularização 
(Nível de evidência C). 
 
 
Pacientes com doença triarterial 
A ponte de artéria coronária é a estratégia preferencial 
para pacientes com idade avançada, baixa fração de 
ejeção, disfunção renal, doença vascular periférica, 
diabetes melitus ou escore Syntax > 22. 
CONSIDERAÇÕES 
Em suma, com qualquer grau de obstrução 
coronariana, a mortalidade está aumentada quando a 
função ventricular esquerda está comprometida, sendo 
o prognóstico influenciado pela área do miocárdio em 
risco

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