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Doenças exantemáticas

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SUMÁRIO
1. Definição ................................................................................................................................3
2. Diagnóstico diferencial .....................................................................................................6
3. Sarampo (paramoxivírus; gênero Mobillivirus; família Paramyxoviridae) ......7
4. Rubéola (togavírus; gênero Rubivirus; família Tagaviridae) ............................10
5. Eritema Infeccioso (eritrovírus – parvovírus humano B19) ..............................13
6. Exantema súbito (Herpes vírus humano 6 ou 7) .................................................15
7. Varicela (varicela-zoster; família Herpetoviridae) ................................................17
8. Doença mão-pé-boca (Enterovírus coxsackie e enterovírus 71) ..................22
9. Escarlatina (Estreptococos pyogenes) .....................................................................26
10. Síndrome da pele escaldada estafilocócica (Estafilococos aureus) ...........28
11. Doença Kawasaki (etiologia desconhecida) .......................................................31
Referências Bibliográficas ................................................................................................36
3DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
1. DEFINIÇÃO
Os eritemas são alterações vascu-
lares transitórias avermelhadas/ró-
seas com duração e apresentação 
variada a depender do elemento cau-
sal e, quando presente nas mucosas, 
essa alteração vascular é chamada 
de enantema. Na infância é recorren-
te o acometimento por patologias que 
levam ao surgimento de erupções 
cutâneas eritematosas dissemina-
das, também conhecidas como exan-
tema (quando o eritema se estende 
por áreas extensas) ou rash cutâneo. 
A maioria das doenças exantemá-
ticas são causas por vírus e, neste 
material, serão abordadas as princi-
pais de etiologia tanto viral, quanto 
bacteriana enfatizadas por Dra. Na-
thalia na vídeo-aula. 
CONCEITO! Eritema é uma lesão de 
pele com coloração avermelhada-róseo 
decorrente de alteração vascular. Quan-
do é disseminada pelo corpo, chama-se 
eritema e, quando presente em muco-
sas, chama-se enantema. 
A análise do tipo de lesão, sinais e 
sintomas associados, bem como a 
forma de progressão dos mesmos 
e a epidemiologia permitem infe-
rir o diagnóstico etiológico sem ne-
cessariamente recorrer a exames 
complementares, no entanto, como 
veremos a seguir, para algumas pa-
tologias, a realização de sorologias ou 
testes específicos auxiliam a fechar o 
diagnóstico e estabelecer cuidados 
direcionados. 
De antemão, reconhecer as lesões 
elementares de pele que podem es-
tar presentes é de extrema importân-
cia que permitirão identificar os dois 
principais tipos de exantema que fa-
laremos a seguir que é o exantema 
maculopapular e o papulovesicular e 
suas peculiaridades em cada doença. 
Os principais tipos de lesões elemen-
tares dentro do contexto das doenças 
exantemáticas são:
4DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Figura 1. Lesões Elementares (Fonte: AZULAY, 2015; RIVITTI, 2014).
Os microrganismos podem causar 
erupção cutânea por diversos meca-
nismos: por invasão e multiplicação 
direta na pele (varicela, herpes sim-
ples), por ação de toxinas (escarlati-
na e infecção estafilocócica), por ação 
imunoalérgica (maioria das viroses 
exantemáticas) ou por dano vascu-
lar causando obstrução e necrose da 
pele (meningococemia – patologia 
que não abordaremos aqui). Com 
isso, pode-se dividir as apresenta-
ções exantemáticas em dois tipos 
básicos de exantema: o maculopa-
pular e papulovesicular. Estes, como 
já dito, têm características próprias 
em cada doença, mas é possível 
agrupar qual está mais relacionado 
a determinada etiologia: 
5DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Figura 2. Padrão de exantema e etiologias das doenças exantemáticas (Fonte das imagens: https://www.portalped.
com.br/especialidades-da-pediatria/infectologia/zika-virus-quando-suspeitar/attachment/erupcao-papular-2/ ; https://
www.maemequer.pt/desenvolvimento-infantil/saude-infantil/dicionario-da-saude-do-bebe/herpes-zoster/).
Vale ressaltar que, das patologias lis-
tas acima, sarampo, rubéola e va-
ricela são preveníveis por vacina 
o que mudou o panorama quanto à 
incidência destas doenças no Brasil 
já que tais vacinas fazem parte do 
esquema de imunizações preconiza-
das pela Sociedade Brasileira de Imu-
nizações. A vacina quádrupla viral 
protege a criança contra os vírus 
do sarampo+rubéola+caxumba+-
varicela e 1ª dose deve ser dada aos 
12 meses e a 2ª dose aos 15 me-
ses, não havendo esta vacina, pode 
ser dada a tríplice viral (sarampo+ru-
béola+caxumba) e, em administração 
separada, no mesmo dia, ser aplica-
da a dose da varicela. Recomenda-se 
ainda um reforço da varicela aos 4 
anos de idade. Em caso de surto ou 
exposição domiciliar ao sarampo an-
tes dos 12 meses de vida, a 1ª dose 
pode ser aplicada a partir dos 6 me-
ses de idade, em seguida, deve ser 
administrada aos 12 e 15 meses as 
doses previamente preconizadas. 
6DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
SAIBA MAIS!
Não há evidência que justifique a 3ª dose da tríplice viral como rotina. Esta pode ser conside-
rada em caso de surto de caxumba e risco para a doença. Fonte: Recomendações da Socie-
dade Brasileira de Imunizações 2019/2020
2. DIAGNÓSTICO 
DIFERENCIAL
Apesar da similaridade de alguns 
quadros nas doenças exantemáticas, 
outros possuem quadro clínico típico 
ou alguma peculiaridade que já per-
mite um direcionamento diagnóstico. 
Para identificar os quadros clínicos tí-
picos e peculiaridades é preciso reali-
zar uma boa anamnese que englobe: 
faixa etária da criança, calendário va-
cinal, tempo início e progressão do 
exantema, presença de sinais/sinto-
mas prodrômicos e manifestações 
clínicas associadas. Além disso, um 
bom exame físico deve ser capaz de 
caracterizar bem o exantema e outras 
lesões em pele e mucosas associa-
das, bem como outros sinais clínicos 
que ajudam a fechar o diagnóstico. 
DOENÇA/
ETIOLOGIA
FAIXA ETÁ-
RIA MAIS 
COMUM*
PRÓDROMO CARACTERÍSTICA DISTRIBUIÇÃO
SINAIS 
ASSOCIADOS
Sarampo Lactentes.
Febre, tosse, 
conjuntivite, 
enantema.
Morbiliforme.
Cefalocaudal: retro 
auricular – pesco-
ço – face – tronco 
– extremidades
Manchas de 
Koplik: man-
chas brancas 
na mucosa oral 
na altura do 3º 
molar.
Rubéola
Crianças 
e adultos 
jovens.
Febre baixa, 
linfadenopatia 
retroauricular e 
cervical. 
Puntiforme róseo 
de curta duração, 
vai sumindo confor-
me progressão.
Cefalocaudal: face 
– couro cabeludo 
– pescoço – tronco 
– extremidades
Sinal de Fors-
chemeir: peté-
quias em palato 
mole.
Eritema 
infeccioso
Pré-es-
colares e 
escolares.
Em alguns 
casos: coriza, 
febre, mialgia e 
cefaleia.
Róseo em região 
malar (“face es-
bofeteada”) e em 
membros tem as-
pecto rendilhado.
Face e depois de 4 dias 
evolui para membros.
Recorrência se: expo-
sição ao sol, exercícios 
ou estresse.
Sinal de Filatov: 
palidez perioral.
Exantema 
súbito
Lactentes.
Febre alta (39-
40ºC) contínua, 
convulsão 
febril.
Surge após a 
melhora da fe-
bre, aspecto 
maculopapular. 
Tronco – face – cervical 
– membros 
- 
7DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
DOENÇA/
ETIOLOGIA
FAIXA ETÁ-
RIA MAIS 
COMUM*
PRÓDROMO CARACTERÍSTICA DISTRIBUIÇÃO
SINAIS 
ASSOCIADOS
Varicela Escolares.
Inexistente ou 
inespecíficos: 
febre baixa/mo-
derada, cefa-
leia, mialgia.
Papulovesicular 
polimórfico pru-
riginoso (máculas 
– pápulas – vesí-
culas – pústulas 
– crostas).
Locais pouco expostos 
(couro cabelo, axilas, 
cavidade oral), em se-
guida para tronco
-
Mão-pé-boca Lactentes.
Febre baixa, 
irritabilidade e 
anorexia.
Papulovesicular não 
pruriginoso.
Exantema em extremi-
dades associado a úlce-
ras em cavidade oral. 
-
Escarlatina
Pré-es-
colares e 
escolares.
Sinais e sinto-
mas de faringo-
amigdalite.
Micropapular áspe-
ro (em lixa).
Peitoral – tronco – 
membros – extremi-
dades (poupa mãos e 
pés).
Sinal de Pastia: 
linhas hiper-
pigmentadasem dobras 
cutâneas.
Língua em 
framboesa: 
vesículas em 
cavidade oral.
Sinal de Filatov.
S. pele 
escaldada
Lactentes.
Febre, irri-
tabilidade e 
mal-estar. 
Maculopapular 
doloroso.
Face – todo corpo.
Sinal de Nikol-
sky: descama-
ção laminar da 
pele como se 
fosse bolhas.
Kawasaki Lactentes.
Febre alta que 
não cessa com 
medicamento 
há + 5 dias.
Maculopapular 
polimórfico. 
-
Descama-
ção laminar 
em região 
periungueal. 
Tabela 1. Diagnóstico diferencial das principais doenças exantemáticas na infância (*: lactente=29 dias a 2 anos de 
idade, pré-escolar=2-7 anos de idade, escolar= 7-10 anos de idade, adolescente= 10 a 20 anos incompletos).
3. SARAMPO 
(PARAMOXIVÍRUS; GÊNERO 
MOBILLIVIRUS; FAMÍLIA 
PARAMYXOVIRIDAE)
O sarampo é uma doença exante-
mática viral extremamente contagio-
sa que pode evoluir para óbitos em 
crianças < 1 ano e desnutridas. No 
Brasil, inúmeras são as medidas de 
controle do sarampo inseridas desde 
a introdução da vacina em 1968 até o 
momento atual, oscilando entre perí-
odos de casos suspeitos e confirma-
dos no território nacional. Em 2016, 
a OMS considerou as Américas livre 
da circulação do sarampo e, desde 
então o Brasil em fase de eliminação 
autóctone do vírus tanto do sarampo, 
quanto da rubéola. 
8DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
SE LIGA! O sarampo é uma doença de 
notificação compulsória, devendo ser 
preenchida a respectiva ficha de Notifi-
cação/Investigação de Doenças Exante-
máticas Febris Sarampo/Rubéola mes-
mo que o caso seja suspeito. Além disso, 
a respectiva Secretaria Municipal e Esta-
dual devem ser informadas no máximo 
em 24h do caso. Fonte: GUIA DE VIGI-
LÂNCIA EM SAÚDE, 2019.
Mecanismo de transmissão
Através de secreções nasofaríngeas 
expelidas ao tossir, falar, espirrar por 
meio de aerossóis com partículas vi-
rais que ficam no ar. 
Período de incubação e de 
transmissão
O período de incubação varia de 7-21 
dias da data de exposição ao início do 
quadro exantemático. O período de 
transmissibilidade ocorre 6 dias an-
tes e 4 dias após o exantema, sen-
do o pico de transmissão 2 dias 
antes e 2 dias depois do início do 
exantema. 
Quadro clínico
No período prodrômico ocorre febre > 
38,5ºC, tosse inicialmente seca, cori-
za, conjuntivite não purulenta, fotofo-
bia, na região da orofaringe é possível 
notar enantema e, na altura do tercei-
ro molar surgem as manchas de Ko-
plik: manchas brancas/amareladas 
na mucosa oral. Cerca de 2-4 dias 
após o início do quadro intensifica-se 
aquele quadro inicial, o paciente fica 
prostrado e surge o exantema ma-
culopapular morbiliforme, ou seja, 
existem áreas de pele livre de lesão 
entre as lesões. Este exantema tem 
progressão cefalocaudal (região 
retro auricular – pescoço – face – 
tronco – extremidades).
CONCEITO! A mancha de Koplik é um 
sinal patognomônico de sarampo. Elas 
surgem 1-2 dias antes do exantema e 
desaparecem 2-3 dias após.
Figura 3. Exantema morbiliforme (Fonte: CADERNOS 
ATENÇÃO BÁSICA, 2013).
Figura 4. Manchas de Koplik (Fonte: DIVE, 2018).
9DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Diagnóstico
O diagnóstico é clinico, mas todos os 
casos suspeitos de sarampo devem 
ser submetidos a exames sorológicos 
para identificação de IgM e IgG do 
vírus em amostras de soro, urina e 
swabs de naso e orofaringe. A iden-
tificação do vírus tem como objetivo 
conhecer o genótipo do mesmo para 
diferenciar um caso autóctone de um 
importado e diferenciar o vírus sel-
vagem do vacinal, já que a vacina é 
feita com vírus atenuado. Para conse-
guir realizar essas análises, o Minis-
tério da Saúde recomenda coleta das 
amostras até o 7º dia após início do 
exantema, sendo que o IgM é pos-
sível ser identificado desde o início 
da doença até 1 mês após a mes-
ma. Importante ressaltar que, o ma-
terial coletado deve ser enviado para 
o laboratório acompanhado daquela 
Ficha de Notificação 
Tratamento
Não há tratamento específico, mas é 
possível realizar medidas de suporte 
com sintomáticos. Recomenda-se a 
administração de vitamina A (pal-
mitato de retinol) em menores de 2 
anos de idade (< 6 meses: 50.000 UI, 
6-12 meses: 100.000 UI e > 12 me-
ses: 200.000 UI), 1 vez ao dia, por 2 
dias.
Cuidado com os contactantes e 
prevenção
Até 4 dias após o início do exantema 
deve ser realizado precaução respi-
ratória com uso de máscara N95 e 
isolamento domiciliar do paciente. 
Deve-se aplicar vacina contra o sa-
rampo até 72h após contágio e após 
este período, em até 6 dias, aplicar 
imunoglobulina. Crianças a partir de 6 
meses podem receber a vacina, mas, 
independentemente disto, devem re-
ceber as doses usuais programadas 
aos 12 e 15 meses. Para gestantes, 
imunocomprometidos e crianças me-
nores de 6 meses deve-se aplicar so-
mente a imunoglobulina. 
Complicações
O sarampo pode apresentar compli-
cações sobretudo em menores de 1 
ano, adultos maiores de 20 anos e 
pessoas com comorbidades. A per-
sistência da febre por mais de 3 dias 
após o início do exantema deve ser 
um sinal de alerta. Dentre as compli-
cações a mais comum é a otite média 
aguda, mas a pneumonia é a compli-
cação responsável por maior morbi/
mortalidade nas crianças. 
SE LIGA! Febre por mais de 3 dias após 
o início do Sarampo é um sinal de alerta! 
Importante se atentar para complicações 
(otite média, pneumonia, encefalites...).
10DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Além disso, algumas crianças apre-
sentam convulsão febril acompa-
nhada ou não de sinais de irritação 
meníngea e hipertensão intracrania-
na como sinais de encefalite após o 
sarampo, causada por um processo 
imunológico após a respectiva infec-
ção. Ocorre também uma encefalite 
causada pelo sarampo onde o vírus 
ao atingir o sistema nervoso central 
(SNC), meses após o sarampo, pode 
acarretar epilepsia focal, perda auditi-
va, progressão para coma e até mes-
mo óbito. Outra complicação é a pa-
nencefalite esclerosante subaguda 
(PEES) a qual pode ocorrer meses e 
até 10 anos após o quadro inicial do 
sarampo, com piora progressiva das 
funções motoras e cognitivas, convul-
sões e até morte. 
4. RUBÉOLA (TOGAVÍRUS; 
GÊNERO RUBIVIRUS; 
FAMÍLIA TAGAVIRIDAE)
Assim como o sarampo, a rubéola é 
uma doença de etiologia viral alta-
mente contagiosa e, sua importância 
epidemiológica está relacionada ao 
risco de abortos, natimortos e à sín-
drome da rubéola congênita (SRC). 
Após diversas campanhas e ações 
de vigilância epidemiológica, no ano 
de 2010, o Brasil cumpriu a meta de 
eliminação da rubéola e da SRC e, em 
2015 a Organização Pan-americana 
da Saúde (OPAS) declarou as Améri-
cas livre da rubéola e SRC. 
SE LIGA! A Rubéola também é uma 
doença de notificação compulsória 
(deve ser preenchida a respectiva ficha 
de Notificação/Investigação de Doenças 
Exantemáticas Febris Sarampo/Rubéo-
la) e prevenida por vacina (tríplice viral)! 
Mecanismo de transmissão
A transmissão ocorro por gotículas 
de secreções nasofaríngeas e contato 
direto com pessoas infectadas.
Período de incubação e de 
transmissão
O período de incubação é entre 12 e 23 
dias, sendo o período de transmissi-
bilidade 7 dias antes e 7 dias após 
o início do quadro exantemático. 
Quadro clínico
Febre baixa e linfoadenopatia retro-
auricular e/ou occipital e/ou cervical 
podem ocorrer 5-10 dias antes do 
exantema, no entanto, em crianças 
pode não ocorrer tais pródromos. O 
exantema é maculopapular punti-
forme róseo difuso com início na face 
– couro cabeludo – pescoço – tronco 
– extremidades, tais lesões têm curta 
duração (3 dias ou menos) e, con-
forme o exantema progride para um 
novo local, as manchas presentes 
no local anterior vão desaparecen-
do. Em alguns casos, nota-se peté-
quias no palato mole conhecidas 
11DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
como sinal de Forschemeir que não 
é patognomônico.
Figura 5. Eritema maculopapular da rubéola (DIVE, 
2018).
Figura 6. Sinal de Forschemeir (Fonte: http://medsemio-
logia.blogspot.com/2012/04/sinal-de-forchheimer.html)
Diagnóstico
É clínico, mas devido a dúvida diag-
nóstica frequentementecausada, 
recomenda-se a testagem sorológi-
ca de todos os pacientes em que há 
suspeita clínica de rubéola por meio 
de coleta sanguínea onde será tes-
tado IgM e IgG desta patologia. As-
sim como no sarampo, o Ministério da 
Saúde recomenda a detecção do ví-
rus em urina e secreção de nasofarin-
ge como forma de conhecer o genóti-
po do vírus, diferenciando-o os casos 
autóctones dos importados e os vírus 
selvagens do vacinal. 
Tratamento
O tratamento é realizado com base 
em sintomáticos, não havendo trata-
mento específico direcionado ao vírus. 
Cuidado com os 
contactantes e prevenção
O isolamento domiciliar por até 7 dias 
após o início do exantema diminui a 
intensidade dos contágios. A vacina 
é a única forma de prevenir a ocor-
rência de casos, não havendo evi-
dências suficientes para realização 
de profilaxia pós-exposição. Após 
contato com caso suspeito, deve ser 
realizada a vacinação daqueles que 
ainda não foram vacinados ou maio-
res de 50 anos que não comprovem 
ter recebido alguma dose da tríplice 
viral. Gestantes suscetíveis e crianças 
menores de 6 meses devem ser afas-
tadas do contato com casos suspei-
tos/confirmados e seus respectivos 
contatos. 
12DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Complicações
As complicações na criança são raras 
podendo ocorrer trombocitopenia 
que costuma ocorrer 2 semanas 
do início do exantema, no entanto, 
é autolimitada logo não é necessá-
rio nenhum tratamento específico. 
De modo mais grave, como vimos na 
aula da Dra. Nathália, podem ocor-
rer a encefalite pós-infecciosa e 
MAPA MENTAL SARAMPO E RUBEOLA
SARAMPO
Pródromo: febre alta, tosse, 
conjuntivite e enantema.
RUBÉOLA
Preveníveis 
por vacina
Notificação 
compulsória
Exantema: 2-4 dias após o 
início, aspecto morbiliforme. 
Progressão: cefalocaudal 
(retroauricular)
Sinais associados: manchas 
de Koplik em mucosa oral é 
patognomônica.
Diagnóstico: clínico + IgM e 
IgG + identificação do vírus em 
soro/urina/swab de orofaringe.
Tratamento: suporte + 
Vitamina A
Complicações: otite média, 
pneumonia, encefalites e 
PEES (panencefalite 
esclerosante subaguda).
Pródromo: febre baixa e 
linfadenopatia 
Exantema: puntiforme 
róseo cefalocaudal, curta 
duração desaparecendo 
conforme progressão. 
Sinais associados: sinal 
de Forscheimer (petéquias 
em palato mole).
Diagnóstico: clínico + IgM e 
IgG + identificação do vírus em 
soro/urina/swab de orofaringe.
Tratamento: suporte.
Complicações: 
trombocitopenia, encefalite 
pós infecciosa e panencefalite 
progressiva.
panencefalite por rubéola. A primei-
ra é decorrente do efeito viral direto, 
ocorre 7 dias após o início do exante-
ma provocando convulsões, cefaleia 
e sinais neurológicos focais e levando 
ao óbito em 20% dos casos. Já a pa-
nencefalite progressiva da rubéola 
que pode ocorrer anos após o qua-
dro clínico da doença havendo um 
distúrbio neurodegenerativo evoluin-
do com óbito em 2-5 anos. 
13DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
5. ERITEMA INFECCIOSO 
(ERITROVÍRUS – 
PARVOVÍRUS HUMANO B19)
O eritrovírus B19 é um vírus de DNA 
com tropismo por células eritropoiéti-
cas, replicando-se em células eritroi-
des da medula óssea. Boa parte dos 
infectados é assintomático, no entan-
to, devido a estas características do 
vírus, indivíduos saudáveis podem 
desenvolver aplasia eritroide acom-
panhada do quadro exantemático 
que veremos a seguir, enquanto que, 
pacientes com doenças hematológi-
cas (síndromes falcêmicas, talasse-
mias...) e imunodeprimidos podem 
desenvolver quadro importante de 
anemia e até crise aplástica.
Mecanismo de transmissão
Transmitido por via respiratória, so-
bretudo, em comunidades fechadas. 
Também pode ser transmitido por 
via placentária em caso de mães in-
fectadas, o que pode levar a hidrop-
sia fetal. 
Período de incubação e de 
transmissão
Estima-se que o tempo de incubação 
seja entre 14-21 dias. A transmissão 
ocorre antes do exantema, porém 
não se sabe ao certo quantos duran-
te quantos dias antes do surgimento 
do mesmo. Logo, quando há o surgi-
mento do exantema o paciente não 
elimina mais o vírus, portanto, não 
há necessidade de isolamento. 
Quadro clínico
Geralmente não costuma ter pródro-
mos, mas alguns casos surgem sinto-
mas prodrômico leves como mialgia, 
febre, coriza e cefaleia. O exantema 
maculopapular se inicia em face em 
região malar, dando o aspecto que 
alguns autores chamam de “face es-
bofeteada” associado a palidez pe-
rioral ou sinal de Filatov. 
Cerca de 4 dias depois o exantema 
evolui para membros superiores e 
inferiores, a mácula aumenta de ta-
manho deixando uma palidez central 
conferindo o aspecto rendilhado do 
exantema que pode durar até 3 se-
manas. Importante ressaltar que após 
desaparecimento pode haver recor-
rência do eritema após exposição 
ao sol, variação da temperatura, 
exercícios e estresse devendo-se, 
portanto, explicar à família que tal fe-
nômeno pode ocorrer não significan-
do recorrência da doença em si. 
14DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Figura 7. Exantema maculopapular em região malar (“face esbofeteada”) e palidez perioral (sinal de Filatov) (Fonte: 
https://www.drakeillafreitas.com.br/eritema-infeccioso/).
Figura 8. Exantema maculopapular rendilhado (Fonte: 
http://blognananene.blogspot.com/2011/06/eritema-in-
feccioso.html).
Diagnóstico
O diagnóstico além de clínico, deve 
ser feito através da sorologia com de-
tecção de anticorpos IgM para Parvo-
vírus humano B19.
Tratamento
O eritema infecioso em geral é auto-
limitado e não há tratamento especí-
fico. Deve ser realizado tratamento de 
suporte com sintomáticos. 
Cuidado com os contactantes e 
prevenção
Como já foi dito, não é necessário rea-
lizar o isolamento do paciente, no en-
tanto, deve-se tomar cuidados com 
contactantes caso algum possua he-
moglobinopatias (conforme veremos 
a seguir pode haver complicações 
para pacientes com este diagnóstico). 
Não existem medidas de prevenção 
a serem tomadas, pois não há vaci-
na que garanta imunidade contra tal 
vírus. 
15DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Complicações
A artropatia é uma complica-
ção presente em cerca de 8% das 
crianças infectadas pelo eritrovírus 
B19, mas é mais comum em mulhe-
res adolescentes e adultas infectadas 
por tal vírus. 
Como dito anteriormente, em pes-
soas com doenças hematológicas 
como doença falciforme, talassemias, 
anemias hemolíticas e aqueles que 
possuem algum tipo de imunodefici-
ência, podem desenvolver uma crise 
aplástica transitória (CAT) decor-
rente da infecção viral direta pelo 
parvovírus B19 que bloqueia tran-
sitoriamente a produção de eritróci-
tos. Com isso, ocorre redução abrup-
ta da hemoglobina, dos reticulócitos e 
dos percussores eritroides na medula 
óssea havendo ou não plaquetopenia 
e leucopenia. A maior parte dos ca-
sos apresenta resolução do quadro 
com 2 semanas, porém alguns po-
dem evoluir com óbito. Estes pacien-
tes com CAT podem necessitar de 
transfusão de hemácias durante o 
período de recuperação medular, po-
rém alguns não possuem boa respos-
ta ou não têm anticorpos suficientes, 
sendo necessário o tratamento com 
imunoglobulina humana. 
SE LIGA! A crise aplástica transitória é 
resultado da infecção direta pelo parvo-
vírus B19, mais frequente em pacientes 
com hemoglobinopatias e imunodefici-
ência. Há queda abrupta da hemoglobi-
na associada a queda dos reticulócitos, o 
que difere do quadro das doenças hemo-
líticas onde há aumento de reticulócitos.
6. EXANTEMA SÚBITO 
(HERPES VÍRUS HUMANO 
6 OU 7)
Esta doença viral de evolução benig-
na, também chamada de roséola in-
fantum, é causada pelo herpes vírus 
6 e 7, sobretudo, o tipo 6 que é o mais 
frequente. A doença acomete apenas 
crianças entre 6 meses e 6 anos de 
idade, sugerindo que haja uma pro-
teção por meio de anticorpos ma-
ternos e que o vírus seja bastante 
prevalente na comunidade já que 
na idade pré-escolar quase todas 
as crianças já estão imunes. É mais 
prevalente em menores de 2 anos.
Mecanismo de transmissão
Transmitida por secreçãooral.
Período de incubação e de 
transmissão
O tempo de incubação é de 5-15 
dias. A transmissão ocorre na fase de 
viremia que acontece principalmente 
no período febril. 
16DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Quadro clínico
Assim como sugere o nome da doen-
ça, o início do quadro clínico é súbito 
e sem pródromos, caracterizando-
-se por uma febre alta (39-40ºC) e 
contínua que resulta em irritabilidade 
da criança e convulsão febril. Pode 
haver linfonodomegalia associado. 
Após 3-4 dias de febre esta cessa 
bruscamente e aparece o exantema 
de modo também súbito de aspecto 
maculopapular róseo com lesões 
que não coalescem com evolução 
de tronco – face – membros, de curta 
duração e sem descamação.
CONCEITO! No exantema súbito as le-
sões maculopapulares surgem, subita-
mente, após o desaparecimento da fe-
bre alta. 
Figura 9. Exantema súbito (Fonte: DIVE, 2018).
Diagnóstico
Clínico e laboratorialmente pode ser 
realizada sorologia na busca de anti-
corpos IgM e IgG dos herpes vírus 6 
ou 7. 
Tratamento
O tratamento de suporte é realizado 
principalmente com antitérmicos por 
conta da febre alta. Em caso de imu-
nodeprimidos pode-se usar Ganci-
clovir pelo risco de acometimento do 
SNC. 
Cuidado com os contactantes e 
prevenção
O isolamento é desnecessário uma 
vez que, como dito, a maioria das 
pessoas já terá entrado em contato 
com o vírus e, não existem medidas 
de prevenção a serem adotas. 
17DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
MAPA MENTAL ERITEMA INFECCIOSO E EXANTEMA SÚBITO
ERITEMA 
INFECCIOSO
Pródromo: mialgia, 
febre, coriza, cefaleia. 
EXANTEMA 
SÚBITO
Exantema: em região 
malar (“face esbofeteada”), 
depois de 4 dias para membros 
com aspecto rendilhado.
Sinais associados: sinal de 
filatov (palidez perioral). Pode 
haver recorrência do exantema!!
Diagnóstico: clínico + 
sorologia IgM e IgG.
Tratamento: suporte.
Complicações: artropatia; crise 
aplástica transitória: queda 
hemoglobina e reticulócitos.
Pródromo: não ocorre.
Exantema: surge subitamente 
após cessar febre alta; aspecto 
róseo, de curta duração.
Diagnóstico: clínico + 
IgM e IgG.
Tratamento: suporte. 
Se imunodeprimido 
usar Gsnciclovir. 
7. VARICELA (VARICELA-
ZOSTER; FAMÍLIA 
HERPETOVIRIDAE)
Também conhecida por catapora, 
esta doença atualmente é prevenida 
por vacina na tetra viral o que levou 
a redução da sua incidência (1º dose 
com 15 meses e reforço aos 4 anos 
de idade). A infecção confere imuni-
dade permanente, embora, raramen-
te possa ocorrer um segundo epi-
sódio de varicela. É uma doença de 
notificação compulsória apenas se 
caso grave, ou seja, que necessite 
internação. Apesar do maior número 
18DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
absoluto de internações ser entre 
crianças, os adultos têm mais risco de 
evoluir com complicações e óbito. Em 
crianças imunocompetentes a vari-
cela tem curso benigno, repentino 
e autolimitado.
CONCEITO! A vacina da varicela é dada 
na tetra viral ou de forma isolada. A 1ª 
dose é com 15 meses e o reforço pode 
ser feito com 4 anos de idade.
Mecanismo de transmissão
Pessoa a pessoa por meio de secre-
ções respiratórias ou contato direto e, 
de modo indireto, ocorre por meio do 
contato com objetos contaminados 
com a secreção das lesões de pele 
(vesículas). 
Período de incubação e de 
transmissão
O período de incubação é de 10-21 
dias e a transmissão se inicia 1-2 
dias antes do surgimento do exan-
tema e permanece até que as le-
sões estejam em fase de crosta. 
Quadro clínico
Apesar de na infância não costumar 
ocorrer pródromos, os mesmos po-
dem aparecer como febre moderada/
baixa, cefaleia, anorexia e vômito por 
2-3 dias. O exantema de característi-
ca papulovesicular polimórfico pru-
riginoso costuma surgir nas partes 
cobertas do corpo, como couro ca-
beludo, axilas e mucosas oral e das 
vias aéreas superiores. Tais lesões 
surgem em surtos de evolução rápi-
da coexistindo, em uma mesma re-
gião do corpo, diferentes estágios: 
máculas, pápulas, vesículas, pústu-
las e crostas.
Figura 10. Exantema papulovesicular polimórfico da 
varicela (Fonte: DIVE, 2018).
Diagnóstico
O diagnóstico da varicela é clínico e 
costuma ser típico não necessitando 
a realização de testes comprobató-
rios, no entanto, é possível em casos 
graves quando é necessário realizar 
diagnóstico diferencial pode-se rea-
lizar coleta do líquido das lesões ve-
siculares nos primeiros 3-4 dias de 
erupção. Também está disponível a 
sorologia com IgM e IgG. 
19DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Tratamento
O tratamento envolve o uso de sinto-
máticos como anti-histamínicos para 
atenuar o prurido, antitérmico e anal-
gésicos (estes, não salicilatos). O tra-
tamento específico é com Aciclovir 
para menores de 12 anos ou pes-
soas com imunocomprometimento, 
comorbidades ou risco para agrava-
mento do quadro. Além disso, deve-
-se recomendar a lavagem das le-
sões de pele com água e sabão, bem 
como é fundamental cortar as unhas 
da criança como forma de prevenir le-
sões de pele secundárias em decor-
rência o intenso prurido.
SAIBA MAIS!
A varicela está associada à síndrome de Reye, que ocorre especialmente em crianças e ado-
lescentes que fazem uso do ácido acetilsalisílico (AAS) durante a fase aguda. Essa síndrome 
se caracteriza por um quadro de vômitos após o pródromo viral, seguido de irritabilidade, 
inquietude e diminuição progressiva do nível da consciência, com edema cerebral pro-
gressivo. A síndrome de Reye é resultado do comprometimento hepático agudo, seguido de 
comprometimento cerebral. Portanto, está contraindicado o uso de AAS por pacientes 
com varicela. Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica, 2019. 
TRATAMENTO ESPECÍFICO DE VARICELA PARA CRIANÇAS
Crianças sem comprometimento imunológico Crianças com comprometimento imunológico ou casos graves
20mg/kg/dose, via oral, 5 vezes ao dia, dose
máxima de 800mg/dia, durante 5 dias.
10mg/kg, endovenoso a cada 8 horas, infundido durante uma 
hora, durante 7 a 14 dias.
Tabela 2. (Dados da tabela: Guia de Vigilância Epidemiológica, 2019).
Cuidado com os contactantes 
e prevenção
Em situações de surto deve-se iden-
tificar as pessoas que entraram em 
contato com o caso da doença para 
realização do bloqueio com vacina e 
imunoglobulina antivaricela. A vaci-
na deve seguir as indicações do ca-
lendário nacional de imunizações e 
deve ser administrada no período de 
120h após contato com caso, poden-
do ser realizada em crianças a partir 
dos 9 meses, devendo manter neste 
caso, posteriormente, o esquema va-
cinal de rotina. Crianças < 9 meses, 
gestantes ou pessoas imunodeprimi-
das devem receber a imunoglobu-
lina antivaricela na dose de 125UI 
para cada 10kg. A criança com vari-
cela deve permanecer em isolamento 
20DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
respiratório e de contato até que to-
das as lesões fiquem em forma de 
crosta. A prevenção deve ser feita 
através da vacina. 
Complicações
A principal complicação é a infecção 
bacteriana secundária das lesões 
de pele, causadas por estreptoco-
cos e estafilococos, em decorrência 
do prurido que abre porta de entrada 
para estes patógenos presentes na 
pele e que podem causar piodermi-
tes, erisipela e celulite. 
A pneumonia intersticial também é 
uma complicação comum, sobretudo, 
em crianças imucomprometidas sen-
do importante causa de óbito nes-
te grupo. Além disso, podem ocorrer 
manifestações hemorrágicas, hepati-
tes e complicações no SNC, esta últi-
ma é mais frequente em crianças < 5 
anos e pode tanto atingir o cerebelo 
causando ataxia, quanto pode levar 
ao quadro de encefalite responsável 
por sonolência, coma e hemiplegia. 
Herpes zoster
Apesar deste quadro ocorrer tipi-
camente na fase adulta, ou seja, 
não ser classicamente uma doença 
exantemática da infância, o mesmo 
será abordado de forma breve aqui de 
modo a acrescentar mais elementos 
para o diagnóstico diferencial entre 
ambas condições que podem estar 
eventualmente presente na infân-
cia. A herpes zoster é decorrente da 
reativação do vírusda varicela, pois 
este após a infecção fica latente nos 
gânglios nervosos podendo ser rea-
tivado em pessoas adultas (mais co-
mum) ou em crianças/adolescentes 
que possuam um comprometimen-
to da sua imunidade – portadoras de 
doenças crônicas, neoplasias, AIDS, 
etc. 
21DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Figura 11. Varicela e herpes zoster (Fonte: http://alergovaccine.com.br/mundo-das-doencas/herpes-zoster/).
O quadro clínico é típico apresentando 
como pródromo: neurites, parestesias, 
ardência e prurido local, acompanha-
do de febre, cefaleia e mal-estar. As 
lesões de pele surgem gradualmente 
após 2-4 dias e seguem o trajeto de 
um dermátomo, tais lesões também 
são polimórficas compreendendo 
um eritema papulovesicular locali-
zado que evolui para crostas e, não 
havendo infecção de pele secundária 
associada, cura em 4 semanas. 
 
Figura 12. Eritema da herpes zoster (Fonte: https://
www.eletrofisiologiaclinica.com.br/post/2017/03/03/
herpes-zoster-e-aplica%C3%A7%C3%A3o-de-toxi-
na-botul%C3%ADnica-como-tratamento)
Imunossenescência – A partir dos 50 anos
Doenças imunossupressoras
Fármacos imunossupressores
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22DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
CONCEITO! Diferente da varicela, as le-
sões papulovesiculares do herpes zoster 
são localizadas, seguem o trajeto de um 
nervo.
Além das complicações já mencio-
nadas na varicela, no caso da her-
pes zoster há uma complicação mais 
prevalente em mulheres idosas, em 
que há comprometimento do nervo 
trigêmeo, chamada nevralgia pós-
-herpética (NPH) caracterizada por 
dor persistente por 4-6 semanas 
após surgimento das lesões cutâ-
neas sendo esta dor refratária ao 
tratamento. 
O tratamento do herpes zoster é de 
suporte com sintomáticos e Aciclovir 
deve ser prescrito em casos em que 
há risco para agravamento, além dis-
so, o uso do Aciclovir nas primeiras 
72h após surgimento das lesões de 
pele, reduz a ocorrência da NPH. 
8. DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA 
(ENTEROVÍRUS COXSACKIE 
E ENTEROVÍRUS 71)
Síndrome mão-pé-boca (SMPB) ou 
doença-mão-pé-boca é causada por 
não-pólio-enterovírus principalmente 
o coxsackie A16 e o enterovírus 71. E, 
a infecção ocorre na forma de surtos. 
Mecanismo de transmissão:
A transmissão ocorre por via fecal-oral.
Período de incubação e de 
transmissão
O período de incubação é 3-6 dias e o 
tempo de contágio é variável. 
Quadro clínico
O período prodrômico consiste em 
febre baixa que melhora em 48h, 
irritabilidade e anorexia. Cerca de 
1-2 dias após início da febre surgem 
vesículas na cavidade oral que rapi-
damente se rompem formando úlce-
ras dolorosas que causam desconfor-
to na alimentação. Em seguida, surge 
o exantema papulovesicular princi-
palmente em extremidades (mãos 
e pés), não pruriginosas, mas as ve-
zes dolorosas.
CONCEITO! Diferente das lesões pa-
pulovesiculares da varicela, na SMPB 
as lesões não são pruriginosas, mas sim 
dolorosas.
Figura 13. Vesículas em cavidade língua e ao redor da 
boca em paciente com doença mão-pé-boca (Fonte: 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%-
C3%A7as-infecciosas/enterov%C3%ADrus/doen%-
C3%A7a-da-m%C3%A3o-p%C3%A9-boca-dmpb)
23DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Figura 14. Lesões características de síndrome mão-pé-boca (Fonte: DIVE, 2018b)
Diagnóstico
É clínico e tipicamente característico. 
Tratamento
A SMPB tem curso autolimitada, de 
modo que as lesões de pele costu-
mam se resolver em 7-10 dias. O tra-
tamento deve ser com sintomáticos 
para o quadro febril e álgico, deve-se 
também dar suporte hídrico e nutri-
cional, pois muitas crianças chegam 
a desidratar pela dificuldade de in-
gerir em decorrência das úlceras 
orais. Em caso de baixa adesão da 
dieta e hidratação deve-se internar a 
criança e considerar a realização de 
hidratação venosa. 
Cuidado com os contactantes e 
prevenção
Deve ser realizada precaução de con-
tato durante o período da doença, as-
sim como realizar medidas de higiene 
frequente das mãos, sobretudo, após 
troca de fraldas. Não há vacina dispo-
nível para tal patologia no momento. 
Herpangina
Um importante diagnóstico diferen-
cial da SMPB, também pelos coxsa-
ckie vírus A16 e enterovírus 71. Tal 
patologia, frequente em crianças, não 
causa exantema, mas assim como 
a SMPB causa enantema e lesões 
vesiculares em região oral, mais es-
pecificamente em palato mole, úvu-
la e pilares amigdalianos (orofaringe 
posterior diferente da SMPB) que 
24DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
evoluem para úlceras esbranquiça-
das de halo eritematoso. Este qua-
dro possui como pródromo uma febre 
alta súbita, cefaleia, disfagia, vômitos 
e linfadenopatia cervical. O tratamen-
to é de suporte com sintomático e o 
quadro resolve-se espontaneamen-
te em 5-10 dias. 
Figura 15. Herpangina (Fonte: https://www.trocandofraldas.com.br/wp-content/uploads/2018/08/herpangina2016.jpg).
CONCEITO! As lesões vesiculares da 
herpangina localizam-se em orofaringe 
posterior, diferente das lesões da SMPB 
em que as mesmas ficam na região an-
terior da cavidade oral.
25DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
MAPA MENTAL VARICELA E DOENÇA MAO-PE-BOCA
VARICELA
Pródromo: febre baixa, 
cefaleia, anorexia, vômitos.
MÃO-PÉ-BOCA
Vacina
Exantema: polimórfico 
pruriginoso de evolução rápida 
(máculas/vesículas/crostas).
Diagnóstico: clínico típico + 
IgM e IgG + cultura do líquido 
das lesões vesiculares. 
Tratamento: suporte + 
Aciclovir se < 12 anos ou 
imunodeprimido.
Complicações: infecção 
bacteriana de pele secundária 
é a mais comum.
Atenção: Herpes zoster: 
reativação do vírus latente, 
exantema localizado 
no dermátomo!
Pródromo: febre baixa, 
irritabilidade e anorexia.
Exantema: papulovesicular 
em mãos e pés + vesículas 
em cavidade oral que 
evoluem para úlceras.
Diagnóstico: clínico 
característico.
Tratamento: sintomáticos + 
suporte hídrico e nutricional.
Complicações: atentar para 
desidratação pela dificuldade 
de ingerir alimentos e água.
Atenção: Herpangina: 
mesmo vírus causando 
enantema e vesículas em 
orofaringe posterior.
26DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
9. ESCARLATINA 
(ESTREPTOCOCOS 
PYOGENES)
A escarlatina é uma doença infeccio-
sa aguda causada pelo Estreptoco-
cos pyogenes ou estreptococos beta 
hemolítico do grupo A, mais especi-
ficamente, pelas toxinas pirogênicas 
que este libera quando está infectado 
por um bacteriófago produtor de exo-
toxinas pirogênicas, ou seja, a escar-
latina não é fruto da infecção direta 
pela bactéria, mas sim pelo efeito 
das toxinas produzidas quando a 
bactéria é infectada por um bacte-
riófago. As toxinas produzidas po-
dem ser tipo A, B ou C e, o quadro de-
senvolvido por um toxina não oferece 
imunidade às infecções pelas outras, 
logo, é possível que um indivíduo te-
nha o mesmo quadro de escarlatina 
até 3 vezes. Tal patologia está mais 
frequentemente associada a faringite 
e, ocasionalmente aos impetigos.
Mecanismo de transmissão
A transmissão ocorre por contato com 
gotículas e secreção de nasofaringe 
de indivíduos com faringoamigdalite 
estreptocócica aguda.
Período de incubação e de 
transmissão
O período de incubação é de 2-5 dias 
e a transmissão se inicia tão logo ini-
ciem os sintomas, caso o tratamento 
seja realizado adequadamente a 
transmissão só persiste por 24h do 
início do mesmo. 
Quadro clínico
O período prodrômico ocorre duran-
te 12-24h com febre alta, dor à de-
glutição, mal-estar geral, náuseas e 
vômitos. Após este período o pacien-
te apresenta o quadro de faringoa-
migdalite com exsudato purulento, 
adenomegalia cervical e enantema 
na mucosa oral. 
Em seguida, cerca de 12-48h após 
o início do quadro, surge um exante-
ma micropapular àspero (aspecto 
de lixa) em peitoral que se expande 
para tronco – pescoço – membros, 
poupando palma das mãos e pés. 
Este exantema apresenta-se mais in-
tenso nas dobras cutâneas formando 
locais com linhas hiperpigmentadas 
chamadas linhas de Pastia. Na face, 
o eritema malar confere o aspec-
to chamado de “face esbofeteada”associado ao sinal de Filatov, além 
disso, ocorre hipertrofia das papilas 
da língua dando a esta o aspecto de 
framboesa o que é chamado de “lín-
gua em framboesa”. 
27DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Figura 16. Linha em framboesa (Fonte: https://www.otempo.com.br/cidades/escarlatina-volta-a-preocupar-1.1391770).
Figura 17. A: Exantema da escarlatina. B: Sinal de Pastia (Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/10183170/).
Cerca de 1 semana após o início do 
quadro as manifestações clínicas ci-
tadas acima desaparecem e se inicia 
um período de descamação furfu-
rácea em face – pescoço – tronco – 
membros – extremidades. 
28DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Figura 18. Descamação laminada (Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/10183170/).
Diagnóstico
Além de clínico o diagnóstico pode 
ser feito pela cultura de secreção 
da orofaringe coletada com swabs 
para identificação do estreptococo 
beta-hemolítico do grupo A, este, é o 
padrão-ouro para o diagnóstico. No 
entanto, é possível também fazer do-
sagem de anticorpo antiestreptolisina 
O (ASLO) que auxilia a presumir in-
fecção pelo estreptococo em questão. 
E ainda, é possível realizar teste rápi-
do para identificação do pyogenes. 
Tratamento
O exantema tem curso autolimitada, 
porém, indica-se o tratamento com 
antibiótico para eliminar a bactéria, 
de modo a reduzir as possibilida-
des de transmissão, além de preve-
nir febre reumática e complicações 
supurativas. O tratamento de escolha 
é com Penicilina G benzatina, intra-
muscular, dose única: 600.000 UI 
para crianças < 25kg e 1.200.000UI 
para > 25kg e adultos. 
10. SÍNDROME DA 
PELE ESCALDADA 
ESTAFILOCÓCICA 
(ESTAFILOCOCOS AUREUS)
A síndrome da pele escaldada estafi-
locócica (SPEE) antigamente chama-
da de doença de Filatov-Dukes como 
vimos na aula de Dra. Nathalia, cha-
mada também de Síndrome de Ritter, 
é uma doença exantemática asso-
ciada a quadro bolhoso importante. 
A SPEE ocorre quando há quebra 
das barreiras protetoras da pele, 
permitindo a infecção pelo S. aureus, 
como por exemplo, infecções de coto 
29DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
umbilical de recém-nascidos ou in-
fecção bacteriana secundária asso-
ciada ao quadro de varicela. Costuma 
acometer mais crianças antes dos 5 
anos de idade, mas pode acometer 
adultos, sobretudo, aqueles que têm 
doença renal crônica ou doenças que 
causa uma depressão do sistema 
imunológico.
As toxinas produzidas por cepas 55 
e 71 do S. aureus clivam a desmo-
gleína, proteína constituinte dos des-
mossomos responsáveis por manter 
as células epidérmicas unidas. Com 
isso, há um desprendimento da epi-
derme da camada granulosa, o que 
acarreta na descamação superficial 
da pele típica da doença. 
Quadro clínico
Sintomas prodrômicos incluem febre, 
irritabilidade, mal-estar, em seguida 
inicia-se a fase exantemática com 
exantema maculopapular doloroso 
que inicia em face e se expande por 
todo corpo. A pele começa a exsudar 
criando crostas melisséricas ao re-
dor de boca e nariz, além de formar 
descamações laminares como se fos-
sem bolhas decorrentes do desloca-
mento da epiderme superficial (si-
nal de Nikolsky).
Figura 19. Exantema da Síndrome da pele escaldada estaafilocócica (Fonte: https://exenin.com/wp-content/uplo-
ads/2018/09/s%C3%ADndrome-da-pele-escaldada-estafiloc%C3%B3cica.jpg).
30DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Figura 20. Crostas melisséricas em região perioral e nasal. (Fonte: https://www.slideshare.net/annalima11/
infeces-de-pele-e-anexos)
Diagnóstico
O diagnóstico além de clínico pres-
supõe o isolamento do S.aureus com 
coleta de do sítio suspeito e posterior 
cultura do material. 
Tratamento
Consiste em limpeza e curativo da 
pele, sem a administração de anti-
bióticos tópicos, além de medidas 
de suporte. A doença continua a pro-
gredir até que a toxina seja eliminada 
pelos rins ou neutralizada por anticor-
pos, mas em crianças tem um prog-
nóstico excelente havendo regres-
são do quadro em 2-3 semanas. 
No entanto, o tratamento específico 
pode ser feito usando antibiótico en-
dovenoso para eliminar o patógeno 
do organismo, sendo o medicamento 
de escolha a Oxacilina.
31DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
MAPA MENTAL ESCARLATINA E PELE ESCALDADA
ESCARLATINA
Pródromo: faringoamigdalite 
com exsudato purulento
S. PELE 
ESCALDADA
Exantema: micropapular 
áspero (em lixa) em peitoral – 
tronco – membros e eritema 
malar (“face ebofeteada”)
Sinais associados: linhas 
de pastia (hiperpigmentação 
nas dobras); língua em 
framboesa; sinal de filatov. 
Diagnóstico: cultura de 
orofaringe ou dosar ASLO ou 
teste rápido para estrepto.
Tratamento: penicilina G 
benzatina, dose única. 
Atenção: descamação 
furfurácea da pele após 
desaparecimento das 
manifestações clínicas.
Pródromo: febre, 
irritabilidade, mal-estar.
Exantema: doloroso com 
descamações, presença 
de crostas melisséricas em 
região perioral e nasal. 
Sinais associados: sinal 
de Nikolsky: fricção da pele 
ocorre deslocamento da 
epiderme (parece bolha)
Diagnóstico: clínico + coleta 
de secreção do sítio suspeito 
para isolamento do S. aureus.
Tratamento: limpeza e curativo 
da pele + Oxacilina endovenosa
11. DOENÇA 
KAWASAKI (ETIOLOGIA 
DESCONHECIDA)
A doença de Kawasaki (DK) é im-
portante causa de vasculite na fai-
xa etária pediátrica, sendo causa 
importante de cardiopatia e infarto 
agudo do miocárdio. Sua etiologia é 
desconhecida, mas acredita-se que 
seja decorrente de uma resposta 
imune patológica a agentes ambien-
tais ou infecciosos em indivíduos com 
predisposição. O diagnóstico e tra-
tamento precoce até o 10º dia da 
32DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
doença é fundamental para a redu-
ção da complicação mais temidas 
que é o aneurisma de coronárias. 
Diagnóstico e quadro clínico:
O diagnóstico da DK é eminentemen-
te clínico, sendo baseado nos seguin-
tes critérios:
FEBRE HÁ MAIS DE 5 
DIAS 
+
4 DOS SEGUINTES 
SINAIS:
Hiperemia conjutival bilateral.
Alterações orais: eritema labial e/ou em orofaringe e/ou fissura labial e/ou língua 
em framboesa.
Alterações de extremidades: edemas de mãos e pés e/ou eritema palmo-plantar 
e/ou descamação periungueal.
Exantema polimórfico.
Adenomegalia cervical > 1,5cm. 
Tabela 3. Critérios diagnósticos Doença Kawasaki (Fonte: SPSP, 2009).
A febre costuma ser abrupta com du-
ração de 10-12 dias, podendo du-
rar até 4 semanas, uma vez que não 
responde aos antitérmicos. O exan-
tema ocorre em 90% dos casos e é 
maculopapular polimórfico. Nas ex-
tremidades, em 80% dos casos nota-
-se edemas, eritema palmo-plantar 
e descamação laminar em região 
periungueal. 
33DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Figura 21. Doença de Kawasaki (Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/SwC6ROuMYmOzlZi6HxVkR9D-
c8pNmfWrFV-4TgskUhPHq4MQDNx_gAqy-2QxXh8aDG1shvpOQkILQWEjkO8Toh8yDC4fLbkY__OoJ_7YP6_dE-
queAqvgDPkZVLKkIH3V-S9tVJEiubhO5CBqizrF15vmARl3I).
CONCEITO! A descamação da pele na 
DK é em região periungueal, o que difere 
das descamações da Escarlatina (onde 
havia o exantema) e da fragilidade da 
epiderme da SPEE.
Outros achados clínicos podem estar 
presentes como artralgia, diarreia, dor 
abdominal de modo que a diferencia-
ção inicial entre a DK e as outras do-
enças exantemáticas da infância é di-
fícil, sobretudo, nos primeiros dias de 
doença. 
34DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
Boa parte das crianças não preen-
cherá 4 ou mais critérios diagnósti-
cos acima, tendo o que é chamada de 
“DK incompleta”, no entanto, naque-
las que forem menores de 6 meses 
e tiverem febre com mais de 1 se-
mana de duração com evidência la-
boratorial de inflamação (elevação 
e VHS e PCR) sem outra causa co-
nhecida, recomenda-se a realização 
de um Ecocardiograma (ECO). Vale 
ressaltar que, caso haja doença co-
ronariana comprovada por um ECO, 
não são necessários 5 dias de febre 
para estabelecer o diagnóstico. 
Tratamento
Apesar da incerteza quanto a etiolo-
gia, o tratamento deve ser instituído 
precocemente (antes de completar 
10 diasdo início quadro) como for-
ma de evitar complicações cardio-
vasculares e, consiste em administrar 
imunoglobulina 2g/kg em infusão 
contínua de 10 horas. Associado a 
isto, inicia-se o ácido acetilsalicílico 
(AAS) em dose anti-inflamatória de 
80-100mg/kg/dia até que o paciente 
esteja afebril.
A falha terapêutica ocorre naqueles 
pacientes que mantêm ou têm recor-
rência da febre após 36h do início do 
tratamento. Nestes casos, pode-se 
repetir a imunoglobulina até 2 vezes. 
Caso a mesma não seja eficaz pode 
ser feito pulsoterapia com metilpred-
nisolona 30 mg/kg/dia. 
Complicações
Os aneurismas coronarianos são 
complicações que ocorrem precoce-
mente, sendo os de tamanho >8mm 
de diâmetro os mais temidos pelo 
risco aumentado de obstrução e is-
quemia. Como forma de monitorar 
o surgimento desta complicação e 
prognóstico ruim de alguns pacien-
tes, recomenda-se a realização de 
ECO em 2 momentos: na fase aguda 
(2-3 semanas após o caso) e com 
6-8 semanas. Caso em alguns des-
ses resultados apareça o resultado 
de aneurisma de coronárias deve-se 
proceder um acompanhamento mais 
frequente do caso. 
35DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
MAPA MENTAL KAWASAKI
KAWASAKI
Tratamento: Imunoglobulina 
+ AAS , se febre não 
melhora em 36h: repete 
imunoglobulina
Complicações: aneurisma 
coronarianos. Fazer ECO em 
2-3 semanas do quadro e 
outro após 6-8 semanas. 
Exantema: polimórfico, 
palmo-plantar e 
descamação periungueal. 
Diagnóstico: com base em CRITÉRIOS:
Febre > 5 dias
+
4 sinais: hiperemia conjuntival, alterações 
orais, alterações de extremidades, exantema 
polimórfico, adenomegalia> 1,5cm
Se < 6 meses: 
febre > 1 semana + elevação 
VHS/PCR + não sabe a 
causa: FAZER ECO!
Atenção: Se doença 
coronariana em ECO prévio, 
não precisa 5 dias de febre 
para diagnosticar.
36DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)
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38DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (PEDIATRIA)

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