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Modulo Envelhecimento- Quero ir embora 05

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1 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
Modulo Envelhecimento 
–
 
- RECONHECER AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS 
DO ENVELHECIMENTO DO SISTEMA 
ENDÓCRINO. 
O sistema endócrino assim o sistema nervoso, 
coordena respostas fisiológicas aos fatores 
ambientais, melhorando a sobrevida 
individual. As alterações hormonais 
influenciam o declínio funcional, as 
incapacidades, as doenças da pessoa idosa 
e a longevidade. 
O declínio da secreção espontânea dos 
hormônios do crescimento e dos hormônios 
sexuais é frequentemente referido como 
somatopausa, menopausa e andropausa. 
TIREÓIDE 
O diagnostico de alterações tireoidianas no 
idoso muitas vezes é um desafio. Nem 
sempre é fácil distinguir as alterações 
fisiológicas daquelas originadas por 
processos fisiológicos relacionados com o 
envelhecimento. 
A anatomia e a histologia da tireoide 
alteram com a idade. Seu peso pode 
aumentar diminuir ou manter-se. Na maioria 
das vezes, o tamanho da glândula aumenta 
em virtude do aparecimento de bócio 
nódular. Os nódulos tireoidianos podem estar 
relacionados com períodos de privação de 
iodo. 
A taxa de captação de iodo pela tireoide e 
pelo rim diminui com a idade após 60 anos e 
a excreção urinaria de iodo diminui 
significativamente após os 80 anos de idade. 
Geralmente, os valores de tiroxina (T4) e tri-
iodotironina (T3) estão em níveis mais baixos 
e os de TSH mais altos. Essa diminuição dos 
hormônios tireoidianos, especialmente a 
conversão de T4 em T3, sugere uma ação 
protetora para o organismo contra o 
catabolismo, levando à diminuição da taxa 
do metabolismo basal e um aumento 
progressivo do tecido adiposo corporal. Esse 
tecido adiposo é metabolicamente menos 
ativo do que a massa magra, portanto 
diminui a demanda pelo hormônio 
tireoidiano, fechando o ciclo. 
Os hormônios tireoidianos estimulam o 
consumo de oxigênio em quase todos os 
tecidos, aumentando a taxa do 
metabolismo celular e contribuindo para a 
manutenção da temperatura corporal. Seu 
efeito calorigênico diminui com o aumento 
da idade, aumentando a suscetibilidade de 
hipotermia nos idosos. A resposta ao calor 
também está comprometida devido à 
menor sudorese. 
PARATIREÓIDES 
As glândulas paratireoidianas, 
responsáveis pela secreção dos 
hormônios paratireoidiano e calcitonina, 
parecem não alterar suas funções de 
forma marcante. 
HIPÓFISE 
Com o envelhecimento, a hipófise 
aumenta de volume, e as alterações 
bioquímicas que ai ocorrem variam de 
individuo para individuo. Os níveis de 
melatonina tanto diurnos quanto 
noturnos diminuem, interferindo no sono. 
 
 
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2 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
PANCREAS 
Ocorrem pequenas alterações 
morfológicas observada no pâncreas 
com o envelhecimento. É esperado um 
leve aumento da glicemia de jejum 
relacionado com a idade. Para os idosos 
ativos pode não haver essa diferença. 
Entretanto, após ingesta de alimentos a 
glicemia alcança níveis mais elevados e 
o tempo de retorno ao normal é mais 
longo quando comparado com adultos. 
O mecanismo que explica o surgimento 
da intolerância à glicose com o 
envelhecimento ainda não estão 
completamente esclarecidos. Parece 
haver uma exaustão progressiva das 
células. Ou seja, ocorre uma menor 
resposta dos tecidos à glicose e à 
insulina. 
 
FUNÇÃO ADRENAL: 
A glândula adrenal é dividida em córtex e 
medula. No córtex, há as zonas glomerular 
(produção de aldosterona), fasciculada 
(cortisol – sob comando do hormônio 
adrenocorticotrófico [ACTH]) e reticulada 
(DHEA e androstenediona – andrógenos). Na 
medular, ocorre a produção de epinefrina. 
Em teoria, diversos sintomas inespecíficos e 
déficits (como perda de massa muscular e 
cognição) poderiam ser atribuíveis a ou 
remotamente compatíveis com deficiências 
dos hormônios desta glândula. 
Quanto à produção de cortisol, é sabido 
que ela aumenta ou se mantém com a 
idade, sendo a média de cortisol sérico de 
24h aumentada em ambos os sexos, a 
resposta aumentada ao ACTH em idosas, a 
resposta ao jejum inalterada comparada aos 
jovens, o nadir noturno mais alto e precoce 
em idosos, além da resposta ao estresse, 
mais prolongada no idoso. Tais alterações 
são correlacionáveis com alterações no 
sono – menor nadir noturno, ou fraturas em 
ambos os sexos, contudo esses pacientes 
não possuem síndrome de Cushing, 
provavelmente são alterações fisiológicas 
próprias do envelhecimento. 
- DESCREVER AS DOENÇAS DA TIREOIDE MAIS 
PREVALENTE NOS IDOSOS. 
Na maioria das vezes, o tamanho da 
glândula tireoide aumenta em virtude do 
aparecimento de bócio nodular, sendo 
esta a alteração mais frequente nos 
idosos. 
Os nódulos tireoidianos podem estar 
relacionados com períodos de privação 
de iodo; este fato não é tão raro no 
envelhecimento uma vez que no 
passado nem todos os idosos viviam em 
áreas em que a reposição de iodo 
existia. 
Microscopicamente encontraremos 
infiltração linfocítica, fibrose, redução do 
tamanho do folículo e achatamento do 
epitélio. Embora estas alterações possam 
ser encontradas mais frequentemente em 
portadores de alterações de função 
tireoidiana, isto não implica o fato de 
que os idosos com estas alterações serão 
também portadores de disfunções de 
tireoide. 
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3 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
O hipotireoidismo primário é responsável 
pela maior parte dos casos de 
hipotireoidismo. A tireoidite autoimune 
crônica, ou tireoidite de Hashimoto, é a 
alteração mais frequentemente 
observada na população idosa. A 
tireoidite crônica autoimune é 
caracterizada pela presença de 
infiltração linfocítica do parênquima 
tireoidiano, folículos atrofiados e/ou 
danificados e pela presença de 
anticorpos antitireoidianos. A segunda 
maior causa de hipotireoidismo é o pós-
operatório de tireoidectomia ou pós 
irradiação da região cervical anterior, 
por tratamento de hipertireoidismo ou 
pós-irradiação de neoplasia cervical. 
Outra etiologia possível é o 
hipotireoidismo secundário à dose 
terapêutica de iodo radioativo. 
NÓDULOS E NEOPLASIA DE TIREOIDE 
O envelhecimento está associado à 
maior incidência de nódulos na tireoide. 
Entre os idosos na faixa dos 65 anos, 
aproximadamente 50% apresentam 
nódulos ao ultrassom. Em áreas de 
deficiência de iodo, a prevalência de 
nódulo de tireoide é ainda maior e 
chega a 74% dos pacientes com idade 
entre 55-75 anos. 
Os nódulos de tireoide podem ser 
considerados adenomas benignos, 
neoplasias, cistos ou secundários À 
inflamação. A maior parte destes nódulos 
é caracterizada como cistos benignos ou 
nódulos coloides. 
O primeiro passo é a avaliação funcional 
do nódulo tireoidiano. Quando não 
encontramos a presença de hiperfunção 
tireoidiana, devemos realizar a punção 
aspirativa do nódulo, de preferencia 
guiada por USG. 
A maior parte dos pacientes com lesões 
neoplásicas são considerados 
eutireoidianos. Ocasionalmente 
observamos a presença de 
hipertireoidismo e neoplasia de tireoide 
concomitante.Nestes casos, o 
prognostico é pior uma vez que os auto 
anticorpos responsáveis pela 
estimulação da glândula podem 
também estimular o crescimento da 
lesão neoplásica, sendo assim, a 
supressão do TSH com medicamentos 
antitireoidianos deve ser feita o mais 
rápido possível. 
Em geral, o prognostico das neoplasias 
de tireoide no idoso não apresenta um 
prognostico pior quando comparado a 
adultos jovens. A conduta terapêutica no 
idoso não difere do adulto jovem, ou 
seja, tireoidectomia total e ablação com 
iodo radioativo. 
- DIFERENCIAR ASPECTOS CLÍNICOS, 
FISIOPATOLÓGICOS E EXAMES LABORATORIAIS 
DO HIPO E HIPERTIREOIDISMO NOS IDOSOS. 
HIPERTIREOIDISMO 
O hipertireoidismo é definido como uma 
hiperfunção da glândula tireoide, ou 
seja, um aumento na produção e 
liberação de hormônios tireoidianos 
(levotiroxina e triiodotironina). O 
hipertireoidismo leva a tireotoxicose, que 
é qualquer estado clinico resultante do 
excesso de hormônios da tireoide nos 
tecidos. 
A doença de Graves é a principal causa 
de hipotireoidismo, responsável por 60-
90% de todos os estados de tireotoxicose. 
DOENÇA DE GRAVES 
A doença de graves é uma desordem 
autoimune, que apresenta como 
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4 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
características uma síntese e secreção 
excessiva de hormônios da tireoide e 
achados clínicos muito típicos, que 
consistem em bócio difuso, oftalmopatia, 
dermopatia (mixedema pré-tibial) e 
acropatia. 
A doença de Graves predomina cerca 
de 10 vezes mais em mulheres do que 
em homens, talvez, em parte pelos 
efeitos moduladores dos estrógenos no 
sistema imunitário. 
Sugere-se que alguns efeitos emocionais 
possam desencadear a doença. Além 
disso, o tabagismo tem sido bastante 
relacionado à ocorrência de 
oftalmopatia e ao hipertireoidismo. Em 
ambientes iodo-deficientes, a exposição 
ao iodo suplementar pode precipitar a 
doença de graves em alguns indivíduos. 
A principal característica a ser lembrada 
dessa doença é que é uma doença 
autoimune. Sabemos que nesses 
pacientes, os linfócitos B sintetizam 
anticorpos contra receptores TSH 
localizados na superfície da membrana 
da célula folicular da tireoide. Estes 
anticorpos são capazes de produzir um 
aumento no volume e função da 
glândula. 
Denominamos essa imunoglobulina de 
imunoglobulina estimuladora da tireoide 
ou anticorpo antireceptor de TSH 
estimulante (TRAb). No caso desses 
anticorpos estimuladores, eles se ligam 
ao receptor, ativam a produção de 
AMPciclíco, provocando o excesso de 
produção de hormônio tireoidiano e 
desempenhando as funções do TSH, 
como hipertrofia glandular. 
Ao contrario do que se observa com o 
TSH, o efeito causado por esses auto 
anticorpos não é bloqueado por 
concentrações elevadas de hormônios 
tireoidiano, levando à hiperprodução 
hormonal crônica. Na fase ativa da 
doença, concentrações elevadas de 
TRAb podem ser observadas ao redor de 
99% dos pacientes afetados, sendo esse 
o marcador patognomonico da doença 
de Graves. 
PATOLOGIA 
A glândula tireoidiana encontra-se 
simetricamente aumentada, devido à 
hipertrofia e hiperplasia das células 
foliculares. A macroscopia, a tireoide 
apresenta-se macia e lisa, com a 
capsula intacta e com peso aumentado, 
podendo chegar a 80 gramas (sendo o 
normal até 20g). Já do ponto de vista 
histológico, existe uma superpopulação 
de células foliculares e um aumento 
significativo de tecido linfoide. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
A oftalmia está clinicamente presente 
em mais de 50% dos pacientes com 
doença de graves. Além disso, temos a 
presença da dermopatia ou mixedema 
pré-tibial que tem como localização a 
área pré-tibial e o dorso dos pés. A 
deposição de glicosaminoglicanos na 
derme dessa região pode promover 
prurido e às vezes dor. Isso porque a pele 
é infiltrada pelos linfócitos T, onde os 
fibroblastos que possuem receptores de 
TSH irá iniciar a produção de citocinas 
que estimulam a produção do acido 
hialurônico causando edema e 
raramente o linfedema. A lesão é 
caracterizada pelo espessamento da 
pele com pápulas ou placas elevadas 
hiperpigmentadas violáceas. Os 
pacientes com dermopatia tireóidea 
exibem níveis elevados de TRAb. 
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o TRAB se liga aos fibroblastos dos musculos oculares causando uma proptose
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Bócio multinodular: nódulos que com o passar do tempo ganham autonomia. É mais comum em idosos e areas carentes de iodo.
 
5 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
Na doença de graves existe associação 
de baqueteamento e osteoartropatia dos 
dedos das mãos e dos pés, constituindo 
a acropaquia da doença de graves. As 
lesões afetam predominantemente a 
porção distal dos ossos, e a reação dos 
tecidos moles é firme, indolor e sem rubor 
e calor locais. 
Portanto, a dermopatia tireóidea é 
sugestiva de doença tireóidea 
autoimune severa, enquanto a 
acropaquia sugere uma forma ainda 
mais severa. 
A intensidade e a duração da doença 
de graves e a idade do paciente 
determinam a apresentação do 
distúrbio. 
Em indivíduos mais jovens (20-50 anos), 
manifestações clinicas como nervosismo, 
fatigabilidade fácil, palpitações, 
hipercinesia, diarreia, intolerância ao 
calor, sudorese e perda de peso estão 
presentes em mais de metade do 
pacientes com a doença. 
Com o aumento da idade, perda de 
peso e de apetite está menos 
exacerbada, enquanto a 
irritabilidade e a intolerância ao 
calor ficam menos frequentes. A 
miopatia é bastante severa, com 
perda de massa muscular 
impedindo a deambulação. A 
fibrilação atrial é rara em 
pacientes com menos de 50 anos, 
mas ocorre em cerca de 20% dos 
idosos. Em torno de 90% dos 
pacientes com idade inferior a 50 
anos exibem o bócio difuso, de 
consistência firme e elástica, com 
tamanho variável; 
A piora da labilidade emocional em 
portador de doença psiquiátrica 
preexistente ou piora da angina ou 
insuficiência cardíaca em individuo com 
doença coronariana pode ser pista para 
ocorrência de hipertireoidismo 
sobreposto. 
 
DIAGNÓSTICO 
O diagnostico de hipertireoidismo requer 
a demonstração de um TSH suprimido 
com T4 livre aumentado. Em casos nos 
quais a dosagem do T4 livre não 
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6 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
confirmar a suspeita clinica, devemos 
solicitar a dosagem de T3 total ou do T3 
livre, que se encontram elevados em 
todos os casos de hipertireoidismo. 
Eventualmente a doença de Graves 
pode manifestar-se apenas com 
elevação do T3, caracterizando a T3 
toxicose (TSH suprimido, T4 normal e T3 
elevado). Esses pacientes possuem um 
estimulo importante sobre o receptor de 
TSH, que resulta em uma maior produção 
de triiodotironina pela glândula. 
Assim, diante de um paciente com TSH 
suprimido e T4 normal, sempre devemos 
solicitar a dosagem de T3. 
Além disso, sempre devemos solicitar o 
hepatograma em pacientes portadores 
de hipertireoidismo antes de iniciarmos o 
tratamento com drogas antitireoidianas, 
uma vez que essas medicações possuem 
potencial hepatotóxico. 
O anticorpo característico da doença de 
Graves é o antirreceptor do TSH (TRAb). A 
pesquisa dessa imunoglobulina não é 
necessária na maioria dos casos, uma 
vez que o diagnostico da doença de 
graves baseia-se em achados clínicos 
acompanhados de dosagem hormonal. 
No entanto, existem algumas situações 
clinicas em que a pesquisa de TRAb 
torna-se necessária, como no 
diagnostico da doença de graves em 
pacientes eutireoidianos, ou em 
pacientes com poucas manifestações 
clínicas. 
HIPOTIREOIDISMO 
O hipotireoidismo é uma síndrome clinica 
caracterizada por síntese/secreção 
insuficiente ou ação inadequada dos 
hormônios tireoidianos nos tecidos, 
resultando em lentificação generalizada 
no metabolismo. 
Podemos classificar o hipotireoidismo em 
PRIMÁRIO (falência tireoidiana), 
SECUNDÁRIO (falência hipófisaria-
deficiencia de TSH) ou TERCIARIA 
(deficiência hipotalâmica de TRH). As 
formas secundarias e terciarias 
costumam ser agrupadas no conceito de 
“hipotireoidismo central”. 
O hipotireoidismo primário representa a 
maioria dos casos, sendo bastante 
comum em indivíduos com mais de 65 
anos. O hipotireoidismo congênito é 
diagnosticado em RN através do teste do 
pezinho, iniciando precocemente o seu 
tratamento e prevenindo sequelas 
neurológicas. 
Os principais fatores de risco conhecidos 
para hipotireoidismo são: idade (>65 
anos), sexo feminino, puerpério, história 
familiar, irradiação prévia de cabeça e 
pescoço e doenças autoimunes. 
Em áreas com baixo aporte de iodo na 
dieta, a causa mais comum de 
hipotireoidismo é a carência nutricional. 
Já o hipotireoidismo central (secundário 
ou terciário) tem como causas mais 
prevalente em adultos, os tumores 
hipofisários. 
TIREOIDITE DE HASHIMOTO 
A tireoidite de Hashimoto é a causa mais 
comum de hipotireoidismo em áreas 
com insuficiência de iodo (como o 
Brasil). Trata-se de uma doença 
autoimune assintomática nos primeiros 
meses ou anos, mas que lentamente 
destrói o parênquima glandular. Tal 
processo resulta, na maioria dos casos, 
em falência tireoidiana progressiva. 
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7 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
Apresenta prevalência sete vezes maior 
em mulheres e sua incidência aumenta 
na meia-idade. 
A patogênese autoimune é corroborada 
pela infiltração linfocitária da tireoide, 
presença de auto anticorpos tireoidianos 
circulantes e células T ativadas 
especificas para antígenos tireoidianos. 
Em consonância, a presença de 
anticorpos dirigidos contra a peroxidasse 
tireoidiana (antiTPO) em portadores da 
doença de Hashimoto com insuficiência 
tireoidiana mínima eleva o risco de 
progressão para o hipotireoidismo. 
Nos portadores de tireoidite autoimune, a 
tireoide pode ser impalpável ou 
encontra-se difusamente aumentada, 
com consistência firme, sem nódulos e 
contorno irregular. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
As manifestações do hipotireoidismo 
devem ser entendidas dentro de um 
espectro de gravidade, ou seja, quanto 
maior a duração e a intensidade da 
carência hormonal, mais grave e 
numerosa serão as alterações. 
O quadro clássico, multissemico, é fácil 
de reconhecer e relativamente 
especifico. Em contrapartida, quadros 
leves e oligossintomáticos são 
absolutamente inespecíficos, mas 
representam a maioria dos casos. 
O quadro clínico do hipotireoidismo 
manifesto é bem característico e 
compreende sintomas e sinais que 
incluem intolerância ao frio, ganho de 
peso, obstipação, pele seca, 
bradicardia, rouquidão, melancolia e 
raciocínio lento. A maioria dos achados 
reflete a redução generalizada dos 
processos metabólicos e o acúmulo 
intersticial de glicosaminoglicanos e 
ácido hialurônico nos vários tecido 
O hipotireoidismo pode provocar 
deficiência cognitiva, particularmente 
problemas de memória. Outros achados 
neurológicos incluem depressão, psicose, 
ataxia, convulsões e coma. 
DIAGNÓSTICO – HIPOTIREOIDISMO 
PRIMÁRIO 
Caracteriza-se por TSH elevado e T4 livre 
baixo. O T3 também se encontra 
reduzido, mas não é habitualmente 
dosado. Na maioria dos casos, num 
primeiro momento ocorre elevação 
isolada do TSH com T4 livre normal. É o 
chamado hipotireoidismo subclínico: 
como a glândula é destruída aos 
poucos, a reserva tireoidiana é 
progressivamente requisitada, sendo 
necessário um nível relativamente mais 
alto de TSH para manter o T4 livre dentro 
da faixa normal. 
Muitos doentes evoluirão com perda 
completa da reserva e queda do T4 livre, 
que posteriormente será seguida pela 
queda do T3. Logo é desnecessário dosar 
o T3 sérico já que sua redução sempre 
sucede o do T4 livre. 
A presença da TPO (anticorpos 
antitireoglobulina) indica um processo 
autoimune quase sempre, como vimos à 
tireoidite de Hashimoto. 
DIAGNÓSTICO – HIPOTIREOIDISMO 
CENTRAL 
O TSH encontra-se baixo ou 
inapropriadamente normal, em face de 
um T4 livre que está sempre baixo. 
O próximo passo após a confirmação do 
hipotireoidismo de padrão “central” é a 
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Balão de comentário
TPO é quem conjuga o iodo com a tireoglobulina.8 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
realização de uma RNM da sela túrcica, 
para pesquisa de doenças que 
justifiquem este achado (ex.: tumor, 
lesão infiltrativa etc.). 
- DISCUTIR OS ASPECTOS CLÍNICOS, 
DIAGNÓSTICOS (DSM-V E ESCALA DE 
DEPRESSÃO GERIÁTRICA), FATORES DE RISCO E 
EPIDEMIOLÓGICOS DA DEPRESSÃO NOS IDOSOS. 
A depressão é uma das principais 
doenças que acometem os idosos. Além 
do sofrimento pessoal e do estresse 
familiar, ela piora a evolução de muitas 
doenças clinicas e pode causar 
incapacidade funcional. 
O diagnostico da depressão em idosos é 
complicado por diversos fatores: 
 Presença de múltiplas co-
morbidades; 
 Uso de varias medicações que 
podem causar ou contribuir para 
depressão; 
 Sinais e sintomas de depressão 
confundem-se com os de outras 
doenças clinicas; 
 Os idosos quase não referem 
sintomas psicológicos, mas 
apresentam-se com queixas 
somáticas. 
Às vezes, a depressão pode ser também 
uma fase do distúrbio bipolar. O distúrbio 
bipolar tipo I é diagnosticado em 
pacientes com depressão e historia de 
pelo menos um episódio de mania ou 
misto e o distúrbio bipolar tipo II é 
diagnosticado em quem apresenta 
depressão e historia de episódios de 
hipomania. 
EPIDEMIOLOGIA 
Estudos epidemiológicos mostram que os 
sintomas depressivos estão presentes em 
8 a 15% da população geral de idosos, 
embora a depressão ocorra em apenas 
1 a 4% dos idosos que residem na 
comunidade. 
No entanto, em idosos hospitalizados e 
institucionalizados, a prevalência de 
depressão aumenta, acometendo cerca 
de 10 até 30%. Além disso, a depressão 
na terceira idade acomete duas vezes 
mais mulheres do que homens. 
A recorrência de depressão em idosos 
pode acometer cerca de 40% dos 
indivíduos. A frequência de suicídio é 
duas vezes maior em idosos que na 
população geral. Os fatores de risco 
para suicídio incluem ser branco, 
homem, idoso e apresentar doença 
psiquiátrica associada. 
A depressão estava presente em 80% dos 
indivíduos com mais de 74 anos que 
cometeram suicídio. A ideação suicida 
diminui com o envelhecimento, mas o 
idoso com pensamentos suicidas tem 
maior risco de concretizar o suicídio que 
os indivíduos mais jovens. 
ETIOLOGIA 
A ansiedade, a tristeza e o desconforto 
somático fazem parte da resposta 
psicológica normal ao estresse da vida, 
incluído as doenças clinicas. Apesar de 
não se conhecer a etiologia da 
depressão, sabe-se que ela é resultado 
da interação de fatores biológicos, 
psicológicos e sociais. 
Os fatores de risco para depressão em 
idosos incluem: historia previa de 
depressão, sexo feminino, solteiro ou 
divorciado, presença de doenças 
clinicas, medicamentos, prejuízo 
funcional e efetividade das estratégias 
de enfrentamento e suporte social. 
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9 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
Além disso, algumas doenças estão 
relacionadas com altos índices de 
depressão, como AVE, doença de 
Parkinson, Alzheimer e demência. 
QUADRO CLÍNICO 
Os pacientes idosos não relatam tanto 
humor depressivo, mas se apresentam 
com sintomas somáticos menos 
específicos, como insônia, inapetência, 
fadiga, esquecimento e dores difusas. 
Embora não faça parte dos critérios 
diagnósticos eles podem manifestar 
alterações cognitivas como distúrbio de 
atenção, lentificação dos pensamentos e 
da função executiva, mesmo na 
ausência de demência. 
Às vezes, os idosos ou seus familiares 
associam os sintomas de depressão leve 
como parte normal do envelhecimento 
ou apenas como resposta aos eventos 
estressante da vida e não procuram 
auxilio adequado. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico de depressão em idosos, 
assim como em adultos, baseia-se nos 
sintomas clínicos. A presença durante os 
últimos quinze dias, de pelo menos 5 dos 
9 critérios do DSM-V sustenta o 
diagnostico de depressão. 
O diagnóstico é clínico, realizado por 
anamnese, que deve incluir além dos 
sintomas de depressão e a história 
psiquiátrica prévia, pesquisa sobre 
problemas com uso de álcool e outras 
substâncias e medicações que possam 
causar sintomas depressivos. 
Alguns instrumentos foram desenvolvidos 
para o auxílio ao diagnóstico, como a 
Escala de Depressão Geriátrica, utilizada 
para o rastreamento de depressão, que 
apresenta 15 perguntas, sendo 6 ou mais 
pontos o corte mais frequentemente 
adotado. 
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10 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
Os exames complementares são 
realizados para diagnosticar doenças 
concomitantes que possam contribuir 
para depressão e incluem hormônios 
tireoidianos, hemograma, glicemia, 
função renal e hepática, dosagem sérica 
de vitamina B12, ácido fólico, 
eletrocardiograma e urina. 
- CARACTERIZAR INSUFICIÊNCIA FAMILIAR NA 
PESSOA IDOSA. 
Insuficiência familiar se caracteriza como 
um processo de interação psicossocial 
de estrutura complexa, fundado 
especialmente no baixo apoio social da 
pessoa idosa e no vínculo familiar 
prejudicado. Tem como antecedentes as 
transformações contemporâneas no 
sistema familiar, os conflitos Inter 
geracionais, o comprometimento das 
relações familiares e a vulnerabilidade 
social da família. 
As consequências da insuficiência 
familiar incluem a vulnerabilidade social 
da pessoa idosa, o declínio da saúde 
psicológica e funcional, a menor 
qualidade de vida e o envelhecimento 
malsucedido. 
A dimensão sociofamiliar é fundamental 
na avaliação multidimensional do idoso. 
A família constitui-se na principal 
instituição cuidadora dos idosos frágeis, 
devendo ser privilegiada nessa sua 
função. A transição demográfica, 
entretanto, atinge diretamente essa 
“entidade”, reduzindo drasticamente a 
sua capacidade de prestar apoio a seus 
membros idosos. 
A redução da taxa de fecundidade 
trouxe profundas modificações na 
estrutura familiar. O número de filhos está 
cada vez menor e as demandas 
familiares são crescentes, limitando a 
disponibilidade dos pais de cuidarem de 
seus filhos quanto dos filhos de cuidarem 
de seus pais. Por sua vez, o aumento da 
participação da mulher no mercado de 
trabalho, a valorização do individualismo 
e os conflitos Inter geracionais 
contribuem para as modificações nos 
arranjos domiciliares. Essas mudanças 
sociodemográficas e culturais têm 
repercussões importantes na 
capacidade de acolhimento às pessoas 
com incapacidades, que historicamente 
dependiam de apoio e cuidado familiar. 
A insuficiência familiar, por sua vez, 
configura um dos 7 "Is" da Geriatria, 
dessa forma, marca uma das principais 
síndromes associadas a senescência. 
Os 7 Is: Incapacidade cognitiva, 
instabilidade postural, imobilidade, 
incapacidade comunicativa, 
incontinência urinária, incontinência 
esfincteriana e insuficiência familiar 
- DISCUTIR SOBRE AS ILPIS - INSTITUIÇÃO DE 
LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS E SOBRE 
RDC 283 – RESOLUÇÃO DE DIRETORIA 
COLEGIADA NO 283, INSTITUCIONALIZAÇÃO E AS 
CONSEQUÊNCIAS PSICOSSOCIAISPARA OS 
IDOSOS. 
No Brasil, o aumento da população idosa 
associado a diminuição da taxa de 
fecundidade, a qual foi decorrente do 
crescente numero de mulheres no 
mercado de trabalho, do planejamento 
familiar e melhores condições de vida 
culminou na falta de tempo das famílias 
para o cuidado aos idosos, fazendo-se 
necessário a presença de um cuidador 
para prestação de cuidados básicos a 
estes usuários, como ajuda para 
alimentar-se, vestir-se ou fazer uso de 
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11 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
suas medicações, podendo ou não ser 
algum membro da própria família. 
Isso acarretou no aumento do numero de 
internações asilares, levando o idoso ao 
processo de institucionalização. Tal 
processo, quando acontece leva o idoso 
a uma nova adaptação longe do seu 
ciclo familiar, fazendo-se necessário o 
estabelecimento de novos vínculos com 
pessoas estranhas, e o fato de ter que 
acostumar-se com uma nova rotina. 
A definição de asilo se da como casa de 
assistência social onde são recolhidas 
para sustento ou também para 
educação, pessoas pobres e 
desamparadas, como mendigos, 
crianças abandonadas, órfãos e velhos. 
Procurando-se padronizar a 
nomenclatura, tem sido proposta a 
denominação de Instituições de Longa 
Permanência para Idosos (ILPI), 
definindo-as como estabelecimentos 
para atendimento integral a idosos, 
dependentes ou não, sem condições 
familiares ou domiciliares para a sua 
permanência na comunidade de 
origem. 
A maior parte das ILPIs brasileiras é de 
natureza filantrópica (cerca de 65%). 
Porém, das instituições criadas entre 2000 
e 2009, a maior parte pertence à 
iniciativa privada, com fins lucrativos 
(57,8%). Isso aponta para uma tendência 
de mudança no perfil das instituições. A 
participação direta do poder público 
como benfeitor de ILPIs é tímida, sendo 
inferior a 7%. 
A fim de facilitar e padronizar a 
fiscalização das ILPIs no território 
nacional, a diretoria colegiada da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) publicou, em 2005, a Resolução 
da Diretoria Colegiada (RDC) n° 283, que 
regulamenta e define normas de 
funcionamento para as ILPIs de caráter 
residencial e determina que as 
secretarias de saúde — estadual 
municipal e do Distrito Federal — devem 
implantar procedimentos para adoção 
do regulamento técnico, podendo 
adotar normas de caráter suplementar, 
com a finalidade de adequá-las às 
especificidades locais. 
Segundo a RDC 283/2005, as instituições 
de longa permanência para idosos 
devem promover aos seus residentes: 
• O exercício dos direitos humanos 
(civis, políticos, econômicos, sociais, 
culturais e individuais); 
• Garantir a identidade e a 
privacidade da pessoa idosa, 
assegurando um ambiente de respeito e 
dignidade; 
• Promover a integração das 
pessoas idosas que residem na 
instituição, nas atividades desenvolvidas 
pela comunidade local; 
• Garantir e incentivar as relações 
intergeracionais; 
• Promover a participação da família 
na atenção com a pessoa idosa 
residente; 
• Desenvolver ações que estimulem 
a pessoa idosa à manutenção de sua 
autonomia; 
• Promover condições de cultura e 
lazer as pessoas idosas; 
• Desenvolver palestras e eventos 
que possam combater a violência contra 
a pessoa idosa bem como a violação de 
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12 Marcela Oliveira – Medicina 2020 
seus direitos civis e contra a 
discriminação. 
- DISCUTIR SOBRE OS DIREITOS DOS IDOSOS 
(ESTATUTO DO IDOSO). 
O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) tem o 
objetivo de garantir os direitos à pessoa 
idosa, com idade igual ou superior a 60 
(sessenta) anos. 
Todas as pessoas devem proteger a 
dignidade da pessoa idosa e nenhuma 
pessoa idosa pode sofrer qualquer tipo de 
negligência, discriminação, violência, 
crueldade ou opressão, sendo que qualquer 
descumprimento aos direitos da pessoa 
idosa será punido por lei. O art. 3º do Estatuto 
do Idoso afirma que “é obrigação da família, 
da comunidade, da sociedade e do Poder 
Público, com absoluta prioridade, a 
efetivação do direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, à cultura, ao 
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à 
liberdade, à dignidade, ao respeito e à 
convivência familiar”. (...) § 2º Dentre os 
idosos, é assegurada prioridade especial aos 
maiores de oitenta anos, atendendo-se suas 
necessidades sempre preferencialmente em 
relação aos demais idosos. 
O respeito é essencial e extremamente 
importante dentro de qualquer 
relacionamento e, no universo da pessoa 
idosa, ser respeitado pode traduzir-se nas 
seguintes garantias: 
 I – Direito de envelhecer 
 II – Liberdade, respeito e dignidade. 
 III – Alimentos 
 IV – Saúde 
 V – Educação,cultura,esporte e lazer 
 VI – Exercício da atividade profissional 
e aposentar-se com dignidade 
 VII – Moradia digna 
 VIII – Transporte 
 IX – Política de atendimento por ações 
governamentais e não 
governamentais 
 X – Atendimento preferencial 
 XI – Acesso à justiça

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