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Fisiologia da adrenal glicocorticoides

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1 Ana Carolina De Alvarez MED103 
Fisiologia da adrenal: Glicocorticoides 
Cortisol 
O cortisol é secretado pela adrenal, principalmente na zona 
fasciculada, em resposta ao hormônio hipofisário (ACTH). 
Suas funções abordam a manutenção do equilíbrio e o 
preparo para situações de estresse. 
Funções do cortisol 
Ao passar por uma situação de estresse, o hipotálamo 
secreta o fator liberador de corticotropina, que estimula a 
adeno-hipófise a secretar ACTH, o qual terá atuação nas 
glândulas adrenais cujas células irão secretar cortisol – 
especificamente as células secretoras da zona fasciculada. 
Cortisol e o metabolismo dos carboidratos 
 
O objetivo principal do cortisol é se preparar durante o 
estresse. A ação do cortisol consiste no aumento da 
gliconeogênese hepática (o fígado produz carboidratos a 
partir de outras moléculas, como proteínas). Esse processo 
aumenta o metabolismo hepática. 
A gliconeogênese é feita por indução da transcrição de 
RNAm a fim de produzir enzimas para aumentar a 
gliconeogênese. Uma outra via desse processo consiste na 
mobilização de aminoácidos dos tecidos extra hepáticos, 
principalmente dos músculos, o que aumenta a concentração 
de aminoácidos no plasma para, então, estes serem 
sintetizados no fígado via gliconeogênese 
o cortisol atua na diminuição da utilização de glicose pela 
maior parte das células do organismo, sendo assim, apesar 
de estar havendo uma maior produção de glicose, há uma 
certa resistência à captação de glicose pelas células, exceto 
 
no fígado. Isso se deve pela redução da oxidação de NADH 
em NAD+, sendo esta última importante para a glicólise 
(diminuindo o processo de quebra da glicose). A 
consequência desses dois efeitos é o aumento da glicose 
sanguínea – efeito diabetogênico do cortisol (não causa a 
diabetes em si). Com o aumento da glicemia há um maior 
estímulo a liberação de insulina, porém, o cortisol impede a 
ação de captação de glicose pela insulina, reduzindo a 
sensibilidade das células musculares e dos adipócitos à insulina 
(isso ocorre sob altos índices de cortisol). 
Com a ação dos glicocorticoides sobre os lipídeos 
(quebrando as moléculas de gordura) há a formação de 
muito ácido graxo e glicerol. O aumento da concentração de 
ácido graxo prejudica a ação da insulina. A manutenção de 
altos níveis de cortisol, relativos ao estresse, prejudica os 
transportadores celulares de glicose (GLUT4), os quais 
funcionam a base de insulina. 
Cortisol e o metabolismo das proteínas 
 
o cortisol também utiliza essa via para a gliconeogênese – 
portanto, o cortisol é um hormônio lipolítico e proteolítico, 
que realiza catabolismo. Essa proteólise ocorre principalmente 
nos músculos. 
O cortisol provoca um aumento dos aminoácidos sanguíneos 
através do catabolismo em células extra-hepáticas 
(decorrentes da proteólise). Além disso, o cortisol ainda 
aumenta as concentrações plasmáticas e hepáticas de 
proteínas no fígado por meio do transporte de aminoácidos 
para as células hepáticas, matéria prima para a 
gliconeogênese e para a produção de enzimas hepáticas, 
necessárias para a síntese proteica. 
 Por outro lado, o cortisol reduz os depósitos de proteínas 
celulares (causa debilidade muscular), (exceto no fígado) 
decorrente da redução da síntese de proteínas juntamente 
com o aumento do catabolismo proteico em células extra-
hepáticas 
↓ reservas de aminoácidos: o cortisol “desvia” os aminoácidos 
para o fígado. Sendo assim, situações de estresse, quando 
contínuas, acarretam numa maior liberação de cortisol a fim 
de buscar manter um certo equilíbrio metabólico, porém 
com o aumento dos níveis de cortisol: há um aumento na 
glicose no sangue, na pressão arterial, resistência à insulina, 
no catabolismo de proteínas, porem causa uma diminuiçao 
de proteínas e musculatura. 
 
2 Ana Carolina De Alvarez MED103 
• Alteração do metabolismo de lipídeos, alteração no 
depósito de gordura 
• ganho do apetite, Alteração da libido e diminuição nos 
níveis de testosterona.. 
Cortisol e o metabolismo dos lipídeos 
 
O cortisol no metabolismo dos lipídeos aumenta a oxidação 
de ácidos graxos (a partir do catabolismo de lipídeos) a fim 
de gerar energia – poupando o uso da glicose nas células 
adiposas. Com isso há um aumento dos ácidos graxos livres. 
O alfa glicerofosfato é um derivado da glicose necessário 
para a deposição e manutenção do triglicerídeo nas células 
adiposas. A Sua falta gera uma quebra de gordura e 
liberação de ácidos graxos. 
Obesidade causada pelo excesso de 
cortisol 
•Sinais clínicos: Giba de Búfalo(gordura acumulada atrás do 
pescoço e ombros, formando quase que uma ``corcunda``) e 
face em lua cheia. 
•Pode resultar do estímulo excessivo à ingestão de 
alimentos e a gordura é gerada mais rapidamente em uns 
tecidos do que em outros. 
Cortisol e sua ação anti-inflamatória 
•Considerado o mais potente anti-inflamatório; 
•Age bloqueando os estágios iniciais do processo inflamatório 
e acelera a resolução do processo inflamatório 
.Como? 
Atua estabilizando no inicio de um processo inflamatório, 
a membrana de lisossomos, diinuindo a liberação de 
enzimas proteolíticas. Ele reduz a permemabilidade de 
capilares, diminuindo a perda liquida para o LEC, 
diminuindo o edema que foi causado pelo processo 
inflamatório. 
Reduz a liberação de interleucina I, gerando a redução da 
febre.; 
Diminui a formação de prostaglandina e leucotrieno, o que 
diminui a migração de leucócitos para o local – diferencia 
processo inflamatório de processo infeccioso (causa menos 
danos ao tecido); 
Reduz a fagocitose das células lesadas. 
Reduz a multiplicação dos linfócitos e, por conseguinte, 
diminui as reações teciduais 
 
Independente do mecanismo exato... ... Os efeitos danosos 
causados por estas doenças ao organismo do paciente, são 
causados pelo processo inflamatório. Alguns deles são: a 
febre reumática, glomerulonefrite e artrite reumatoide. 
Além disso, o cortisol atua sobre reações alérgicas, sobre o 
aumento da produção de hemácias, e também sobre a 
redução do número de eosinófilos e linfócitos no sangue 
(imunossupressão). 
Outros efeitos 
...•Reações alérgicas; 
•Reduz o número de eosinófilos e linfócitos no sangue 
(imunossupressão); 
•Aumento da produção de hemácias; 
Estresse:Trauma;Infecção; 
Calor ou frio intenso; 
Injeção de norepinefrina e outros simpático miméticos; 
Cirurgia; 
Restrição de movimento; 
Qualquer doença debilitante; 
Como o cortisol exerce seu efeito junto 
ao seu receptor? 
 
3 Ana Carolina De Alvarez MED103 
O cortisol se liga a um receptor citoplasmático, porém se 
solta deste para entrar no núcleo e, então, estimular a 
regulação da produção do cortisol, que é feita pelo ACTH 
(hipófise), o qual se liga a um receptor de membrana na 
adrenal ativando a adenilciclase, formando o AMPc. Este, por 
sua vez, atua como um segundo mensageiro, visto que é o 
AMPc quem ativa as enzimas importantes para a formação 
do cortisol – destaque para a enzima proteinocinase A, pois 
é esta quem fará a transformação do colesterol em 
pregnenolona. A partir da pregnenolona, diversas reações 
químicas acontecem para, enfim, formar o cortisol.

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