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Eduarda Michelin ATM2024.2 FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR O coração é responsável pelo bombeamento do sangue, pela circulação do líquido interno, através de um sistema fechado de vasos. Esse circuito unidirecional leva o sangue por uma rota específica e assegura a distribuição de gases, nutrientes, moléculas sinalizadoras e resíduos. Esse sistema, o sistema circulatório, é composto por um coração, vasos sanguíneos e sangue. VISÃO GERAL DO SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema circulatório é uma série de tubos (vasos sanguíneos) cheios de líquidos (sangue) conectados a uma bomba (coração). A pressão gerada no coração propele o sangue continuamente pelo sistema. O sangue captura o oxigênio nos pulmões e os nutrientes no intestino e, então, entrega essas substâncias para as células corporais ao mesmo tempo em que remove resíduos celulares e calor para serem excretados. O sistema circulatório também tem um importante papel na comunicação celular e na defesa contra invasores. O sistema circulatório transporta materiais por todo o corpo As substâncias transportadas pelo sistema circulatório podem ser nutrientes, águe e gases que entram no corpo a partir do ambiente externo; materiais que se movem de célula a célula no interior do corpo e resíduos que as células eliminam. Um fornecimento contínuo de oxigênio às células, por exemplo, é particularmente importante, uma vez que muitas células, quando privadas de oxigênio, sofrem danos irreparáveis em curto período de tempo. Os neurônios encefálicos possuem uma taxa elevada de consumo de oxigênio e não podem suprir suas necessidades metabólicas de ATP utilizando vias anaeróbias, as quais têm baixa produção de ATP/glicose. Devido à sensibilidade do encéfalo à hipóxia, o controle homeostático faz o possível manter o fluxo sanguíneo cerebral, mesmo que isso signifique privar outras células de oxigênio. Alguns produtos residuais são transportados até o fígado para serem processados antes que sejam excretados na urina e nas fezes. O sistema circulatório é constituído por coração, vasos sanguíneos e sangue Os vasos sanguíneos que carregam sangue adiante a partir do coração são chamados de artérias; os vasos sanguíneos que trazem sangue para o coração chamados de veias. Eduarda Michelin ATM2024.2 À medida que o sangue é transportado pelo sistema circulatório, um sistema de valvas no coração e nas veias assegura que o sangue flua em apenas um sentido – impedem que o sangue inverta o sentido do seu fluxo. Ambas as regiões do coração recebem sangue bem-oxigenado através de suas próprias artérias, mas, além disso, o sangue deixa o trato digestório e vai diretamente para o fígado pela veia porta do fígado. O fígado é um órgão importante de processamento de nutrientes e tem um papel principal na destoxificação de substâncias estranhas. A maioria dos nutrientes absorvidos no intestino é levada diretamente ao fígado, permitindo que este órgão processe o material antes de ele ser liberado na circulação geral. PRESSÃO, VOLUME, FLUXO E RESISTÊNCIA Líquidos e gases fluem por gradientes de pressão (ΔP) de regiões de alta pressão para regiões de baixa pressão. Por essa razão, o sangue pode fluir no sistema circulatório apenas se uma região desenvolver pressão mais elevada do que outra. O coração gera alta pressão quando se contrai. O sangue flui para fora do coração (a região de pressão mais alta) para o circuito fechado de vasos sanguíneos (uma região de menor pressão). Conforme o sangue se move pelo sistema, a pressão diminui, devido ao atrito entre o sangue e a parede dos vasos sanguíneos – devido à perda de energia gerada pelo atrito. Consequentemente, a pressão cai de forma contínua com o movimento do sangue para longe do coração. A pressão mais alta nos vasos do sistema circulatório é encontrada na aorta e nas artérias sistêmicas, as quais recebem sangue do ventrículo esquerdo. A pressão mais baixa ocorre nas veias cavas, imediatamente antes de desembocarem no átrio direito. A pressão do líquido em movimento diminui com o aumento da distância A pressão (mmHg) em um líquido é a força exercida pelo líquido no seu recipiente. Se o fluido não está se movendo, a pressão que ele exerce é chamada de pressão hidrostática, e a força exercida é igualmente em todas as direções. Em um sistema no qual o líquido está em movimento, a pressão cai com a distância à medida que a energia é perdida devido ao atrito. Além disso, a pressão exercida por um Eduarda Michelin ATM2024.2 líquido em movimento tem dois componentes: um dinâmico, que é o componente do movimento e que representa a energia cinética do sistema, e um componente lateral, que representa a pressão hidrostática (energia potencial) exercida sobre as paredes do sistema. A pressão nos líquidos pode mudar sem uma alteração no volume Se as paredes de um recipiente cheio de líquido se contraem, a pressão exercida sobre o líquido no recipiente aumenta. No coração humano, a contração dos ventrículos cheios de sangue é similar a apertar um balão com água: a pressão gerada pela contração do músculo ventricular é transferida para o sangue. O sangue sob alta pressão flui para fora do ventrículo, para os vasos sanguíneos, deslocando o sangue sob baixa pressão que já está nos vasos. A pressão criada dentro dos ventrículos é denominada pressão propulsora, pois é a força que impulsiona o sangue pelos vasos sanguíneos. Quando as paredes de um recipiente preenchido com líquido se expandem, a pressão exercida sobre o líquido diminui. Por isso, quando o coração relaxa e se expande, a pressão dentro das câmaras cheias de líquido cai. Variações na pressão também podem ocorrer nos vasos sanguíneos. Se os vasos sanguíneos dilatarem, a pressão dentro do sistema circulatório cai. Se os vasos sanguíneos contraírem, a pressão sanguínea no sistema aumenta. As mudanças no volume dos vasos sanguíneos e no coração são os principais fatores que influenciam a pressão sanguínea no sistema circulatório. O sangue flui de uma área de maior pressão para uma área de menor pressão O fluxo sanguíneo pelo sistema circulatório requer um gradiente de pressão. O fluxo pelo tubo é diretamente proporcional (α) ao gradiente de pressão (ΔP): Fluxo (Q) α ΔP em que ΔP = P1 – P2. Essa elação significa que quanto maior o gradiente de pressão, maior é o fluxo de líquido. Dois tubos idênticos podem apresentar pressões absolutas muito diferentes, mas o mesmo fluxo. Uma vez que a diferença de pressão é igual nos dois tubos, o fluxo é o mesmo. A resistência se opõe ao fluxo O sangue que flui pelos vasos sanguíneos gera atrito com a parede dos vasos e entre as próprias células do sangue. A tendência de o sistema circulatório se opor ao fluxo sanguíneo é denominada resistência ao fluxo. O fluxo sanguíneo também escolhe o caminho com menor resistência. Um aumento na resistência de um vaso sanguíneo resulta em redução do fluxo por ele. Fluxo α 1/R Assim, o fluxo é inversamente proporcional à resistência; se a resistência aumenta, o fluxo diminui; se a resistência diminui, o fluxo aumenta. A resistência é influenciada por três componentes: o raio do tubo (r), o comprimento do tubo (L) e a viscosidade (“espessura”) do líquido (η – eta). Esses Eduarda Michelin ATM2024.2 componentes podem ser relacionados na lei de Poiseuille: R = 8Lη/πr4 Como 8/π é uma constante, a equação pode ser reescrita da seguinte forma: R = Lη/r4 Essa expressão diz que (1) a resistência oferecida por um tubo ao fluxo do líquido aumenta quando o comprimento do tubo aumenta, (2) a resistência aumenta à medida que aumenta a viscosidade do líquido, mas (3) a resistência diminuiquando o raio do tubo aumenta. Uma pequena mudança no raio de um vaso sanguíneo terá um grande efeito na resistência desse vaso ao fluxo sanguíneo. Assim, como o fluxo é inversamente proporcional à resistência, o fluxo aumenta 16 vezes quando o raio duplica. A diminuição no diâmetro de um vaso sanguíneo é chamada de vasoconstrição. O aumento, de vasodilatação. A vasoconstrição diminui o fluxo sanguíneo pelo vaso e a vasodilatação o aumenta. Combinando as duas equações, de fluxo e resistência, obtém-se Fluxo (Q) = ΔP/R que indica que o fluxo sanguíneo no sistema circulatório é diretamente proporcional ao gradiente de pressão no sistema e inversamente proporcional à resistência do sistema ao fluxo. Se o gradiente de pressão permanece constante, então o fluxo varia inversamente à resistência. A velocidade de fluxo depende da taxa de fluxo e da área de secção transversal O fluxo geralmente significa a taxa de fluxo, que é o volume sanguíneo que passa em um dado ponto do sistema por unidade de tempo. Na circulação, o fluxo é expresso em litros por minuto (L/min) ou em mililitros por minuto (mL/min). A velocidade de fluxo é a distância que um dado volume sanguíneo percorre em um dado período de tempo. A velocidade de fluxo é uma medida de o quão rápido o sangue flui ao passar por um ponto. Em contrapartida, a taxa de fluxo mensura quanto sangue (volume) O quão significantes são o comprimento do tubo, a viscosidade do líquido e o raio do tubo para o fluxo sanguíneo em um indivíduo normal? O comprimento da circulação sistêmica é de terminado pela anatomia do sistema e é essencialmente constante. A viscosidade do sangue é determinada pela razão entre os eritrócitos e o plasma, bem como pela quantidade de proteínas plasmáticas. Em geral, a viscosidade é constante, e pequenas mudanças no comprimento ou na viscosidade causam poucos efeitos na resistência. Isso faz as mudanças no raio dos vasos sanguíneos serem a principal variável que afeta a resistência na circulação sistêmica. Eduarda Michelin ATM2024.2 passa por um ponto em um dado período de tempo. A relação entre a velocidade de fluxo (v), a taxa de fluxo (Q) e a área de secção transversal do tubo (A) é expressa pela equação v = Q/A que diz que a velocidade de fluxo por um tubo é igual à taxa de fluxo dividida pela área de secção transversal do tubo. Em um tubo com diâmetro fixo (e, portanto, uma área de secção transversal fixa), a velocidade de fluxo é diretamente relacionada à taxa de fluxo. Em um tubo com diâmetro variável, se a taxa de fluxo é constante, a velocidade de fluxo varia inversamente ao diâmetro. Em outras palavras, a velocidade é maior em partes mais estreitas e mais lenta em partes mais largas. O líquido flui mais rapidamente nas partes estreitas do que nas partes largas. Essa diferença de velocidade ocorre de modo a manter a mesma taxa de fluxo, ou seja, "a mesma quantidade de pessoas passando pela porta". O coração gera pressão quando se contrai e bombeia o sangue para o lado arterial da circulação. As artérias atuam como um reservatório de pressão durante a fase de relaxamento do coração, mantendo a pressão arterial média (PAM), que é a força impulsora do fluxo sanguíneo. A pressão arterial média é influenciada por dois parâmetros: o débito cardíaco (volume sanguíneo que o coração bombeia por minuto) e a resistência periférica (resistência dos vasos sanguíneos ao fluxo sanguíneo por eles): Pressão arterial média α débito cardíaco X resistência periférica As curvas de pressão-volume representam o ciclo cardíaco É importando lembrar que o fluxo sanguíneo vai de áreas de maior pressão para áreas de menor pressão. Quando o coração contrai, a pressão aumenta e o sangue flui para as áreas de menor pressão. O lado esquerdo do coração gera pressões mais elevadas do que o lado direito, o qual envia o sangue para a circulação pulmonar, que é mais curta. Quando a pressão no átrio ultrapassa a pressão do ventrículo, a valva mitral (AV esquerda), localizada entre o átrio e o ventrículo, abre-se. Assim, o sangue flui do átrio para o ventrículo, aumentando seu volume. À medida que o sangue entra, o ventrículo que está relaxando se expande para acomodar o sangue que está entrando. Consequentemente, o volume do ventrículo aumenta, porém a pressão do ventrículo aumenta muito pouco. A última etapa do enchimento ventricular é concluída pela contração atrial. O ventrículo agora contém o volume máximo de sangue que ele manterá durante este ciclo cardíaco. Como o enchimento máximo do ventrículo ocorre no final do relaxamento ventricular (diástole), este volume recebe o nome de volume diastólico final (VDF). Por exemplo, a porta aberta de uma sala de aula. O número de pessoas que passam pela porta em um minuto é a taxa de fluxo de pessoas. O quão rápido essas pessoas estão passando pela porta é a sua velocidade. Eduarda Michelin ATM2024.2 Quando a contração ventricular inicia, a valva mitral (AV) se fecha. Com as valvas AV e as válvulas semilunares fechadas, o sangue no interior do ventrículo não tem para onde ir. Entretanto, o ventrículo continua a se contrair, fazendo a pressão aumentar rapidamente durante a contração ventricular isovolumétrica. Quando a pressão no ventrículo ultrapassa a pressão na aorta, a valva da aorta se abre. A pressão continua a se elevar enquanto o ventrículo se contrai ainda mais, porém o volume ventricular diminui conforme o sangue é ejetado para a aorta. O coração não se esvazia completamente de sangue a cada contração ventricular. O volume sanguíneo deixado no ventrículo ao final da contração é chamado de volume sistólico final (VSF). O VSF é a menor quantidade de sangue que o ventrículo contém durante um ciclo cardíaco. Ao final de cada contração ventricular, o ventrículo começa a relaxar e a pressão diminui. Quando a pressão no ventrículo cai a valores inferiores aos da pressão na aorta, a válvula semilunar se fecha, e o ventrículo mais uma vez se torna uma câmara isolada. O restante do relaxamento ocorre sem alteração no volume sanguíneo e, portanto, essa fase é chamada de relaxamento isovolumétrico. Quando finalmente a pressão ventricular cai a níveis inferiores aos da pressão atrial, a valva AV esquerda (mitral) abre-se e o ciclo inicia novamente. O volume sistólico é o volume sanguíneo bombeado em uma contração Qual a finalidade de o sangue permanecer nos ventrículos ao final de cada contração? A finalidade é que o VSF proporciona uma margem de segurança, uma reserva. Com uma contração mais eficaz, o coração pode diminuir seu VSF, enviando mais sangue para os tecidos. Como muitos órgãos do corpo, o coração geralmente não trabalha “a todo vapor”. A quantidade de sangue (volume) bombeado por um ventrículo durante uma contração é chamada de volume sistólico. É medido em mililitros por batimento e pode ser calculado da seguinte forma: Volume sanguíneo antes da contração - volume sanguíneo após a contração = volume sistólico VDF - VSF = volume sistólico O volume sistólico não é constante e pode aumentar até 100 mL durante o exercício O débito cardíaco é uma medida do desempenho cardíaco Uma forma de avaliar a eficácia do coração como uma bomba é medir o débito cardíaco (DC), o volume sanguíneo ejetado pelo ventrículo esquerdo em um determinado período de tempo. Uma vez que todo o sangue que deixa o coração flui através dos tecidos, o débito cardíaco é um indicador do fluxo sanguíneo total do corpo. Entretanto, o débito cardíaco não nos informa Eduarda Michelin ATM2024.2 como o sangue é distribuído aos vários tecidos. O débito cardíaco (DC) pode ser calculado multiplicando-se a frequência cardíaca(batimentos por minuto) pelo volume sistólico (mL por batimento, ou por contração): Débito cardíaco (DC) = frequência cardíaca -volume sistólico A média do volume total de sangue é de aproximadamente 5 litros. Em geral, o débito cardíaco é o mesmo em ambos os ventrículos. Contudo, se por alguma razão um lado do coração começa a falhar e se torna incapaz de bombear de maneira eficiente, o débito cardíaco torna-se desigual. Alterações homeostáticas no débito cardíaco são provocadas por mudanças na frequência cardíaca, no volume sistólico ou em ambos. Múltiplos fatores influenciam o volume sistólico O débito sistólico, o volume sanguíneo bombeado por cada ventrículo em cada contração, está diretamente relacionado à força gerada pelo músculo cardíaco durante uma contração. Em geral, quando a força de contração aumenta, o volume sistólico aumenta. Volume sistólico e retorno venoso. O volume diastólico final é, em geral, determinado pelo retorno venoso, que é a quantidade de sangue que retorna ao coração pela circulação venosa. Três fatores afetam o retorno venoso: (1) a contração ou compressão das veias que levam o sangue para o coração (bomba do músculo esquelético), (2) a mudança na pressão no abdome e no tórax durante a respiração (a bomba respiratória) e (3) a inervação simpática das veias. A bomba do músculo esquelético é assim denominada devida às contrações do músculo esquelético que espremem as veias (particularmente nas pernas), comprimindo-as e empurrando o sangue em direção ao coração. Durante exercícios que envolvem os membros inferiores, o músculo esquelético ajuda a bombear o sangue de volta para o coração. Durante os períodos em que se está imóvel, sentado ou em pé, a bomba do músculo esquelético não auxilia no retorno venoso. A bomba respiratória é criada pelo movimento do tórax durante a inspiração. Como o tórax se expande e o diafragma se move em direção ao abdome, a cavidade torácica se amplia e desenvolve uma pressão subatmosférica. Essa baixa pressão diminui a pressão na veia cava inferior, que passa através do tórax, permitindo que mais sangue das veias abdominais entre na veia cava. A bomba respiratória é auxiliada pelo aumento da pressão exercida no lado de fora das veias abdominais quando o conteúdo abdominal é comprimido durante a inspiração. A combinação do aumento da pressão sobre as veias abdominais e da diminuição da pressão sobre as veias torácicas aumenta o retorno venoso durante a inspiração. A constrição das veias devida à atividade simpática é o terceiro fator que afeta o retorno venoso. Quando ocorre constrição das veias, seu volume diminui, empurrando mais sangue Eduarda Michelin ATM2024.2 para dentro do coração. Com um volume ventricular maior no início da próxima contração, o ventrículo contrai com mais força, enviando mais sangue para o lado arterial da circulação. Desse modo, a inervação simpática das veias permite que o corpo redistribua parte do sangue venoso para a parte arterial da circulação. A contratilidade é controlada pelos sistemas nervoso e endócrino Toda substância química que afeta a contratilidade é chamada de agente inotrópico, e sua influência é chamada de efeito inotrópico. Por exemplo, as catecolaminas adrenalina e noradrenalina e fármacos, como os digitálicos, aumentam a contratilidade e, portanto, possuem efeitos inotrópicos positivos. Substâncias químicas com efeito inotrópico negativo diminuem a contratilidade. O volume diastólico final e a pressão sanguínea arterial determinam a pós-carga Para ejetar sangue do ventrículo, o coração deve gerar força para deslocar o sangue para a aorta, empurrando-o ainda mais adiante. A carga combinada do sangue no ventrículo (o VDF) e da resistência durante a contração ventricular é chamada de pós-carga. O aumento da pós-carga é visto em várias situações patológicas, incluindo a pressão sanguínea arterial elevada e a perda da distensibilidade (complacência) da aorta. Para manter constante o volume sistólico quando a pós-carga aumenta, o ventrículo deve aumentar sua força de contração. Isso, então, aumenta a necessidade de oxigênio e de produção de ATP para o músculo cardíaco. Se o aumento da pós-carga se torna uma situação crônica, as células miocárdicas hipertrofiam, resultando em um aumento da espessura da parede ventricular. RESUMÃO: O sangue flui por gradiente de pressão (ΔP), da aorta e artérias com alta pressão para a veia cava e para as veias pulmonares com menor pressão. Em um sistema no qual um líquido está fluindo, a pressão diminui com a distância. A pressão gerada quando os ventrículos contraem é chamada de pressão propulsora do fluxo sanguíneo. A resistência de um líquido que flui através de um tubo aumenta com o aumento do seu comprimento, com o aumento da viscosidade (espessura) do líquido e com a diminuição do raio do tubo. Desses três fatores, o raio do tubo tem o maior efeito sobre a resistência. Se a resistência aumenta, a taxa de fluxo diminui. Se a resistência diminui, a taxa de fluxo aumenta. O fluxo de líquido através de um tubo é proporcional ao gradiente de pressão (ΔP). Um gradiente de pressão não é a mesma coisa que a pressão absoluta no sistema. A taxa de fluxo é o volume sanguíneo que passa em um ponto do sistema por unidade de tempo. Velocidade de fluxo é a distância que um volume sanguíneo percorre em um dado período de tempo. Em uma taxa de fluxo constante, a velocidade de fluxo em um tubo pequeno é mais rápida que a velocidade de fluxo em um tubo maior. Eduarda Michelin ATM2024.2 Um ciclo cardíaco contém um ciclo de contração e relaxamento. A sístole é a fase de contração; a diástole é a fase de relaxamento. A quantidade de sangue bombeado por um ventrículo durante uma contração é chamada de volume sistólico. Débito cardíaco é o volume sanguíneo bombeado por um ventrículo por unidade de tempo. O débito cardíaco é igual à frequência cardíaca vezes o volume sistólico. O débito cardíaco médio em repouso é 5 L/min. Alterações homeostáticas no débito cardíaco são produzidas por variações na frequência cardíaca, no volume sistólico, ou em ambos. A atividade parassimpática diminui a frequência cardíaca; a atividade simpática a aumenta. Eduarda Michelin ATM2024.2
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