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Caderno Direito Das Obrigações @catharinaorganiza

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1 
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
PROF. MAURICIO REQUIÃO 
introdução as obrigações 
 A obrigação é criada para que aconteça o adimplemento. Toda obrigação é 
encadeada em direção a esse adimplemento. Quando há esse pagamento, há a 
extinção das obrigações. 
Conceito: Mesmo dentro do direito, acaba-se usando a palavra 
“obrigação” no sentido do direito com sinônimo de “dever”, não 
são a mesma coisa e não é esse o sentido. A obrigação é um dever 
jurídico mas que se configura como uma relação jurídica de crédito 
e debito. Lembrando que, relação jurídica, é um dos tipos de efeito 
das situações jurídicas. 
 OBS: Não confundir o fato jurídico com a obrigação jurídica. Exemplo: o 
contrato é o fato jurídico, a obrigação é um efeito desse fato. 
 OBS2: Ser uma relação, significa que tem dois sujeitos e que esse efeito se da 
tanto na esfera de um, quanto na esfera de outro. 
 OBS3: Não há obrigações “nulas”, ate porque, uma obrigação esta no plano da 
eficácia sendo que, a nulidade esta no plano da validade. O que pode ser 
invalido é o fato que gerou uma obrigação. Exemplo: Num contrato, pode haver 
uma clausula nula, logo, a obrigação a nula, mas, a obrigação não pode ser, ela 
especificamente nula. 
 OBS4: Não se pode ser credor de si mesmo, devem haver pelo menos dois 
sujeitos obrigatoriamente. 
 Para ser credor/devedor se eu for incapaz? Sim. Exemplo: uma criança de 10 
anos é atropelada, ela vai virar credora da indeniza que lhe deve ser paga. 
Exemplo 2: Se uma criança, representada, celebra um contrato, o 
representante apenas representa, a obrigação é gerada no polo da criança. 
 Elementos da relação obrigacional: 
1. Critério subjetivo: Credor e devedor 
2. Critério objetivo: Prestação = aquilo que o devedor deve ao credor 
2.1 A prestação não é a coisa, a prestação é sempre uma conduta. 
Exemplo: digamos que eu me obrigue a dar o meu celular a alguém, a 
prestação é dar o celular e não o celular. 
2.2 É sempre um dar, um fazer, ou um não fazer. 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
2.3 Vai se exigir da prestação que ela também seja: licita, possível, 
determinada ou determinável e economicamente apreciável. 
2.3.1 Economicamente apreciável: Colocado por alguns autores; 
mas, vale a ressalva que, tudo que é economicamente 
apreciável esta dividido no direito civil entre os direitos das 
obrigações e o direito das coisas, mas, pode-se criar 
obrigações sem se pensar no valor econômico. Exemplo: 
quando um professor se compromete a dar uma palestra de 
graça, ele tem a obrigação de dar a palestra, de realizar o 
serviço, e o fato de não estar cobrando uma remuneração não 
significa que ele não possa ser economicamente apreciável, 
pois, o professor poderia cobrar. O fato de não estar 
monetarizado, não significa que não seja uma obrigação 
economicamente apreciável. 
2.3.2 Se acontece o inadimplemento, uma das consequências é 
justamente pedir uma indenização. Ainda que eu não de um 
valor economico naquela prestação, ela pode sim ser 
convertida em um valor. 
3. Elemento abstrato: Vinculo jurídico. O que regulamenta como se da a 
relação entre credor e devedor. Se essa divida não é cumprida o sujeito 
pode ser obrigado a cumprir, focando mais na responsabilidade. 
3.1 Teoria mista: reconhece tanto o dever quanto a responsabilidade. Na 
maioria das vezes a responsabilidade não vai ser implantada, pois, o 
normal é que as pessoas paguem, sem que precisem ser 
responsabilizadas. 
3.2 Dever: Schuld x Responsabilidade: Haftung 
4. A causa: colocado por alguns autores, que, para que se tenha a obrigação 
que exista uma causa que justifique a criação da obrigação. Há uma 
discussão se isso realmente caracteriza a obrigação e não, um critério geral 
do direito civil. 
5. OBS: Essa definição é muito estática e insuficiente. Pois, vale-se colocar que 
a obrigação começa a vincular os sujeitos mesmo antes dela existir e ela por 
vezes continua vinculando os sujeitos mesmo depois dela ser cumprida. É 
um processo, uma seria encadeada de atos que se deslocam para a extinção 
do adimplemento, mas, esses atos e essa relação entre os sujeitos, não se 
resume ao que seria a prestação. Se eu me brigo a te entregar um celular 
tal dia, mas, desse fato de eu ter me obrigado, surgem para mim e para 
você diversas outras obrigações/deveres por decorrência dessa obrigação. 
A partir disso, é que os autores distinguem alguns tipos diferentes de dever 
que surgem de uma obrigação. 
 Deveres das obrigações: 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
1. Obrigação principal: a prestação em si. 
2. Deveres secundários: Vinculado, ao principal. Exemplo: um contrato que 
tinha que pagar algo no dia X, e se não pagasse, acarretava uma multa de 
10%. O ato de pagar, é o principal e a multa é a secundaria. 
3. Deveres anexos/fiduciários/de boa fé: Esses deveres anexos decorrem 
basicamente da ideia do principio da boa fé objetiva, que vai atuar 
principalmente nos contratos, quando há o abuso de direitos, pois, não 
basta o contratante querer fazer o certo, ele tem que fazer, limitando a 
autonomia. 
3.1 A boa fé objetiva vai ter três funções: 
3.1.1 (I) Corretiva, de coibir uma relação abusiva, um abuso de 
direito; 
3.1.2 (II) Cânone hermeneutico-integrativo, ou seja, numa situação de 
interpretação/há duvidas ou ambiguidades sobre como essa 
obrigação deve ser interpretada, eu vou interpretar essa 
obrigação de uma maneira que melhor a aproxime da boa fé, 
como um guia interpretativo; 
3.1.3 (III) Supletiva, ou, criação de deveres jurídicos, 
que, vai servir justamente para criar esses 
deveres anexos. As obrigações criadas nessa 
situações, trabalha inserindo clausulas para que 
haja uma adequado desenvolvimento daquela 
obrigação. 
3.2 Exemplo: juros muito alto em um contrato, a boa fé 
objetiva vai atuar para retirar essa clausula. 
3.3 Nas condições de desigualdade que o mundo é, 
necessita-se dessa regulação da autonomia, para 
proteger os sujeitos de menor poder/entendimento na 
negociação dos contratos que celebra. Ela não esta 
necessariamente interferindo na autonomia, pois, se 
uma clausula esta sendo inserida/retirada é justamente 
porque o polo mais fraco, não tinha o conhecimento 
para ele mesmo faze-lo. 
4. Se eu não cumpro um desses deveres, eu ainda me 
caracterizo como inadimplente. Não se verifica se apenas a 
obrigação principal 
 
 
 
Boa fé subjetiva: algo 
situacional/psicológico. É uma 
analise do conhecimento da 
pessoa sobre a ação, 
acreditando estar agindo 
corretamente. 
Boa fé objetiva: é uma 
perspectiva que não nega a 
subjetiva, mas, ela busca um 
padrão adequado de conduta. 
Isso impacta que, para dizer que 
algo esta de acordo com a boa 
fe objetiva, não é suficiente a 
vontade a de agir do modo 
adequado, ela tem que ter 
agido de modo adequado. É 
uma analise se aquela ação 
atende a um padrão ideal de 
conduta. 
 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
deveres anexos 
 Classificação de Fernando Noronha: parte da classificação de Menezes 
Cordeiro; Derivam da boa fé objetiva. 
 Dever de informação: Os sujeitos que estão firmando a obrigação (os dois), 
tem o dever de fornecer pra o outro as informações necessárias para o bom 
desenvolvimento da obrigação. 
 OBS1: Os deveres podem surgir mesmo antes da obrigação existir ou, depois 
que a obrigação principal é cumprida. Exemplo1: eu compro um notebook e 
quando chego em casa percebo que ele não tem uma das características que eu 
preciso, mas, o vendedor me disse – de boa fe subjetiva – que tinha, ainda 
assim, o comportamento dele não atendeu a boa fe objetiva. Exemplo2: você 
compra um maquinário mais delicado, a informação sobre os cuidados desse 
objeto, integra o dever de obrigação. Essa obrigação já existe antesda 
obrigação ser criada, ainda nas “negociações preliminares”, que é quando o 
vendedor explica sobre o produto, já há essa obrigação do dever de 
informação. 
 Dever de cuidado: Os envolvidos na obrigação agir de modo a não causar dano 
ao outro, não so patrimonial. Exemplo: Um prédio, as vésperas de ser entregue 
pros moradores, mas, antes da entrega o prédio desaba; depois, descobre-se 
que a construtora não fez o estudo do solo. Não se esta colocado 
contratualmente mas é algo tão obvio de ser esperado, que não precisa estar – 
esperar que a construtora contrate o geólogo para fazer esse estudo é tao 
obvio, que não precisaria mesmo ser questionado pelos moradores na firmação 
do contrato –. Assim como, depois que a obrigação principal de se entregar o 
apartamento, ele ainda não deve ruir. 
 Dever de assistência: Tem um aspecto mais positivo = se exige ação do outro. 
Exemplo1: Voce comprou um carro ontem, e hoje a montadora o tira de linha, 
mas, embora ela possa parar no outro dia parar de fabricar o carro, ela não 
pode no outro dia simplesmente deixar de fabricar as peças desse carro. Voce 
não comprou um carro para usar so ate a primeira quebra de peças – porque 
não teria como substituir –; A montadora não é obrigada a produzir para 
sempre as peças do carro, mas, exige-se dela uma razoabilidade de um tempo 
para parar a produção. 
 Dever de lealdade: Tem um aspecto negativo = exige a inação. Exemplo1: Uma 
empresa entra em contato com alguém de publicidade e pede para a pessoa 
criar uma marca para empresa, mas, pede para a pessoa criar as logos e a 
empresa diz que se gostar compra; as logos são apresentadas e a empresa diz 
não gostar e não compra – perceba que não há nem contrato –. Mas, tempos 
depois a empresa passa a usar uma marca nova muito similar com as 
 
 
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apresentadas, para atender a boa fe, a empresa deveria não copiar a marca – 
deveria ter tido a inação de copiar –. 
 OBS2: Para se questionar se a obrigação foi cumprida, não se pode olhar so se a 
prestação principal for cumprida, mas também se os deveres anexos foram 
cumpridos. 
 OBS3: O descumprimento e deveres anexos implica um tipo de violamento que 
é a violação positiva do contrato. 
princípios 
Introdução: Os princípios assim como as clausulas gerais, se 
inserem no que a doutrina costuma chamar de norma de textura 
aberta, que, teriam os 3 tipos: conceitos indeterminados, 
clausulas gerais e os princípios. Eles se situam em planos 
diferentes, ao dizer isso, fica claro que não faz sentido a discussão 
da doutrina sobre o que certos artigos do código civil são, pois, 
como são de planos diferentes, pois, é um complementando o 
outro. Todos tem em comum que, pelo modo como são 
construídas, quando tem esses conteúdos, tem maior 
possibilidade de adaptação ao caso concreto, o Juiz em tese 
poderia alcançar uma decisão mais justa. 
Conceitos indeterminados: estão no plano da semântica, pode-se 
dizer que ele é uma palavra ou expressão dotado de alto grau de 
vagueza semântica, não é ambiguidade, entende-se o sentido mas 
se questiona o significado dessa palavra. 
Clausulas gerais: Por um lado ela traz os conceitos dos conceitos 
indeterminados, mas, a vagueza esta no suporte fático e no 
preceito. Exemplo: o CC diz que o contrato deve observar a boa fe 
objetiva, o código não diz qual a consequência se essa boa fe 
objetiva não for observada, e, nas próprias decisões extraem a 
importância disso. Para cada situação, a solução a ser dada vai ser 
diferente. 
Princípios: esse plano é do tipo normativo, ou seja, toda norma, 
ou é regra ou é principio. Traz princípios interpretativos. Exemplo: 
o principio da boa fé, entende-se que é algo essencial, que tem 
que ter em todos os contratos é essencial. Percebe-se que o 
conflito de regras se da no plano abstrato, uma vai excepcionar a 
outra ou anular a outra. Já o conflito entre princípios se da em 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
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concreto, pois, pode-se se ter no ordenamento princípios que 
defendem objetivos que, em situações concretas podem entrar em 
conflito. Exemplo: Boa fé e a autonomia, não são antagônicos, 
mas, nos casos concretos podem ser que surjam conflitos. Por isso 
que o conflito entre princípios não retira o outro no ordenamento, 
mas, naquele caso um se realiza mais (ideia de Alexxy) 
 OBS1: Muitos autores falam que essas normas de textura aberta permitem ao 
juiz um maior discricionariedade – Requião não concorda, pois acha que da 
uma ideia de um maior ativismo judicial do que ele deveria ter –. Exemplo1: 
quando eu descrevo que uma pessoa é alta, não há um pre acordo firmado que 
pessoa altas tem mais de 1m80cm, discute-se o que seria uma pessoa alta. 
Exemplo2: diversas vezes o código civil coloca que uma conduta é permitida em 
caso de urgência, mas o que seria uma urgência?; O legislador faz isso pois não 
seria possível que ele conseguisse prever todas as situações de urgência que 
permitiria a conduta. 
 Conceito determinado: quando a lei coloca o que é. 
 Principio da boa fé: já falou na aula passa = funções da boa fé, como se da no 
ordenamento... 
 Principio da autonomia da vontade/privada: A autonomia no campo das 
obrigações importa sobre tudo quando se fala de um tipo de obrigação – 
estudada em fontes – negocial, pois, elas são obrigações que o fato originário 
se relaciona com o próprio ato de vontade, e como há um ato de vontade 
envolvido, a autonomia tem um peso muito grande. 
1. Autonomia da vontade: Se fala da autonomia pensada no liberalismo 
clássico, do código napoleônico/pós revolução francesa, é uma ideia de que 
essa autonomia, ou seja, esse poder de auto gerenciamento, tem uma força 
que é uma força equiparável a própria ideia da lei, para se opor ao prévio 
poder absolutista, o que impacta que, ela deva sofrer nenhuma ou 
pouquíssimas restrições. O problema é que se parte de uma premissa que 
todo mundo é igual, logo, não há vantagem um sobre o outro, se essas 
pessoas são iguais, o que é pactuado não cabe presença do Estado; mas 
essa premissa é muito falsa, ate porque esse código foi pensado por 
burgueses, que não levavam em conta os mais pobres, que obviamente não 
eram iguais a eles; Com o passar o tempo, o pensar no bem estar social, 
percebe-se que essa liberdade exagerada fomenta as desigualdades, 
gerando situações absurdas. 
2. Autonomia privada: É uma autonomia que também encontra limites na lei, 
que tem que coexistir com outros princípios, não existe o “o contrato faz lei 
entra as partes”; o contrato vincula sim, mas ele é limitado por outros 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
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princípios, ou seja, deve-se ser observado também, por exemplo, em que 
condição esse contrato foi firmado. 
 Principio da função social: Art 421 do cc, que nesse momento esta modificado 
por uma MP 881 que esta para caducar essa semana (13/8/2019), que nem 
deveria estar sendo tratada pelo MP. A principio, a função social trabalha na 
perspectiva que a obrigação não tem que ser boa so para os sujeitos, mas para 
a comunidade, ou seja, não pode ser um ato nocivo a terceiros. Exemplo: é por 
isso que se proíbe por exemplo o cartel de postos de gasolina, que é ótimo pros 
donos de posto, mas é péssimo para os usuários. OBS: A MP coloca que o que 
deveria prevalecer era a autonomia em detrimento da função social. 
 
 
fonte das obrigações + direito das obrigações x direito das 
coisas 
Direito Romano: Divisão em delictos e contratos. Mas, logo 
percebeu-se que tinham obrigações que não eram encaixadas 
como contrato e nem como delito, então, eles criam a categoria 
do “Varia causarum figurae”, que era uma classificação por 
exclusão, o que não se encaixava nem como contrato e nem como 
delictum, por exemplo, a gestão de negócios (que é quandouma 
pessoa sem autorização da outra busca gerir interesses desse 
sujeito). Depois eles criam a figura do “quase” para o delito e para 
o contrato: “quasi ex contrato” (algo derivado da vontade que 
não era contrato) e o “quase ex delicto” (distinção entre ilícito 
doloso e ilícito culposo). 
Código de napoleão: Se recepciona as fontes do direito romano, e 
se acrescenta a ideia da lei como fonte direta/imediata, para 
representar as situações em que a obrigação decorre diretamente 
de uma obrigação legal, exemplo: pensão alimentícia (não é um 
contrato e nem um delito, mas a lei cria essa obrigação). 
Direito civil Brasileiro: Não há uma determinação legal, é tudo 
posição doutrinaria. Fernando de Noronha diz que o simples fato 
de existir uma lei não cria obrigação a ninguém, o que gera as 
obrigações são os fatos jurídicos dos mais diversos, mas isso não 
quer dizer que todo fato jurídico gera uma obrigação, mas toda 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
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obrigação é originada de um fato jurídico, logo, faz mais sentido 
ter uma classificação em: obrigações negociais (todas que envolva 
vontade. Exemplo: contrato, gestão de negocio, promessa de 
recompensa), obrigações relacionadas com a responsabilidade 
civil (atos lícitos que geram o dever de indenizar – ato fato 
indenizativo – ) e as obrigações derivadas de enriquecimento sem 
causa (para que o sujeito tenha um ganho patrimonial, tem que 
ter uma causa. Quando não há essa causa, surge a obrigação de 
devolver o que recebeu. Exemplo: quando alguém deposita na 
conta errada, logo, houve o enriquecimento sem causa, logo, 
surge a obrigação de devolver o dinheiro ao dono). 
 
Direito das obrigações x direito das coisas: O direito civil trata muito sobre 
o patrimônio, e todas as regulamentações são pelo direito das obrigações 
ou pelo direito das coisas, ou seja, mesmo que seja algo de outro ramo do 
direito civil, a regulamentação no fim das contas sempre acaba sendo 
das coisas ou das obrigações. Exemplo: Pagamento de pensão é 
direito de família mas é regulamentado pelo direito das obrigações; 
A sucessão, é regulamentado pelo direito das sucessões mas acaba 
sendo regulamentado pelo direito das coisas. 
Direito das coisas: Perspectiva estática, pois ele diz quem é o 
proprietário/possuidor. 
Direito das obrigações: Relação dinâmica, de credito e debito, 
transmitindo algo. 
 Distinções 
1. Quanto ao objeto: 
1.1 Direito das Obrigações: Prestação, sempre vai ser a questão de uma 
conduta, que um deve ao outro. 
1.2 Direito das coisas: Domínio de alguém sobre algo, o status dele sobre a 
coisa (ser proprietário, ser possuidor...) 
2. Quanto ao sujeito: 
2.1 Direito das Obrigações: tem pelo menos dois sujeitos, se objeto é um 
credito, não tem como tem uma obrigação sem um devedor e um credor. 
2.2 Direitos reais: O status de proprietário não tem sentido de se falar de uma 
situação jurídica, mas, há uma posição doutrinaria que o polo ativo é o 
dono, e a coletividade o polo passivo, pois existe um dever geral de 
 
O direito das coisas são os 
direitos reais + a posse. 
 
 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
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abstenção. (Requiao cre ser uma relação unisubjetiva, do sujeito ter a posse 
do objeto). 
3. Quanto a formação 
3.1 Direito das Obrigações: a formação é muito mais livre, ate mesmo pela 
precisao do código do negocio atípico, o que significa que dentro dos 
limites da lei pode se pensar em qualquer figura contratual que não esteja 
prevista em lei mas que vai gerar obrigações. 
3.2 Direito das coisas: depende de formação legal previa, não se pode inventar 
um direito das coisas, tem que se trabalhar nas categorias que o legislador 
criou, como por exemplo os modos de aquisição de propriedade. 
 
 
4. Quando a duração 
4.1 Direito das obrigações: é criada para que seja adimplida, quando ela é 
cumprida, ela em regra é extinta. Ela tem um caráter iminentemente 
transitório, em regra, pois, ela dura ate que o credito seja satisfeito. Isso 
não é absoluto pois podem haver algumas configurações que são mais 
duradouras, como por exemplo dois vizinhos que faze um acordo de não 
levantar muro entre suas propriedades – obrigação de não fazer – , mas, 
esse não fazer não é agora, eles se comprometem ao nunca levantar o 
muro, logo, eles estão sempre cumprindo a obrigação. 
4.2 Direito das coisas: tente a se prolongas no tempo. Exemplo: eu sou 
proprietário desse notebook ate quando eu quiser, ate que eu decida jogar 
fora, vender... enquanto isso não acontecer, eu sou o dono. Podem ser 
temporária também em situações como usufruto, onde se determina o 
tempo que o usufruto dura. 
5. Quanto ao exercício 
5.1 Direito das obrigações: Para que eu possa exercitar o meu direito 
obrigacional eu preciso necessariamente do outro, só satisfaço meu direito 
do credito com a cooperação do outro. Em regra geral, quando eu exerço 
meu direito de credito, fazendo com que o devedor me pague, esse 
exercício do meu direito tem por consequência a extinção do meu direito. 
5.2 Direito das coisas: Para que eu continue sendo proprietário, eu não preciso 
de conduta de ninguém, no máximo esse dever geral de abstenção – para 
não causar dano ao meu objeto –. O exercício do direito não tende a 
extinguir esse direito, se eu uso por exemplo meu notebook todo dia, eu 
não estou me tornando menos dono. OBS: O não exercício do direito pode 
ate prejudicar, como por exemplo no uso capião. 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
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 Pontos de contato: Figuras em que há uma regulamentação tanto pelo direito 
das obrigações, tanto pelo direito das coisas. No dia a dia, varias vezes nos 
vamos ter situações em que se passa pelos dois ramos. Exemplo: eu sou dona 
desse notebook (direito das coisas) e eu resolve vender a alguém, afzendo um 
contrato de compra e venda (direito das obrigaçoes), quando eu entrego o bem 
já é direito das coisas, ISSO NÃO É UMA RELAÇÃO HIBRIDA, cada fato é algo 
diferente. 
1. Obrigação “propter rem”: Ou em razão da coisa. Normalmente, a 
situação obrigacional vai surgir entre a relação de um sujeito e o 
outro, mas, aqui, essa relação surge da condição do sujeito de ser 
proprietário de algo. Se eu sou dono de algo surge pra mim o 
dever de pagar, exemplo: pagar o condomínio, você so deve o 
condomínio porque você é o proprietário. 
2. Obrigações com eficácia real: Em virtude de eu ser proprietário, 
surge pra mim um direito real. Exemplo: se eu sou locatário – que 
me coloca numa relação obrigacional de pagar o aluguel – e 
durante a locação o locatário decidir vende ro bem, surge para 
mim o direito de preferencia, onde, o proprietário tem que 
primeiro oferecer a mim o imóvel, se eu me disponho a pagar 
o valor ofertado pelo proprietário como qualquer terceiro, eu 
tenho o direito de comprar, pois, se o proprietário vende e 
não me avisa, eu posso depositar o valor, e fazer com que o 
imóvel venha pra mim (direito de sequela). É um direito real 
que surge de uma situação obrigacional. 
3. Direitos reais de garantia: São direitos reais , porem, so 
existem como garantia numa relação obrigacional. Exemplos: 
penhor, hipoteca e anticrese. 
3.1 Penhor: se um bem foi dado em penhor, como garantia 
real de uma obrigação, não quer dizer que ele foi penhorado, ele foi 
empenhado. O bem que é colocado como garantia, não for paga a 
obrigação, o bem que foi hipotecado vai ser vendido para pagar a divida. É 
um bem móvel entregue ao credor e o credor fica com aquele bem ate que 
a divida seja paga. 
3.2 Hipoteca: É igual ao penhor, mas tem um sistema registral que faz com que 
não precise haver a entrega do bem. Voce registra que o bem esta 
hipotecado para garantir o pagamento da divida. Exemplo: quando se 
hipoteca a casa, é uma garantia real, mas você não entrega logo a casa, se 
vocênão paga a divida é que a casa vai ser vendida. 
 
Direito de sequela: surge 
direito de ir atrás de algo 
que é seu. Na relação 
obrigacional não tem essa 
ideia. 
 
 
Super garantias: alienação 
fiduciária em garantia, que o bem 
não fica em nome do devedor. 
Exemplo: na compra de um imóvel 
eu não tenho o dinheiro e peço um 
financiamento/consorcio no banco, 
então, o banco te fornece esse 
valor mas, ate você terminar de 
pagar, o imóvel fica em nome do 
banco. 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
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3.3 Anticrese: É a que da mais trabalho ao 
credor, logo é a menos utilizada. Só se da 
sobre imóvel, que é colocado como 
anticrese, se, dentro do prazo o devedor 
não pagar, o credor vai poder administrar 
esse imóvel para que a partir desse imóvel, 
obtenha lucro e pague a divida. Exemplo: 
meu apartamento é colocado como 
garantia anticrética, se eu não pago a 
divida, o credor pode alugar meu 
apartamento para que com esse dinheiro 
pague a minha divida. 
 
 
classificação das obrigações 
 Quanto ao objeto 
Dar, fazer, não fazer: Leva em conta a natureza do 
objeto. Analise que tipo de conduta é que tem que ser realizada. 
Obrigação de dar: entrega da coisa. 
Obrigação de fazer: ação, uma conduta ativa. 
Obrigação de não fazer: a conduta envolve uma inação, a pessoa tem que não 
realizar determinada coisa. Exemplo: dois vizinhos que se obrigam a não 
construir um muro entre seus terrenos. 
Simples, cumulativa, alternativa: Quantidade de prestação. 
Simples: uma prestação. Exemplo: entrega do notebook. 
Cumulativa: Duas ou mais em que todas tem que ser cumpridas (cumprir mais de 
uma prestação). Exemplo: entrega do notebook e do celular. 
Alternativa: mais de uma prestação possível, mas elas se colocam como opções. 
Pode ser cumulativa e alternativa. Funciona igual a simples, mas é mais de uma 
prestação, não é regulada especificamente, é a mesma da simples. Exemplo: eu 
tenho a opção de dar o celular, a carteira e o notebook, mas, só tenho que 
entregar duas prestações, então eu posso escolher duas, das três prestações. 
 
ONUS REAIS: Quando se distingue da “propter rem” é 
porque nela, você paga a obrigação como condição 
para o gozo da coisa, já aquilo que é colocado como 
ônus reais, os autores costuma dizer que a obrigação 
que é pago se retorna como um beneficio para a 
coletividade, como por exemplo o pagamento dos 
impostos derivados da propriedade, como o IPTU. O 
dever obrigacional acompanha quem for proprietário, 
ou seja, se surgiu m debito obrigacional em função de 
eu ser proprietário e eu transmito meu bem para o 
terceiro, é o terceiro quem deve agora. Na obrigação 
propter rem, as dividas antigas so podem ser exigidas 
de mim. Essa distinção acaba por perder o sentido 
pois na situação do condomínio, se eu vendo o imóvel, 
o novo dono é quem deve o IPTU e o condomínio, 
mesmo que o novo dono possa cobrar depois do 
antigo proprietário. Em razão de eu ser proprietário 
surge para mim a obrigação de pagar. 
 
 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
Divisíveis e indivisíveis: Divisibilidade da prestação. Como por exemplo uma obrigação 
que se deve 500 reais, é divisível porque pode ser parcelado. Quando a obrigação é 
indivisível, a obrigação não pode ser cumprida de modo fracionado, como por 
exemplo, quando eu devo um celular, ele não pode ser fracionado. 
Divisível: o pagamento pode ser fracionado. 
Indivisível: não pode ser fracionado. Exemplo: computador. 
OBS: Mesmo a coisa sendo divisível, a obrigação pode ser indivisível. 
 Quanto aos sujeitos 
Unicas e múltiplas: 
Único: Um único credor e um devedor. UM sujeito em cada polo. 
Múltiplo: Mais de um credor ou mais de um devedor, ou os dois. 
OBS: A obrigação ser múltipla é pressuposto para que ela possa ser solidaria. Mas nem 
toda múltipla é solidaria, não há reciprocidade. Ou seja, não tem como ter uma 
obrigação solidaria se eu tiver multiplicidade de sujeitos, mas, nem toda obrigação que 
é múltipla é solidaria. 
Solidarias: Toda obrigação solidaria é múltipla. Se muda o modo como se regulamenta 
a relação entre os sujeitos do mesmo polo, posso ter credores ou devedores solidários. 
Normalmente, se eu tenho uma obrigação que não é solidaria, cada um só vai arcar 
com a sua parte. Exemplo: se duas pessoas me devem 1000 reais, cada uma me deve 
500, mas, se elas são solidarias, eu posso exigir os 1000 de qualquer um dos dois. Do 
mesmo modo que, eu poderia dever 100 reais a 2 pessoas, e eu poderia pagar 100 
reais integralmente a qualquer dos dois. 
A solidariedade muda a estrutura da obrigação, se eu tenho devedores solidários, o 
todo poderá ser exigido de qualquer um deles, e, se são credores solidários qualquer 
um deles pode exigir o todo. 
NÃO CONFUNDIR COM DIVISIBILIDADE. Se uma prestação é indivisível, o credor pode 
exigir dos devedores a integralidade do debito, não porque eles devem tudo e sim 
porque a prestação não se da de outro jeito. 
 Quanto a liquidez 
Liquidas e ilíquidas: Diz respeito a se o conteúdo dessa prestação, se ele já está 
definido, ou se a sua definição depende de algum ato posterior. 
Liquidas: Já esta definido o conteúdo da prestação. Exemplo: se alguém me deve 
um computador, a prestação é um computador. 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
Iliquidas: Não esta definido. Exemplo: quando um motorista atropela um 
pedestre, surge ao motorista o dever de indenizar o pedestre. O atropelado 
quebra a perna e acaba tendo o ônus da cirurgia, do remédio e da fisioterapia, 
mas, ele não sabe se vai precisar de outra cirurgia, por quanto tempo vai tomar o 
remédio e fazer a fisioterapia. No processo indenizatório, vai ser colocado as 
prestações liquidas, que é o que ele já gastou, e, já cobre os gastos que podem 
ocorrer ainda em detrimento do atropelamento, são essas as prestações 
ilíquidas, logo, ainda não se sabe o todo das consequências, logo, o motorista vai 
ficar obrigado a cobrir esses futuros gastos. 
OBS: Observe que essa obrigação ilíquida é transitória, ate porque, uma hora o sujeito 
vai ter que liquidar a divida, no caso do exemplo, uma hora acabarão os gastos do 
atropelado. 
 Quanto ao conteúdo do adimplemento: O que precisa acontecer para dizer 
que a obrigação foi cumprida. Quando se cria uma obrigação, há um interesse 
em algum bem da vida que você quer. 
Meio e resultado 
Resultado: So vou dizer que houve o adimplemento se o resultado pretendido for 
atingido. Exemplo: numa compra e venda, eu tenho que ter entregado a coisa. 
Meio: A verificação do adimplemento não passa pela analise se o resultado foi 
alcançado, apesar de que, obviamente, os sujeito tem o objetivo que se adimpla. 
Mas, o devedor tem que ter tentado alcançar o resultado. Exemplo: O mais 
comum são as que envolvem um advogado e um medico, nessas situações, o 
cliente/paciente, os profissionais tentam ter êxito no que lhes é obrigado, mas 
não há a garantia de que eles vão conseguir cumprir, seja ganhar a causa ou 
salvar a vida. O adimplemento escapa muito do devedor, pois há elementos 
externos que ele não pode controlar. 
OBS: Em caso de cirurgias estéticas embelezadoras, há uma discussão se é de meio ou 
de resultado. Requião vê que continua sendo de meio. 
OBS2: Se o medico promete, e não cumpre, há o inadimplemento do dever anexo de 
informação. 
OBS3: Pode ter inadimplemento, se o profissional não alcança o resultado porque erra, 
houve o inadimplemento. 
OBS4: O sujeito, como medico ou advogado, não pode se obrigar a ter uma obrigação 
de resultado. 
 Quanto a eficácia 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
Simples, condicional, modal e a termo: Se há algo modificando a eficácia da obrigação. 
Simples: Se não há nada modificando a eficácia, no momento que elasurge, o 
devedor já tem que pagar. Exemplo: no momento que eu atropelo alguém, surge 
a obrigação de pagar. 
Condicional: Condição. 
Modal: Encargo. 
Termo: a obrigação será exigível em relação ao termo definido. 
 Reciprocamente consideradas 
Principal e acessória: Se a obrigação é independente ou se é vinculado a obrigação 
principal. Exemplo: a obrigação do fiador é sempre acessória. 
Principal: Não depende. 
Acessória: Depende. 
 Quanto a exigibilidades 
Civil e Natural: 
Civil: Há tanto o dever quanto a responsabilidade. Exemplo: o ordenamento diz 
que a divida existe e que se você não pagar, você vai ser responsabilizado. 
Natural: O ordenamento reconhece o dever mas não reconhece a 
responsabilidade. O ordenamento reconhece a divida, mas, também diz que se o 
devedor não a cumprir voluntariamente, credor não vai poder exigir. Exemplo: 
Divida de jogo e aposta, se o sujeito paga, o ordenamento entende que não é 
uma doação e sim o pagamento da divida. Mas, uma vez que ela não paga, o 
sujeito não vai poder exigir judicialmente. EXEMPLO2: Divida prescrita, nela, ela 
continua existindo mas não é mais exigível (há discussão se é natural pois 
deveras a obrigação nasce com responsabilidade e prescreve) 
OBS 1 - Prescrição: A divida continua existindo mas você não pode mais exigi-la. 
 EXERCICIOS → Todas essas classificações são aplicadas nas obrigações. 
ATIVIDADES 2019.2 ↓ 
EXERCICIO 1: Um sujeito, celebrou com outro um contrato de compra e venda, onde o 
comprador se obrigou a pagar 1000 reais em 30 dias. 
RESPOSTA: Obrigação de dar + Simples + Divisível + Único + Liquido + Resultado + 
Simples + Principal + Civil. 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
EXERCICIO 2: Um musico se obrigou a fazer um show caso o Vitoria não seja rebaixado 
para a serie C. 
RESPOSTA: De fazer + Simples + Indivisível + Única + Liquida + Resultado + Condicional 
+ Principal + Civil 
ATIVIDADES 2020.1 T4A E T4AEXTRA ↓ 
EXERCICIO 4: Joao se obrigou a dar para Carla, seu veiculo ABC123 ou pagar 50 mil 
reais. 
EXERCICIO 5: Gustavo apostou com Marcio que se o Vitoria for campeão brasileiro da 
serie A, lhe pagara um milhão de reais. 
EXERCICIO 6: Fernando, advogado, foi contratado para dar um parecer sobre 
determinado caso. 
EXERCICIO 7: Criou-se uma obrigação em que Joana e Claudia ficaram obrigadas a 
pagar 400 reais , podendo o credor exigir o valor integral de qualquer uma delas. 
 
 Obrigação de dar coisa certa: Ainda é uma das classificações mas será mais 
aprofundado. Veja que essa classificação é uma possível das obrigações de 
DAR. 
Noçoes gerais: A coisa já está determinada em concreto, ou seja, eu não estou falando 
de um tipo/espécie/gênero de coisa, mas especificamente daquela coisa que tem que 
ser entregue. Há um interesse que seja aquela coisa, não uma similar da mesma 
espécie. Ex: o SEU imóvel, o SEU automóvel quando estão a venda, são aquelas coisas, 
com aquelas características, como por exemplo quando você esta vendendo o SEU 
carro, ele tem um placa especifica, cor, características que só o seu carro tem...; Já na 
coisa incerta, a coisa esta determinada pelo gênero e quantidade. 
A regra geral é que os acessórias acompanham o principal. NÃO CONFUNDIR COM 
PERTENÇA! 
Se você faz um contrato sobre uma coisa certa e nela há mudanças, seja para melhor 
ou para pior, há uma influencia na obrigação, por isso, o código vai regulamentar. 
Espécies: 
Obrigação de dar coisa certa propriamente dita: Em regra o dono da coisa é o 
devedor, ou, ainda que o devedor não seja o dono da coisa certamente, o 
devedor não é o dono. Em regra também, esse dar do dono da coisa implica em 
uma transferência de propriedade. Ex: na compra e venda, quem vende, é o 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
devedor da entrega da coisa, perceba que ao entregar a casa eu tenho que 
transferir a propriedade para o credor (que vira a ser o novo dono). 
Obrigação de restituir: Normalmente, o dono da coisa é o credor. A coisa esta 
sendo devolvida para o sujeito que é o dono. Ex: eu te empresto meu notebook e 
agora você vai me devolver, se meu notebook esta com você, você é o devedor 
de entregar o notebook. 
Quando essa coisa se perdeu ou se deteriorou por culpa do devedor, se o sujeito 
teve culpa quem vai arcar com o prejuízo é ele. Mas, pode ser que a coisa tenha 
sofrido um dano mas não tenha sito culpa de nenhum dos envolvidos na 
situação, quem fica com o prejuízo é o dono. 
Se o devedor foi culpado -> ele quem arca. 
Se não foi culpa de ninguém -> o dono fica com o prejuízo. 
Perda e deterioração: Depende de qual espécie de obrigação de dar coisa certa se 
tem. 
PERDA: Cenário em que a coisa não esta mais disponível para realizar o pagamento – a 
coisa se impossibilitou – , algo que foi destruído completamente. Ex: se o sujeito tinha se 
obrigado a dar o carro e ele foi roubado; se há um acidente que gerou perda total no 
carro. Não há mais como cumprir com a obrigação. 
Perda propriamente dita: art 234 
SEM CULPA: Se eu tinha a obrigação de dar coisa certa e antes de 
cumprir, ou em caso de condição suspensiva, a coisa se perde, a 
obrigação se resolve. Eu não vou entregar minha prestação, e nem 
receberei nenhuma, logo, não acontecera nada comigo, não há 
responsabilização. Mas é obvio que se o credor já tinha me pagado eu 
irei devolver o dinheiro, se não, configuraria enriquecimento ilícito. 
COM CULPA: Há a devolução do valor pecuniário da coisa que se perdeu 
+ perdas e danos. É uma indenização que vai ser paga pelo prejuízo que a 
pessoa sofreu com o inadimplemento. Qualquer prejuízo de não ter 
entregue a coisa surgir pro sujeito, o devedor da obrigação de dar vai ter 
que arcar. Exemplo: eu compro um carro e o vendedor diz que vai me 
entregar o carro em uma semana, acreditando nisso, eu vendo meu 
carro mas, antes disso, o vendedor, alcoolizado, bate o carro que eu comprei, eu ficaria 
sem carro, assim, o vendedor deverá me pagar o valor do carro que eu já paguei + 
perdas e danos caso eu precise alugar um carro. 
 
Art. 234. Se, no caso do artigo 
antecedente, a coisa se perder, 
sem culpa do devedor, antes da 
tradição, ou pendente a 
condição suspensiva, fica 
resolvida a obrigação para 
ambas as partes; se a perda 
resultar de culpa do devedor, 
responderá este pelo 
equivalente e mais perdas e 
danos. 
 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
Perda com obrigação de restituir: art 238 e 239 
SEM CULPA: Se alguém esta com algo que é seu na mão dele, 
e essa coisa se perde sem culpa, a regra geral é que ele não 
tem que me dar uma nova. Se não tem culpa, quem fica com 
o prejuízo é dono. Mas, se, houver direitos que o credor tenha 
a exigir ate o dia da perda, esses direitos continuam a ser 
exigidos. Exemplo: alugo me carro por 150 reais a diária por 
tempo indeterminado, passaram 4 dias e o carro foi roubado, 
nesse caso, embora a pessoa não tenha que me entregar o 
novo carro, eu ainda posso exigir os 600 reais do aluguel. 
COM CULPA: É a mesma solução da de dar coisa certa = o 
credor vai pagar o valor da coisa + perdas e danos. Via de 
regra acontece o pagamento do valor correspondente da coisa, mas 
também pode ser uma coisa igual, depende muito do que seja. Se for por 
exemplo um celular que já estava usado, na pratica vai ser preferível 
Deterioração: Situação que a coisa sofreu um dano e diminuiu o seu valor, 
mas, a coisa continua lá. Ao contrario da perda, continua sendo possível 
entregar a coisa, mesmo que defeituosa. 
Deterioriação Propriamente dita: art 235 e 236 
SEM CULPA: Não tem perdas e danos, pode-se: 
(I) Resolver a obrigação 
(II) Aceitar a coisa no estado em que se encontra abatendo o valor 
do dano que sofreu. Exemplo: a pessoavendeu o celular e 
ainda não entregou o celular, antes da entrega, um terceiro 
esbarra, o celular cai e a tela rachada, nesse caso o credor e 
ele tem duas opções: não querer mais o celular ou ter um 
desconto pelo dano da tela. Esse desconto não é uma 
indenização/perdas e danos, se esta equilibrando a obrigação. 
Exemplo1: Vendi um celular e um terceiro derrubou o celular e trincou a tela. Houve 
uma deterioração sem culpa. Assim, o credor tem a opção que ele já tinha na perda, 
que é resolver a obrigação ou, receber o celular como esta e paga um valor menor. 
VEJA QUE NÃO É UMA INDENIZAÇÃO, é um equilibro do valor pela deterioração. 
Observe que ainda que essa deterioração me causasse um prejuízo, como por 
exemplo, se fosse um carro que bateu, o carro ainda existe e esta deteriorado, mas eu 
vou ter que botar para consertar, esse valor do conserto será descontado do valor do 
carro, mas, se eu tivesse que ficar andando de uber porque o carro esta na oficina, eu 
NÃO poderia exigir nada do devedor pois ele não teve CULPA. 
 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir 
coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, 
se perder antes da tradição, sofrerá o 
credor a perda, e a obrigação se 
resolverá, ressalvados os seus 
direitos até o dia da perda. 
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa 
do devedor, responderá este pelo 
equivalente, mais perdas e danos. 
 
 
Art. 235. Deteriorada a coisa, 
não sendo o devedor culpado, 
poderá o credor resolver a 
obrigação, ou aceitar a coisa, 
abatido de seu 
preço o valor que perdeu. 
Art. 236. Sendo culpado o 
devedor, poderá o credor 
exigir o equivalente, ou aceitar 
a coisa 
no estado em que se acha, 
com direito a reclamar, em um 
ou em outro caso, indenização 
das 
perdas e danos. 
 
 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
COM CULPA: Tem perdas e danos, eu posso aceitar ou não a coisa mas o credor fica 
obrigado a me pagar as perdas e danos de qualquer jeito. Exemplo: se no exemplo 
acima foi o credor/dano quem deixou o celular caiu, eu posso aceitar o 
celular trincado e o perdas e danos ou não aceitar mais o celular e ainda 
assim ser indenizada. 
Deterioração com obrigação de restituir: art. 240 
SEM CULPA: Exemplo: emprestei meu carro a alguém, e um terceiro 
bate, esse alguém não tem a obrigação de restituir. 
COM CULPA: Requião critica esse final do artigo, pois so da uma opção 
mas ele acha que faria mais sentido também referenciar ao 236. 
Exemplo: Se a pessoa que eu emprestei o carro dirige de maneira 
imprudente e bate o carro, ele deve me pague o valor do carro + perdas 
e danos (conserto do carro + danos de eu ter ficado sem carro ate 
consertar). 
Melhoramentos, acrescidos e frutos: 
É o mesmo regramento pra os 3. 
Propriamente dita: art 237 (o devedor é quem é o dono e o credor é 
quem vai receber o bem). 
 Antes de ser entregue a coisa é melhorada, o dono é quem vai ficar com 
o lucro, mas por outro lado se analisa: (I) se a coisa é sua e se valorizou 
você tem o direito de cobrar esse valor e (II) se respeita a obrigação que 
foi firmada entre as partes. O dono da coisa pode exigir o aumento do 
preço mas o credor não é obrigado a aceitar isso, ele pode desistir da 
obrigação. Exemplo: eu vendo uma coisa por 1000 reais, mas a coisa é 
melhorada e agora vale 1.100, o vendedor pode querer cobrar os 1.100, 
mas o comprador pode não querer mais comprar. 
Os frutos que podem ser colhidos são do devedor (proprietário) os frutos que serão 
colhidos são do credor (futuro proprietário). Exemplo: vendo um apt que está locado, 
ate eu entregar o apt os alugueis são meus, depois, de quem comprou. 
Obrigação de restituir: art 241 e 242. 
A coisa, não esta com quem é o dono, esta com outra pessoa e a logica vai ser a mesa 
da deterioração – so que invertida – . 
SEM “CULPA”: O sujeito tem que devolver a coisa e essa coisa teve um melhoramento 
mas não foi por fato imputável a esse devedor, ele vai devolver a coisa e não vai 
 
Art. 240. Se a coisa restituível 
se deteriorar sem culpa do 
devedor, recebê-la-á o credor, 
tal qual se ache, sem direito a 
indenização; se por 
culpa do devedor, observar-
se-á o disposto no 
art. 239. 
 
 
Art. 237. Até a tradição 
pertence ao devedor a 
coisa, com os seus 
melhoramentos e acrescidos, 
pelos quais poderá exigir 
aumento no preço; se 
o credor não anuir, poderá o 
devedor resolver 
a obrigação. 
Parágrafo único. Os frutos 
percebidos são 
do devedor, cabendo ao 
credor os pendentes. 
 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
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receber nada em troca, se não teve trabalho/dispêndio do devedor (que 
na obrigação de restituir não é o dono), quem vai ficar com o ganho é o 
credor (que é o dono) 
COM “CULPA”: se houve trabalho ou dispêndio do devedor, se o dono 
recebesse essa coisa e não teria que pagar nada, seria um 
enriquecimento sem causa, então, essa situação vai se guiar levando em 
conta as normas do código para as benfeitorias feitas pelo possuidor de 
boa fé e o de má fé. 
O código procura beneficiar o de boa fé e não o de má fé. 
Quando é possuidor de boa fé, ele tem o direito a indenização pelas 
benfeitorias necessárias e uteis e tem um DIREITO DE RETENÇÃO, de ficar 
com o bem. As voluptuárias ele pode ser indenizado mas o dono não é 
obrigado a pagar. 
O de má fé só é indenizado pelas necessárias e não tem direito de 
retenção. 
SOBRE OS FRUTOS: Se você é possuidor de boa fé, você tem direito de 
colher os frutos que já são prontos a ser colhidos mas o pendentes não. 
Se for possuidor de má fé, você ira indenizar o proprietário todos os 
frutos do período que se teve a posse do bem, inclusive os que você não 
perceba. 
 Obrigação de dar coisa incerta: A coisa esta definida em abstrato pelo seu 
gênero e quantidade. Não se firma a obrigação em cima de uma coisa 
concreta, e sim sobre a ideia da coisa e há uma clara consequência de que 
a priori, no momento da criação da obrigação da coisa incerta, não tem 
logica de se discutir a perda ou a deterioração da coisa incerta, em geral. 
Só há como se falar dessa perda/deterioração quando a obrigação de dar a 
coisa incerta, em algum momento, eu vou ter que pegar a coisa para 
entregar, esse ato de trazer a coisa em concreto, é o que se chama de 
ESCOLHA. Nota-se que, a partir da comunicação dessa escolha não se tem 
mais uma coisa incerta, a partir da escolha, aplicam-se as regras da coisa 
certa. Ou seja, esse caráter de incerteza é transitório, pois, pra poder 
adimplir, eu preciso transformar a coisa incerta em certa. 
Genero non periti: por isso não há perda e nem deterioração, isso so sera possível 
quando há a comunicação da escolha do objeto. 
 
Art. 241. Se, no caso do art. 
238, sobrevier melhoramento 
ou acréscimo à coisa, sem 
despesa ou trabalho do 
devedor, lucrará o credor, 
desobrigado de indenização. 
Art. 242. Se para o 
melhoramento, ou aumento, 
empregou o devedor trabalho 
ou dispêndio, 
o caso se regulará pelas 
normas deste Código 
atinentes às benfeitorias 
realizadas pelo possuidor de 
boa-fé ou de má-fé. 
Parágrafo único. Quanto aos 
frutos percebidos, observar-
se-á, do mesmo modo, o 
disposto 
neste Código, acerca do 
possuidor de boa-fé 
ou de má-fé. 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
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 Quem tem o direito de escolher? Em regra é o devedor, pois: (I) na maioria das 
situações ele quem vai estar na posse da coisa e (II) ele seria teoricamente o polo mas 
frágil da relação por estar sendo cumprido. 
Proibições (principio do meio termo): Quando a escolhe couber ao devedor, essa 
escolha não é totalmente livre: ele (I) não pode entregar a PIOR das coisas e (II) nem 
esta obrigado a entregar a melhor. 
OBS: Quando se pensa numa coisa natural, ou seja, que não é industrializado que nem 
todos são iguais, a questão do meioterma costuma ter mais utilidade. Exemplo: na 
compra e venda de um boi por exemplo, deve-se observar a escolha de um boi dentro 
da previsibilidade do peso que se espera de um boi. 
Analise do meio termo: Analise dentro de um universo especifico. Uma coisa é um 
sujeito vender pro outro um boi de tal raça e idade, e suponhamos que espera-se que 
um boi dessa raça pese X, ele não pode pesar ½ e nem esta obrigado a pesar 2x, mas, e 
se não foi firmada assim a obrigação? E se o futuro comprador vai na fazenda e 
escolhe o boi sobre um contrato de obrigação de dar coisa incerta. Supondo que todos 
os bois estavam raquíticos, o meio termo dessa escolha não deve ser o geral, e sim o 
daquele universo. Eu fui na fazendo e vi que os bois pesavam ¾ X, e mesmo assim eu 
quis comprar, pelo principio da boa fé, a analise do principio do meio termo nessa 
situação deve ser nesse universo. A reciproca também é verdadeira, se fosse uma 
fazenda que todos os bois fossem excelentes, pesassem 2x, se o comprador já sabe 
dessa situação dos bois e mesmo assim decide comprar como coisa incerta, o 
vendedor não pode escolher o seu pior boi (que no caso pesaria X), ele tem que 
escolher o meio termo dos seus excelentes bois. 
OBS: se as pessoas acordam que na obrigação quem vai ter o dinheiro de 
escola vai ser o credor, estaria esse credor estar vinculado a esse principio 
do meio termo? Ele estaria proibido de escolher o melhor e não estaria 
obrigado a escolher o pior? NÃO, por uma questão de usos e costumes; 
quando se permite a escolha pelo credor, esse pacto é ciente que ele vai 
escolher a melhor das coisas. 
OBS2: Se o gênero da coisa perece, pois era limitado, SEM CULPA DO 
DEVEDOR, o contrato é resolvido. Basta que haja um perecimento que seja 
desproporcional pedir as perdas e danos. Isso é uma posição doutrinaria, 
pois, no código, não há a distinção de com culpa/sem culpa, teoricamente, 
de qualquer jeito deveria se pagar a indenização, mas, a doutrina faz essa 
ressalva para quando não há culpa. Exemplo: Se eu tenho as ultimas 5 
garrafas de vinhos do mundo, que são iguais, e vendo para uma pessoa, mas não 
escolhi a garrafa e o comprador ainda não foi pegar; há uma enchente e eu perco 
todas as garrafas, o contrato devera ser resolvido. Mesmo que depois se descubra que 
 
Art. 245. Cientificado da 
escolha o credor, 
vigorará o disposto na 
Seção antecedente. 
Art. 246. Antes da escolha, 
não poderá o devedor 
alegar perda ou 
deterioração da coisa, 
ainda que por força maior 
ou caso fortuito. 
 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
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há mais uma garrafa de vinho de um proprietário que não quer vender, tecnicamente 
o gênero não pereceu totalmente mas se perde a própria logica da obrigação que foi 
firmada. 
Quando é que eu passo a aplicar as regras da coisa certa? Art 245 e 246. 
Não basta a escolha, precisa que o credor seja notificado. Se ele não for cientificado da 
escolha, continua-se a aplicar as regras da coisa incerta. 
O que seria esse cientificado? Pode ser mera notificação: (I) avisei o credor, ou, como 
esse cientificado pensado como uma ideia de (II) dar ao credor para que ele possa 
identificar de fato qual é a coisa. A diferença pratica entre I e II, é que, por exemplo: 
minha cachorra dá luz a 3 cachorros e eu vendo um por 1000 reais e outro por 700, 
mas, antes de entregar, minha cachorra em estado puerperal mata dois cachorros e so 
fica um, mas, eu não mandei foto para quem comprou de qual era cada um, é provável 
que eu va escolher entregar do que sobrou o mais caro, mas, se eu tivesse mandado a 
foto, eu era obrigado a entregar aquele cachorro mesmo que o mais barato (se ele 
tivesse sobrevivido). 
 Obrigação pecuniária: Não tem uma seção especifica no código. É a 
obrigação que envolve a entrega de dinheiro, o que, por se só, mostra 
como já é uma das obrigações mais frequentes. É uma obrigação de dar, 
mas, onde ela se encaixa? Como coisa certa ou incerta? 
Aqui, a coisa em si importa, mas, nas obrigações pecuniárias não tem nenhum sentido 
se discutir escolha, pois, a coisa em si, o dinheiro, a moeda, não importa qual seja e 
sim o valor que aquilo representa, o papel é mero suporte, até porque, hoje em dia a 
maioria do dinheiro esta de maneira virtual. 
OBS1: situações de colecionar moedas por exemplo, vai se analisar o objeto e não o 
valor dele, deixa de ser pecuniária, pois esse dinheiro não esta sendo unidade 
monetária e sim um objeto. 
OB2: A própria ideia de valor pode ser entendida de várias maneiras diferentes. 
OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER: Conduta ativa/passiva que não envolve entrega 
de coisa. Exemplo: professor dar aula -> obrigação de fazer. 
OBS: Obrigação de dar/de fazer exigem condutas ativas do sujeitos (positivas; ações a 
serem realizadas). 
OBS2: Contratos de “promessa” são obrigações de fazer, no caso, fazer o outro 
contrato que é prometido. 
OBS3: Situações como a de se contratar uma costureira para confeccionar uma roupa, 
é uma obrigação de fazer, e o “dar” a roupa é acessória. Mas, se fosse uma situação 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
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em que a costureira ate fez a roupa, mas, não quer lhe entregar, seria o 
descumprimento de uma obrigação de dar. Vai depender do que foi adimplido, qual 
seria a pretensão de se alcançar coma a ação? Na primeira situação, que a costureira 
faça a roupa, já na segunda, que se receba a roupa que já esta pronta. A execução que 
se pede numa ação judicial vai depender, nessa situação da roupa, se ela já fez e não 
quer entregar, se pede uma ação de execução de uma obrigação de dar, se a 
costureira nem costurou: obrigação de fazer. 
No código: São reguladas as situações de inadimplemento, das consequências de cada 
configuração de situação. 
A doutrina na obrigação de fazer: Divide em duas espécies = obrigação de fazer fungível x 
Obrigação de fazer infungível/personalíssima/intuito persona. 
De fazer fungível: O que importa é só o fazer, a conduta, não importa quem vai fazer. 
Exemplo: no caso da costureira, seria só a ação dela de costurar a roupa. Exemplo2: na 
matricula da faculdade, você não se matricula para ter aula com professor X,Y... uma 
vez que a faculdade oferece um professor para dar aula da matéria, mesmo que você 
não goste dele, não há descumprimento da obrigação. 
De fazer infungível/personalíssima/intuito persona: Essa obrigação não pensa apenar 
no fazer/conduta, mas também, em quem é que esta realizando a conduta. A 
verificação do adimplemento não só se verifica se a conduta ativa foi realizada, e sim, 
quem realizou aquela ação. A escolha de quem iria cumprir é um fator relevante, se 
esta contratando não só levando em consideração a realização da conduta, mas QUEM 
realiza, simples alcance do resultado vai ser suficiente para se dizer que houve o 
adimplemento. Exemplo: Uma pessoa contrata um cirurgião renomado para fazer uma 
cirurgia, se, no momento da realização da cirurgia, o cirurgião deixa o assistente fazer 
e o resultado da cirurgia, mesmo que seja perfeito o resultado, a obrigação não foi 
cumprida. Exemplo2: O ingresso para um show, nada além da banda principal que foi 
comprada vai satisfazer a obrigação. 
Obrigação de fazer sem culpa: Se o sujeito não pode, sem culpa, fazer o contrato e 
adimplir a obrigação, a obrigação se resolve. Exemplo: eu tinha que dar aula num dia e 
estou doente e não posso dar aquela aula, a obrigação se extingue. 
 
 
 
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Obrigação de fazer com culpa: 
Infungível, Art 247: Se só quem pode cumprir é esse sujeito e ele, 
dolosamente, não vai cumprir, só o que resta é indenizar. Mesmo com a 
indenização, essa solução não vai de fato dar o que o credor queria, 
afinal, ele queria que aquele fazer fosse realizada. 
Tutela especifica da obrigação = o ideal não é que a obrigaçãoseja 
convertida um valor pecuniário, mas sim, que o objeto daquela obrigação 
seja alcançado. 
OBS: Situações do plano de saúde, é uma obrigação de fazer infungível e 
personalíssima, pois só o plano pode autorizar o serviço medico. A ação 
judicial para conseguir a autorização do plano vai mandar o plano cumprir 
com pena de multa, mas observe que a multa obviamente não vai 
substituir o procedimento medico, essa multa vai ser colocada para 
coagir o plano a cumprir a obrigação. 
Fungível, Art 249: Uma vez que a obrigação pode ser cumprida por 
terceiro, o credor pode mandar fazer e cobrar do devedor, e pode ainda 
cobrar a indenização. Porem, isso pode ser feito em regra apenas com 
autorização judicial, somente em caso de urgência fica autorizado. 
Obrigação de não fazer (a partir do artigo 250): Cobra-se uma conduta 
inativa do sujeito. 
Qualquer contrato de exclusividade é uma obrigação que envolve um não 
fazer e um fazer. Exemplo: Bares que tem um contrato de exclusividade 
com Coca cola, esse contrato traz uma obrigação de fazer (vender coca 
cola) e de não fazer (não vender bebidas de outras marcas) 
Cláusula de raio: Obrigação de não fazer em um raio de distancia, 
usualmente feito por lojas com shoppings, onde elas se obrigam a não 
abrirem outras lojas naquele raio de distancia. 
Clausula de não concorrência: Não abrir durante um tempo outra loja. 
Por exemplo, quando a Perini foi vendido para a censosud, o dono da 
Perini se obrigou há ficar X anos sem abrir outra marca de padaria. 
Segredo industrial: O sujeito fica obrigado a não contar nada sobre os 
aprendizados que teve da empresa. Exemplo: segredo da formula da coca 
cola. 
Consequências: Uma vez que o sujeito toma uma conduta ativa onde 
deveria ter uma passiva, o credor pode exigir que o devedor desfaça essa 
 
CAPÍTULO II 
Das Obrigações de Fazer 
Art. 247. Incorre na 
obrigação de indenizar perdas 
e danos o devedor que recusar 
a prestação a ele só imposta, 
ou só por ele exeqüível. 
Art. 248. Se a prestação 
do fato tornar-se impossível 
sem culpa do devedor, 
resolver-se-á a obrigação; se 
por culpa dele, responderá por 
perdas e danos. 
Art. 249. Se o fato 
puder ser executado por 
terceiro, será livre ao credor 
mandá-lo executar à custa do 
devedor, havendo recusa ou 
mora deste, sem prejuízo da 
indenização cabível. 
Parágrafo único. Em 
caso de urgência, pode o 
credor, independentemente 
de autorização judicial, 
executar ou mandar executar 
o fato, sendo depois 
ressarcido. 
 CAPÍTULO III 
Das Obrigações de Não Fazer 
Art. 250. Extingue-se a 
obrigação de não fazer, desde 
que, sem culpa do devedor, se 
lhe torne impossível abster-se 
do ato, que se obrigou a não 
praticar. 
Art. 251. Praticado pelo 
devedor o ato, a cuja 
abstenção se obrigara, o 
credor pode exigir dele que o 
desfaça, sob pena de se 
desfazer à sua custa, 
ressarcindo o culpado perdas 
e danos. 
Parágrafo único. Em 
caso de urgência, poderá o 
credor desfazer ou mandar 
desfazer, independentemente 
de autorização judicial, sem 
prejuízo do ressarcimento 
devido. 
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ação, mesmo que isso lhe custe um ônus, e ainda exigir do devedor 
perdas e danos, mas perceba que em regra é necessária a autorização 
judicial, somente em casos de urgência que essa autorização é 
dispensável. 
Outrossim, nem sempre vai ser possível desfazer essa ação, ainda que 
se pague perdas e danos. Exemplo: Um ator ficou obrigado a não 
aparecer em outra emissora, e aparece, não tem como apagar o 
programa, então, será pago apenas as perdas e danos. Mas se fosse 
uma loja que abriu no raio proibido, o credor pode exigir que a loja seja 
fechada e que se pague perdas e danos. 
 
 Obrigação alternativa: É diferente da acumulativa e da 
simples, pois, aqui o grande diferencial é a alternatividade. 
Se tem mais de uma prestação como possibilidades para o 
adimplementos. Pode-se ainda ter uma obrigação que seja 
cumulativa e alternativa. Exemplo: tem as prestações A,B e 
C, e o sujeito tem que cumprir duas dessas prestações para 
adimplir. 
A escolha/concentração: Não é a mesma da obrigação de dar coisa 
incerta. Na obrigação de dar se escolhe a coisa, aqui é a escolha da 
prestação. Em regra, a escolha também é do devedor. Porem, na 
escolha da coisa incerta o devedor não pode escolher a pior e nem esta 
obrigado a escolher a melhor, mas aqui, isso não tem sentido, uma vez 
que, teoricamente, as duas prestações são “iguais” para adimplir, 
mesmo que uma seja mais barata que a outra. Vale a ressalva que 
essas prestações não precisam ser igualmente classificada, um poderia 
ser uma obrigação pecuniária e a outra é de dar. 
OBS1: As opções da prestação não podem ser alteradas por quem 
escolher (que é em regra o devedor). Exemplo: Eu posso pagar uma 
divida com 100kg de feijão ou 100kg de soja, eu não posso pagar com 
50kg de feijão + 50kg de soja, ou é um ou é outro. 
OBS2: A prestação do locatário para o locador é periódico, pois, de 
tempos em tempos ela deve ser paga e se renova. Quando o devedor 
escolhe o pagamento na primeira prestação, se perde a ideia de 
escolha alternativa nas prestações seguintes? NÃO, se no exemplo 
supracitado, eu paguei no primeiro mês com feijão, eu não estou 
obrigada a pagar depois com feijão de novo. 
 
CAPÍTULO IV 
Das Obrigações Alternativas 
Art. 252. Nas obrigações 
alternativas, a escolha cabe ao 
devedor, se outra coisa não se 
estipulou. 
§ 1
o
 Não pode o devedor 
obrigar o credor a receber parte em 
uma prestação e parte em outra. 
§ 2
o
 Quando a obrigação for 
de prestações periódicas, a faculdade 
de opção poderá ser exercida em 
cada período. 
§ 3
o
 No caso de pluralidade 
de optantes, não havendo acordo 
unânime entre eles, decidirá o juiz, 
findo o prazo por este assinado para 
a deliberação. 
§ 4
o
 Se o título deferir a 
opção a terceiro, e este não quiser, 
ou não puder exercê-la, caberá ao 
juiz a escolha se não houver acordo 
entre as partes. 
Art. 253. Se uma das duas 
prestações não puder ser objeto de 
obrigação ou se tornada inexeqüível, 
subsistirá o débito quanto à outra. 
Art. 254. Se, por culpa do 
devedor, não se puder cumprir 
nenhuma das prestações, não 
competindo ao credor a escolha, 
ficará aquele obrigado a pagar o 
valor da que por último se 
impossibilitou, mais as perdas e 
danos que o caso determinar. 
Art. 255. Quando a escolha 
couber ao credor e uma das 
prestações tornar-se impossível por 
culpa do devedor, o credor terá 
direito de exigir a prestação 
subsistente ou o valor da outra, com 
perdas e danos; se, por culpa do 
devedor, ambas as prestações se 
tornarem inexeqüíveis, poderá o 
credor reclamar o valor de qualquer 
das duas, além da indenização por 
perdas e danos. 
Art. 256. Se todas as 
prestações se tornarem impossíveis 
sem culpa do devedor, extinguir-se-á 
a obrigação. 
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OBS3: Vale a ressalva para situações que só é uma única obrigação, mas que o 
pagamento é parcelado, não há uma nova prestação para que ela escolha, pois não há 
a renovação da obrigação. Exemplo: ainda na situação do feijão/soja, se o devedor 
escolhe pagar 100kg de soja, mas, pagar esses 100kg em 5 meses, serão 5 prestações 
de 20kg, esses 20kg não podem ser alternados com o feijão. 
QUEM PODE ESCOLHER? 
Quando há pluralidade de optantes: Tendo dois devedores, tem que ter uma 
escolha unanime entre eles sobre o que é que vai ser pago. Se não houver essa 
unanimidade, eles não vai pagar e assim, isso vai gerar uma ação judicial e nesse 
caso, se, mesmo na ação judicial não houver acordo entre os devedores, a 
escolha caberá ao juiz. OBS: Essa pluralidade pode ser em polos alternativos. 
Quando as partes acordam que um terceiro terá o direito de escolha: Não é 
exatamente a ideia de um arbitro mas é algo assim, um terceiro considerado 
“imparcial.”Se depois, o terceiro não puder, ou não quiser segue a logica de que 
vai caber a escolha ao juiz se não houver acordo entre as partes (de escolher um 
novo terceiro, por exemplo). 
Perda/deterioração de uma das alternativas: como se tem pelo menos duas 
prestações, se uma fica impossibilitada, sem culpa do devedor, ainda fica disponível a 
outra(s). 
Sem culpa do devedor: pouco importa de quem é o direito de escolha, se as duas 
prestações se extinguem sem culpa do devedor, a solução vai ser a extinção da 
obrigação. 
Com culpa do devedor: Aqui importa de quem era o direito de escolha. Se a 
escolha for do credor, o simples haver culpa na impossibilidade uma prestação já 
é potencialmente uma situação que gera perdas e danos, já se a escolha é do 
devedor/não do credor o resultado é que ele ainda vai pagar com a prestação. 
Impossibilidade sucessiva: Quando a primeira se impossibilita, seja por culpa do 
devedor ou não, ele ainda pode pagar com B, se depois, B se impossibilita, o 
devedor vai pagar as perdas e danos sobre B, e não sobre a primeira prestação 
que se impossibilitou. 
Por culpa do devedor sendo a escolha do credor: Se a coisa se impossibilitou por 
culpa do devedor, a escolha do credor se mantem, ele tem a opção de aceitar 
receber a prestação que restou (sem receber perdas e danos) ou, o credor 
também pode querer a que se impossibilitou, recebendo o equivalente ao 
impossível (prestação impossibilitada) + perdas e danos. 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
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Impossibilidade das duas prestações com culpa do devedor e escolha do credor: 
o credor vai escolher por qual ele seja indenizado, sempre preservando o direito 
de escolha do credor. 
Impossibilidade sucessiva com escolha do devedor com culpa seguida de sem 
culpa (não tem no código): Se, se impossibilita a primeira com culpa e a segunda 
sem culpa, pode-se: (I) Indenizar ou (II) resolver a obrigação, mas, o código não 
regulamenta isso, porem, Requião acha que deveria haver a indenização. Uma 
vez crendo que deve indenizar, vai ser por: (I) a que teve culpa, (II) a ultima a se 
impossibilitar ou (III) o devedor vai escolher qual ira indenizar. Requião acha que 
a melhor opção é a II, baseado no Art 254 analogamente. 
Impossibilidade simultânea (não tem no código): O devedor escolhe por qual vai 
indenizar. 
 Obrigação facultativa: O debito se concentra em uma prestação, aquilo que é 
devido/que pode ser exigido, não há alternatividade sobre o que é devido, o 
que ele deve esta especificado. O que se tem é uma possibilidade/faculdade 
do devedor (SEMPRE DELE) de se liberar da obrigação com uma prestação 
diversa: ele tem a possibilidade de pagar o que ele deve ou de se liberar com 
uma outra conduta. Mas, perceba que não há alternatividade, só é uma 
prestação, mas, ao invés de pagar o que deve, se liberar realizando uma outra 
conduta/prestação. A faculdade (opção) sempre é do devedor. 
 Exemplo1: Art 1234 = Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo 
antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu 
valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte 
da coisa, se o dono não preferir abandoná-la → Se eu achei, eu tenho que devolver pro 
dono, e ele deve me pagar pelos ônus para manter a coisa e ate para ir entregar a 
coisa e me pagar uma recompensa não inferior a 5% do valor da coisa, não há 
nenhuma alternatividade nisso, MAS, se o dono preferir, ele pode abandonar o bem e 
resolve a obrigação, não tem mais obrigação nenhuma de pagar. Porem, eu que achei, 
não posso processar o dono para que ele não abandone a coisa, o dono não me deve 
nada (além do que teoricamente deveria caso quisesse a coisa de volta), ele pode 
encerrar a obrigação sem adimplir. Exemplo2: Uma obrigação é fixada, mas, há uma 
clausula que permite ao devedor, invés de cumprir com a obrigação, se desvincular do 
contrato de outra maneira. 
Perceba que não se pode entrar com uma ação para exigir que quem perdeu a coisa 
abandone, e sim, para que se pague o dinheiro que o quem achou gastou. Mas, 
perceba que nessa ação, o dono da coisa vai poder dizer que não quer a coisa e a 
obrigação se resolve. 
 
 
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Anna Catharina Garcia 
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Requião acha que a opção de abandonar vai se dar no momento da 
entrega da coisa. Ele não acredita que depois que o sujeito pegou a coisa 
de volta, vai poder depois abandonar para não pagar o que deve a quem 
achou a priori. 
Se quem achou o bem é roubado por exemplo, a obrigação se resolve. 
 Obrigações divisíveis e indivisíveis: Ainda leva em conta a 
prestação: se a prestação pode ou não ser fracionada. Em regra, 
as obrigações pecuniárias serão divisíveis. Verifica-se se o 
fracionamento é possível sem alterar a substancia. Pode ser 
indivisível, mesmo que a sua natureza seja divisível, seja por razão 
de ordem econômica ou motivo determinante do NJ. Se a 
prestação é indivisível, vai se considerar que o bem também é 
indivisível. 
NÃO CONFUNDIR COM O MODO QUE SE DEVE ADIMPLIR A OBRIGAÇÃO. 
Uma coisa é a indivisibilidade da obrigação, outra coisa é a obrigação ser 
adimplida em um único ato. 
Art 314: O pagamento em regra vai se dar num único nato. Não confundir 
a indivisibilidade da obrigação, que é uma característica da prestação. 
Com a indivisibilidade do pagamento. Isso se as partes não acordarem em 
contrario. 
Para situações de apenas um credor e mais de um devedor, utilizando o artigo 314, 
não faz diferença se a obrigação é divisível ou não, a regra vai ser pagar de uma vez só. 
Mas isso não significa que, caso a obrigação seja divisível, as partes vão poder acordar 
em dividir a prestação. 
OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL: presume-se que essa obrigação vai ser igual a quantidade de 
credores (divisão pro rata). Exemplo: obrigação pecuniária de pagar 500 reais, e tenho 
dois credores, vai se entender como duas obrigações de pagar 250 reais. Tanto o 
adimplemento/inadimplemento, vai ser so da sua parte, ou seja, so quem deve, na 
pluralidade de devedores, é que vai ser afetado por isso. 
MULTIPLOS CREDORES: Assim como, se tenho dois credores e um devedor da 
obrigação de pagar 500 reais, cada credor so vai poder cobrar a sua parte. 
OBS: Presume-se que a divisão das prestações é “pro rata” = em partes iguais. 
OBS2: Fraciona-se a obrigação e cada um arca com a sua parte. Essa parte uma vez 
paga, resolve a obrigação para com aquele sujeito que pagou. 
 
Art. 258. A obrigação é 
indivisível quando 
a prestação tem por objeto 
uma coisa ou 
um fato não suscetíveis de 
divisão, por sua 
natureza, por motivo de 
ordem econômica, 
ou dada a razão determinante 
do negócio 
jurídico. 
Art. 314. Ainda que a 
obrigação tenha por 
objeto prestação divisível, não 
pode o credor 
ser obrigado a receber, nem o 
devedor a pagar, 
por partes, se assim não se 
ajustou. 
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OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL: A pluralidade de credores em uma obrigação indivisível, 
sendo impossível de ser fracionada, na tem como se pagar so uma parte, logo, terá 
que se pagar todo, mas não é porque o sujeito deve todo, e sim porque 
não há como pagar parte. Exemplo: eu devo um celular a dois credores, 
então, eu devo meio celular a cada, mas não há como entregar meio 
celular, logo, terei que pagar um celular a cada. Assim, o credor, vai 
poder chegar para qualquer um dos devedores e exigir o todo, e assim, 
esse devedor que vai pagar o todo, ele terá o direito de ir atrás dos 
outros devedores, ele acaba se sub-rogando (substituindo) o lugar do 
credor. Ainda no exemplo do celular, se A e B devem um celular a C, C 
chega e cobra o celular de A, assim, A vai la e entrega um celular todo 
(mesmo que so deva meio), assim, agora A se sub-roga nos direitos de C, 
agora, B deve a A, normalmentede maneira pecuniária a outra metade. 
(SITUAÇÃO QUE O PAGAMENTO NÃO EXTINGUE A OBRIGAÇÃO). 
Se subrrogar é melhor que um reembolso. A situação supracitada não 
diz que a obrigação se extingue. A vantagem é que na subrrogaçao, 
todos os acessórios que tinham na obrigação original se mantem, ou 
seja, se tinha uma multa, uma garantia, ela ira se manter, se a obrigação 
se extingue-se, na nova que surgiria tudo isso se perderia. 
MULTIPLOS CREDORES: Cada um é credor de sua parte mas poderá estar 
exigindo o todo. Mas o código ressalva que se há vários credores e a 
obrigação é indivisível, qualquer credor pode exigir o todo, mas, o 
devedor deve pagar com certas precauções: (I) pagando a todos 
conjuntamente, e os credores resolvam como será a divisão entre eles 
ou (II) pagar a um dos credores, mas, esse credor devera ter uma 
CAUÇÃO DE RATIFICAÇÃO, que é uma autorização dos outros credores 
para que aquele credor receba por todos. Se um so dos credores 
receber por inteiro a prestação sem a caução de ratificação, os outros 
poderão exigir em dinheiro que falta, do devedor original (QUEM PAGA 
MAL PAGA DUAS VEZES), o que pode acontecer é o devedor ir atrás do 
credor que recebeu sem caucao para cobrar dele, mas, de qualquer jeito 
vai continuar devendo aos outros credores que não receberam. 
EXTINÇÃO PARCIAL COM PLURALIDADE DE CREDORES: Quando parte dos credores, por 
exemplo perdoam a divida, não afeta a prestação, pois, o devedor continua tendo que 
entregar a mesma prestação que era devida, mas, por outro lado o devedor agora não 
deve mais a prestação integralmente, mas so a esta realizando pois não tem como 
dividir, então, os credores, vao ter que de volta pagar ao devedor o que foi extinto. 
Exemplo: C deve um notebook (que vale 2k) a A e B, e então, A perdoa a divida, mas, 
ele não se pode perdoar a divida do notebook todo, pois ele não pode receber o 
 
Art. 262. Se um dos credores 
remitir a dívida, 
a obrigação não ficará extinta 
para com os outros; mas estes 
só a poderão exigir, 
descontada 
a quota do credor remitente. 
Parágrafo único. O mesmo 
critério se 
observará no caso de 
transação, novação, 
compensação ou confusão. 
 
 
 
Art. 263. Perde a qualidade de 
indivisível a 
obrigação que se resolver em 
perdas e danos. 
§ 1o Se, para efeito do 
disposto neste artigo, 
houver culpa de todos os 
devedores, responderão todos 
por partes iguais. 
§ 2o Se for de um só a culpa, 
ficarão exonerados os outros, 
respondendo só esse pelas 
perdas e danos. 
 
 
 
 
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notebook. Entao, A continua podendo exigir o notebook, mas, agora C, 
quando pagar o notebook a A estará pagando mais do que deve, 
assim, agora A terá que pagar a C o que foi remitido, ou seja, C 
continua obrigada a entregar o notebook e em contra partida terá que 
pagar 1000 reais, parte pecuniária equivalente ao que B perdoou. 
INADIMPLEMENTO: 
Se a obrigação é impossível de ser realizada com culpa, seja de dar, 
fazer ou não fazer, o devedor vai pagar o equivalente + perdas e 
danos, e essa obrigação agora, não é mais indivisível. Se a culpa for de 
todos, todos respondem. Se a culpa for de só um, os outros ficarão 
exonerados somente pelas PERDAS E DANOS, todos os outros ainda 
tem que pagar o valor pecuniário do equivalente fracionadamente. 
OBS: Os credores que não tiveram culpa, depois, poderão abrir outra 
ação para pedir indenização do culpado. 
INDIVISÍVEL X SOLIDÁRIA: A obrigação é indivisível porque a 
prestação assim se faz, a obrigação solidaria não se relaciona com a 
prestação, a solidariedade tem relação com os sujeitos, que são 
sujeitos solidários, porque, ela vai mudar a regra de exigibilidade a partir do polo 
ativo/ polo passivo. Na indivisível só pode se cobrar/ser cobrada de sua parte, na 
solidariedade, é uma situação em que ela pode ser ativa (entre credores) ou passiva 
(entre os credores). 
Solidariedade ATIVA: o devedor nessa obrigação, será considerado como se qualquer 
dos credores tivesse direito a divida toda. 
Solidariedade PASSIVA: Exemplo: 3 devedores solidários de 900 reais, por mais que 
cada um deva 300, o credor pode escolher qualquer desses devedores e cobrar os 900 
reais integralmente. 
A solidariedade vai poder ser legal (onde a lei manda que assim seja) ou convencional 
(acordo entre as partes). 
A indivisível e a solidaria são mesmo muito próximas, mas, os fundamentos são 
totalmente diferentes. 
A ideia da solidariedade, principalmente a passiva, é bem grave, você pode ser 
obrigado a pagar tudo, por isso que, o código diz que não há presunção de 
solidariedade, ela decorre de lei que coloca a responsabilidade como solidaria ou 
porque houve vontade das partes para tal. 
 
Art. 266. A obrigação solidária 
pode ser pura 
e simples para um dos 
cocredores ou codevedores, e 
condicional, ou a prazo, ou 
pagável 
em lugar diferente, para o 
outro 
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Art. 271. Convertendo-se a 
prestação em 
perdas e danos, subsiste, para 
todos os efeitos, 
a solidariedade. 
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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 
2019.2 
DISCUSSAO DOUTRINARIA: Há um vinculo que une todos os devedores solidários ao 
credor ou os vínculos são individuais do devedor ao credor? Requião acha que há 
vários vínculos, mas que há vínculos individuais entre os sujeitos por causa do art 266, 
que diz que se pode regular a obrigação de modo diferente em relação aos vários 
sujeitos envolvidos, mudando, por exemplo, o local do pagamento para um diferente 
do outro. 
 Solidariedade ativa: 
Adimplemento: Polo dos CREDORES, onde qualquer credor pode exigir a prestação 
integralmente. Situação em que A deve para 3 credores, que são solidários, então 
qualquer um dos três pode cobrar do devedor o todo. 
Falecimento do credor: Uma vez que o credor falece e deixa herdeiros, como a 
solidariedade se da entre os sujeitos, a morte, não vai afetar a solidariedade dos 
outros credores, mas, os herdeiros vão herdar o credito, mas, como eles não 
participavam da solidariedade inicial, so vao poder cobrar o seu quinhão hereditário. 
Exemplo: A deve 1200 reais a B,C e D, mas B morre e deixa dois herdeiros: E e F, então, 
a solidariedade de C e D não será afetada, E e F serão credores não solidários, então, 
cada um so poderá exigir 200 reais (Pois, teoricamente, a priori B, C e D receberiam 
400 reais, então, E e F agora podem cobrar esses 400, ou seja, 200 de cada). 
Se a prestação é indivisível cada um dos herdeiros vai poder cobrar o todo não porque 
agora são solidários, mas sim, porque não há outro jeito de cobrar. Uma vez pago para 
os herdeiros da prestação indivisível, vai ser regrado pelas obrigações indivisíveis. Ou 
seja, se a prestação amado não fosse 1200 reais e sim um celular, se o devedor 
pagasse o celular a um dos herdeiros, ele precisaria dos outros uma caução de 
ratificação. 
Inadimplemento: Se a prestação se impossibilita e se converte em perdas e danos, não 
afetara em nada a perdas a danos na solidariedade da obrigação. Ainda há uma 
obrigação de se exigir por parte de qualquer um dos credores as perdas e danos. 
Remissão: O credor, independente dos outros, pode sozinho perdoar TODA a divida. 
Só que, no que há esse perdão, o credor que perdoou vai virar um devedor dos antigos 
credores. Exemplo: A deve 1200 a B,C e D. A perdoa a divida toda, ok, mas agora, B vira 
devedor de C e D das partes dele, ou seja, 400 de cada. 
Exceções pessoais: Não se nega a existência do direito do outro, afirma-se que há 
outro fator que pode ser apresentado como um impedimento para que o sujeito 
exerça esse direito. A exceção pode ser geral ou pessoal e o código regulamenta a 
situação de quando o devedor tem uma exceção pessoal contra um dos credores. 
Exemplo: A deve 1200 a B,C e D, mas, há outra obrigação em que B deve pra A 600. Se 
B, for cobrar de

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