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1 1 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 PROF. MAURICIO REQUIÃO introdução as obrigações A obrigação é criada para que aconteça o adimplemento. Toda obrigação é encadeada em direção a esse adimplemento. Quando há esse pagamento, há a extinção das obrigações. Conceito: Mesmo dentro do direito, acaba-se usando a palavra “obrigação” no sentido do direito com sinônimo de “dever”, não são a mesma coisa e não é esse o sentido. A obrigação é um dever jurídico mas que se configura como uma relação jurídica de crédito e debito. Lembrando que, relação jurídica, é um dos tipos de efeito das situações jurídicas. OBS: Não confundir o fato jurídico com a obrigação jurídica. Exemplo: o contrato é o fato jurídico, a obrigação é um efeito desse fato. OBS2: Ser uma relação, significa que tem dois sujeitos e que esse efeito se da tanto na esfera de um, quanto na esfera de outro. OBS3: Não há obrigações “nulas”, ate porque, uma obrigação esta no plano da eficácia sendo que, a nulidade esta no plano da validade. O que pode ser invalido é o fato que gerou uma obrigação. Exemplo: Num contrato, pode haver uma clausula nula, logo, a obrigação a nula, mas, a obrigação não pode ser, ela especificamente nula. OBS4: Não se pode ser credor de si mesmo, devem haver pelo menos dois sujeitos obrigatoriamente. Para ser credor/devedor se eu for incapaz? Sim. Exemplo: uma criança de 10 anos é atropelada, ela vai virar credora da indeniza que lhe deve ser paga. Exemplo 2: Se uma criança, representada, celebra um contrato, o representante apenas representa, a obrigação é gerada no polo da criança. Elementos da relação obrigacional: 1. Critério subjetivo: Credor e devedor 2. Critério objetivo: Prestação = aquilo que o devedor deve ao credor 2.1 A prestação não é a coisa, a prestação é sempre uma conduta. Exemplo: digamos que eu me obrigue a dar o meu celular a alguém, a prestação é dar o celular e não o celular. 2.2 É sempre um dar, um fazer, ou um não fazer. 2 2 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 2.3 Vai se exigir da prestação que ela também seja: licita, possível, determinada ou determinável e economicamente apreciável. 2.3.1 Economicamente apreciável: Colocado por alguns autores; mas, vale a ressalva que, tudo que é economicamente apreciável esta dividido no direito civil entre os direitos das obrigações e o direito das coisas, mas, pode-se criar obrigações sem se pensar no valor econômico. Exemplo: quando um professor se compromete a dar uma palestra de graça, ele tem a obrigação de dar a palestra, de realizar o serviço, e o fato de não estar cobrando uma remuneração não significa que ele não possa ser economicamente apreciável, pois, o professor poderia cobrar. O fato de não estar monetarizado, não significa que não seja uma obrigação economicamente apreciável. 2.3.2 Se acontece o inadimplemento, uma das consequências é justamente pedir uma indenização. Ainda que eu não de um valor economico naquela prestação, ela pode sim ser convertida em um valor. 3. Elemento abstrato: Vinculo jurídico. O que regulamenta como se da a relação entre credor e devedor. Se essa divida não é cumprida o sujeito pode ser obrigado a cumprir, focando mais na responsabilidade. 3.1 Teoria mista: reconhece tanto o dever quanto a responsabilidade. Na maioria das vezes a responsabilidade não vai ser implantada, pois, o normal é que as pessoas paguem, sem que precisem ser responsabilizadas. 3.2 Dever: Schuld x Responsabilidade: Haftung 4. A causa: colocado por alguns autores, que, para que se tenha a obrigação que exista uma causa que justifique a criação da obrigação. Há uma discussão se isso realmente caracteriza a obrigação e não, um critério geral do direito civil. 5. OBS: Essa definição é muito estática e insuficiente. Pois, vale-se colocar que a obrigação começa a vincular os sujeitos mesmo antes dela existir e ela por vezes continua vinculando os sujeitos mesmo depois dela ser cumprida. É um processo, uma seria encadeada de atos que se deslocam para a extinção do adimplemento, mas, esses atos e essa relação entre os sujeitos, não se resume ao que seria a prestação. Se eu me brigo a te entregar um celular tal dia, mas, desse fato de eu ter me obrigado, surgem para mim e para você diversas outras obrigações/deveres por decorrência dessa obrigação. A partir disso, é que os autores distinguem alguns tipos diferentes de dever que surgem de uma obrigação. Deveres das obrigações: 3 3 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 1. Obrigação principal: a prestação em si. 2. Deveres secundários: Vinculado, ao principal. Exemplo: um contrato que tinha que pagar algo no dia X, e se não pagasse, acarretava uma multa de 10%. O ato de pagar, é o principal e a multa é a secundaria. 3. Deveres anexos/fiduciários/de boa fé: Esses deveres anexos decorrem basicamente da ideia do principio da boa fé objetiva, que vai atuar principalmente nos contratos, quando há o abuso de direitos, pois, não basta o contratante querer fazer o certo, ele tem que fazer, limitando a autonomia. 3.1 A boa fé objetiva vai ter três funções: 3.1.1 (I) Corretiva, de coibir uma relação abusiva, um abuso de direito; 3.1.2 (II) Cânone hermeneutico-integrativo, ou seja, numa situação de interpretação/há duvidas ou ambiguidades sobre como essa obrigação deve ser interpretada, eu vou interpretar essa obrigação de uma maneira que melhor a aproxime da boa fé, como um guia interpretativo; 3.1.3 (III) Supletiva, ou, criação de deveres jurídicos, que, vai servir justamente para criar esses deveres anexos. As obrigações criadas nessa situações, trabalha inserindo clausulas para que haja uma adequado desenvolvimento daquela obrigação. 3.2 Exemplo: juros muito alto em um contrato, a boa fé objetiva vai atuar para retirar essa clausula. 3.3 Nas condições de desigualdade que o mundo é, necessita-se dessa regulação da autonomia, para proteger os sujeitos de menor poder/entendimento na negociação dos contratos que celebra. Ela não esta necessariamente interferindo na autonomia, pois, se uma clausula esta sendo inserida/retirada é justamente porque o polo mais fraco, não tinha o conhecimento para ele mesmo faze-lo. 4. Se eu não cumpro um desses deveres, eu ainda me caracterizo como inadimplente. Não se verifica se apenas a obrigação principal Boa fé subjetiva: algo situacional/psicológico. É uma analise do conhecimento da pessoa sobre a ação, acreditando estar agindo corretamente. Boa fé objetiva: é uma perspectiva que não nega a subjetiva, mas, ela busca um padrão adequado de conduta. Isso impacta que, para dizer que algo esta de acordo com a boa fe objetiva, não é suficiente a vontade a de agir do modo adequado, ela tem que ter agido de modo adequado. É uma analise se aquela ação atende a um padrão ideal de conduta. 4 4 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 deveres anexos Classificação de Fernando Noronha: parte da classificação de Menezes Cordeiro; Derivam da boa fé objetiva. Dever de informação: Os sujeitos que estão firmando a obrigação (os dois), tem o dever de fornecer pra o outro as informações necessárias para o bom desenvolvimento da obrigação. OBS1: Os deveres podem surgir mesmo antes da obrigação existir ou, depois que a obrigação principal é cumprida. Exemplo1: eu compro um notebook e quando chego em casa percebo que ele não tem uma das características que eu preciso, mas, o vendedor me disse – de boa fe subjetiva – que tinha, ainda assim, o comportamento dele não atendeu a boa fe objetiva. Exemplo2: você compra um maquinário mais delicado, a informação sobre os cuidados desse objeto, integra o dever de obrigação. Essa obrigação já existe antesda obrigação ser criada, ainda nas “negociações preliminares”, que é quando o vendedor explica sobre o produto, já há essa obrigação do dever de informação. Dever de cuidado: Os envolvidos na obrigação agir de modo a não causar dano ao outro, não so patrimonial. Exemplo: Um prédio, as vésperas de ser entregue pros moradores, mas, antes da entrega o prédio desaba; depois, descobre-se que a construtora não fez o estudo do solo. Não se esta colocado contratualmente mas é algo tão obvio de ser esperado, que não precisa estar – esperar que a construtora contrate o geólogo para fazer esse estudo é tao obvio, que não precisaria mesmo ser questionado pelos moradores na firmação do contrato –. Assim como, depois que a obrigação principal de se entregar o apartamento, ele ainda não deve ruir. Dever de assistência: Tem um aspecto mais positivo = se exige ação do outro. Exemplo1: Voce comprou um carro ontem, e hoje a montadora o tira de linha, mas, embora ela possa parar no outro dia parar de fabricar o carro, ela não pode no outro dia simplesmente deixar de fabricar as peças desse carro. Voce não comprou um carro para usar so ate a primeira quebra de peças – porque não teria como substituir –; A montadora não é obrigada a produzir para sempre as peças do carro, mas, exige-se dela uma razoabilidade de um tempo para parar a produção. Dever de lealdade: Tem um aspecto negativo = exige a inação. Exemplo1: Uma empresa entra em contato com alguém de publicidade e pede para a pessoa criar uma marca para empresa, mas, pede para a pessoa criar as logos e a empresa diz que se gostar compra; as logos são apresentadas e a empresa diz não gostar e não compra – perceba que não há nem contrato –. Mas, tempos depois a empresa passa a usar uma marca nova muito similar com as 5 5 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 apresentadas, para atender a boa fe, a empresa deveria não copiar a marca – deveria ter tido a inação de copiar –. OBS2: Para se questionar se a obrigação foi cumprida, não se pode olhar so se a prestação principal for cumprida, mas também se os deveres anexos foram cumpridos. OBS3: O descumprimento e deveres anexos implica um tipo de violamento que é a violação positiva do contrato. princípios Introdução: Os princípios assim como as clausulas gerais, se inserem no que a doutrina costuma chamar de norma de textura aberta, que, teriam os 3 tipos: conceitos indeterminados, clausulas gerais e os princípios. Eles se situam em planos diferentes, ao dizer isso, fica claro que não faz sentido a discussão da doutrina sobre o que certos artigos do código civil são, pois, como são de planos diferentes, pois, é um complementando o outro. Todos tem em comum que, pelo modo como são construídas, quando tem esses conteúdos, tem maior possibilidade de adaptação ao caso concreto, o Juiz em tese poderia alcançar uma decisão mais justa. Conceitos indeterminados: estão no plano da semântica, pode-se dizer que ele é uma palavra ou expressão dotado de alto grau de vagueza semântica, não é ambiguidade, entende-se o sentido mas se questiona o significado dessa palavra. Clausulas gerais: Por um lado ela traz os conceitos dos conceitos indeterminados, mas, a vagueza esta no suporte fático e no preceito. Exemplo: o CC diz que o contrato deve observar a boa fe objetiva, o código não diz qual a consequência se essa boa fe objetiva não for observada, e, nas próprias decisões extraem a importância disso. Para cada situação, a solução a ser dada vai ser diferente. Princípios: esse plano é do tipo normativo, ou seja, toda norma, ou é regra ou é principio. Traz princípios interpretativos. Exemplo: o principio da boa fé, entende-se que é algo essencial, que tem que ter em todos os contratos é essencial. Percebe-se que o conflito de regras se da no plano abstrato, uma vai excepcionar a outra ou anular a outra. Já o conflito entre princípios se da em 6 6 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 concreto, pois, pode-se se ter no ordenamento princípios que defendem objetivos que, em situações concretas podem entrar em conflito. Exemplo: Boa fé e a autonomia, não são antagônicos, mas, nos casos concretos podem ser que surjam conflitos. Por isso que o conflito entre princípios não retira o outro no ordenamento, mas, naquele caso um se realiza mais (ideia de Alexxy) OBS1: Muitos autores falam que essas normas de textura aberta permitem ao juiz um maior discricionariedade – Requião não concorda, pois acha que da uma ideia de um maior ativismo judicial do que ele deveria ter –. Exemplo1: quando eu descrevo que uma pessoa é alta, não há um pre acordo firmado que pessoa altas tem mais de 1m80cm, discute-se o que seria uma pessoa alta. Exemplo2: diversas vezes o código civil coloca que uma conduta é permitida em caso de urgência, mas o que seria uma urgência?; O legislador faz isso pois não seria possível que ele conseguisse prever todas as situações de urgência que permitiria a conduta. Conceito determinado: quando a lei coloca o que é. Principio da boa fé: já falou na aula passa = funções da boa fé, como se da no ordenamento... Principio da autonomia da vontade/privada: A autonomia no campo das obrigações importa sobre tudo quando se fala de um tipo de obrigação – estudada em fontes – negocial, pois, elas são obrigações que o fato originário se relaciona com o próprio ato de vontade, e como há um ato de vontade envolvido, a autonomia tem um peso muito grande. 1. Autonomia da vontade: Se fala da autonomia pensada no liberalismo clássico, do código napoleônico/pós revolução francesa, é uma ideia de que essa autonomia, ou seja, esse poder de auto gerenciamento, tem uma força que é uma força equiparável a própria ideia da lei, para se opor ao prévio poder absolutista, o que impacta que, ela deva sofrer nenhuma ou pouquíssimas restrições. O problema é que se parte de uma premissa que todo mundo é igual, logo, não há vantagem um sobre o outro, se essas pessoas são iguais, o que é pactuado não cabe presença do Estado; mas essa premissa é muito falsa, ate porque esse código foi pensado por burgueses, que não levavam em conta os mais pobres, que obviamente não eram iguais a eles; Com o passar o tempo, o pensar no bem estar social, percebe-se que essa liberdade exagerada fomenta as desigualdades, gerando situações absurdas. 2. Autonomia privada: É uma autonomia que também encontra limites na lei, que tem que coexistir com outros princípios, não existe o “o contrato faz lei entra as partes”; o contrato vincula sim, mas ele é limitado por outros 7 7 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 princípios, ou seja, deve-se ser observado também, por exemplo, em que condição esse contrato foi firmado. Principio da função social: Art 421 do cc, que nesse momento esta modificado por uma MP 881 que esta para caducar essa semana (13/8/2019), que nem deveria estar sendo tratada pelo MP. A principio, a função social trabalha na perspectiva que a obrigação não tem que ser boa so para os sujeitos, mas para a comunidade, ou seja, não pode ser um ato nocivo a terceiros. Exemplo: é por isso que se proíbe por exemplo o cartel de postos de gasolina, que é ótimo pros donos de posto, mas é péssimo para os usuários. OBS: A MP coloca que o que deveria prevalecer era a autonomia em detrimento da função social. fonte das obrigações + direito das obrigações x direito das coisas Direito Romano: Divisão em delictos e contratos. Mas, logo percebeu-se que tinham obrigações que não eram encaixadas como contrato e nem como delito, então, eles criam a categoria do “Varia causarum figurae”, que era uma classificação por exclusão, o que não se encaixava nem como contrato e nem como delictum, por exemplo, a gestão de negócios (que é quandouma pessoa sem autorização da outra busca gerir interesses desse sujeito). Depois eles criam a figura do “quase” para o delito e para o contrato: “quasi ex contrato” (algo derivado da vontade que não era contrato) e o “quase ex delicto” (distinção entre ilícito doloso e ilícito culposo). Código de napoleão: Se recepciona as fontes do direito romano, e se acrescenta a ideia da lei como fonte direta/imediata, para representar as situações em que a obrigação decorre diretamente de uma obrigação legal, exemplo: pensão alimentícia (não é um contrato e nem um delito, mas a lei cria essa obrigação). Direito civil Brasileiro: Não há uma determinação legal, é tudo posição doutrinaria. Fernando de Noronha diz que o simples fato de existir uma lei não cria obrigação a ninguém, o que gera as obrigações são os fatos jurídicos dos mais diversos, mas isso não quer dizer que todo fato jurídico gera uma obrigação, mas toda 8 8 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 obrigação é originada de um fato jurídico, logo, faz mais sentido ter uma classificação em: obrigações negociais (todas que envolva vontade. Exemplo: contrato, gestão de negocio, promessa de recompensa), obrigações relacionadas com a responsabilidade civil (atos lícitos que geram o dever de indenizar – ato fato indenizativo – ) e as obrigações derivadas de enriquecimento sem causa (para que o sujeito tenha um ganho patrimonial, tem que ter uma causa. Quando não há essa causa, surge a obrigação de devolver o que recebeu. Exemplo: quando alguém deposita na conta errada, logo, houve o enriquecimento sem causa, logo, surge a obrigação de devolver o dinheiro ao dono). Direito das obrigações x direito das coisas: O direito civil trata muito sobre o patrimônio, e todas as regulamentações são pelo direito das obrigações ou pelo direito das coisas, ou seja, mesmo que seja algo de outro ramo do direito civil, a regulamentação no fim das contas sempre acaba sendo das coisas ou das obrigações. Exemplo: Pagamento de pensão é direito de família mas é regulamentado pelo direito das obrigações; A sucessão, é regulamentado pelo direito das sucessões mas acaba sendo regulamentado pelo direito das coisas. Direito das coisas: Perspectiva estática, pois ele diz quem é o proprietário/possuidor. Direito das obrigações: Relação dinâmica, de credito e debito, transmitindo algo. Distinções 1. Quanto ao objeto: 1.1 Direito das Obrigações: Prestação, sempre vai ser a questão de uma conduta, que um deve ao outro. 1.2 Direito das coisas: Domínio de alguém sobre algo, o status dele sobre a coisa (ser proprietário, ser possuidor...) 2. Quanto ao sujeito: 2.1 Direito das Obrigações: tem pelo menos dois sujeitos, se objeto é um credito, não tem como tem uma obrigação sem um devedor e um credor. 2.2 Direitos reais: O status de proprietário não tem sentido de se falar de uma situação jurídica, mas, há uma posição doutrinaria que o polo ativo é o dono, e a coletividade o polo passivo, pois existe um dever geral de O direito das coisas são os direitos reais + a posse. 9 9 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 abstenção. (Requiao cre ser uma relação unisubjetiva, do sujeito ter a posse do objeto). 3. Quanto a formação 3.1 Direito das Obrigações: a formação é muito mais livre, ate mesmo pela precisao do código do negocio atípico, o que significa que dentro dos limites da lei pode se pensar em qualquer figura contratual que não esteja prevista em lei mas que vai gerar obrigações. 3.2 Direito das coisas: depende de formação legal previa, não se pode inventar um direito das coisas, tem que se trabalhar nas categorias que o legislador criou, como por exemplo os modos de aquisição de propriedade. 4. Quando a duração 4.1 Direito das obrigações: é criada para que seja adimplida, quando ela é cumprida, ela em regra é extinta. Ela tem um caráter iminentemente transitório, em regra, pois, ela dura ate que o credito seja satisfeito. Isso não é absoluto pois podem haver algumas configurações que são mais duradouras, como por exemplo dois vizinhos que faze um acordo de não levantar muro entre suas propriedades – obrigação de não fazer – , mas, esse não fazer não é agora, eles se comprometem ao nunca levantar o muro, logo, eles estão sempre cumprindo a obrigação. 4.2 Direito das coisas: tente a se prolongas no tempo. Exemplo: eu sou proprietário desse notebook ate quando eu quiser, ate que eu decida jogar fora, vender... enquanto isso não acontecer, eu sou o dono. Podem ser temporária também em situações como usufruto, onde se determina o tempo que o usufruto dura. 5. Quanto ao exercício 5.1 Direito das obrigações: Para que eu possa exercitar o meu direito obrigacional eu preciso necessariamente do outro, só satisfaço meu direito do credito com a cooperação do outro. Em regra geral, quando eu exerço meu direito de credito, fazendo com que o devedor me pague, esse exercício do meu direito tem por consequência a extinção do meu direito. 5.2 Direito das coisas: Para que eu continue sendo proprietário, eu não preciso de conduta de ninguém, no máximo esse dever geral de abstenção – para não causar dano ao meu objeto –. O exercício do direito não tende a extinguir esse direito, se eu uso por exemplo meu notebook todo dia, eu não estou me tornando menos dono. OBS: O não exercício do direito pode ate prejudicar, como por exemplo no uso capião. 10 10 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Pontos de contato: Figuras em que há uma regulamentação tanto pelo direito das obrigações, tanto pelo direito das coisas. No dia a dia, varias vezes nos vamos ter situações em que se passa pelos dois ramos. Exemplo: eu sou dona desse notebook (direito das coisas) e eu resolve vender a alguém, afzendo um contrato de compra e venda (direito das obrigaçoes), quando eu entrego o bem já é direito das coisas, ISSO NÃO É UMA RELAÇÃO HIBRIDA, cada fato é algo diferente. 1. Obrigação “propter rem”: Ou em razão da coisa. Normalmente, a situação obrigacional vai surgir entre a relação de um sujeito e o outro, mas, aqui, essa relação surge da condição do sujeito de ser proprietário de algo. Se eu sou dono de algo surge pra mim o dever de pagar, exemplo: pagar o condomínio, você so deve o condomínio porque você é o proprietário. 2. Obrigações com eficácia real: Em virtude de eu ser proprietário, surge pra mim um direito real. Exemplo: se eu sou locatário – que me coloca numa relação obrigacional de pagar o aluguel – e durante a locação o locatário decidir vende ro bem, surge para mim o direito de preferencia, onde, o proprietário tem que primeiro oferecer a mim o imóvel, se eu me disponho a pagar o valor ofertado pelo proprietário como qualquer terceiro, eu tenho o direito de comprar, pois, se o proprietário vende e não me avisa, eu posso depositar o valor, e fazer com que o imóvel venha pra mim (direito de sequela). É um direito real que surge de uma situação obrigacional. 3. Direitos reais de garantia: São direitos reais , porem, so existem como garantia numa relação obrigacional. Exemplos: penhor, hipoteca e anticrese. 3.1 Penhor: se um bem foi dado em penhor, como garantia real de uma obrigação, não quer dizer que ele foi penhorado, ele foi empenhado. O bem que é colocado como garantia, não for paga a obrigação, o bem que foi hipotecado vai ser vendido para pagar a divida. É um bem móvel entregue ao credor e o credor fica com aquele bem ate que a divida seja paga. 3.2 Hipoteca: É igual ao penhor, mas tem um sistema registral que faz com que não precise haver a entrega do bem. Voce registra que o bem esta hipotecado para garantir o pagamento da divida. Exemplo: quando se hipoteca a casa, é uma garantia real, mas você não entrega logo a casa, se vocênão paga a divida é que a casa vai ser vendida. Direito de sequela: surge direito de ir atrás de algo que é seu. Na relação obrigacional não tem essa ideia. Super garantias: alienação fiduciária em garantia, que o bem não fica em nome do devedor. Exemplo: na compra de um imóvel eu não tenho o dinheiro e peço um financiamento/consorcio no banco, então, o banco te fornece esse valor mas, ate você terminar de pagar, o imóvel fica em nome do banco. 11 11 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 3.3 Anticrese: É a que da mais trabalho ao credor, logo é a menos utilizada. Só se da sobre imóvel, que é colocado como anticrese, se, dentro do prazo o devedor não pagar, o credor vai poder administrar esse imóvel para que a partir desse imóvel, obtenha lucro e pague a divida. Exemplo: meu apartamento é colocado como garantia anticrética, se eu não pago a divida, o credor pode alugar meu apartamento para que com esse dinheiro pague a minha divida. classificação das obrigações Quanto ao objeto Dar, fazer, não fazer: Leva em conta a natureza do objeto. Analise que tipo de conduta é que tem que ser realizada. Obrigação de dar: entrega da coisa. Obrigação de fazer: ação, uma conduta ativa. Obrigação de não fazer: a conduta envolve uma inação, a pessoa tem que não realizar determinada coisa. Exemplo: dois vizinhos que se obrigam a não construir um muro entre seus terrenos. Simples, cumulativa, alternativa: Quantidade de prestação. Simples: uma prestação. Exemplo: entrega do notebook. Cumulativa: Duas ou mais em que todas tem que ser cumpridas (cumprir mais de uma prestação). Exemplo: entrega do notebook e do celular. Alternativa: mais de uma prestação possível, mas elas se colocam como opções. Pode ser cumulativa e alternativa. Funciona igual a simples, mas é mais de uma prestação, não é regulada especificamente, é a mesma da simples. Exemplo: eu tenho a opção de dar o celular, a carteira e o notebook, mas, só tenho que entregar duas prestações, então eu posso escolher duas, das três prestações. ONUS REAIS: Quando se distingue da “propter rem” é porque nela, você paga a obrigação como condição para o gozo da coisa, já aquilo que é colocado como ônus reais, os autores costuma dizer que a obrigação que é pago se retorna como um beneficio para a coletividade, como por exemplo o pagamento dos impostos derivados da propriedade, como o IPTU. O dever obrigacional acompanha quem for proprietário, ou seja, se surgiu m debito obrigacional em função de eu ser proprietário e eu transmito meu bem para o terceiro, é o terceiro quem deve agora. Na obrigação propter rem, as dividas antigas so podem ser exigidas de mim. Essa distinção acaba por perder o sentido pois na situação do condomínio, se eu vendo o imóvel, o novo dono é quem deve o IPTU e o condomínio, mesmo que o novo dono possa cobrar depois do antigo proprietário. Em razão de eu ser proprietário surge para mim a obrigação de pagar. 12 12 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Divisíveis e indivisíveis: Divisibilidade da prestação. Como por exemplo uma obrigação que se deve 500 reais, é divisível porque pode ser parcelado. Quando a obrigação é indivisível, a obrigação não pode ser cumprida de modo fracionado, como por exemplo, quando eu devo um celular, ele não pode ser fracionado. Divisível: o pagamento pode ser fracionado. Indivisível: não pode ser fracionado. Exemplo: computador. OBS: Mesmo a coisa sendo divisível, a obrigação pode ser indivisível. Quanto aos sujeitos Unicas e múltiplas: Único: Um único credor e um devedor. UM sujeito em cada polo. Múltiplo: Mais de um credor ou mais de um devedor, ou os dois. OBS: A obrigação ser múltipla é pressuposto para que ela possa ser solidaria. Mas nem toda múltipla é solidaria, não há reciprocidade. Ou seja, não tem como ter uma obrigação solidaria se eu tiver multiplicidade de sujeitos, mas, nem toda obrigação que é múltipla é solidaria. Solidarias: Toda obrigação solidaria é múltipla. Se muda o modo como se regulamenta a relação entre os sujeitos do mesmo polo, posso ter credores ou devedores solidários. Normalmente, se eu tenho uma obrigação que não é solidaria, cada um só vai arcar com a sua parte. Exemplo: se duas pessoas me devem 1000 reais, cada uma me deve 500, mas, se elas são solidarias, eu posso exigir os 1000 de qualquer um dos dois. Do mesmo modo que, eu poderia dever 100 reais a 2 pessoas, e eu poderia pagar 100 reais integralmente a qualquer dos dois. A solidariedade muda a estrutura da obrigação, se eu tenho devedores solidários, o todo poderá ser exigido de qualquer um deles, e, se são credores solidários qualquer um deles pode exigir o todo. NÃO CONFUNDIR COM DIVISIBILIDADE. Se uma prestação é indivisível, o credor pode exigir dos devedores a integralidade do debito, não porque eles devem tudo e sim porque a prestação não se da de outro jeito. Quanto a liquidez Liquidas e ilíquidas: Diz respeito a se o conteúdo dessa prestação, se ele já está definido, ou se a sua definição depende de algum ato posterior. Liquidas: Já esta definido o conteúdo da prestação. Exemplo: se alguém me deve um computador, a prestação é um computador. 13 13 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Iliquidas: Não esta definido. Exemplo: quando um motorista atropela um pedestre, surge ao motorista o dever de indenizar o pedestre. O atropelado quebra a perna e acaba tendo o ônus da cirurgia, do remédio e da fisioterapia, mas, ele não sabe se vai precisar de outra cirurgia, por quanto tempo vai tomar o remédio e fazer a fisioterapia. No processo indenizatório, vai ser colocado as prestações liquidas, que é o que ele já gastou, e, já cobre os gastos que podem ocorrer ainda em detrimento do atropelamento, são essas as prestações ilíquidas, logo, ainda não se sabe o todo das consequências, logo, o motorista vai ficar obrigado a cobrir esses futuros gastos. OBS: Observe que essa obrigação ilíquida é transitória, ate porque, uma hora o sujeito vai ter que liquidar a divida, no caso do exemplo, uma hora acabarão os gastos do atropelado. Quanto ao conteúdo do adimplemento: O que precisa acontecer para dizer que a obrigação foi cumprida. Quando se cria uma obrigação, há um interesse em algum bem da vida que você quer. Meio e resultado Resultado: So vou dizer que houve o adimplemento se o resultado pretendido for atingido. Exemplo: numa compra e venda, eu tenho que ter entregado a coisa. Meio: A verificação do adimplemento não passa pela analise se o resultado foi alcançado, apesar de que, obviamente, os sujeito tem o objetivo que se adimpla. Mas, o devedor tem que ter tentado alcançar o resultado. Exemplo: O mais comum são as que envolvem um advogado e um medico, nessas situações, o cliente/paciente, os profissionais tentam ter êxito no que lhes é obrigado, mas não há a garantia de que eles vão conseguir cumprir, seja ganhar a causa ou salvar a vida. O adimplemento escapa muito do devedor, pois há elementos externos que ele não pode controlar. OBS: Em caso de cirurgias estéticas embelezadoras, há uma discussão se é de meio ou de resultado. Requião vê que continua sendo de meio. OBS2: Se o medico promete, e não cumpre, há o inadimplemento do dever anexo de informação. OBS3: Pode ter inadimplemento, se o profissional não alcança o resultado porque erra, houve o inadimplemento. OBS4: O sujeito, como medico ou advogado, não pode se obrigar a ter uma obrigação de resultado. Quanto a eficácia 14 14 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Simples, condicional, modal e a termo: Se há algo modificando a eficácia da obrigação. Simples: Se não há nada modificando a eficácia, no momento que elasurge, o devedor já tem que pagar. Exemplo: no momento que eu atropelo alguém, surge a obrigação de pagar. Condicional: Condição. Modal: Encargo. Termo: a obrigação será exigível em relação ao termo definido. Reciprocamente consideradas Principal e acessória: Se a obrigação é independente ou se é vinculado a obrigação principal. Exemplo: a obrigação do fiador é sempre acessória. Principal: Não depende. Acessória: Depende. Quanto a exigibilidades Civil e Natural: Civil: Há tanto o dever quanto a responsabilidade. Exemplo: o ordenamento diz que a divida existe e que se você não pagar, você vai ser responsabilizado. Natural: O ordenamento reconhece o dever mas não reconhece a responsabilidade. O ordenamento reconhece a divida, mas, também diz que se o devedor não a cumprir voluntariamente, credor não vai poder exigir. Exemplo: Divida de jogo e aposta, se o sujeito paga, o ordenamento entende que não é uma doação e sim o pagamento da divida. Mas, uma vez que ela não paga, o sujeito não vai poder exigir judicialmente. EXEMPLO2: Divida prescrita, nela, ela continua existindo mas não é mais exigível (há discussão se é natural pois deveras a obrigação nasce com responsabilidade e prescreve) OBS 1 - Prescrição: A divida continua existindo mas você não pode mais exigi-la. EXERCICIOS → Todas essas classificações são aplicadas nas obrigações. ATIVIDADES 2019.2 ↓ EXERCICIO 1: Um sujeito, celebrou com outro um contrato de compra e venda, onde o comprador se obrigou a pagar 1000 reais em 30 dias. RESPOSTA: Obrigação de dar + Simples + Divisível + Único + Liquido + Resultado + Simples + Principal + Civil. 15 15 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 EXERCICIO 2: Um musico se obrigou a fazer um show caso o Vitoria não seja rebaixado para a serie C. RESPOSTA: De fazer + Simples + Indivisível + Única + Liquida + Resultado + Condicional + Principal + Civil ATIVIDADES 2020.1 T4A E T4AEXTRA ↓ EXERCICIO 4: Joao se obrigou a dar para Carla, seu veiculo ABC123 ou pagar 50 mil reais. EXERCICIO 5: Gustavo apostou com Marcio que se o Vitoria for campeão brasileiro da serie A, lhe pagara um milhão de reais. EXERCICIO 6: Fernando, advogado, foi contratado para dar um parecer sobre determinado caso. EXERCICIO 7: Criou-se uma obrigação em que Joana e Claudia ficaram obrigadas a pagar 400 reais , podendo o credor exigir o valor integral de qualquer uma delas. Obrigação de dar coisa certa: Ainda é uma das classificações mas será mais aprofundado. Veja que essa classificação é uma possível das obrigações de DAR. Noçoes gerais: A coisa já está determinada em concreto, ou seja, eu não estou falando de um tipo/espécie/gênero de coisa, mas especificamente daquela coisa que tem que ser entregue. Há um interesse que seja aquela coisa, não uma similar da mesma espécie. Ex: o SEU imóvel, o SEU automóvel quando estão a venda, são aquelas coisas, com aquelas características, como por exemplo quando você esta vendendo o SEU carro, ele tem um placa especifica, cor, características que só o seu carro tem...; Já na coisa incerta, a coisa esta determinada pelo gênero e quantidade. A regra geral é que os acessórias acompanham o principal. NÃO CONFUNDIR COM PERTENÇA! Se você faz um contrato sobre uma coisa certa e nela há mudanças, seja para melhor ou para pior, há uma influencia na obrigação, por isso, o código vai regulamentar. Espécies: Obrigação de dar coisa certa propriamente dita: Em regra o dono da coisa é o devedor, ou, ainda que o devedor não seja o dono da coisa certamente, o devedor não é o dono. Em regra também, esse dar do dono da coisa implica em uma transferência de propriedade. Ex: na compra e venda, quem vende, é o 16 16 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 devedor da entrega da coisa, perceba que ao entregar a casa eu tenho que transferir a propriedade para o credor (que vira a ser o novo dono). Obrigação de restituir: Normalmente, o dono da coisa é o credor. A coisa esta sendo devolvida para o sujeito que é o dono. Ex: eu te empresto meu notebook e agora você vai me devolver, se meu notebook esta com você, você é o devedor de entregar o notebook. Quando essa coisa se perdeu ou se deteriorou por culpa do devedor, se o sujeito teve culpa quem vai arcar com o prejuízo é ele. Mas, pode ser que a coisa tenha sofrido um dano mas não tenha sito culpa de nenhum dos envolvidos na situação, quem fica com o prejuízo é o dono. Se o devedor foi culpado -> ele quem arca. Se não foi culpa de ninguém -> o dono fica com o prejuízo. Perda e deterioração: Depende de qual espécie de obrigação de dar coisa certa se tem. PERDA: Cenário em que a coisa não esta mais disponível para realizar o pagamento – a coisa se impossibilitou – , algo que foi destruído completamente. Ex: se o sujeito tinha se obrigado a dar o carro e ele foi roubado; se há um acidente que gerou perda total no carro. Não há mais como cumprir com a obrigação. Perda propriamente dita: art 234 SEM CULPA: Se eu tinha a obrigação de dar coisa certa e antes de cumprir, ou em caso de condição suspensiva, a coisa se perde, a obrigação se resolve. Eu não vou entregar minha prestação, e nem receberei nenhuma, logo, não acontecera nada comigo, não há responsabilização. Mas é obvio que se o credor já tinha me pagado eu irei devolver o dinheiro, se não, configuraria enriquecimento ilícito. COM CULPA: Há a devolução do valor pecuniário da coisa que se perdeu + perdas e danos. É uma indenização que vai ser paga pelo prejuízo que a pessoa sofreu com o inadimplemento. Qualquer prejuízo de não ter entregue a coisa surgir pro sujeito, o devedor da obrigação de dar vai ter que arcar. Exemplo: eu compro um carro e o vendedor diz que vai me entregar o carro em uma semana, acreditando nisso, eu vendo meu carro mas, antes disso, o vendedor, alcoolizado, bate o carro que eu comprei, eu ficaria sem carro, assim, o vendedor deverá me pagar o valor do carro que eu já paguei + perdas e danos caso eu precise alugar um carro. Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. 17 17 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Perda com obrigação de restituir: art 238 e 239 SEM CULPA: Se alguém esta com algo que é seu na mão dele, e essa coisa se perde sem culpa, a regra geral é que ele não tem que me dar uma nova. Se não tem culpa, quem fica com o prejuízo é dono. Mas, se, houver direitos que o credor tenha a exigir ate o dia da perda, esses direitos continuam a ser exigidos. Exemplo: alugo me carro por 150 reais a diária por tempo indeterminado, passaram 4 dias e o carro foi roubado, nesse caso, embora a pessoa não tenha que me entregar o novo carro, eu ainda posso exigir os 600 reais do aluguel. COM CULPA: É a mesma solução da de dar coisa certa = o credor vai pagar o valor da coisa + perdas e danos. Via de regra acontece o pagamento do valor correspondente da coisa, mas também pode ser uma coisa igual, depende muito do que seja. Se for por exemplo um celular que já estava usado, na pratica vai ser preferível Deterioração: Situação que a coisa sofreu um dano e diminuiu o seu valor, mas, a coisa continua lá. Ao contrario da perda, continua sendo possível entregar a coisa, mesmo que defeituosa. Deterioriação Propriamente dita: art 235 e 236 SEM CULPA: Não tem perdas e danos, pode-se: (I) Resolver a obrigação (II) Aceitar a coisa no estado em que se encontra abatendo o valor do dano que sofreu. Exemplo: a pessoavendeu o celular e ainda não entregou o celular, antes da entrega, um terceiro esbarra, o celular cai e a tela rachada, nesse caso o credor e ele tem duas opções: não querer mais o celular ou ter um desconto pelo dano da tela. Esse desconto não é uma indenização/perdas e danos, se esta equilibrando a obrigação. Exemplo1: Vendi um celular e um terceiro derrubou o celular e trincou a tela. Houve uma deterioração sem culpa. Assim, o credor tem a opção que ele já tinha na perda, que é resolver a obrigação ou, receber o celular como esta e paga um valor menor. VEJA QUE NÃO É UMA INDENIZAÇÃO, é um equilibro do valor pela deterioração. Observe que ainda que essa deterioração me causasse um prejuízo, como por exemplo, se fosse um carro que bateu, o carro ainda existe e esta deteriorado, mas eu vou ter que botar para consertar, esse valor do conserto será descontado do valor do carro, mas, se eu tivesse que ficar andando de uber porque o carro esta na oficina, eu NÃO poderia exigir nada do devedor pois ele não teve CULPA. Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. 18 18 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 COM CULPA: Tem perdas e danos, eu posso aceitar ou não a coisa mas o credor fica obrigado a me pagar as perdas e danos de qualquer jeito. Exemplo: se no exemplo acima foi o credor/dano quem deixou o celular caiu, eu posso aceitar o celular trincado e o perdas e danos ou não aceitar mais o celular e ainda assim ser indenizada. Deterioração com obrigação de restituir: art. 240 SEM CULPA: Exemplo: emprestei meu carro a alguém, e um terceiro bate, esse alguém não tem a obrigação de restituir. COM CULPA: Requião critica esse final do artigo, pois so da uma opção mas ele acha que faria mais sentido também referenciar ao 236. Exemplo: Se a pessoa que eu emprestei o carro dirige de maneira imprudente e bate o carro, ele deve me pague o valor do carro + perdas e danos (conserto do carro + danos de eu ter ficado sem carro ate consertar). Melhoramentos, acrescidos e frutos: É o mesmo regramento pra os 3. Propriamente dita: art 237 (o devedor é quem é o dono e o credor é quem vai receber o bem). Antes de ser entregue a coisa é melhorada, o dono é quem vai ficar com o lucro, mas por outro lado se analisa: (I) se a coisa é sua e se valorizou você tem o direito de cobrar esse valor e (II) se respeita a obrigação que foi firmada entre as partes. O dono da coisa pode exigir o aumento do preço mas o credor não é obrigado a aceitar isso, ele pode desistir da obrigação. Exemplo: eu vendo uma coisa por 1000 reais, mas a coisa é melhorada e agora vale 1.100, o vendedor pode querer cobrar os 1.100, mas o comprador pode não querer mais comprar. Os frutos que podem ser colhidos são do devedor (proprietário) os frutos que serão colhidos são do credor (futuro proprietário). Exemplo: vendo um apt que está locado, ate eu entregar o apt os alugueis são meus, depois, de quem comprou. Obrigação de restituir: art 241 e 242. A coisa, não esta com quem é o dono, esta com outra pessoa e a logica vai ser a mesa da deterioração – so que invertida – . SEM “CULPA”: O sujeito tem que devolver a coisa e essa coisa teve um melhoramento mas não foi por fato imputável a esse devedor, ele vai devolver a coisa e não vai Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar- se-á o disposto no art. 239. Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. 19 19 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 receber nada em troca, se não teve trabalho/dispêndio do devedor (que na obrigação de restituir não é o dono), quem vai ficar com o ganho é o credor (que é o dono) COM “CULPA”: se houve trabalho ou dispêndio do devedor, se o dono recebesse essa coisa e não teria que pagar nada, seria um enriquecimento sem causa, então, essa situação vai se guiar levando em conta as normas do código para as benfeitorias feitas pelo possuidor de boa fé e o de má fé. O código procura beneficiar o de boa fé e não o de má fé. Quando é possuidor de boa fé, ele tem o direito a indenização pelas benfeitorias necessárias e uteis e tem um DIREITO DE RETENÇÃO, de ficar com o bem. As voluptuárias ele pode ser indenizado mas o dono não é obrigado a pagar. O de má fé só é indenizado pelas necessárias e não tem direito de retenção. SOBRE OS FRUTOS: Se você é possuidor de boa fé, você tem direito de colher os frutos que já são prontos a ser colhidos mas o pendentes não. Se for possuidor de má fé, você ira indenizar o proprietário todos os frutos do período que se teve a posse do bem, inclusive os que você não perceba. Obrigação de dar coisa incerta: A coisa esta definida em abstrato pelo seu gênero e quantidade. Não se firma a obrigação em cima de uma coisa concreta, e sim sobre a ideia da coisa e há uma clara consequência de que a priori, no momento da criação da obrigação da coisa incerta, não tem logica de se discutir a perda ou a deterioração da coisa incerta, em geral. Só há como se falar dessa perda/deterioração quando a obrigação de dar a coisa incerta, em algum momento, eu vou ter que pegar a coisa para entregar, esse ato de trazer a coisa em concreto, é o que se chama de ESCOLHA. Nota-se que, a partir da comunicação dessa escolha não se tem mais uma coisa incerta, a partir da escolha, aplicam-se as regras da coisa certa. Ou seja, esse caráter de incerteza é transitório, pois, pra poder adimplir, eu preciso transformar a coisa incerta em certa. Genero non periti: por isso não há perda e nem deterioração, isso so sera possível quando há a comunicação da escolha do objeto. Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar- se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. 20 20 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Quem tem o direito de escolher? Em regra é o devedor, pois: (I) na maioria das situações ele quem vai estar na posse da coisa e (II) ele seria teoricamente o polo mas frágil da relação por estar sendo cumprido. Proibições (principio do meio termo): Quando a escolhe couber ao devedor, essa escolha não é totalmente livre: ele (I) não pode entregar a PIOR das coisas e (II) nem esta obrigado a entregar a melhor. OBS: Quando se pensa numa coisa natural, ou seja, que não é industrializado que nem todos são iguais, a questão do meioterma costuma ter mais utilidade. Exemplo: na compra e venda de um boi por exemplo, deve-se observar a escolha de um boi dentro da previsibilidade do peso que se espera de um boi. Analise do meio termo: Analise dentro de um universo especifico. Uma coisa é um sujeito vender pro outro um boi de tal raça e idade, e suponhamos que espera-se que um boi dessa raça pese X, ele não pode pesar ½ e nem esta obrigado a pesar 2x, mas, e se não foi firmada assim a obrigação? E se o futuro comprador vai na fazenda e escolhe o boi sobre um contrato de obrigação de dar coisa incerta. Supondo que todos os bois estavam raquíticos, o meio termo dessa escolha não deve ser o geral, e sim o daquele universo. Eu fui na fazendo e vi que os bois pesavam ¾ X, e mesmo assim eu quis comprar, pelo principio da boa fé, a analise do principio do meio termo nessa situação deve ser nesse universo. A reciproca também é verdadeira, se fosse uma fazenda que todos os bois fossem excelentes, pesassem 2x, se o comprador já sabe dessa situação dos bois e mesmo assim decide comprar como coisa incerta, o vendedor não pode escolher o seu pior boi (que no caso pesaria X), ele tem que escolher o meio termo dos seus excelentes bois. OBS: se as pessoas acordam que na obrigação quem vai ter o dinheiro de escola vai ser o credor, estaria esse credor estar vinculado a esse principio do meio termo? Ele estaria proibido de escolher o melhor e não estaria obrigado a escolher o pior? NÃO, por uma questão de usos e costumes; quando se permite a escolha pelo credor, esse pacto é ciente que ele vai escolher a melhor das coisas. OBS2: Se o gênero da coisa perece, pois era limitado, SEM CULPA DO DEVEDOR, o contrato é resolvido. Basta que haja um perecimento que seja desproporcional pedir as perdas e danos. Isso é uma posição doutrinaria, pois, no código, não há a distinção de com culpa/sem culpa, teoricamente, de qualquer jeito deveria se pagar a indenização, mas, a doutrina faz essa ressalva para quando não há culpa. Exemplo: Se eu tenho as ultimas 5 garrafas de vinhos do mundo, que são iguais, e vendo para uma pessoa, mas não escolhi a garrafa e o comprador ainda não foi pegar; há uma enchente e eu perco todas as garrafas, o contrato devera ser resolvido. Mesmo que depois se descubra que Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 21 21 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 há mais uma garrafa de vinho de um proprietário que não quer vender, tecnicamente o gênero não pereceu totalmente mas se perde a própria logica da obrigação que foi firmada. Quando é que eu passo a aplicar as regras da coisa certa? Art 245 e 246. Não basta a escolha, precisa que o credor seja notificado. Se ele não for cientificado da escolha, continua-se a aplicar as regras da coisa incerta. O que seria esse cientificado? Pode ser mera notificação: (I) avisei o credor, ou, como esse cientificado pensado como uma ideia de (II) dar ao credor para que ele possa identificar de fato qual é a coisa. A diferença pratica entre I e II, é que, por exemplo: minha cachorra dá luz a 3 cachorros e eu vendo um por 1000 reais e outro por 700, mas, antes de entregar, minha cachorra em estado puerperal mata dois cachorros e so fica um, mas, eu não mandei foto para quem comprou de qual era cada um, é provável que eu va escolher entregar do que sobrou o mais caro, mas, se eu tivesse mandado a foto, eu era obrigado a entregar aquele cachorro mesmo que o mais barato (se ele tivesse sobrevivido). Obrigação pecuniária: Não tem uma seção especifica no código. É a obrigação que envolve a entrega de dinheiro, o que, por se só, mostra como já é uma das obrigações mais frequentes. É uma obrigação de dar, mas, onde ela se encaixa? Como coisa certa ou incerta? Aqui, a coisa em si importa, mas, nas obrigações pecuniárias não tem nenhum sentido se discutir escolha, pois, a coisa em si, o dinheiro, a moeda, não importa qual seja e sim o valor que aquilo representa, o papel é mero suporte, até porque, hoje em dia a maioria do dinheiro esta de maneira virtual. OBS1: situações de colecionar moedas por exemplo, vai se analisar o objeto e não o valor dele, deixa de ser pecuniária, pois esse dinheiro não esta sendo unidade monetária e sim um objeto. OB2: A própria ideia de valor pode ser entendida de várias maneiras diferentes. OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER: Conduta ativa/passiva que não envolve entrega de coisa. Exemplo: professor dar aula -> obrigação de fazer. OBS: Obrigação de dar/de fazer exigem condutas ativas do sujeitos (positivas; ações a serem realizadas). OBS2: Contratos de “promessa” são obrigações de fazer, no caso, fazer o outro contrato que é prometido. OBS3: Situações como a de se contratar uma costureira para confeccionar uma roupa, é uma obrigação de fazer, e o “dar” a roupa é acessória. Mas, se fosse uma situação 22 22 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 em que a costureira ate fez a roupa, mas, não quer lhe entregar, seria o descumprimento de uma obrigação de dar. Vai depender do que foi adimplido, qual seria a pretensão de se alcançar coma a ação? Na primeira situação, que a costureira faça a roupa, já na segunda, que se receba a roupa que já esta pronta. A execução que se pede numa ação judicial vai depender, nessa situação da roupa, se ela já fez e não quer entregar, se pede uma ação de execução de uma obrigação de dar, se a costureira nem costurou: obrigação de fazer. No código: São reguladas as situações de inadimplemento, das consequências de cada configuração de situação. A doutrina na obrigação de fazer: Divide em duas espécies = obrigação de fazer fungível x Obrigação de fazer infungível/personalíssima/intuito persona. De fazer fungível: O que importa é só o fazer, a conduta, não importa quem vai fazer. Exemplo: no caso da costureira, seria só a ação dela de costurar a roupa. Exemplo2: na matricula da faculdade, você não se matricula para ter aula com professor X,Y... uma vez que a faculdade oferece um professor para dar aula da matéria, mesmo que você não goste dele, não há descumprimento da obrigação. De fazer infungível/personalíssima/intuito persona: Essa obrigação não pensa apenar no fazer/conduta, mas também, em quem é que esta realizando a conduta. A verificação do adimplemento não só se verifica se a conduta ativa foi realizada, e sim, quem realizou aquela ação. A escolha de quem iria cumprir é um fator relevante, se esta contratando não só levando em consideração a realização da conduta, mas QUEM realiza, simples alcance do resultado vai ser suficiente para se dizer que houve o adimplemento. Exemplo: Uma pessoa contrata um cirurgião renomado para fazer uma cirurgia, se, no momento da realização da cirurgia, o cirurgião deixa o assistente fazer e o resultado da cirurgia, mesmo que seja perfeito o resultado, a obrigação não foi cumprida. Exemplo2: O ingresso para um show, nada além da banda principal que foi comprada vai satisfazer a obrigação. Obrigação de fazer sem culpa: Se o sujeito não pode, sem culpa, fazer o contrato e adimplir a obrigação, a obrigação se resolve. Exemplo: eu tinha que dar aula num dia e estou doente e não posso dar aquela aula, a obrigação se extingue. 23 23 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Obrigação de fazer com culpa: Infungível, Art 247: Se só quem pode cumprir é esse sujeito e ele, dolosamente, não vai cumprir, só o que resta é indenizar. Mesmo com a indenização, essa solução não vai de fato dar o que o credor queria, afinal, ele queria que aquele fazer fosse realizada. Tutela especifica da obrigação = o ideal não é que a obrigaçãoseja convertida um valor pecuniário, mas sim, que o objeto daquela obrigação seja alcançado. OBS: Situações do plano de saúde, é uma obrigação de fazer infungível e personalíssima, pois só o plano pode autorizar o serviço medico. A ação judicial para conseguir a autorização do plano vai mandar o plano cumprir com pena de multa, mas observe que a multa obviamente não vai substituir o procedimento medico, essa multa vai ser colocada para coagir o plano a cumprir a obrigação. Fungível, Art 249: Uma vez que a obrigação pode ser cumprida por terceiro, o credor pode mandar fazer e cobrar do devedor, e pode ainda cobrar a indenização. Porem, isso pode ser feito em regra apenas com autorização judicial, somente em caso de urgência fica autorizado. Obrigação de não fazer (a partir do artigo 250): Cobra-se uma conduta inativa do sujeito. Qualquer contrato de exclusividade é uma obrigação que envolve um não fazer e um fazer. Exemplo: Bares que tem um contrato de exclusividade com Coca cola, esse contrato traz uma obrigação de fazer (vender coca cola) e de não fazer (não vender bebidas de outras marcas) Cláusula de raio: Obrigação de não fazer em um raio de distancia, usualmente feito por lojas com shoppings, onde elas se obrigam a não abrirem outras lojas naquele raio de distancia. Clausula de não concorrência: Não abrir durante um tempo outra loja. Por exemplo, quando a Perini foi vendido para a censosud, o dono da Perini se obrigou há ficar X anos sem abrir outra marca de padaria. Segredo industrial: O sujeito fica obrigado a não contar nada sobre os aprendizados que teve da empresa. Exemplo: segredo da formula da coca cola. Consequências: Uma vez que o sujeito toma uma conduta ativa onde deveria ter uma passiva, o credor pode exigir que o devedor desfaça essa CAPÍTULO II Das Obrigações de Fazer Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível. Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. CAPÍTULO III Das Obrigações de Não Fazer Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. 24 24 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 ação, mesmo que isso lhe custe um ônus, e ainda exigir do devedor perdas e danos, mas perceba que em regra é necessária a autorização judicial, somente em casos de urgência que essa autorização é dispensável. Outrossim, nem sempre vai ser possível desfazer essa ação, ainda que se pague perdas e danos. Exemplo: Um ator ficou obrigado a não aparecer em outra emissora, e aparece, não tem como apagar o programa, então, será pago apenas as perdas e danos. Mas se fosse uma loja que abriu no raio proibido, o credor pode exigir que a loja seja fechada e que se pague perdas e danos. Obrigação alternativa: É diferente da acumulativa e da simples, pois, aqui o grande diferencial é a alternatividade. Se tem mais de uma prestação como possibilidades para o adimplementos. Pode-se ainda ter uma obrigação que seja cumulativa e alternativa. Exemplo: tem as prestações A,B e C, e o sujeito tem que cumprir duas dessas prestações para adimplir. A escolha/concentração: Não é a mesma da obrigação de dar coisa incerta. Na obrigação de dar se escolhe a coisa, aqui é a escolha da prestação. Em regra, a escolha também é do devedor. Porem, na escolha da coisa incerta o devedor não pode escolher a pior e nem esta obrigado a escolher a melhor, mas aqui, isso não tem sentido, uma vez que, teoricamente, as duas prestações são “iguais” para adimplir, mesmo que uma seja mais barata que a outra. Vale a ressalva que essas prestações não precisam ser igualmente classificada, um poderia ser uma obrigação pecuniária e a outra é de dar. OBS1: As opções da prestação não podem ser alteradas por quem escolher (que é em regra o devedor). Exemplo: Eu posso pagar uma divida com 100kg de feijão ou 100kg de soja, eu não posso pagar com 50kg de feijão + 50kg de soja, ou é um ou é outro. OBS2: A prestação do locatário para o locador é periódico, pois, de tempos em tempos ela deve ser paga e se renova. Quando o devedor escolhe o pagamento na primeira prestação, se perde a ideia de escolha alternativa nas prestações seguintes? NÃO, se no exemplo supracitado, eu paguei no primeiro mês com feijão, eu não estou obrigada a pagar depois com feijão de novo. CAPÍTULO IV Das Obrigações Alternativas Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. § 1 o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. § 2 o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. § 3 o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. § 4 o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. 25 25 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 OBS3: Vale a ressalva para situações que só é uma única obrigação, mas que o pagamento é parcelado, não há uma nova prestação para que ela escolha, pois não há a renovação da obrigação. Exemplo: ainda na situação do feijão/soja, se o devedor escolhe pagar 100kg de soja, mas, pagar esses 100kg em 5 meses, serão 5 prestações de 20kg, esses 20kg não podem ser alternados com o feijão. QUEM PODE ESCOLHER? Quando há pluralidade de optantes: Tendo dois devedores, tem que ter uma escolha unanime entre eles sobre o que é que vai ser pago. Se não houver essa unanimidade, eles não vai pagar e assim, isso vai gerar uma ação judicial e nesse caso, se, mesmo na ação judicial não houver acordo entre os devedores, a escolha caberá ao juiz. OBS: Essa pluralidade pode ser em polos alternativos. Quando as partes acordam que um terceiro terá o direito de escolha: Não é exatamente a ideia de um arbitro mas é algo assim, um terceiro considerado “imparcial.”Se depois, o terceiro não puder, ou não quiser segue a logica de que vai caber a escolha ao juiz se não houver acordo entre as partes (de escolher um novo terceiro, por exemplo). Perda/deterioração de uma das alternativas: como se tem pelo menos duas prestações, se uma fica impossibilitada, sem culpa do devedor, ainda fica disponível a outra(s). Sem culpa do devedor: pouco importa de quem é o direito de escolha, se as duas prestações se extinguem sem culpa do devedor, a solução vai ser a extinção da obrigação. Com culpa do devedor: Aqui importa de quem era o direito de escolha. Se a escolha for do credor, o simples haver culpa na impossibilidade uma prestação já é potencialmente uma situação que gera perdas e danos, já se a escolha é do devedor/não do credor o resultado é que ele ainda vai pagar com a prestação. Impossibilidade sucessiva: Quando a primeira se impossibilita, seja por culpa do devedor ou não, ele ainda pode pagar com B, se depois, B se impossibilita, o devedor vai pagar as perdas e danos sobre B, e não sobre a primeira prestação que se impossibilitou. Por culpa do devedor sendo a escolha do credor: Se a coisa se impossibilitou por culpa do devedor, a escolha do credor se mantem, ele tem a opção de aceitar receber a prestação que restou (sem receber perdas e danos) ou, o credor também pode querer a que se impossibilitou, recebendo o equivalente ao impossível (prestação impossibilitada) + perdas e danos. 26 26 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Impossibilidade das duas prestações com culpa do devedor e escolha do credor: o credor vai escolher por qual ele seja indenizado, sempre preservando o direito de escolha do credor. Impossibilidade sucessiva com escolha do devedor com culpa seguida de sem culpa (não tem no código): Se, se impossibilita a primeira com culpa e a segunda sem culpa, pode-se: (I) Indenizar ou (II) resolver a obrigação, mas, o código não regulamenta isso, porem, Requião acha que deveria haver a indenização. Uma vez crendo que deve indenizar, vai ser por: (I) a que teve culpa, (II) a ultima a se impossibilitar ou (III) o devedor vai escolher qual ira indenizar. Requião acha que a melhor opção é a II, baseado no Art 254 analogamente. Impossibilidade simultânea (não tem no código): O devedor escolhe por qual vai indenizar. Obrigação facultativa: O debito se concentra em uma prestação, aquilo que é devido/que pode ser exigido, não há alternatividade sobre o que é devido, o que ele deve esta especificado. O que se tem é uma possibilidade/faculdade do devedor (SEMPRE DELE) de se liberar da obrigação com uma prestação diversa: ele tem a possibilidade de pagar o que ele deve ou de se liberar com uma outra conduta. Mas, perceba que não há alternatividade, só é uma prestação, mas, ao invés de pagar o que deve, se liberar realizando uma outra conduta/prestação. A faculdade (opção) sempre é do devedor. Exemplo1: Art 1234 = Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la → Se eu achei, eu tenho que devolver pro dono, e ele deve me pagar pelos ônus para manter a coisa e ate para ir entregar a coisa e me pagar uma recompensa não inferior a 5% do valor da coisa, não há nenhuma alternatividade nisso, MAS, se o dono preferir, ele pode abandonar o bem e resolve a obrigação, não tem mais obrigação nenhuma de pagar. Porem, eu que achei, não posso processar o dono para que ele não abandone a coisa, o dono não me deve nada (além do que teoricamente deveria caso quisesse a coisa de volta), ele pode encerrar a obrigação sem adimplir. Exemplo2: Uma obrigação é fixada, mas, há uma clausula que permite ao devedor, invés de cumprir com a obrigação, se desvincular do contrato de outra maneira. Perceba que não se pode entrar com uma ação para exigir que quem perdeu a coisa abandone, e sim, para que se pague o dinheiro que o quem achou gastou. Mas, perceba que nessa ação, o dono da coisa vai poder dizer que não quer a coisa e a obrigação se resolve. 27 27 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 Requião acha que a opção de abandonar vai se dar no momento da entrega da coisa. Ele não acredita que depois que o sujeito pegou a coisa de volta, vai poder depois abandonar para não pagar o que deve a quem achou a priori. Se quem achou o bem é roubado por exemplo, a obrigação se resolve. Obrigações divisíveis e indivisíveis: Ainda leva em conta a prestação: se a prestação pode ou não ser fracionada. Em regra, as obrigações pecuniárias serão divisíveis. Verifica-se se o fracionamento é possível sem alterar a substancia. Pode ser indivisível, mesmo que a sua natureza seja divisível, seja por razão de ordem econômica ou motivo determinante do NJ. Se a prestação é indivisível, vai se considerar que o bem também é indivisível. NÃO CONFUNDIR COM O MODO QUE SE DEVE ADIMPLIR A OBRIGAÇÃO. Uma coisa é a indivisibilidade da obrigação, outra coisa é a obrigação ser adimplida em um único ato. Art 314: O pagamento em regra vai se dar num único nato. Não confundir a indivisibilidade da obrigação, que é uma característica da prestação. Com a indivisibilidade do pagamento. Isso se as partes não acordarem em contrario. Para situações de apenas um credor e mais de um devedor, utilizando o artigo 314, não faz diferença se a obrigação é divisível ou não, a regra vai ser pagar de uma vez só. Mas isso não significa que, caso a obrigação seja divisível, as partes vão poder acordar em dividir a prestação. OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL: presume-se que essa obrigação vai ser igual a quantidade de credores (divisão pro rata). Exemplo: obrigação pecuniária de pagar 500 reais, e tenho dois credores, vai se entender como duas obrigações de pagar 250 reais. Tanto o adimplemento/inadimplemento, vai ser so da sua parte, ou seja, so quem deve, na pluralidade de devedores, é que vai ser afetado por isso. MULTIPLOS CREDORES: Assim como, se tenho dois credores e um devedor da obrigação de pagar 500 reais, cada credor so vai poder cobrar a sua parte. OBS: Presume-se que a divisão das prestações é “pro rata” = em partes iguais. OBS2: Fraciona-se a obrigação e cada um arca com a sua parte. Essa parte uma vez paga, resolve a obrigação para com aquele sujeito que pagou. Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. 28 28 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL: A pluralidade de credores em uma obrigação indivisível, sendo impossível de ser fracionada, na tem como se pagar so uma parte, logo, terá que se pagar todo, mas não é porque o sujeito deve todo, e sim porque não há como pagar parte. Exemplo: eu devo um celular a dois credores, então, eu devo meio celular a cada, mas não há como entregar meio celular, logo, terei que pagar um celular a cada. Assim, o credor, vai poder chegar para qualquer um dos devedores e exigir o todo, e assim, esse devedor que vai pagar o todo, ele terá o direito de ir atrás dos outros devedores, ele acaba se sub-rogando (substituindo) o lugar do credor. Ainda no exemplo do celular, se A e B devem um celular a C, C chega e cobra o celular de A, assim, A vai la e entrega um celular todo (mesmo que so deva meio), assim, agora A se sub-roga nos direitos de C, agora, B deve a A, normalmentede maneira pecuniária a outra metade. (SITUAÇÃO QUE O PAGAMENTO NÃO EXTINGUE A OBRIGAÇÃO). Se subrrogar é melhor que um reembolso. A situação supracitada não diz que a obrigação se extingue. A vantagem é que na subrrogaçao, todos os acessórios que tinham na obrigação original se mantem, ou seja, se tinha uma multa, uma garantia, ela ira se manter, se a obrigação se extingue-se, na nova que surgiria tudo isso se perderia. MULTIPLOS CREDORES: Cada um é credor de sua parte mas poderá estar exigindo o todo. Mas o código ressalva que se há vários credores e a obrigação é indivisível, qualquer credor pode exigir o todo, mas, o devedor deve pagar com certas precauções: (I) pagando a todos conjuntamente, e os credores resolvam como será a divisão entre eles ou (II) pagar a um dos credores, mas, esse credor devera ter uma CAUÇÃO DE RATIFICAÇÃO, que é uma autorização dos outros credores para que aquele credor receba por todos. Se um so dos credores receber por inteiro a prestação sem a caução de ratificação, os outros poderão exigir em dinheiro que falta, do devedor original (QUEM PAGA MAL PAGA DUAS VEZES), o que pode acontecer é o devedor ir atrás do credor que recebeu sem caucao para cobrar dele, mas, de qualquer jeito vai continuar devendo aos outros credores que não receberam. EXTINÇÃO PARCIAL COM PLURALIDADE DE CREDORES: Quando parte dos credores, por exemplo perdoam a divida, não afeta a prestação, pois, o devedor continua tendo que entregar a mesma prestação que era devida, mas, por outro lado o devedor agora não deve mais a prestação integralmente, mas so a esta realizando pois não tem como dividir, então, os credores, vao ter que de volta pagar ao devedor o que foi extinto. Exemplo: C deve um notebook (que vale 2k) a A e B, e então, A perdoa a divida, mas, ele não se pode perdoar a divida do notebook todo, pois ele não pode receber o Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão. Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. § 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. 29 29 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 notebook. Entao, A continua podendo exigir o notebook, mas, agora C, quando pagar o notebook a A estará pagando mais do que deve, assim, agora A terá que pagar a C o que foi remitido, ou seja, C continua obrigada a entregar o notebook e em contra partida terá que pagar 1000 reais, parte pecuniária equivalente ao que B perdoou. INADIMPLEMENTO: Se a obrigação é impossível de ser realizada com culpa, seja de dar, fazer ou não fazer, o devedor vai pagar o equivalente + perdas e danos, e essa obrigação agora, não é mais indivisível. Se a culpa for de todos, todos respondem. Se a culpa for de só um, os outros ficarão exonerados somente pelas PERDAS E DANOS, todos os outros ainda tem que pagar o valor pecuniário do equivalente fracionadamente. OBS: Os credores que não tiveram culpa, depois, poderão abrir outra ação para pedir indenização do culpado. INDIVISÍVEL X SOLIDÁRIA: A obrigação é indivisível porque a prestação assim se faz, a obrigação solidaria não se relaciona com a prestação, a solidariedade tem relação com os sujeitos, que são sujeitos solidários, porque, ela vai mudar a regra de exigibilidade a partir do polo ativo/ polo passivo. Na indivisível só pode se cobrar/ser cobrada de sua parte, na solidariedade, é uma situação em que ela pode ser ativa (entre credores) ou passiva (entre os credores). Solidariedade ATIVA: o devedor nessa obrigação, será considerado como se qualquer dos credores tivesse direito a divida toda. Solidariedade PASSIVA: Exemplo: 3 devedores solidários de 900 reais, por mais que cada um deva 300, o credor pode escolher qualquer desses devedores e cobrar os 900 reais integralmente. A solidariedade vai poder ser legal (onde a lei manda que assim seja) ou convencional (acordo entre as partes). A indivisível e a solidaria são mesmo muito próximas, mas, os fundamentos são totalmente diferentes. A ideia da solidariedade, principalmente a passiva, é bem grave, você pode ser obrigado a pagar tudo, por isso que, o código diz que não há presunção de solidariedade, ela decorre de lei que coloca a responsabilidade como solidaria ou porque houve vontade das partes para tal. Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. 30 30 Anna Catharina Garcia @graduanda.em.direito 2019.2 DISCUSSAO DOUTRINARIA: Há um vinculo que une todos os devedores solidários ao credor ou os vínculos são individuais do devedor ao credor? Requião acha que há vários vínculos, mas que há vínculos individuais entre os sujeitos por causa do art 266, que diz que se pode regular a obrigação de modo diferente em relação aos vários sujeitos envolvidos, mudando, por exemplo, o local do pagamento para um diferente do outro. Solidariedade ativa: Adimplemento: Polo dos CREDORES, onde qualquer credor pode exigir a prestação integralmente. Situação em que A deve para 3 credores, que são solidários, então qualquer um dos três pode cobrar do devedor o todo. Falecimento do credor: Uma vez que o credor falece e deixa herdeiros, como a solidariedade se da entre os sujeitos, a morte, não vai afetar a solidariedade dos outros credores, mas, os herdeiros vão herdar o credito, mas, como eles não participavam da solidariedade inicial, so vao poder cobrar o seu quinhão hereditário. Exemplo: A deve 1200 reais a B,C e D, mas B morre e deixa dois herdeiros: E e F, então, a solidariedade de C e D não será afetada, E e F serão credores não solidários, então, cada um so poderá exigir 200 reais (Pois, teoricamente, a priori B, C e D receberiam 400 reais, então, E e F agora podem cobrar esses 400, ou seja, 200 de cada). Se a prestação é indivisível cada um dos herdeiros vai poder cobrar o todo não porque agora são solidários, mas sim, porque não há outro jeito de cobrar. Uma vez pago para os herdeiros da prestação indivisível, vai ser regrado pelas obrigações indivisíveis. Ou seja, se a prestação amado não fosse 1200 reais e sim um celular, se o devedor pagasse o celular a um dos herdeiros, ele precisaria dos outros uma caução de ratificação. Inadimplemento: Se a prestação se impossibilita e se converte em perdas e danos, não afetara em nada a perdas a danos na solidariedade da obrigação. Ainda há uma obrigação de se exigir por parte de qualquer um dos credores as perdas e danos. Remissão: O credor, independente dos outros, pode sozinho perdoar TODA a divida. Só que, no que há esse perdão, o credor que perdoou vai virar um devedor dos antigos credores. Exemplo: A deve 1200 a B,C e D. A perdoa a divida toda, ok, mas agora, B vira devedor de C e D das partes dele, ou seja, 400 de cada. Exceções pessoais: Não se nega a existência do direito do outro, afirma-se que há outro fator que pode ser apresentado como um impedimento para que o sujeito exerça esse direito. A exceção pode ser geral ou pessoal e o código regulamenta a situação de quando o devedor tem uma exceção pessoal contra um dos credores. Exemplo: A deve 1200 a B,C e D, mas, há outra obrigação em que B deve pra A 600. Se B, for cobrar de
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