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Doença renal crônica · Definição = presença de dano renal ou redução da função renal que persiste por pelo menos 3 meses – redução progressiva e irreversível da TFG com marcadores de lesão renal (albuminúria, distúrbios eletrolíticos, creatinina) · Fatores de risco iniciais = hipertensão, dislipidemia, DM, anemia, lúpus eritematoso sistêmico, ingestão crônica de analgésicos- nefrotoxinas, doença cardiovascular, obesidade/síndrome metabólica, hiperuricemia, tabagismo, baixo status econômico · Fatores de progressão = idade avançada, sexo masculino, etnia, predisposição genética, controle da PA e glicemia irregular, proteinúria, DC, LRA, alcoolismo. · Depuração da creatinina estimada= [140-idade (anos) ] x peso (kg)/ 72x creatinina sérica DCre x 0,85 para o sexo feminino Cockcroft-Gault CKD-EPI = medição para TFG · Fisiopatologia = inflamação (injuria endotelial), proliferação (citocinas e células) e fibrose · O manuseio dos pacientes com DRC deve focar na prevenção de doenças, tratamento de comorbidades e preparação para dialise se necessário 1- Alterações adaptativas à lesão dos néfrons promovem vários efeitos que, em última análise, contribuem para a progressão da DRC. 2- Hipertensão, hiperfiltração, hiperglicemia, alto grau de proteinúria e hiperatividade do SRAA causam lesão renal e progressão da doença renal para DRT 3- Os pacientes com DRC com altos níveis de proteinúria apresentam o maior risco de progredir para DRT 4- As terapias que reduzem a PA para níveis adequados, diminuem a proteinúria e inibem o SRAA, proporcionam o máximo benefício para retardar a perda da função renal em pacientes diabéticos e não diabéticos com doença renal proteinúrica. 5- IECAs e BRAs fornecem renoproteção em pacientes com DRC; a terapia combinada com esses medicamentos não é recomendada. A adição de antagonistas de aldosterona para esses dois bloqueadores do SRAA pode ser benéfica em alguns pacientes, mas deve ser feito com acompanha- mento de perto. 6- Controle glicêmico rigoroso em diabéticos tipo 1 reduz a progressão de micro e macro albuminúria. No entanto, o controle rigoroso em diabéticos tipo 2 pode ser menos provável de melhorar os desfechos renais e pode ser prejudicial. 7- Restrição de proteínas na dieta, a diminuição dos lipídeos séricos com estatinas, a restrição de sal na dieta, o tratamento da hiperuricemia, a interrupção do tabagismo e a perda de peso também podem reduzir a progressão da doença renal em subgrupos de pacientes Fatores de risco cardiovascular relacionados à DRC = sobrecarga hemodinâmica, anemia, estresse oxidativo aumentado, desnutrição, hiperparatireoidismo, níveis elevados de dimetil arginina assimétrica (ADMA) Nefropatia diabética = presença de albuminúria, retinopatia associada, espassamento da membrana basal glomerular (MBG) Complicações da DRC = diminuição de produção de eritropoietina e do metabolismo de vitamina D, uremia, retenção de sódio = hipervolêmico, pode acontecer acidose metabólica, excesso de fósforo plasmático = aumento do PTH e doença óssea. G1 = risco em desenvolver DRC mesmo com a função renal normal Maiores albuminurias = piores prognósticos renais Creatinina – avalia a função renal (estágios da DRC) e proteinuria – avalia prognostico em relação a progressão da disfunção renal (ambas associadas a eventos cardiovasculares) Como frear a progressão = tratamento da proteinuria (IECA- pril ou BRA-tanas) Restrição proteica – 0,6 a 0,8 g/kg/dia Controle intensivo da PA Controle intensivo de diabetes (inibidores da SGLT2, metformina + insulina) Controle de dislipidemia (reduz ácido úrico, triglicérides, LHL) Interromper tabagismo e tratar obesidade Redução da ingesta de sódio Pratica de atividades físicas Tratamento das doenças de base Tratamento dos sintomas e das complicações das DRC Preparar o paciente para TRS (avançado) Proibido uso de AINEs a partir do estágio 3 A Sintomas progressivos: Noctúria edema, dispneia piora do controle pressórico náuseas, vômitos, anorexia, emagrecimento piora do status neurológico/ cognitivo neuropatia (sensitivo-motor distal)/ disfunção erétil Retenção hídrica (redução da massa de néfrons funcionantes com retenção hidrossalina – ativação do SRAA) = edema/anasarca/ dispneia diurético e restrição hídrica Acidose (a partir do estágio 4 há comprometimento da reabsorção tubular de bicarbonato aumento do catabolismo muscular/desnutrição, aumento na produção de H+) · Neutralizar os efeitos = dieta com restrição proteica + reposição de bicarbonato de sódio via oral (> 22mEq/L) Hipercalemia = a partir do estágio 3 A, aumento do catabolismo (arritmias fatais) · Suspensão de IECA/BRA/espirolactona em fases avançadas, controle nutricional, diuréticos de alça Anemia = assintomática nas fases iniciais a partir do estágio 3B · Piora de status cardiológico/ funcional e cognitivo em idosos · Causas = estado inflamatório persistente do paciente/ hepcidina (redução a absorção e da mobilização do ferro, hiperparatireoidismo, perda sanguíneas), redução da meia-vida de hemácias, deficiência de Fe e EPO · Tratamento = níveis de hemoglobina entre 10-12 g/dl reposição de estoque de Fe (sat 20-40% e ferritina 200-500 ng/ml), uso de agentes estimuladores da eritropoese, correção de vitB12/ácido fólico somente se necessário. Distúrbio do metabolismo mineral ósseo (hiperparatireoidismo secundário) · Elevação de PTH e fósforo sérico · Redução de cálcio sérico e vitamina D Estágios avançados Complicação mais grave = calcificação vascular Tratamento: Reposição de 25-hidroxivitamina D (>30ng/ml) Restrição de fósforo na dieta Quelantes de fósforo (CaCO3 ou sevelamer) Análogos de vitamina D (paricalcitol) – reduz a produção de PTH Vitamina D ativa (calcitriol VO ou EV) – inibe a estimulação de PTH Calcimiméticos – sensibiliza o PTH Alvo PTH: 200-300 pg/ml Indicações para TRS Estágio 5 da DRC (TFG<15 ml/m) sintomático = distúrbio no equilíbrio homeostático e remoção de fluidos Hipercalemia/ acidose metabólica grave e refratária, hipervolemia refratária, uremia (dor epigástrica, náusea, vômitos) Transplante renal, dialise peritoneal, modalidades hemodialiticas Dialise de emergência = presença de encefalopatia urêmica e serosite (pericardite/pleurite) Preparo do paciente = avaliar o momento adequado junto com paciente e familiares Atenção com pacientes de rápida deterioração da função renal (diabéticos) Aspectos psicológicos, sociais, financeiros, familiares Escolha a modalidade junto com o paciente Preservação das veias do braço e antebraço não dominante – confecção de 3-6 meses antes do início da hemodiálise Preparo pré-dialise= evitar drogas nefrotóxicas, exames contrastados, preservar função renal residual, monitorar progressão da doença Manejo dos fatores cardiovasculares, correção da anemia, DMO, ingestão proteica adequada, controle da acidose metabólica, distúrbios eletrolíticos, controle volêmico e sintomatologia Quando iniciar a TRS = dificuldade no manejo volêmico, de K/P/Ca/acidose metabólica, PA associada a hipervolemia, sintomas (anorexia, náuseas, vômitos, emagrecimento), complicações relacionadas a uremia, neuropatia, piora do status cardiológico e/ou funcional/cognitivo Transplante renal Vantagens = melhor sobrevida, menor custo Desvantagens = necessidade de adesão ao tratamento, dificuldade para encontrar um doador, necessidade de tempo para realizar o preparo adequado Análise de HLA = compatibilidade Rim transplantado na pelve renal Riscos de imunossupressão = hipertensão, diabetes, dislipidemia, infecções, câncer, osteoporose, gestação de risco Contraindicações= infecções/ neoplasias em tratamento, risco cirúrgico alto, comorbidades agressivas- tipo ICC grave, HIV descontrolado,expectativa de vida reduzida Para criança a primeira opção é o transplante dialise peritoneal hemodiálise Hemodiálise Acesso venoso central (jugular -> femoral -> subclávia) autolimitado = permcath Cateter de curta permanência (mais passível de infecção – urgência) ou cateter de longa permanência (DRC) ou cirurgia da fístula artéria-veia (veia dilata para ser puncionada) Prótese de fistula = paciente com vasos pequenos Princípios = difusão, ultrafiltração (passagem de agua através de uma diferença de pressão) e convecção (passagem do soluto arrastado pela água da ultrafiltração) Anticoagulante durante a dialise Convencional = 3 sessões semanais por 4 horas Vantagens = pouco tempo em dialise, funcionários fazem todo serviço Desvantagens = horários fixos, deslocar para clínica, dose pode ser insuficiente Domiciliar = tempo variado; 3-6 vezes por semana Vantagens = dose pode ser personalizada, se feito dose mais alta: melhor qualidade de vida, melhor controle do P e da pressão – redução da hipertrofia ventricular Desvantagens = casa se transforma em hospital, fadiga do cônjuge, tratamento de água e sistema de esgoto, custo Noturna no centro de dialise = 7-9 horas, 3 vezes por semana Vantagens = dose mais alta (melhor controle da pressão, anemia e P), não altera a casa do paciente, tempo em dialise é gasto dormindo Desvantagens = deslocamento de casa durante à noite e horário fixo Dialise peritoneal (média em 3 anos) Infusão de um líquido (dialisato) na cavidade peritoneal (6 horas), realiza a dialise entre o liquido e o plexo sanguíneo que irriga o peritônio 4 vezes por dia x 30 min = 2 horas de tratamento todo dia (CAPD) DPA/DPCC durante o sono Vantagens = independência e baixo custo Desvantagens = necessita de certa condição social, paciente exposto a grande quantidade de glicose, limite de dose e ultrafiltração, risco de peritonite. Tratamento conservador da DRT (paliativo/ recusa em realizar TRS) Vantagens = respeito à autonomia do paciente, evita procedimentos invasivos em pacientes graves que não desejam dialise e reduz sofrimento Desvantagens = pode reduzir a expectativa de vida, arrependimento e desejo por iniciar a TRS em situação emergencial (sintomas uremicos)
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