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1 - Obstetrícia Obstetrícia Pré-parto Contratilidade uterina Conhecimento da dinâmica de contrações para o diagnóstico de trabalho de parto Inibição das contrações nos casos de trabalho de parto prematuro Indução de trabalho de parto em casos em que seja importante a resolução da gestação Pós-parto devido ao miotamponamento e regressão do útero Atividade contrátil É uma das características da musculatura uterina Durante toda a gestação apresenta atividade contrátil: • Contração tipo A – Alta frequência e baixa amplitude (2-4 mmHg) <28 semanas • Contração do tipo B (Braxton Hicks) – Alta amplitude (10-20 mmHg) com frequência crescente no decorrer da gestação o A partir de 28 semanas – Aumento gradual com coordenação frequência e duração o Início do trabalho de parto – 2 contrações x 10 minutos (20-40 mmHg) Baixa frequência de contrações – Bloqueio progestagenico Até 28 semanas – Predominância do tipo A As contrações do tipo B tornam-se mais frequentes (indolores) – distensão segmento inferior útero – diminuição do volume abdominal – dor Distinguem-se do trabalho de parto – Característica da dor, não rítmicas, melhoram em repouso Diagnostico de trabalho de parto – Contrações regulares, que levam a modificação cervicais progressivas As contrações uterinas iniciam parte superior uterina onde são mais intensas e duradouras, se propagam de forma decrescente pelo corpo até o segmento (Tríplice gradiente) – Fundamentais na evolução do parto Fase de dilatação – 2 a 3 em 10 minutos/ intensidade 30 mmHg Período expulsivo – 5 a 10 minutos/intensidade 50 mmHg • 1 contração ejeta 300 ml de sangue (aumenta o retorno venoso) • Importância – Cardiopatas e hipertensas (predispõe edema agudo pulmonar) Após expulsão – Contrações rítmicas (propiciar a dequitação placentária e hemostasia) Puerpério imediato – Miotamponamento com útero contraído (globo de segurança de Pinard) Até 12h – 1 contração em 10 minutos Mamadas – Ocitocinas – Estimula contrações 2 - Obstetrícia Determinismo do parto Teoria ocitocina Produzida no hipotálamo e armazenada na neuro-hipofise. Também é produzida decídua Liga em receptores miométrio – Deflagra contrações uterinas Concentrações sérica aumenta até 36 semanas Antes do parto – Aumento dos receptores – Concentrações Maior importância expulsão fetal e dequitação (menor na deflagração do trabalho de parto) Teoria gangorra Estiramento miometral (crescimento fetal e liquido) – Contração muscular (Lei de Frank- Starling) Na gestação isso ocorreria com a diminuição da progesterona Prevê que tanto aumento do volume uterino excessivo como déficit progesterona – Deflagram trabalho de parto prematuro (macrossomia, polidramnio, gemelar) Teoria prostaglandinica Produzidas pelas decíduas, miométrio e âmnio Ácido araquidônico – Prostaglandinas Enzimas: • COX 1 – Toda gestação • COX 2 – Produção aumentada próximo ao parto Aumento sensibilidade uterina a prostaglandinas próximo ao parto Teoria fetal Comprovada em ovelhas Aumento estrógeno fetal – Diminuição progesterona serica Não comprovada em humanos Fases clinicas do parto Dilatação (primeiro período) Diagnostico de trabalho de parto – Contrações uterinas coordenadas e intensas (ao menos 2 em 10 minutos) associada a dilatação cervical (ao menos 2 cm), esvaecimento cervical e/ou modificação progressivas no colo uterino A dilatação inicia-se com as primeiras contrações dolorosas que determinam modificações do colo e termina com a dilatação total (10 cm) Esvaecimento do colo uterino (ou apagamento do canal cervical): • Ocorre por lise de fibras de colágeno (prostaglandinas E2 e hormônios esteroides placentários) e amplia o canal de parto • Primíparas - ´Primeiro esvaecimento e depois dilatação • Multíparas – Ocorre simultaneamente a dilatação A dilatação cervical divide-se em fase latente e ativa (aceleração, dilatação máxima e desaceleração) • Fase latente – Contrações coordenadas e intensas, sem mudanças significativas do colo (dilatação aproximadamente de 4 cm). Tem duração de aproximadamente 8 h, porem difere em primíparas e multíparas • Fase latente prolongada (patológico) o > 20 h – Primíparas o > 14h – Multíparas • Fase ativa – Inicia-se normalmente com a dilatação 4 cm. Duração de 3 - Obstetrícia 6 horas em primíparas e 3h em multíparas Expulsão (Segundo período) Inicia-se com a dilatação completa e se encerra com a saída do feto O feto é expelido através do canal de parto por meio das ações conjugada das contrações uterinas x contrações voluntarias dos músculos abdominais (puxos) Fase pélvica – Dilatação completa e apresentação acima do plano + 3 de De Lee Fase perineal – Apresentação um plano inferior ao + 3 de De Lee Duração: • Primíparas – 60 minutos • Multíparas – 30 minutos Período expulsivo prolongada – 3 horas em primíparas e > 2 horas multíparas • Com analgesia – acrescentar 1 hora na sua duração Dequitação (Terceiro período) Útero expele a placenta e membranas O descolamento placentário decorre da diminuição do volume uterino associado as contrações uterinas vigorosas e indolores Dois tipos: • Central (Baudelocque-Schultze) – Primeira face visualizada é a face fetal. Sangramento após dequitação • Marginal (Baudelocque-Duncan) – Escoamento de sangue antes da total expulsão placentária. Ocorre em 10 minutos, deve ocorrer no máximo entre 20 a 30 minutos Primeira hora pós-parto (Período de Greenberg) Inicia-se após a dequitação. É a primeira hora do puerpério Ocorre hemostasia sanguínea e estabilização dos sinais vitais • Redução do volume uterino – Angulação das artérias uterinas e ovariana • Contração uterina – Miotamponamento (Globo vivo de Pinard) • Formação de trombos vasos uteroplacentários – Trombotamponamento Indiferença miouterina (relaxamento) – Trabalho de parto prolongado, grandes multíparas, gestação gemelar, polidramnio, fetos macrossomicos No final do período – Maior tônus uterinos auxiliando retorno útero ao volume habitual Parto Mecanismo de parto Relações útero-fetais Atitude: • Relação das diferentes fetais entre si • Na maioria das vezes ele apresenta- se em flexão generalizada durante toda gestação e parto • Configura-se assim um ovoide com duas extremidades: Cefálica e pélvica • Em situações anômalas, podemos ter extensão da coluna ou deflexão do polo cefálico 4 - Obstetrícia Situação: • Relação maior eixo fetal com o maior eixo materno • Pode ser: Longitudinal (coincidente), transversa ou obliqua Apresentação: • Região que ocupa o estreito superior e nela vai se insinuar • Nas situações longitudinais: Cefálica ou pélvica • Nas situações transversas: Córmicas ou de ombro (dorso fetal anterior ou posterior) e dorsais (superior e inferior) muito mais raras Cefálica: • Cefálica fletida de vértice ou de occipício – Mais comum (95,5%) • Cefálica defletida em 1º grau – Chamada de apresentação de bregma (aparece no estreito superior o bregma) • Cefálica defletida de 2º grau – Apresentação de fronte. Surge a glabela como ponto de referência fetal • Cefálica defletida de 3º grau – Apresentação da face. Surge o mento como ponto de referência fetal Pélvica: • Pelvica completa (pelvipodálica) – As coxas e pernas fletidas • Pelvica incompleta (modo de nadegas) – Coxas fletidas contra a coxa e pernas estendidas sobre a face do tronco o Modo joelho e modo de pés Posição e variedade de posição: • Posição é a relação do dorso fetal com o lado materno • Importância é buscar melhor posição para ausculta do batimento cardíaco fetal (ipsilateral ao dorso) • Pode ser esquerda (mais comum) ou direita • Variedade de posição relacionada: o Ponto de referência apresentaçãofetal x ponto 5 - Obstetrícia de referência ósseo bacia materna o Nomenclatura com 3 letras: ▪ 1ª: Ponto de referência fetal – O (occipício), B (bregma), N (naso), S (sacro) ▪ 2ª: Lado materno para qual está voltado o ponto de referência fetal direita ou esquerda. Letra é suprimida nas posições anteroposteriores ▪ 3ª: Indica a relação com o ponto de referência da bacia – A (anterior) - eminencia ileopectina; T (transversa) – transverso; P (púbis) e S (sacro) materno Linhas de orientação fetal e pontos de referência fetal – Importantes para identificar a variedade de posição durante o trabalho de parto (toque) Apresentação cefálica fletida Didaticamente divide-se em 6 tempos: Insinuação Passagem do maior diâmetro da parte apresentada pelo estreito superior da bacia: • Cefálicas o diâmetro é o biparietal • Pélvicas o diâmetro é bitrocantérico Na maioria das mulheres quando parte do feto esta insinuada significa que o ponto de referência fetal esta ao nível das espinhas isquiáticas maternas (plano 0 de De Lee) Nas cefálicas fletidas é mais comum a insinuação com occipício a esquerda 60% sutura sagital direcionada na transversal 18,8% sutura sagital no 1º obliquo (articulação sacrilíaca direita e eminencia iliopectina esquerda) – OEA 16% sutura sagital no 2º obliquo (articulação sacroilíaca esquerda e iminência ileopectina direita) – OEP Na insinuação acentua-se a flexão fetal transformando o polo cefálico de diâmetro menor (12 cm-9,5 cm) Primigesta – Ocorre por volta de 15 dias antes do parto Multíparas – Pode ocorrer num tempo variável, como antes do trabalho de parto ou com dilatação completa do colo uterino Assinclitismo e sinclitismo – Movimentos de flexão lateral da cabeça facilitando a decida 6 - Obstetrícia • Assinclitismo posterior – Sutura sagital se aproxima do pube (mais baixo o parietal posterior) – Chamado também obliquidade de Litzman • Assinclitismo anterior – Sutura sagital se aproxima do sacro (mais baixo o parietal anterior) – também chamado de obliquidade de Naegele • Sinclitismo – Sutura sagital distal igualmente do sacro e pube Descida Considerada 2º tempo do mecanismo de parto Passagem do pole cefálico do estreito superior para o estreito inferior da pelve (passagem da cabeça pelo canal de parto) Muitas vezes os tempos estão ocorrendo de forma simultânea Avaliação clínica da descida – Planos de De Lee (relação espinhas isquiáticas): • Móvel: > -3 cm • Ajustada ou fixa: -3, -2 ou -1 cm • Insinuada: 0 • Fortemente insinuada: +1, +2, +3 cm • Baixa: + 4 (aflorado na vulva) Primíparas – Ocorre somente com dilatação total Multíparas – A descida já se inicia mesmo sem dilatação total Rotação interna Objetivo – Coincidir o diâmetro anteroposterior do polo cefálico com o maior diâmetro da bacia materna Na bacia: • Estreito superior – Diâmetro transverso é maior • Estreito médio – Diâmetro anteroposterior é maior ou igual ao transverso • Estreito inferior – Diâmetro anteroposterior é maior Leva o ponto de referência para frente junto ao púbis (+ frequente): rotação anterior Ou, excepcionalmente, leva o ponto de referência para trás, junto ao sacro (posterior) Nas cefálicas fletidas – Ponto de referência occipício poderá ter as seguintes possibilidade de rotação interna: • 45 graus nas anteriores – Occipitoesquerda anterior (anti- horário) ou occipitodireita anterior (horário) • 90 graus nas transversas – Occipitoesquerda transversa (anti- horário) ou occipitodireita transversa (horário) • 135 graus nas posteriores – Occipitoesquerda posterior (anti- horário) ou occipitodireita posterior (horário). Nessa variedade a tendência é haver rotação parar posterior levando o occipício para a região sacral Essencial para o parto • Fatores impeditivos: • Contrações de baixa intensidade • Ausência de flexão cabeça fetal • Fetos grandes • Anestesia peridural – Pode influenciar pelo relaxamento musculatura pélvica x diminuição da força abdominal Desprendimento cefálico Nas rotações anteriores: 7 - Obstetrícia • Ocorre com a descida final e colocação da cabeça em posição occipitopubica – Locação da região do suboccipicio no subpubis materno • O desprendimento ocorre com um movimento de extensão (deflexão) da cabeça • O suboccipicio – Região que se fixa subpubis (Hipomóclio) Nas rotações posteriores: • Ocorre com a descida final e colocação da cabeça em posição occipitosacra – Locação da região do ângulo anterior do bregma no subpubis materno • O desprendimento ocorre com um movimento de acentuação da flexão cabeça fetal com posterior deflexão do polo cefálico em direção ao dorso materno • O ângulo anterior do bregma – região que se fixa no subpubis – hipomoclio • Mecanismo lento, diâmetros fetais maiores e, muitas vezes necessário a instrumentalização do parto (fórcipe ou vácuo) Rotação externa Movimento de restituição Gira o occipício para o lado materno que ocupava anteriormente A sutura sagital apresenta-se em sentido transversal da fenda vulvar As espaduas que se insinuaram no diâmetro obliquo oposto a cabeça – Diâmetro biacromial para o diâmetro anteroposterior no estreito inferior da pelve Desprendimento ovóide córmico Exteriorização das cinturas escapular e pélvica do feto São mecanismos associados O ombro anterior fixa-se no subpubis – Tendo como apoio a inserção braquial do deltoide Desprende-se inicialmente o ombro anterior e depois completa-se a expulsão da cintura escapular e o restante do ovoide (Normalmente sem dificuldades) Apresentação cefálica defletida Fatores que predispõe: • Prematuridade • Malformações uterinas • Gestações múltiplas • Inserção anômala placentária Identificação (difícil) – Toque genital com dilatação fetal completa Cefálica defletida 1º grau Etiologia – Multiparidade, desproporção cefalopélvica, bacias amplas, fetos pequenos Diagnostico – Toque no intraparto (Linha de orientação sutura sagitometópica e fontanela bregmatica) Mecanismo de parto – O diâmetro de insinuação é o occipitofrontal (12 cm). A descida é lenta Hipomóclio – Ponto variável entre a glabela e o limite do couro cabeludo. A cabeça se desprende em 2 tempos: flete (libera o occipcio) e deflete e exterioriza a fronte e face. É um parto com grande possibilidade de evolução para cesariana Cefálica defletida 2º grau Etiologia – Multiparidade, desproporção cefalopelvica, bacias amplas, fetos pequenos, feto morto, dolicocefalia, polidramnio Diagnostico – Toque no intraparto (Linha de orientação sutura metopica e glabela ou raiz do nariz como ponto de referencia 8 - Obstetrícia Mecanismo de parto: • Oferece o maior diâmetro de insinuação é o occipitomentoniano (13 a 13,5 cm) • Gestação a termo e tamanho normal é impeditivo para insinuação • Caso a insinuação ocorra (feto pequeno, prematuro, macerado) – Evolução para fletida ou defletida de 3º grau Hipomóclio – Regiao da glabela ou raiz do nariz na subpube. A cabeça se desprende em 2 tempos: • Flete – Libera o subnasofrontal e subnasosobregmatico • Deflete – Exterioriza a fronte e a face É raro o parto vaginal Cefálica defletida 3º grau Etiologia – Fatores relacionados ao impedimento da flexão cabeça fetal: hidrocefalia acentuada, tumores cervicais fetais anteriores, rotura intempestiva de membranas ovulares Diagnostico – Toque no intraparto: Linha de orientação linha facial (possível sentir a glabela, boca e mento) e mento como ponto de referencia Mecanismo de parto: • Oferece o maior diâmetro de insinuação é o mentobregmatico • Conforme a progressão aumeta a deflexão e ocorre substituição pelo diâmetro submentobregmatico (9,5 cm) • A rotação interna é obrigatoriamente levando o mento para frenteHipomóclio: Submento • A cabeça se desprende em um movimento de flexão com liberação da face, fronte, regiões parientais e occipício • A rotação externa leva o mento para um dos lados Apresentação pélvica Fatores predisponentes: • Malformação uterinas ou alterações morfológicas útero • Placenta previa • Multipariedade • Polidrâmnio • Malformação fetal • Gestação múltipla • Prematuridade • Óbito fetal Diagnostico – Ultrassom, palpação abdominal (escava incompletamente ocupada e palpação do polo cefálico no epigástrio), toque revela a apresentação durante o trabalho de parto Regras para o parto vaginal – A via preferencial é a cessaria: • Ausência de malformação fetal • Peso fetal entre 2500-3500g • Idade gestacional > 36 semanas • Avaliação da bacia OK • Pélvica completa ou de nádega (> diâmetro pélvico) Mecanismo de parto: • Insinuação – Diametro bitrocantérico ocupa um dos oblíquos do estreito superior • O ponto de referencia é o sacro e alinha de orientação o sulco intergluteo • A rotação interna é de 45 graus e leva o bitrocantérico para a orientação anteroposterior 9 - Obstetrícia • Hipomóclio – Regiao acima da crista ilíaca • Desprende-se o quadril supeior e depois o inferior • Os braços se desprendem em condições junto ao tórax • A cabeça, em condições normais esta fletida. A rotação interna leva o suboccipicio por baixo da pube e libera sucessivamente mento – face – fronte Apresentação cormica Derivam das situações transversas O parto vaginal é impossível Fatores predisponentes – Multiparidade, gemelar, prematuridade, ruptura prematura de membranas Ao exame interno (com colo dilatado) toca- se gradeado costal e uma das espaduas 10 - Obstetrícia
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