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UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I A célula procariótica - os organismos cujas células não têm um núcleo são chamados de procariotos. Esses organismos são tipicamente esféricos, semelhantes a um bastão ou em forma de um saca-rolha e pequenos – apenas uns poucos micrometros de comprimento – embora existam algumas espécies gigantes, 100 vezes maiores do que isso. - elas frequentemente tem uma cobertura protetora resistente, chamada de parede celular, envolvendo a membrana plasmática, que envolve um único compartimento contendo o citoplasma e o DNA. - esse tipo de célula se reproduz muito rápido: em condições ótimas, uma célula procariótica pode se duplicar em um espaço de tempo de 20 minutos. Graças a essa habilidade, essas populações podem desenvolver-se rapidamente e sofrer mais mutações, o que aumenta a variabilidade genética. A célula eucariótica - por definição, todas as células eucariontes possuem um núcleo. Mas a posse de um núcleo significa também possuir uma serie de organelas, que serão abordadas a seguir. → Núcleo - O núcleo é normalmente a organela mais proeminente em uma célula eucariótica. Ele está envolvido por duas membranas concêntricas que formam o envelope nuclear e contém as moléculas de DNA – polímeros extremamente longos eu codificam as informações genéticas do organismo. - Ao microscópio óptico, essas moléculas gigantes de DNA tornam-se visíveis na forma de cromossomos individuais, quando eles se tornam mais compactos à medida que a célula se prepara para dividir-se em duas células filhas. UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I → Mitocôndria - as mitocôndrias estão presentes em essencialmente todas as células eucarióticas e estão entre as organelas mais evidentes no citoplasma. Quando visualizadas sob microscópio eletrônico, essas organelas apresentam forma de salsicha ou de um verme, de um a vários micrômetros de comprimento, e cada uma está envolvida em duas membranas separadas. - A membrana interna é formada por dobras que se projetam para o interior da mitocôndia. Elas contêm seu próprio DNA e se reproduzem dividindo-se em duas. - A partir das fortes semelhanças dessa organela com as bactérias, acredita-se que ela se originou de uma relação simbiótica, em que, no passado, o eucarioto hospedeiro e a bactéria englobada passaram a se ajudar. - As mitocôndrias são geradoras de energia química para a célula. Elas aproveitam a energia a partir da oxidacao das moleculas de alimento, como os açúcares, para produzir adenosina trifosfato (ATP) – o combustivel químico básico que energiza a maioria das atividades das células. UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I - Como as mitocôndrias consomem oxigênio e liberam dióxido de carbono no curso de suas atividades, todo o processo é chamado de respiração celular. → Retículo endoplasmático - o retículo endoplasmático (RE) – um labirinto irregular de espaços interconectados envolvido por uma membrana – é o local no qual a maioria dos componentes da membrana celular, assim como os materiais destinados à exportação a partir da célula, é sintetizada. - O RE é contínuo com a membrana do envelope nuclear. - A parte do RE chamada de rugoso (RER) recebe esse nome porque está coberta por ribossomos, enquanto a parte que não possui essas organelas é chamada de retículo endoplasmático liso (REL). → Aparelho de Golgi - Pilhas de sacos achatados envolvidos por membranas constituem o aparelho de Golgi, que rcebem e com frequência modigica quimicamente as moléculas sintetizadas no RE e então as direcionam para o exterior da célula ou para vários outros locais dentro da célula. - Ele forma os lisossomos. Os pontinhos pretos da imagem representam os ribossomos acoplados ao RER. UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I → Lisossomos - Os lisossomos são organelas pequenas de forma irregular nas quais ocorre a digestão intracelular, liberando nutrientes a partir de partículas de alimento e degradando moléculas indesejáveis para reciclagem ou excreção. → Peroxissomos - Os peroxissomos são pequenas vesículas envolvidas por membranas que fornecem um meio abrangente de reações nas quais o peróxido de hidrogênio, um composto perigosamente reativo, é gerado e degradado. TROCA DE MATERIAIS - Uma troca contínua de materiais ocorre entre o RE, o aparelho de Golgi, os lisossomos e o exterior da célula. Esse processo é feito por dois mecanismos: → Endocitose: as células animais podem englobar aprtículas muito grandes ou até mesmo células estranhas inteiras por esse processo. → Exocitose: as vesículas do interior da célula se fusionam com a membrana plasmática e liberam seus conteúdos para o meio externo. A maioria dos hormônios, neurotransmissores e outras moléculas de sinalização são secretados a partir das células dessa forma. ESTRUTURA DA CÉLULA EUCARIÓTICA ANIMAL → Citosol - O citosol é a parte do citoplasma que não é dividia por membranas intracelulares. Na maioria das células, o citosol é o maior compartimento único. Ele se comporta como um gel à base de água. - É nele também que ocorrem muitas reações químicas, como a primeira etapa da respiração celular e é nele que ficam os ribossomos, responsáveis pela produção de proteínas. → Citoesqueleto As membranas também formam vários tipos diferentes de vesículas envolvidas no transporte de materiais entre uma organela envolvida por membrana e outra organela. UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I - São todos os tipos de filamentos finos e longos de proteínas, frequentemente ancorados por uma extremidade à membrana plasmática ou irradiando para fora a partir de um local central adjacente ao núcleo. Eles são divididos em alguns grupos: • Filamentos de actina: são os filamentos mais finos, estão presentes em todas as células eucariotas, em especial nas musculares, onde atuam na maquinaria das forças contráteis. (A) • Microtúbulos: são os filamentos mais grossos, são chamados desssa forma pois têm a forma de pequenos tubos ocos. Eles se reorganizam durante a divisão celular, ajudando a puxar os cromossomos em direções opostas e distribuindo-os igualmente nas células-filhas. (B) • Filamentos intermediários: A espessura desse grupo fica entre as citadas anteriormente, e são responsáveis por fortalecer a célula mecanicamente. (C) A formação de proteínas → A conversão das instruções genéticas do DNA para o RNA e proteína é denominada expressão gênica. → Do DNA ao RNA - O primeiro passo que uma célula dá para a leitura de um dos seus milhares de genes é a cópia da sequência nucleotídica desse gene sob a forma de RNA. Esse processo é denominado transcrição, pois a informação, apesar de copiada sob uma nova forma química, permanece escrita essencialmente sob a mesma linguagem – a linguagem dos nucleotídeos. A transcrição segue as seguintes etapas: • A RNA-polimerase (em azul-claro) se move devagar sobre o DNA, desespiralizando a hélice de DNA à sua frente. • Conforme avança, a polimerase adiciona nucleotídeos (pequenos objetos representados em “T”) um a um à cadeia de RNA, no sítio de polimerização, usando uma fita de DNA exposta como molde. • Consequentemente, o RNA transcrito é uma cópia complementar da fita simples de uma das duas fitas do DNA. • Conforme se move sobre o DNA-molde, a polimerase desloca o RNA recém-formado, permitindo que as duas fitas de DNA se reassociem na região posterior da mesma. UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I • Uma região curta de hélice hibrida DNA/RNA é formada temporariamente, fazendo com que uma janela da hélice DNA/RNA se mova ao longo do DNA junto àpolimerase. • A DNA-polimerase para o processo de transcrição, liberando o DNA e o RNA, quando encontra uma sequência de nucleotídeos que indica que o gene terminou. - Antes de serem traduzidas, as moléculas de RNAm produzidas no núcleo migram para o citoplasma pelos poros presentes no envelope nuclear. - Antes de ficar pronto para sintetizar as proteínas, o RNAm passa pelo processo de splicing, em que os íntrons, partes não codificadoras do RNA, são cortados e separados dos éxons, parte codificadora e útil, a qual será exportada do núcleo. → Importação e exportação entre o núcleo e o citosol - Esse transporte é realizado por meio dos poros nucleares, formados por mais de 50 proteínas e nucleoparinas arranjadas em simetria octogonal. Importação (Citosol → Núcleo) Exportação (Núcleo → Citosol) → Histonas → DNA e RNA Polimerases →Proteínas Regulatórias de genes →Proteínas de processamento de RNA →RNAt →RNAm UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I → Do RNA à proteína - Depois de exportado do núcleo, o RNAm se dirige até o ribossomo, organela responsável pela sintetização das proteínas. É nesse lugar que ocorre o processo de tradução, dividido nas seguintes etapas: • Na etapa 1, um RNAt que transporta o próximo aminoácido da cadeia se liga ao sítio A livre no ribossomo pela formação de pares de bases com o códon (trinca de nucleotídeos que representam um aminoácido) que está ali exposto. • Na etapa 2, a extremidade carboxila da cadeia polipeptídica é separada do RNAt presente no sítio P e unida por ligações peptídicas ao grupo amino livre do aminoácido que se encontra ligado ao RNAt presente no sítio A. Essa reação é catalisada pela enzima transpeptidase. • Na etapa 3, um movimento da subunidade grande em relação à subunidade pequena faz com que os dois RNAt sejam posicionados nos sítios E e P da subunidade grande. • Na etapa 4, a subunidade pequena se move exatamente três nucleotídeos sobre a molécula de RNAm, o que a reposiciona novamente sobre sua posição original em relação à subunidade grande. Esse movimento reinicializa o ribossomo que apresenta um sítio A vazio de tal forma que o próximo RNAt pode se ligar a ele. - Como pode se perceber, a tradução é realizada no sentido 5’-3’. - As proteínas são traduzidas por polirribossomos, que traduzem simultaneamente a mesma molécula de RNAm. UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I - Na fase final da síntese proteica, a ligação de um fator de liberação no sítio A sobre um códon de terminação finaliza a tradução. O polipeptídio completo é liberado e o ribossomo se dissocia liberando suas duas subunidades. A estrutura das membranas - A membrana plasmática está envolvida na comunicação celular, na importação e exportação de moléculas, no crescimento celular e na sua mobilidade. - A membrana protege a célula contra agressões físicas e químicas, retém nutrientes, enzimas e participa do reconhecimento intercelular. 1- Proteínas receptoras presentes na membrana plasmática permitem que a célula receba sinais do seu ambiente. 2- Proteínas de transporte presentes na membrana permitem a importação e exportação de pequenas moléculas. 3- A flexibilidade da membrana e a sua capacidade de expandir- se permitem à celula crescer e movimentar-se. → A bicamada lipídica - Os lipídeos em uma membrana celular combinam duas propriedades diferentes em uma única molécula: cada lipídeo possui uma cabeça hidrofílica e uma ou duas caudas hidrofóbicas. - Os lipídeos mais abundantes nas membranas celulares são os fosfolipídeos, molécula cuja cabeça hidrofílica se liga ao restante do lipídeo por meio de um grupo fosfato. Os inibidores da síntese proteica de procariotos são usados como antibióticos, pois afetam esse processo bacteriano, mas não o de células eucarióticas. UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I - A presença de partes hidrofóbicas e hidrofílicas tem papel crucial no arranjo das moléculas lipídicas como bicamadas em ambientes aquosos. → Transporte de membranas - nas células eucariotas, toda síntese de novas membranas ocorre em um compartimento intracelular – o retículo endoplasmático. A nova membrana formada é exportada até outras membranas da célula por meio de vesículas: porções de membrana se destacam do RE formando pequenas esferas denominadas vesículas, que se incorporam a outras membranas, como a membrana plasmática, por fusão. → Proteínas de membrana - As proteínas de membrana não apenas transportam nutrientes, metabólitos e íons através da bicamada lipídica, elas também possuem muitas outras funções. Algumas ancoram macromoléculas à membrana. Outras atuam como receptores para sinais químicos no ambiente em que a célula se encontra e os transportam (sinais) para o interior da célula, e há, ainda, as enzimas que catalisam reações específicas. Classe funcional Exemplo Função específica Transportadoras Bomba de Na+ Bombeia de forma ativa o Na+ para fora da célula e K+ para dentro. Âncoras Integrinas Ligam filamentos intracelulares de actina a proteínas extracelulares da matriz. Receptoras Receptor do fator de crescimento derivado de plaquetas. Liga PDGF extracelular e gera sinais intracelulares que acarretam o crescimento e a divisão celular. Enzimas Adenilaato-ciclase Catalisa a produção intracelular de cAMP em resposta a sinais extracelulares. UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I → Açúcares ligados a membrana - Muitas das proteínas e alguns dos lipídeos expostos na superfície da célula possuem cadeias de açúcar ligadas a eles; esses açúcares atuam na lubrificação e na proteção da superfície celular, além de estarem envolvidos em processos de reconhecimento celular. O transporte de membrana → Os princípios do transporte de membrana - As concentrações iônicas dentro de uma célula são muito diferentes daquelas fora da célula. O Na+ é o íon positivamente carregado mais abundante do lado de fora da célula, e o K+ é o mais abundante do lado de dentro. - As bicamadas lipídicas são impermeáveis a solutos e íons. O interior hidrofóbico da bicamada lipídica cria uma barreira à passagem da maioria de moléculas hidrofílicas, incluindo os íons. Em geral, quanto menor e mais lipossolúvel for a molécula, mais rapidamente ela se difundirá ao outro lado. - As membranas celulares permitem que a água e as moléculas apolares pequenas transpassem a membrana por difusão simples. Entretanto, para que as células adquiram nutrientes e possam liberar resíduos, as membranas também devem permitir a passagem de moléculas mais complexas, como íons, açúcares, aminoácidos, entre outros. Apesar desses compostos atravessarem a bicamada lipídica por difusão simples, o processo é muito demorado, e por isso é necessária a ação das proteínas de transporte de membrana. - As proteínas de transporte se dividem em duas classes: transportadores e canais. A diferença básica entre elas é o modo pelo qual eles distinguem os solutos, transportando alguns e outros não. UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I • Os canais distinguem principalmente com base no tamanho e na carga elétrica: se um canal está aberto, um íon ou uma molécula que é suficientemente pequena e carrega a carga apropriada pode passar, como por um alçapão estreito. • Um transportador, por outro lado, permite somente a passagem daquelas moléculas ou íons que se encaixam em um sítio de ligação na proteína; ele, então, transfere essas moléculas atraves da membrana uma de cada vez pela mudança de sua própria conformação, funcionando mais como uma roleta para contagem de passageiros do que uma porta aberta. - Os solutosatravessam as membranas por transporte passivo ou ativo. Os transportes e canais permitem que as moléculas pequenas atravessem a membrana celular, mas o que controla se esses solutos se movem para dentro ou para fora da célula? Em muitos casos, a direção do transporte depende das concentrações relativas do soluto. • Transporte passivo: ocorre quando o transporte é feito a favor do gradiente de concentração. É chamado de passivo pois não há gasto de energia ao realizá-lo, pois é um processo espontâneo. Todos os canais e muitos transportadores funcionam como condutos para tal transporte passivo. • Transporte ativo: ocorre quando o transporte é feito contra o gradiente de concentração. Esse tipo de transporte é efetuado somente por tipos especiais de transportadores que podem utilizar alguma fonte de energia para o processo de transporte, ou seja, ele exige gasto de energia. Uma vez que direcionam o transporte de solutos contra seu gradiente de concentração, muitos desses transportadores são denominados bombas. Os transportadores e suas funções → Os transportadores são necessários à movimentação de quase todas as moléculas orgânicas pequenas através das membranas celulares, com exceção das moléculas solúveis em gordura e de moléculas não carregadas pequenas que podem passar diretamente através da bicamada lipídica UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I por difusão simples. Cada transportador é altamente seletivo, com frequência transferindo só um tipo de molécula. → Os gradientes de concentração e as forças elétricas direcionam o transporte passivo. Um exemplo simples de um transportador que medeia o transporte passivo é o transportador de glicose encontrado na membrana plasmática das células hepáticas de mamíferos e de muitos outros tipos celulares. Quando o açúcar é abundante do lado de fora de uma célula hepática (após uma refeição), as moléculas de glicose se ligam aos sítios de ligação exibidos externamente do transportador, que trás as moléculas para dentro. Da mesma forma, quando os níveis de açúcar estão baixos (quando você está com fome), o hormônio glucagon estimula a célula hepática a produzir grandes quantidades de glicose pela degradação do glicogênio. Com isso, a concentração de glicose fica maior do lado de dentro, fazendo as moléculas de glicose, a partir do transportador, serem jogadas no meio extracelular. → Para moléculas carregadas eletroquimicamente, o processo é semelhante, pois é levado em conta não só o gradiente de concentração, mas o gradiente eletroquímico. O movimento natural é sempre que o soluto se desloque do meio mais concentrado para o menos concentrado. → O transporte ativo é essencial para as células e o maior exemplo desse mecanismo é a bomba de sódio-potássio. Ela é essencial para garantir o equilíbrio osmótico da célula, jogando três sódios fora e dois potássios dentro. → Essa bomba segue os seguintes passos: UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I → O transporte ativo e passivo também são diferenciados em 3 categorias: • uniporte: carregam um único soluto através da membrana. • simporte: carregam dois solutos na mesma direção. • antiportes: carregam dois solutos em direções opostas. Os canais iônicos → Os canais iônicos possuem duas propriedades importantes. Primeiro, eles apresentam alta seletividade iônica, permitindo que íons inorganicos passem, mas outros não. Segundo, os canais iônicos não estão continuamente abertos. A maioria dos canais iônicos é controlada: um estímulo específico os aciona para que alternem entre um estado fechado e um estado aberto por uma mudança em sua conformação. → Tipos de estímulos recebidos por canais iônicos: Compartimentos Intracelulares e transporte → Organelas envoltas por membrana UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I → Distribuição de proteínas - Quando uma organela envolta por membranas importa uma proteína do citosol ou de outra organela, ela enfrenta um problema: como ela pode fazer a proteína atravessar a membrana que é normalmente impermeável a macromoléculas hidrofílicas? Essa tarefa é realizada de maneiras diferentes por diferentes organelas. 1- As proteínas que se movem do citosol para o núcleo são transportadas pelos poros nucleares que transpassam as membranas nucleares externa e interna. 2- As proteínas que se movem do citosol para o RE, mitocôndrias ou cloroplastos são transportadas pelas membranas das organelas por translocadores proteicos localizados nas membranas. Diferentemente do transporte por poros nucleares, a molécula proteica transportada normalmente deve desdobrar-se de forma a serpentear pela membrana. 3- As proteínas que se movem do RE adiante ou de um compartimento do sistema de endomembranas para outro são transportadas por um mecanismo fundamentalmente diferente dos dois anteriores. Essas proteínas são conduzidas por vesículas de transporte, as quais se tornam cheias de uma carga de proteínas do espaço interior, ou lúmen, de um compartimento, à medida que se desprendem das suas membranas. As vesículas subsequentemente descarregam a sua carga em um segundo compartimento ao fusionar-se com a membrana deste. No processo, lipídeos de membrana e proteínas de membrana são também entregues de um primeiro compartimento para um segundo. → Transporte vesicular - O transporte do RE para o aparelho de Golgi, e a partir do aparelho de Golgi para outros compartimentos do sistema de endomembranas, é conduzido pelo contínuo brotamento e pela fusão de vesículas de transporte. - As rotas de transporte mediadas pelas vesículas se estendem para fora do RE em direção à membrana plasmática e para dentro da membrana plasmática para os lisossomos, fornecendo, portanto, rotas de comunicação entre o interior da célula com suas vizinhanças. → Existem dois sentidos de transporte de secreções na célula, a via endolítica principal, responsável pela ingestão e degradação de moléculas extracelulares, e a via secretória principal, UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I que leva vesículas produzidas dentro do meio celular para o lado externo da célula, como pode ser visto no esquema abaixo. → Vias secretoras - Proteínas recém-sintetizadas, lipídeos e carboidratos são distribuídos do RE, via aparelho de Golgi, para a superfície celular pelas vesículas de transporte que se fundem à membrana plasmática em um processo chamado de exocitose. Cada molécula que viaja ao longo dessa rota passa por uma sequência fixa de compartimentos definidos por membranas e é quimicamente modificada durante a rota. - No lúmen do RE, as proteínas dobram-se, agregam-se com outras proteínas, formam pontes dissulfito e tornam-se decoradas com cadeias oligossacarídicas. - O aparelho de Golgi recebe proteínas recém-sintetizadas do RE; ele modela os seus oligossacarídeos, distribui as proteínas e as despacha da rede trans de Golgi para a membrana plasmática, lisossomos ou vesículas secretoras. - As proteínas secretórias são liberadas da célula por exocitose. Existem dois tipos de vias de exocitose: - Via constitutiva: em todas as células eucarióticas, vesículas de transporte brotam continuamente da rede trans de Golgi e se fusionam com a membrana plasmática; o processo entrega lipídeos e proteínas da membrana plasmática, além de liberar moléculas da célula, um processo chamado de secreção. UFV – Universidade Federal de Viçosa Matéria: MED 131 – Laboratório Aplicado à Clínica I - Via regulada: está presente em células secretórias especializadas, onde moléculas armazenadas em vesículas secretórias são liberadas da célula por exocitose quando a célula recebe um sinal para secretar. → Via endocítica - As células ingerem líquidos, moléculas e, algumas vezes,partículas, por endocitose, na qual regiões da membrana plasmática se invaginam e se destacam para formar vesículas endolíticas. - Muito do material endocitado é entregue aos endossomos e então aos lisossomos, onde é degradado por enzimas hidrolíticas; a maioria dos componentes da membrana da vesícula endolítica, no entanto, é reciclada em vesículas de transporte de volta à membrana plasmática para ser reutilizada.