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3 Direito Constitucional Interpretação e aplicabilidade das normas constitucionais: Parte I Olá, guerreiro, tudo bem? Continua com muita força, né? Estamos com vc nesta batalha. Não deixe energias negativas te abalar nesta sua jornada. VAmos lá, o assunto desta aula é a Interpretação da Constituição. Item fundamental em sua preparação. Força, garra e sucesso. Interpretação da Constituição Há certos princípios específicos que orientam a interpretação do texto constitucional. São princípios criados pela hermenêutica constitucional. 1. PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO O texto constitucional deve ser interpretado de forma a evitar contradições entre suas normas e, entre os princípios constitucionais estabelecidos. Deve-se considerar a CF na sua globalidade, procurando harmonizar suas aparentes contra- dições; não pode interpreta-las como normas isoladas e dispersas, mas como preceitos integrados num sistema interno unitário de normas e princípios. Decorrência desse princípio: • Todas as normas contidas numa Constituição formal têm igual valor, ou seja, não há hierarquia dentro da CF; • Não existem normas constitucionais originárias INCONSTITUCIONAIS, ou seja, não se pode reconhecer a inconstitucionalidade de uma regra em face de outra, nem mesmo em face de uma clausula pétrea; • O texto constitucional deve ser lido e interpretado de modo harmônico e com ponderação, eliminando-se eventuais antinomias aparentes. 2. PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR Na resolução dos problemas jurídico-constitucionais, deve prevalecer os critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política. 3. PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE Interpretar a Constituição de forma a atribuir à norma constitucional a maior efetividade possível. No caso de dúvidas deve-se preferir a interpretação que lhes reconheça maior eficácia. 4. PRINCÍPIO DA JUSTEZA ou da CONFORMIDADE FUNCIONAL Se a Constituição acolhe uma forma de funcionamento de nosso sistema, não pode o intér- prete chegar a um resultado diferente. 4 Direito Constitucional Interpretação e aplicabilidade das normas constitucionais: Parte I 5. PRINCÍPIO DA HARMONIZAÇÃO ou CONCORDÂNCIA PRÁTICA Quando em conflito ou em concorrência de bens jurídicos deve-se coordenar e combinar de forma a evitar o sacrifício (total) de uns em relação aos outros, impondo limites e condicionamen- tos recíprocos de forma a conseguir uma harmonização ou concordância entre esses dispositivos. 6. PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO Na interpretação constitucional, o interprete deve valorizar as soluções que possibilitem a atualização normativa, a eficácia e a permanência da Constituição. Não se deve interpretar a Constituição no sentido de negar eficácia ao texto, mas tendo valorizar o seu texto, conferindo-lhe a máxima aplicabilidade. 7. PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO No caso de normas que admitem mais de uma interpretação, deve-se dar preferência à in- terpretação que lhes dê um sentido em conformidade com a Constituição. Decorrência desse princípio: • as várias interpretações, deve-se escolher a que não seja contraria à Constituição; • Regra: conservação da validade da lei, e não a declaração de sua inconstitucionalida- de. Dessa forma, uma lei não deve ser declarada inconstitucional quando ela puder ser interpretada em conformidade com a Constituição. • Limites à utilização da interpretação conforme a Constituição: • intérprete não pode contrariar o texto literal e o sentido da norma interpretada, mesmo que por meio da interpretação, se consiga uma concordância da lei com a Constituição; • interpretação conforme a Constituição só é admitida quando existe, de fato, um espaço de interpretação em que são admissíveis diferentes propostas interpretativas. Ex: uma em conformidade e que deve ser preferida, e outras em desconformidade que serão afastadas; • caso de se chegar a um resultado interpretativo de uma lei inequivocamente em contra- dição com a Constituição, não se pode utilizar a interpretação conforme a Constituição. Nessa hipótese, declara-se a inconstitucionalidade da norma; • o intérprete zelar pela manutenção da vontade do legislador, devendo ser afastada a interpretação conforme a Constituição quando dela resultar uma regulação distinta daquela originariamente almejada pelo legislador. 8. INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO SEGUNDO AS LEIS Em face do Principio da Supremacia Constitucional, a aplicação dessa tese é rejeitada pela doutrina majoritária. 5 Direito Constitucional Interpretação e aplicabilidade das normas constitucionais: Parte I 10. TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS Fundamenta-se na idéia de que, para cada poder outorgado pela Constituição a certo órgão, são implicitamente conferidos amplos poderes para a execução desse poder. Ou seja, toda vez que a Constituição outorga um poder, incluem-se, implicitamente, todos os meios necessários à sua efeti- vação, desde que guardada uma adequação entre os meios e o fim (Princípio da Proporcionalidade). 11. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA CONSTITUCIONAL A Constituição está no ápice do ordenamento jurídico nacional e nenhuma norma jurídica pode contraria-la material ou formalmente sob pena de advir uma inconstitucionalidade. 12. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE DAS NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS Há uma Presunção “iuris tantum” de que toda lei é constitucional até prova em contrario, ou seja, até que o Poder Judiciário, exercendo o controle típico de constitucionalidade de leis, a declare expressamente inconstitucional.
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