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Sinais para Confirmar a Graça e a Verdade


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Sinais Para 
Confirmar a Graça 
e a Verdade 
 
 
 
 
Por 
Silvio Dutra 
 
 
 
 
Ago/2019 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A474 
 Alves, Silvio Dutra 
 Sinais para confirmar a graça e a verdade 
 Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019. 
 29p.; 14,8 x21cm 
 
 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Alves, Silvio Dutra. 
I. Título. 
 
 CDD 252 
 
 
3 
 
João Batista deu o testemunho de que “a lei foi 
dada por intermédio de Moisés; a graça e a 
verdade vieram por meio de Jesus Cristo.”, João 
1.17, e este é o motivo “porque todos nós temos 
recebido da sua plenitude e graça sobre graça.” 
(verso 16). 
Jesus veio para dar testemunho da verdade e 
derramar graça sobre graça sobre aqueles que 
nele acreditam, para que sejam salvos de seus 
pecados. 
Ele foi enviado pelo Pai a este mundo com a 
missão de ser o Senhor e Salvador do mundo, e 
não para condená-lo, na presente dispensação 
da graça que começou com a Sua morte e 
ressurreição e que tem durado ainda em nossos 
dias, e que há de durar até que se feche o período 
do Milênio. 
O Único que foi designado por Deus Pai, e que 
poderia realizar a obra da salvação de pecadores, 
deveria ter o seu ministério marcado por sinais 
que haviam sido anteriormente profetizados 
que seriam cumpridos somente por Ele. Esta é 
uma das principais razões de terem sido 
registrados nos quatro evangelhos, a saber, para 
marcar que o Senhor, o Salvador, o Messias, é 
somente Jesus, que morreu na cruz, ressuscitou 
4 
 
e ascendeu ao céu, até que volte em sua segunda 
vinda como Juiz do mundo. 
Quando tomamos os sinais e prodígios como um 
fim em si mesmos, como se fossem o que 
devemos buscar para agradar a Deus, erramos 
completamente o alvo, pois não nos foram 
dados para serem um fim para a nossa fé, mas 
somente para apontar para Jesus como o nosso 
único e suficiente salvador, e para confirmar 
que a Palavra de Deus, em sua verdade e graça, 
conforme nos é apresentada na Bíblia, é de 
inteira aceitação, e deve ser integralmente 
recebida e praticada pelos crentes. 
 Tanto é assim, que uma vez que a palavra do 
evangelho foi confirmada em todo o mundo 
pelo ministério dos apóstolos, depois que eles 
começaram a evangelizar o mundo a partir do 
dia de Pentecostes, os grandes sinais e 
maravilhas que eles faziam, foram 
desaparecendo paulatinamente, pois o grande 
alvo deles já havia sido cumprido, e o que fora 
registrado era o suficiente para nos conduzir à 
fé salvífica no Salvador. 
Os sinais foram, por assim dizer, o andaime com 
o qual Deus elevou o edifício da Igreja, mas uma 
vez concluída a obra, já não necessitamos mais 
do andaime, ainda que este tenha sido erigido 
algumas vezes em dias de avivamento, e 
5 
 
sobretudo no mundo pagão, nas áreas que não 
haviam sido ainda alcançadas pelo evangelho, 
de modo a servir de testemunho para a 
confirmação da verdade da Palavra pregada e 
ensinada, para ser crida, e assim devotarem 
suas vidas à santificação que decorre da prática 
da mesma. (João 17.17) 
Jesus continua salvando almas em todo o 
mundo, por meio da expiação e redenção que há 
no sangue que derramou na cruz, e pela 
justificação pela fé nEle, assim como pela 
regeneração e santificação do Espírito Santo. 
Todavia, não necessariamente com o 
acompanhamento de sinais e prodígios como 
aqueles que marcaram o seu ministério e dos 
apóstolos nos dias primitivos. 
Não necessitamos de sinais e prodígios para a 
nossa santificação, e esta é a grande razão que 
Jesus não os fazia aleatoriamente e nem para 
satisfazer meramente a curiosidade e desejo de 
muitos que lhos pediam, sem qualquer intenção 
de se arrependerem e crerem nEle para serem 
salvos. 
Faremos bem em ser sóbrios, discretos, 
reverentes em nossa aproximação de Deus, não 
pondo-o à prova, pela exigência de sinais para 
que possamos louvá-lo e servi-lo. Nisto, cabe 
lembrarmos da repreensão do Senhor dirigida a 
6 
 
Tomé: “Bem-aventurados os que não viram e 
creram.” Palavras estas registradas por João na 
parte conclusiva do seu evangelho, na qual 
declara com que propósito havia registrado os 
sinais que Jesus havia realizado: “Na verdade, fez 
Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais 
que não estão escritos neste livro. Estes, porém, 
foram registrados para que creiais que Jesus é o 
Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, 
tenhais vida em seu nome.” (João 20.30,31) 
Sabendo então, juntamente com os apóstolos 
que Jesus veio para inaugurar uma nova 
dispensação, a da graça e da paciência de Deus 
para com os pecadores, em vários aspectos, 
diferente da dispensação da Lei que foi 
inaugurada com Moisés e durou no período do 
Velho Testamento, apeguemo-nos antes de 
tudo à Palavra do Evangelho, o qual nos foi 
trazido pelo próprio Filho Unigênito de Deus, do 
qual a própria Lei dá testemunho de que é 
aquele que devemos ouvir e seguir, 
caminhemos em inteira certeza de fé no Senhor 
e em tudo o que Ele proferiu e ordenou que fosse 
registrado para a nossa salvação. 
Nosso presente propósito é o de discorrer sobre 
os sinais que foram registrados por Lucas no 
quinto capítulo do seu evangelho, de maneira a 
7 
 
constatar que de fato eles confirmam a graça e a 
verdade que temos mediante a fé em Jesus. 
Lucas 5.1-11 – Paralelo em Mateus 4.18-22 
1 Aconteceu que, ao apertá-lo a multidão para 
ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago 
de Genesaré; 
2 e viu dois barcos junto à praia do lago; mas os 
pescadores, havendo desembarcado, lavavam 
as redes. 
3 Entrando em um dos barcos, que era o de 
Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da 
praia; e, assentando-se, ensinava do barco as 
multidões. 
4 Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te 
ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. 
5 Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo 
trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas 
sob a tua palavra lançarei as redes. 
6 Isto fazendo, apanharam grande quantidade 
de peixes; e rompiam-se-lhes as redes. 
7 Então, fizeram sinais aos companheiros do 
outro barco, para que fossem ajudá-los. E foram 
8 
 
e encheram ambos os barcos, a ponto de quase 
irem a pique. 
8 Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés 
de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, 
porque sou pecador. 
9 Pois, à vista da pesca que fizeram, a admiração 
se apoderou dele e de todos os seus 
companheiros, 
10 bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, 
que eram seus sócios. Disse Jesus a Simão: Não 
temas; doravante serás pescador de homens. 
11 E, arrastando eles os barcos sobre a praia, 
deixando tudo, o seguiram. 
Se este milagre operado por Jesus fosse 
realizado na presença de homens incrédulos e 
interesseiros, eles não teriam a atitude de Pedro 
de se prostrar diante do Senhor, e reconhecer a 
Sua procedência santa e divina, temendo estar 
em Sua companhia, por reconhecer-se pecador, 
pois certamente eles pediriam a Jesus que 
permanecesse com eles, para que 
continuassem prosperando mais e mais no 
negócio da pesca. 
Mas Jesus conhecendo os que são Seus, havia 
escolhido a Pedro bem como os demais 
9 
 
apóstolos e discípulos, sabendo que se 
converteriam a Ele, e seriam instrumentos, eles 
mesmos, a serem usados por Ele para a salvação 
de outras pessoas. Isto não mudou, e continua 
por toda esta dispensação da graça, estando o 
Senhor presente conosco em espírito, e 
operando através do ministério do Espírito 
Santo. 
Os fariseus e escribas que eram reputados pelo 
povo como homens santos, exatamente porque 
eram criteriosos em viver separados dos 
pecadores, jamais se juntariam a pescadores 
para pescarem com eles, e muito menos, se 
permitiriam ser seguidos por eles, para 
ministrarem a Palavra deDeus juntamente com 
eles. 
Mas, Jesus, por amor aos pecadores, permitiu-se 
estar junto deles, e até mesmo participar de 
atividades que eram lícitas, por determinado 
tempo, para poder alcançá-los para um novo 
ministério, do que o de pescar peixes e 
alimentar muitos estômagos com eles, pois faria 
deles pescadores de homens para alimentarem 
suas almas com a Palavra da verdade, e assim, 
alcançarem a vida eterna. 
 
10 
 
Lucas 5.12-16 – Paralelo em Mateus 8.1-4 
12 Aconteceu que, estando ele numa das 
cidades, veio à sua presença um homem coberto 
de lepra; ao ver a Jesus, prostrando-se com o 
rosto em terra, suplicou-lhe: Senhor, se 
quiseres, podes purificar-me. 
13 E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: 
Quero, fica limpo! E, no mesmo instante, lhe 
desapareceu a lepra. 
14 Ordenou-lhe Jesus que a ninguém o dissesse, 
mas vai, disse, mostra-te ao sacerdote e oferece, 
pela tua purificação, o sacrifício que Moisés 
determinou, para servir de testemunho ao povo. 
15 Porém o que se dizia a seu respeito cada vez 
mais se divulgava, e grandes multidões afluíam 
para o ouvirem e serem curadas de suas 
enfermidades. 
16 Ele, porém, se retirava para lugares solitários 
e orava. 
Nosso Senhor não queria ser visto pelos homens 
como um mero curandeiro, e operador de sinais 
e prodígios, e por isso sempre pedia que os que 
eram socorridos por ele, mantivessem em 
segredo o bem que lhes fizera. Ele queria muito 
mais do que curar o corpo, ou assistir 
11 
 
necessidades materiais e livrar de perigos, pois 
veio com a missão de salvar o espírito da 
condenação eterna, e para isso é necessário 
muito mais do que simples fé para ser curado de 
enfermidades, pois demanda-se 
arrependimento e conversão de coração a Deus, 
pela renúncia ao pecado para se viver em 
santidade de vida. 
O primeiro versículo recorre ao fim do Sermão 
do Monte, porque as pessoas que o ouviram 
estavam maravilhadas da doutrina do Senhor, e 
o efeito foi, que quando Ele desceu do monte, 
grandes multidões o seguiram. 
Nestes versos, temos o relato da cura de um 
leproso por Cristo. 
Sabemos, pelo evangelho de João, que o 
primeiro milagre que Jesus fez foi a 
transformação de água em vinho nas bodas de 
Caná, e temos o registro em Mateus, antes de 
Jesus ter proferido o Sermão do Monte, que Ele 
havia curado a muitos, como se vê no final do 
quarto capítulo. 
Temos então, aqui, o registro do primeiro 
milagre de cura que o Senhor fez depois de ter 
pregado o Sermão do Monte. 
12 
 
Nos dias de Jesus a lepra era uma doença 
incurável. Portanto, através desta cura Ele 
mostrou que era o único que poderia também 
curar a enfermidade incurável do pecado, a qual 
continua, até os dias de hoje, e para sempre, 
sendo uma doença incurável. 
Os leprosos eram considerados imundos pela 
Lei, e deviam viver fora das cidades de Israel. 
De igual modo o pecado torna o homem imundo 
para viver no céu, e caso não seja purificado não 
poderá jamais entrar no reino de Deus. 
Com a cura do leproso Jesus demonstrou que 
somente Ele é competente para salvar os que se 
encontram banidos da presença de Deus, por 
causa da enfermidade do pecado. 
O leproso foi sábio em reconhecer que Jesus 
tem todo o poder para curar qualquer 
enfermidade incurável, mas isto está na esfera e 
dependência da Sua vontade, e por isso lhe 
disse: “Senhor, se quiseres, podes tornar-me 
limpo.” 
Ele se aproximou do Senhor e o adorou, mas 
reconheceu que não poderia exigir nada de 
Jesus, caso não fosse da Sua soberana vontade. 
13 
 
O Senhor não somente teve misericórdia do 
leproso, como tem de todos os que sofrem, 
como também, no seu caso, disse que era da Sua 
vontade purificá-lo, e o curou. 
Pelos mais variados motivos, como por exemplo 
o de provar a nossa paciência e fidelidade na 
tribulação, Deus poderá não nos curar de nossas 
enfermidades, mas nos assistirá com a Sua 
graça, tal como fizera com o apóstolo Paulo 
quanto ao seu espinho na carne. 
É muito importante o fato de Jesus ter tocado o 
leproso para curá-lo, porque isto demonstra que 
Ele não tem nenhum receio relativo a qualquer 
contágio do pecado, quando também nos toca 
para nos salvar, fazendo habitar em nós o 
Espírito Santo. 
Segundo a lei, se alguém tocasse num leproso 
seria considerado imundo cerimonialmente, e 
impedido de participar do serviço de adoração 
no templo, até que fossem cumpridos o tempo e 
as exigências previstas na lei para a sua 
purificação. 
Ao tocar no leproso, curando-o, Jesus 
demonstrou que não está sujeito, tal como nós, 
a ser contaminado pelas impurezas de outros. 
14 
 
Motivo porque não podia ser considerado que 
havia violado a lei de Moisés, porque tal 
prescrição da Lei tinha em vista ensinar sobre a 
contaminação do pecado, que deveria ser 
evitada, sob pena de ser castigada, em caso de 
descumprimento da norma legal. 
Quando um leproso era curado de sua lepra, 
deveria se apresentar ao sacerdote com as 
ofertas exigidas pela lei, para testemunho da sua 
purificação. 
Como a lepra era incurável, então toda cura que 
havia no passado, era o resultado de um milagre 
operado por Deus. 
Jesus, comprovou então a Sua divindade, ao 
curar o leproso quando o tocou. 
E para que se cumprisse a lei, lhe ordenou que 
se apresentasse ao sacerdote, mas que não 
contasse o modo pelo qual foi curado, porque 
não era ainda chegada a hora do Senhor ser 
conduzido à morte pelos líderes religiosos de 
Israel, portanto, a razão de seu pedido ao 
leproso, para manter a origem do milagre em 
segredo, tinha em vista não precipitar uma 
perseguição antes da hora. 
 
15 
 
Lucas 5.17-26 – Paralelo em Mateus 9.1-8 
17 Ora, aconteceu que, num daqueles dias, 
estava ele ensinando, e achavam-se ali 
assentados fariseus e mestres da Lei, vindos de 
todas as aldeias da Galileia, da Judeia e de 
Jerusalém. E o poder do Senhor estava com ele 
para curar. 
18 Vieram, então, uns homens trazendo em um 
leito um paralítico; e procuravam introduzi-lo e 
pô-lo diante de Jesus. 
19 E, não achando por onde introduzi-lo por 
causa da multidão, subindo ao eirado, o 
desceram no leito, por entre os ladrilhos, para o 
meio, diante de Jesus. 
20 Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: 
Homem, estão perdoados os teus pecados. 
21 E os escribas e fariseus arrazoavam, dizendo: 
Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode 
perdoar pecados, senão Deus? 
22 Jesus, porém, conhecendo-lhes os 
pensamentos, disse-lhes: Que arrazoais em 
vosso coração? 
23 Qual é mais fácil, dizer: Estão perdoados os 
teus pecados ou: Levanta-te e anda? 
16 
 
24 Mas, para que saibais que o Filho do Homem 
tem sobre a terra autoridade para perdoar 
pecados – disse ao paralítico: Eu te ordeno: 
Levanta-te, toma o teu leito e vai para casa. 
25 Imediatamente, se levantou diante deles e, 
tomando o leito em que permanecera deitado, 
voltou para casa, glorificando a Deus. 
26 Todos ficaram atônitos, davam glória a Deus 
e, possuídos de temor, diziam: Hoje, vimos 
prodígios. 
Jesus retornou de Gadara, que ficava no lado 
oriental do Jordão, e retornou para a cidade 
onde fora residir depois de ter sido batizado por 
João, a saber, em Cafarnaum, onde Pedro 
também residia. 
As passagens paralelas a esta narrativa se 
encontram em Marcos 2.1-12, e em Mateus 9.1-8. 
Nestes textos paralelos é informado que o 
paralítico foi introduzido através do telhado, na 
casa em que Jesus se encontrava, 
provavelmente a casa de Pedro, porque o 
Senhor dissera que não tinha sequer onde 
reclinar a cabeça, isto é, uma residência própria 
e fixa. 
17 
 
Todos os eventos narrados neste capítulo 
aconteceram em Cafarnaum. E a primeira 
ocorrência naquela cidade foi a salvação e a cura 
de um paralítico. 
Era de tal ordem a paralisia deste homem que 
teve que ser carregado em sua cama por alguns 
amigos até a presença de Jesus. E nosso Senhorviu não somente a fé do paralítico como também 
daqueles que lho haviam trazido até Ele, pois é 
dito no verso 2: “Jesus, pois, vendo-lhes a fé...” 
Deus opera de muitos modos para atrair as 
pessoas a Cristo, para que sejam salvas. 
A uns pela busca de cura do corpo, a outros pela 
busca de cura da alma, e pelos mais variados 
motivos – tudo usa, todas as circunstâncias, 
conforme o conhecimento perfeito que possui 
do interior de cada pessoa, para conduzi-las à 
salvação. 
Até mesmo aqueles que não podem tomar 
qualquer iniciativa para virem a Cristo, como foi 
por exemplo o caso dos dois endemoninhados 
gadarenos, livrará dos laços do diabo, pelo Seu 
próprio poder, àqueles que tem determinado 
manifestar a Sua misericórdia, para que sejam 
salvos. 
18 
 
Não importa se podemos caminhar por nossos 
próprios meios ou se outros têm que nos 
conduzir ao Senhor, uma coisa é certa, Ele não 
perderá a nenhum daqueles que Lhe foram 
dados pelo Pai. 
Como aquela paralisia, naquele caso, foi o meio 
usado para que houvesse a busca de nosso 
Senhor pelo paralítico, Ele não concentrou Sua 
atenção na enfermidade, mas na transformação 
do paralítico em filho de Deus, perdoando-lhe 
todos os seus pecados. 
Ele poderia até mesmo permanecer com a 
paralisia, como tantos outros em toda a história 
da humanidade, porque aquilo que é realmente 
de importância, a única coisa que nos é 
necessária, já havia sido feita em relação ao 
destino eterno do seu espírito. 
O que deu ocasião à cura da paralisia foi a 
murmuração de alguns escribas, que disseram 
consigo mesmos que Jesus estava blasfemando 
ao dizer que os pecados do paralítico haviam 
sido perdoados. 
Ninguém ao redor ouviu o que eles diziam em 
seus corações, com exceção do Senhor, que tem 
o poder de conhecer os nossos pensamentos, e 
19 
 
por isso lhes disse: “Por que pensais o mal em 
vossos corações?”. 
Ele não precisaria fazer nenhuma outra coisa 
para provar-lhes a Sua divindade, quando lhes 
demonstrou a Sua onisciência, e capacidade de 
ler pensamentos. 
Todavia, Deus não tem o dever de provar coisa 
nenhuma a qualquer pessoa, e por isso nosso 
Senhor curaria o paralítico, não por ter sido 
provocado por aqueles escribas, mas para 
manifestar a Sua misericórdia, que é a causa de 
sermos perdoados por Ele, e não por qualquer 
bondade própria ou mérito que haja em nós. 
Quem pode mais pode menos. 
É mais fácil curar um enfermidade física do que 
justificar um pecador, perdoando todos os seus 
pecados. 
O trabalho de salvação de uma alma é muito 
maior e de duração eterna, do que a cura do 
corpo. 
No entanto, para a percepção humana, limitada 
e falha, incapaz de perceber os poderes que 
operam salvando o espírito, justificando e dando 
um novo nascimento espiritual ao salvo, e que 
considera portanto, ser uma evidência de poder 
20 
 
muito maior ver uma cura física sendo efetuada, 
Jesus disse o seguinte: 
“Pois qual é mais fácil? dizer: Perdoados são os 
teus pecados, ou dizer: Levanta-te e anda?” 
Realmente, é mais fácil dizer perdoados são os 
teus pecados, do que levanta-te e anda, segundo 
a avaliação humana, à qual nos referimos 
anteriormente. 
Por isso nosso Senhor disse que levantaria o 
paralítico, para que os circunstantes soubessem 
que Ele tem autoridade sobre a terra para 
perdoar pecados. 
O efeito da cura foi que as multidões temeram e 
glorificaram a Deus. 
Quão cega é a natureza humana! 
Tão incapaz de ver o mundo espiritual, e 
necessitada de ver sinais para poder crer no 
poder de Cristo, dando a devida honra à Sua 
divindade. 
Convém que seja diferente disso, ao menos 
quanto aos que foram libertados da escravidão 
ao pecado. Convém crescer na fé, e ter os olhos 
espirituais cada vez mais abertos, para discernir 
o mundo espiritual, dando honra e glória ao 
21 
 
Senhor, em espírito, sem que haja necessidade 
de qualquer manifestação visível da Sua glória e 
poder, porque somos chamados a caminhar por 
fé e não por vista. 
Lucas 5.27-32 - Vide Mateus 9.9-13 
27 Passadas estas coisas, saindo, viu um 
publicano, chamado Levi, assentado na 
coletoria, e disse-lhe: Segue-me! 
28 Ele se levantou e, deixando tudo, o seguiu. 
29 Então, lhe ofereceu Levi um grande banquete 
em sua casa; e numerosos publicanos e outros 
estavam com eles à mesa. 
30 Os fariseus e seus escribas murmuravam 
contra os discípulos de Jesus, perguntando: Por 
que comeis e bebeis com os publicanos e 
pecadores? 
31 Respondeu-lhes Jesus: Os sãos não precisam 
de médico, e sim os doentes. 
32 Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao 
arrependimento. 
Temos aqui o registro da chamada de Mateus 
para o apostolado. 
22 
 
Ele era até então um publicano, ou seja, um 
coletor de impostos para Roma, sendo um 
judeu. 
As passagens paralelas de Marcos 2.15 e Mateus 
9.9-13, registram que a casa em que Jesus se 
encontrava, conforme relatado nesta passagem 
era a casa do próprio Mateus, a quem Marcos e 
Lucas chamam de Levi, nos seus respectivos 
evangelhos. 
Lucas afirma que Mateus ofereceu um grande 
banquete em sua casa, e que numerosos 
publicanos e outros estavam com eles à mesa. 
Pode-se inferir portanto, que depois de ter sido 
chamado por Jesus, Mateus pensou em dar este 
grande banquete em honra ao Senhor. 
É certo que muitos daqueles publicanos e 
demais pecadores que se encontravam à mesa 
com Jesus, não eram pessoas honestas e de boa 
reputação, porque, de outra sorte os fariseus 
não teriam protestado perguntando aos 
discípulos do Senhor, por que o Mestre deles 
comia em companhia de publicanos e 
pecadores, diferentemente deles, fariseus, que 
privavam apenas da companhia de pessoas 
religiosas. 
23 
 
Como o Senhor ouviu o que tinham falado, 
respondeu com as seguintes palavras: “Não 
necessitam de médico os sãos, mas sim os 
enfermos. Ide, pois, e aprendei o que significa: 
Misericórdia quero, e não sacrifícios. Porque eu 
não vim chamar justos, mas pecadores.” 
O espírito de julgamento, hipercrítico, que o 
Senhor havia condenado no Sermão do Monte, 
aparece de maneira muito clara na pessoa dos 
fariseus, nesta passagem, e em muitas outras, 
dos evangelhos. 
O orgulho religioso e a justiça própria foram 
manifestados na pergunta que os fariseus 
fizeram aos discípulos de Jesus. 
Corremos sempre o mesmo risco que eles, se 
somos fermentados pela hipocrisia, que nos 
cega, e não permite que enxerguemos, que aos 
olhos de Deus não há um só justo, que possa se 
apresentar diante dele sem pecado, pela sua 
justiça própria. 
Todos os homens justos terão sido 
obrigatoriamente justificados pela graça de 
Jesus. 
Deste modo, neste mundo, nosso Senhor será 
sempre achado trabalhando para chamar 
24 
 
pecadores à salvação, até mesmo entre os piores 
deles, porque, conforme a Bíblia afirma, não há 
um justo sequer aos olhos de Deus, que não 
necessite ser perdoado e lavado de seus 
pecados. 
É importante portanto, observar, que o que há 
de mais condenável é a falta deste 
reconhecimento da nossa condição pecaminosa 
diante de Deus, como existia nos fariseus, do 
que a condição reconhecida de pecadores, 
como estava em Mateus e certamente, num 
bom número daqueles publicanos e demais 
pecadores, que estavam à mesa do banquete 
juntamente com Jesus. 
Devemos vigiar, e tomar cuidado para não 
sermos tomados por este espírito de falta de 
misericórdia, e que condena até mesmo o 
próprio Cristo por se mostrar favorável aos 
pecadores. 
Jesus é o único e grande médico do espírito. 
Nenhum outro pode curar a enfermidade do 
pecado, e livrar da morte espiritual e eterna que 
é ocasionada pelo pecado. 
Ele tem prazer em exercer o Seu ofício, e criticá-
lo nesta Sua função, significa atribuir grande 
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desonra ao Seu santo nome, Jesus, que significa 
o Salvador. 
Ele veio para nos salvar de nossos pecados, e 
será portanto, honrado somente por aquelesque se submetem ao remédio da graça que Ele 
veio nos administrar para sermos curados. 
Os fariseus argumentavam que somente 
aqueles que conhecessem as Escrituras, tal 
como eles, poderiam estar reunidos em nome 
de Deus, então Jesus citou o texto das Escrituras 
no qual o Senhor falou através do profeta Oseias: 
“Pois misericórdia quero, e não sacrifícios; e o 
conhecimento de Deus, mais do que os 
holocaustos.” (Os 6.6). 
Esta citação feita por Jesus mostra em que 
consiste a verdadeira religião: não em 
observâncias externas; não no cumprimento 
dos ritos e cerimônias externas do Antigo 
Testamento para a oferta de sacrifícios no 
templo; não em disputas e debates teológicos, 
mas em fazer o bem aos corpos, almas e 
espíritos de outros, em justiça e paz, levando-
lhes a mensagem da salvação, em 
demonstração de misericórdia. 
 
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Lucas 5.33-39 - Vide Mateus 9.14-17 
33 Disseram-lhe eles: Os discípulos de João e 
bem assim os dos fariseus frequentemente 
jejuam e fazem orações; os teus, entretanto, 
comem e bebem. 
34 Jesus, porém, lhes disse: Podeis fazer jejuar os 
convidados para o casamento, enquanto está 
com eles o noivo? 
35 Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o 
noivo; naqueles dias, sim, jejuarão. 
36 Também lhes disse uma parábola: Ninguém 
tira um pedaço de veste nova e o põe em veste 
velha; pois rasgará a nova, e o remendo da nova 
não se ajustará à velha. 
37 E ninguém põe vinho novo em odres velhos, 
pois o vinho novo romperá os odres; entornar-
se-á o vinho, e os odres se estragarão. 
38 Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em 
odres novos [e ambos se conservam]. 
39 E ninguém, tendo bebido o vinho velho, 
prefere o novo; porque diz: O velho é excelente. 
Nós lemos no texto paralelo desta passagem, em 
Marcos 2.18, o seguinte: 
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“Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam 
jejuando; e foram perguntar-lhe: Por que jejuam 
os discípulos de João e os dos fariseus, mas os 
teus discípulos não jejuam?” 
Este texto paralelo registra que os discípulos de 
João e os fariseus estavam em acordo prático, 
quanto à questão do jejum. 
Nós já comentamos na parte relativa ao jejum, 
no Sermão do Monte, que os fariseus haviam 
acrescentado à prática religiosa, um jejum 
obrigatório não previsto na Lei de Moisés. 
É bem provável que João e seus discípulos 
tenham sido influenciados por tal prática e se 
submeteram à mesma, uma vez que era 
generalizada em Israel. 
Poderia, portanto, parecer aos discípulos de 
João que era uma violação da lei, ou então algo 
pecaminoso em si mesmo, não observar aquele 
jejum prescrito pelos fariseus, para 
determinados dias da semana. 
Nós vemos que não foi sem razão que Jesus 
advertiu os Seus discípulos quanto ao cuidado 
que deveriam ter para não se contaminarem 
com o fermento dos fariseus. 
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É muito comum que pessoas piedosas se deixem 
levar por práticas religiosas que lhes sejam 
impostas como obrigatórias, sem que haja 
qualquer base ou ordenação bíblica para as 
mesmas. 
E quão difícil é dissuadir aqueles que adotam 
tais práticas quanto ao fato de não serem 
exigidas por Deus, porque admiti-lo, geralmente 
ofende suas consciências fracas e sensíveis. 
Tanto que Jesus não condenou a prática dos 
fariseus e dos discípulos de João, mas, como 
jejuavam desfigurando o rosto, e como motivo 
de tristeza, deu-lhes a resposta de que não havia 
motivo para que os Seus discípulos fizessem um 
jejum de tal tipo, enquanto tinham a Sua 
companhia com eles, sendo a sua permanente 
alegria. 
Quando Ele lhes fosse tirado temporariamente, 
em Sua morte na cruz, então teriam motivo de 
tristeza, e poderiam jejuar tal como faziam os 
discípulos de João. 
No entanto, Cristo veio inaugurar uma Nova 
Aliança, diferente em muitos aspectos da 
Antiga, que regia os discípulos de João, que se 
encontravam debaixo das disposições do Antigo 
Testamento. 
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Nosso Senhor não veio colocar um remendo de 
pano novo no vestido da Antiga Aliança, que 
vigorava no Velho Testamento, mas trazer a 
veste nova da Sua justiça. 
Muitos pensam que ao ter dito as palavras do 
verso 16, que nosso Senhor veio colocar 
remendo novo em vestido novo. 
Todavia, não é o caso, porque este vestido novo 
não necessita de remendo, porque a justiça com 
a qual fomos justificados é perfeita e eterna. 
Usando uma outra metáfora, nosso Senhor disse 
que o vinho novo da Nova Aliança não é 
colocado em odres velhos, mas em recipientes 
novos, para que sejam conservados tanto o odre 
quanto o vinho. 
O cristão é uma nova criatura. Ninguém pode 
fazer parte desta Nova Aliança se não for 
justificado e se não nascer de novo do Espírito. 
A obra de salvação não é uma obra de remendo 
do pecador, mas a formação de uma nova 
criação. Deus destrói o velho para erigir o novo. 
Tudo o que herdamos de Adão será removido 
pela mortificação do pecado, para que 
permaneça somente aquilo que temos herdado 
em Cristo e por Cristo.

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