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ALIMENTAÇÃO Fisiologia da nutrição no lactente • Recém nascido: reflexos de busca, sucção e deglutição • Entre 4 e 7 meses: movimentos mastigatórios e possível introduzir semissólidos • 2° semestre: erupção dentária; melhora a mastigação; mantém-se na posição sentada • 2° ano: movimentos mastigatórios rotatórios; alimentação da família Alimentação complementar: 10 passos para a alimentação saudável 1. Leite materno exclusivo até 6 meses, sem oferta de água, chá ou quaisquer outros tipos de líquidos e alimentos 2. A partir dos 6 meses, introduzir outros tipos de alimentos gradualmente, porém mantendo o LM até 2 anos ou mais 3. após 6 meses: alimentos complementares: cereais, tubérculos, leguminosas, frutas, carnes, legumes ( 3 vezes durante o dia – caso a criança ainda receba leite materno – e 5 vezes ao dia, se estiver desmamada) 4. Alimentos complementares: sem rigidez de horários 5. Alimento espesso; com colher; em pedaços; pastosos e gradativamente deve-se aumentar a consistência, até que se chegue na mesma alimentação da família 6. Alimentação variada e colorida 7. Evitar café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos. Sal e açúcar com moderação – evitar durante o 1° ano de vida 8. Higiene no preparo e manuseio dos alimentos 9. Estimular consumo diário de frutas, legumes e verduras 10. Estimular a criança convalescente a se alimentar - Marcos do desenvolvimento devem ser respeitados e devem guiar o momento de iniciar a introdução alimentar. A criança que está pronta para iniciá-la já sustenta a cabeça e o tronco, já perdeu o reflexo de protrusão da língua e adquiriu capacidade de mastigação. O aparecimento da primeira dentição também é um marco importante. É importante para o desenvolvimento da coordenação fina que durante todo o processo de introdução alimentar a participação da criança seja ativa, deve ser estimulada a pegar mamadeiras, canecas e ter contato com os alimentos. Recomendações: • Respeitar apetite e preferências da criança (aprende a reconhecer a fome e a saciedade) • Exposições repetidas de novos alimentos até aceitação • “Janela imunológica”: 4-7 meses de vida. Introduzir peixe, ovos, diminuindo risco de alergia alimentar. • O suco pode ser introduzido às refeições e no máximo 100ml/dia (OMS/MS) • Não recomenda-se introdução de sucos às refeições (Sociedade brasileira de pediatria). • Aos 2 anos espera-se que a criança seja capaz de se alimentar independentemente. Técnica: A introdução alimentar é um processo gradual. Deve-se ter em mente que são necessárias cerca de 8-10 exposições a um determinado alimento para que haja a aceitação desse. Deve-se expor um alimento de cada vez, na consistência adequada para a idade, inicialmente deve ser ofertado alimentos pastosos, com progressão gradual para pequenos sólidos, sólidos maiores até chegar à alimentação da família. Evitar fornecer alimentos muito líquidos e estimular desde o início a alimentação com colher. Especialmente nessa fase deve-se atentar para a higienização dos utensílios domésticos e dos alimentos utilizados. Não devem ser utilizados industrializados, leite, açúcar, sal e condimentos no preparo dos alimentos ofertados à criança. Caso necessário aumentar o teor calórico da dieta, deve-se utilizar óleo vegetal, azeite ou margarina. Esquema de introdução da alimentação complementar Lactentes que receberam leite de vaca modificado • Até 4 meses: Leite de vaca diluído enriquecido com óleo 3%. • De 4 a 8 meses: Leite de vaca não diluído + papa de frutas por 2x/dia + papa salgada 2x/dia (horários próximos aos das grades refeições) • Após 8 meses: Leite de vaca não diluído + fruta (2x/dia) + papa salgada/refeição da família (2x/dia). • OBS: O ideal é que o leite de vaca não seja oferecido para a criança até 1 ano de idade. Até lá, o ideal é que seja oferecido fórmula, nos casos em que o aleitamento materno não seja possível. *Ovos e carnes podem ser introduzidos a partir de seis meses Composição da dieta Primeiros alimentos ofertados são as frutas em forma de papa. A introdução alimentar utilizando-se sucos não é mais recomendada (sucos devem ser liberados somente a partir de ano de idade). A introdução alimentar deve ser feita utilizando-se um alimento básico, geralmente tubérculos ou cereais, associados a um ou mais alimentos complementares, dos demais grupos (leguminosas, hortaliças, carnes). Oferecer alimentos diferentes ao longo do dia e introduzir novos alimentos no dia a dia da criança, respeitando a aceitação da criança. Alimentação de lactente de 8 meses (exemplo) • Ao acordar: leite materno • Lanche da manhã ou colação: papa de banana + leite materno • Almoço: papara cará, espinafre, quiabo, lentilha e frango • Lanche da tarde: papa de maça + leite materno • Jantar: a mesma do almoço • Ceia: leite materno Alimentação de 1-2 vida • Evitar consumo de alimentos industrializados; estimular a ingestão da alimentação habitual da casa. • Leite materno ou 600ml de leite enriquecido com vitamina A e ferro. Oferecer derivados de leite: melhorar aporte de cálcio Sentar-se à mesa com a família, cadeira própria, sem TV, ambiente calmo. Estimular a “iniciativa” de criança Alimentação complementar no segundo ano de vida As taxas de crescimento diminuem após o 1º ano, o que se associa a uma certa redução da ingesta alimentar e certa falta de interesse, devendo ser explicado aos pais e evitar comportamento de alimentação forçada. Nesse período se iniciam as preferências de paladar, que devem ser respeitadas, mas os alimentos devem ser ofertados sucessivas vezes antes de ser considerados desgostosos. Essa fase da alimentação é fundamental para a estruturação de hábitos e padrões alimentares que perduram o resto da vida. Assim, deve ser incentivada alimentação balanceada e isenta de industrializados, refrigerantes, “doces”, “salgados”, biscoitos em excessos *Recomenda-se que a criança receba três refeições principais e dois lanches, com alimentação acompanhando a da família. Problemas alimentares do período: • Regurgitação: Retorno de pequenas quantidades de leite deglutido logo após a mamada, causado devido ao refluxo gastroesofágico fisiológico presente nos primeiros 4-6 meses de vida. Devem ser utilizadas medidas que estimulam a eructação para diminuir as regurgitações. Diferem dos vômitos por esses serem eliminações volumosas, com esvaziamento do estômago completo • Cólicas: São dores abdominais de caráter paroxístico, que ocorrem principalmente nos três primeiros meses, estando associada ao choro alto, de início súbito, com face avermelhada e posicionamento com mãos fechadas e pernas estendidas ou flexionadas. Pode haver ainda distensão ou tensão abdominal. Os sintomas costumam aliviar mediante a eliminação de fezes ou gases. Medidas que auxiliam nas cólicas são: manter o bebê na posição vertical, utilizar compressas mornas no abdome, não alterar o padrão alimentar e observar se existem correlações entre a cólica e alimentos consumidos pela mãe. É condição rara após os 3 meses, sendo a principal medida a orientação familiar. • Ingestão alimentar seletiva: é comum que as crianças nessa fase apresentem aversão sensorial a determinados alimentos, e pode persistir até a idade pré escolar. Pode estar associada à alterações da percepção auditiva, com aversão a ruídos altos e tátil, com aversão a determinadas texturas - pisar na areia / grama. Deve se evitar forçar a ingestão de alimentos, podendo acarretar irritação, incluindo náuseas e vômitos. • Criança agitada e com baixo apetite: São crianças com grande atividade motora, que voltam sua atençãopara a exploração do meio ambiente e em função disso, apresentam pouco apetite e saciedade rápida. Logo após algumas garfadas, já ficam plenas e saem da mesa para brincar. Geralmente, este comportamento está associado a uma educação familiar de muita permissividade e oferta de guloseimas e pequenos lanches nos intervalos das principais refeições, ambas situações que facilitam a permanência deste padrão. • Fobia alimentar: Quadro grave de rejeição alimentar, presente geralmente se ocorreu algum trauma associado (ex: sondagem alimentar, intubação orotraqueal, acidentes como engasgos, ou situações de violência com alimentação forçada seguida de vômitos, etc) • São crianças sob risco de desnutrição e desidratação, diferindo do quadro anterior, no qual há aceitação dos alimentos de predileção da criança, os quais acabam sendo ofertados, o que mantém a curva de crescimento da criança. Alimentação do Pré-Escolar A neofobia alimentar é uma queixa comum e significa a negação de um alimento fora do hábito da criança - orientar a oferecer o alimento cerca de oito a dez vezes, em pequenas quantidades para que a criança conhecer e se adaptar àquele sabor. É uma fase importante de determinar hábitos alimentares saudáveis, estabelecer horários para as refeições, evitar o hiperconsumo e sobrecarga de alimentos ricos em carboidratos e açúcares, alimentos industrializados e bebidas gaseificadas pois prejudicam a ingestão de outros alimentos. Alimentação do Escolar É uma época de crescimento e ganho de peso próximo à puberdade e são necessárias no mínimo três refeições, com consumo de alimentos variados e ingestão de sal moderadamente. Um cardápio balanceado deve constar: seis porções de cereais e massas, três porções de frutas, três porções de verduras, três porções de leite e derivados e uma porção de carnes, ovos e feijão, distribuídas no mínimo em cinco refeições por dia. Alimentação do Adolescente A OMS define adolescência entre os 10 anos e 19 anos, inclusive. A puberdade se inicia com o aparecimento dos caracteres sexuais secundários e o término do crescimento somático. É uma época marcada por modificações físicas e psicológicas havendo aumento do metabolismo e das necessidades nutricionais. Deve ser dada atenção especial às necessidades de cálcio, devido ao período de intensa atividade óssea, estando recomendada a ingestão por meio do consumo de leite e derivados. As necessidades de ferro também são maiores, especialmente nas meninas a partir das perdas menstruais, assim, na dieta deve ser dada a preferência à ingestão de ferro heme, aquele presente nos alimentos de origem animal. Duração Considerando a espécie humana, recomenda-se uma duração média de 2 a 3 anos de aleitamento materno, uma vez que o desmame naturalmente ocorre nessa faixa etária. No entanto, conforme a OMS e o Ministério da Saúde do Brasil, o aleitamento materno exclusivo deve ser realizado até o 6º mês de vida do bebê, sendo complementado até os 2 anos ou além desses conforme desejo da mãe. Próximo aos seis meses de vida, o lactente apresenta desenvolvidos os reflexos necessários para a deglutição (como o reflexo lingual), já demonstra excitação à visão do alimento, sustenta a cabeça (o que facilita a alimentação oferecida por colher) e tem-se o início da erupção dos primeiros dentes, o que contribui para a mastigação. Ademais, a criança desenvolve ainda mais o paladar e, portanto, começa a estabelecer preferências alimentares, processo que a acompanha até a vida adulta. Sendo assim, a OPAS (Organização Pan- Americana da Saúde) juntamente com a OMS e o Ministério da Saúde do Brasil, elaboraram e recomendaram os “10 passos para uma alimentação saudável”, para as crianças menores de 2 anos
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