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Gestão democrática

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE FUNDAMENTOS E POLÍTICA DA EDUCAÇÃO
Docentes: Profª.Dra. Rute Regis de Oliveira da Silva
Discente: Thiago Phillipe Brasil de Sousa
ATIVIDADE AVALIATIVA – UNIDADE III
· Quais os pressupostos da gestão democrática normatizados nos instrumentos legais (CF de 1988, LDB n. 9.394/96, PNE lei n. 13.005/14) estão sendo ameaçados pelos mecanismos gerenciais que contribuem para a retirada gradativa do Estado nacional como executor de políticas, transferindo para a sociedade essa prerrogativa?
Com a promulgação da CF (1988) e a aprovação da LDB (lei n. 9.394/96), foi aberto espaço para o fortalecimento do princípio da gestão democrática e da educação como direito dos sujeitos, em que, a partir da criação de leis posteriores, se reforçam e se complementam estes princípios para o contexto educacional. 
A gestão democrática pressupõe necessariamente edificar algum nível de autonomia a fim de que os mecanismos de autonomia e de descentralização tenham mais chances de prosperar no âmbito do trabalho coletivo. Isso porque a participação favorece a conjunção de fatores que permitem concentrar esforços em torno do projeto educacional que aumente a probabilidade dele se materializar na escola. Nesse sentido, a autonomia deve ser edificada pela escola e, nesse processo, deve-se forjar os espaços possíveis e aproveitar todas as possibilidades na direção de criar mecanismos para a sua concretização. Não se deve esperar que a autonomia seja uma dádiva do poder central, ela pode ser aprofundada com base nas práticas vivenciadas no conjunto das ações desenvolvidas pela própria escola. 
Atualmente, as escolas públicas convivem com tensões permanentes porque, embora os instrumentos legais e a maioria dos planos do governo façam referência à gestão democrática, as medidas prescritas em parte dos programas do governo põem ênfase na gestão gerencial que tem características distintas da democrática. Ela ressignificou conceitos importantes como a autonomia, a descentralização e a participação que passaram a ser consideradas mecanismos para assegurar mais agilidade, eficiência e eficácia na gestão do espaço escolar. Nessa lógica, a descentralização e a autonomia se configuram como limitadas, porque na instância das unidades escolares quase não há espaço para que os sujeitos docentes exerçam o poder de decisão; são, em essência, executores de políticas concebidas por outras instâncias do sistema educacional. 
Apesar de termos, na organização da escola, as instâncias colegiadas, com representação interna e da sociedade civil, os mecanismos de funcionamento são limitados no sentido de proposição de políticas pedagógicas do seu acompanhamento. Nessa perspectiva, os pressupostos da gestão democrática do ensino público na educação básica, que os sistemas de ensino devem definir, como a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola, a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes e a garantia de financiamento das escolas pelo poder público estão sendo, potencialmente, ameaçados e atacados por ideais de extrema direita com fortes inclinações fascistas. 
Em outras palavras, a autonomia da escola, o financiamento das escolas, a escolha dos dirigentes escolares, a criação de órgãos colegiados, a construção do PPP (projeto político-pedagógico) e a participação da comunidade estão sob ameaça tendo em vista o atual governo. Além do mais, outras limitações são: a participação dos pais na gestão da escola, atuação limitada do conselho escolar, sobrecarga de trabalho dos gestores, falta de tempo para que os docentes possam vivenciar o trabalho coletivo e insuficiência de recursos financeiros para gerir adequadamente a unidade escolar. 
Apesar da limitação dos conselhos escolares, de alguns avanços iniciais e da indicação que há muito a se fazer para que as escolas públicas tenham efetivamente uma gestão democrática, eles têm constituído movimentos mobilizadores integradores de ações que podem contribuir para sedimentar a gestão democrática. Percebemos, assim, que este modelo de democratização precisa ser edificado, o que requer uma aprendizagem em construção, apesar das limitações existentes e enraizadas no contexto escolar, marcadas, via de regra, por práticas cotidianas recortadas pelo improviso. 
Torna-se mister, então, construir alternativas que imprimam uma nova dinâmica escolar para superar o atual modelo e configurem um padrão cuja contribuição seja convertida em garantia, consolidação e oferta de uma educação de qualidade como um direito de todos os cidadãos, conforme prega a Constituição Federal de 1988, a LDB de nº 9.394/96 e o PNE com base na lei de n.º13.005/14. Desse modo, precisamos reafirmar a necessidade de uma gestão pública democrática da escola pública concebida como espaço efetivo de participação dos vários segmentos da comunidade escolar, a saber: equipe gestora, professores, pais, estudantes e funcionários.

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