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Beatriz Tavares – MD3 Camadas da parede vascular As paredes das artérias e das veias são compostas por três camadas, que são as túnicas, do lúmen para fora, são elas: A túnica íntima: é a camada mais interna do vaso e consiste em três componentes: (1) uma única camada de células epiteliais pavimentosas, o endotélio; (2) a lâmina basal das células endoteliais (uma fina camada extracelular, composta principalmente de colágeno, proteoglicanos e glicoproteínas); e (3) a camada subendotelial, que consiste em tecido conjuntivo frouxo. Essa contém uma camada semelhante a um folheto ou lamela fenestrada de material elástico, denominada lâmina elástica interna. 2. A túnica média consiste principalmente em camadas de células musculares lisas vasculares. Quantidades variáveis de fibras elásticas, fibras reticulares e proteoglicanos estão interpostas entre as células musculares lisas da túnica média. 3. A túnica adventícia é composta principalmente de fibras colágenas e de algumas fibras elásticas dispostas longitudinalmente. A túnica adventícia das grandes artérias e veias contém um sistema de vasos, denominado vasos dos vasos (vasa vasorum), que supre de sangue as próprias paredes vasculares. Artérias As artérias são classificadas em três tipos, com base no seu calibre e nas características da túnica média. As artérias de grande calibre ou artérias elásticas, como a aorta e as artérias pulmonares, transportam o sangue do coração para as circulações sistêmica e pulmonar, respectivamente. As artérias de calibre médio ou artérias musculares não podem ser nitidamente diferenciadas das artérias elásticas. Apresentam características intermediárias entre os dois tipos. As artérias de pequeno calibre e as arteríolas se distinguem umas das outras pelo número de camadas de músculo liso na túnica média. As arteríolas apresentam apenas uma ou duas camadas, enquanto as artérias de pequeno calibre podem exibir até oito camadas de músculo liso em sua túnica média. Artéria de grande calibre | Artérias elásticas Do ponto de vista funcional, elas atuam como tubos de condução; A túnica íntima das artérias elásticas é relativamente espessa e consiste nos seguintes componentes: No revestimento endotelial com sua lâmina basal, as células são caracteristicamente planas e alongadas, com seus eixos longos orientados paralelamente à direção do fluxo sanguíneo na artéria. No folheto epitelial, as células são unidas por Beatriz Tavares – MD3 zônulas de oclusão e por junções comunicantes. A camada subendotelial de tecido conjuntivo consiste em tecido conjuntivo com fibras tanto colágenas quanto elásticas. O principal tipo de célula nessa camada é a célula muscular lisa. A lâmina elástica interna nas artérias elásticas não é evidente, porque ela constitui uma das muitas camadas elásticas existentes na parede do vaso. A túnica média é a mais espessa das três camadas de artérias elásticas e consiste nos seguintes elementos: A elastina na forma de lamelas fenestrados, localizada entre as camadas de células musculares. Essas lamelas estão dispostas em camadas concêntricas. Essas fenestrações facilitam a difusão de substâncias na parede arterial. O número e a espessura dessas lamelas estão relacionados com a pressão arterial e a idade. Ao nascimento, a aorta é quase desprovida de lamelas; no adulto, a tem de 40 a 70 lamelas. Nos indivíduos com hipertensão arterial, tanto o número quanto a espessura das lamelas estão aumentados. As células musculares lisas vasculares estão dispostas em camadas. As células musculares lisas são fusiformes, com núcleo alongado. São revestidas por uma lâmina basal, exceto nos locais em que estão unidas por junções comunicantes. As fibras colágenas e a substância fundamental (proteoglicanos) são sintetizadas e secretadas pelas células musculares lisas vasculares. Nas artérias elásticas, a túnica adventícia tem, em geral, menos da metade da espessura da túnica média. Consiste nos seguintes elementos: As fibras colágenas, que ajudam a impedir a expansão da parede arterial além dos limites fisiológicos durante a sístole do ciclo cardíaco. As fibras elásticas, que não formam lamelas, mas uma rede frouxa menos organizada que aquela encontrada na túnica média. Os fibroblastos e os macrófagos, que constituem as principais células da túnica adventícia. Os vasos dos vasos (vasa vasorum), que incluem pequenos ramos arteriais, sua rede capilar e veias satélite de modo similar ao da vascularização em geral. Beatriz Tavares – MD3 Correlação Clínica: Nos indivíduos com hipertensão arterial, as células musculares lisas se multiplicam. O músculo liso adicional contribui para a maior espessura da túnica média. Junto com isso, algumas das células musculares lisas acumulam lipídios. Esta é uma razão pela qual a hipertensão arterial constitui um importante fator de risco de aterosclerose. Artérias de calibre médio | Artérias musculares As artérias musculares apresentam maior quantidade de músculo liso e menor quantidade de elastina na túnica média do que as artérias elásticas. A túnica íntima é relativamente mais fina nas artérias musculares que nas artérias elásticas. Consiste em um revestimento endotelial apoiado em sua lâmina basal, uma camada subendotelial esparsa de tecido conjuntivo e uma membrana elástica interna proeminente. A túnica média das artérias musculares consiste em células musculares lisas vasculares entremeadas por fibras colágenas e uma quantidade relativamente pequena de material elástico. As células musculares produzem colágeno extracelular, elastina e substância fundamental. A túnica adventícia das artérias musculares consiste em fibroblastos, fibras colágenas e fibras elásticas. Em comparação com as artérias elásticas, a túnica adventícia das artérias musculares é relativamente espessa – aproximadamente a mesma espessura que a da túnica média. Nervos e pequenos vasos (vasa vasorum) atravessam a túnica adventícia e emitem ramos que penetram na túnica média das artérias musculares de grande calibre. Artérias de pequeno calibre e Arteríolas As artérias de pequeno calibre e as arteríolas se distinguem umas das outras pelo número de camadas de células musculares lisas na túnica média. As arteríolas apresentam apenas uma ou duas camadas, enquanto uma artéria de pequeno calibre pode ter até oito camadas de músculo liso na túnica média. A túnica íntima de uma artéria de pequeno calibre apresenta uma membrana elástica interna, enquanto essa camada pode ou não estar presente na arteríola. A túnica adventícia consiste em uma bainha fina e pouco definida de tecido conjuntivo, que se mistura com o tecido conjuntivo no qual esses vasos seguem o seu percurso. As arteríolas controlam o fluxo sanguíneo para as redes de capilares por meio da contração das células musculares lisas. Na relação normal entre uma arteríola e uma rede de capilares, a contração do músculo liso na parede de uma arteríola aumenta a resistência vascular e reduz ou interrompe o sangue que vai para os capilares. Capilares Os capilares formam as redes vasculares sanguíneas que possibilitam o movimento dos líquidos contendo gases, metabólitos e produtos de degradação através de suas paredes finas. Beatriz Tavares – MD3 Cada capilar consiste em uma única camada de células endoteliais e suas lâminas basais. A densidade de capilares em qualquer tecido está diretamente relacionada à atividade metabólica das células do tecido. Em virtude de suas paredes finas e da grande proximidade física com células e tecidos metabolicamente ativos, os capilares são particularmenteapropriados para a troca de gases e metabólitos entre as células e a corrente sanguínea. Classificação dos Capilares Os capilares contínuos são encontrados predominantemente no tecido conjuntivo; nos músculos cardíaco, esquelético e liso; na pele, nos pulmões e no SNC. Se caracterizam por um endotélio contínuo, que repousa sobre uma lâmina basal também contínua. Os capilares fenestrados têm grandes poros, os quais permitem a passagem rápida de grandes volumes de fluido entre o plasma e o líquido intersticial. Esses capilares são encontrados principalmente no rim e no intestino, onde eles estão associados ao epitélio transportador absortivo. Os capilares descontínuos (também denominados capilares sinusoidais ou sinusoides) são característicos do fígado, do baço e da medula óssea. Possui fenestrações, e também pode apresentar espaços entre as células. Os sinusoides são encontrados em locais onde as células do sangue e as proteínas plasmáticas precisam cruzar o endotélio para entrar no sangue. Os capilares estão associados a células perivasculares que exibem prolongamentos celulares que circundam as células endoteliais vasculares que são os pericitos Do ponto de vista histológico, os pericitos exibem características de células tronco mesenquimatosas indiferenciadas. Os experimentos realizados mostraram que sinais ambientais podem estimular a proliferação, a capacidade de migração e a diferenciação dos pericitos em uma variedade de tipos celulares, incluindo adipócitos, fibroblastos, condrócitos, osteócitos e células musculares esqueléticas. Contextualização: a proliferação descontrolada dos pericitos dá origem ao hemangiopericitoma, um tumor vascular raro, que pode se originar em qualquer local no corpo onde haja capilares. Endotélio É um tipo de epitélio simples pavimentoso, que reveste os vasos de diferentes tamanhos. O endotélio é formado por uma camada contínua de células endoteliais poligonais, alongadas e achatadas, que estão alinhadas com seus eixos longos na direção do fluxo sanguíneo. Na superfície luminal, as células endoteliais expressam uma variedade de moléculas de adesão de superfície e receptores (receptores de lipoproteína de baixa densidade [LDL], de insulina e de histamina). Beatriz Tavares – MD3 Conceituação Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a condição clínica multifatorial caracterizada por elevação persistente dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg. Classificação Figura 1: diretriz brasileira de hipertensão de 2020 Figura 2: 7ª diretriz Aferição da Pressão arterial Preparo do paciente: 1. Explicar o procedimento ao paciente e deixá- lo em repouso de 3 a 5 minutos em ambiente calmo. 2. Certificar-se de que o paciente NÃO: - Está com a bexiga cheia; - Praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; - Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; - Fumou nos 30 minutos anteriores. 3. Posicionamento: - O paciente deve estar sentado, com pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado; - O braço deve estar na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima. 4. Medir a PA na posição de pé, após 3 minutos, nos diabéticos, idosos e em outras situações em que a hipotensão ortostática possa ser frequente ou suspeitada. Etapas para a realização da medição 1. Determinar a circunferência do braço; 2. Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço; 3. Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital; 4. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial; 5. Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial*; 6. Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou o diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva*; 7. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS obtido pela palpação*; 8. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo)*; 9. Determinar a PAS pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) e, após, aumentar ligeiramente a velocidade de deflação*; 10. Determinar a PAD no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)*; 11. Medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e usar o valor do braço onde foi obtida a maior pressão como referência; 12. Informar o valor de PA obtido para o paciente; 13. Anotar os valores exatos sem “arredondamentos” e o braço em que a PA foi medida. Beatriz Tavares – MD3 Medição da PA fora do consultório A PA fora do consultório pode ser obtida através da medição residencial da pressão arterial (MRPA), com protocolo específico, ou da MAPA de 24 horas. As principais vantagens da medição da PA fora do consultório são: • Maior número de medidas obtidas. • Refletem as atividades usuais dos examinandos. • Abolição ou sensível redução do efeito de avental branco (EAB). A MAPA e a MRPA são os métodos habitualmente utilizados para realizar as medições fora do consultório. Ambas fornecem informações semelhantes da PA, porém só a MAPA avalia a PA durante o sono. Medição residencial da PA A MRPA é uma modalidade de medição consistindo na obtenção de três medições pela manhã, antes do desjejum e da tomada da medicação, e três à noite, antes do jantar, durante cinco dias. Outra opção é realizar duas medições em cada uma dessas duas sessões, durante sete dias. São considerados anormais valores de PA ≥ 135/85 mmHg. Monitorização ambulatorial da PA A MAPA é o método que permite o registro indireto e intermitente da PA durante 24 horas ou mais, enquanto o paciente realiza suas atividades habituais durante os períodos de vigília e sono. Uma de suas características mais específicas é a possibilidade de identificar as alterações circadianas da PA, sobretudo em relação às medições durante o sono, que têm implicações prognosticas consideráveis. São atualmente consideradas anormais as médias de PA de 24 horas ≥ 130/80 mmHg, vigília ≥ 135/85 mmHg e sono ≥ 120/70 mmHg. Fatores de risco para hipertensão arterial Não modificáveis: Idade: há uma relação direta e linear entre envelhecimento e prevalência da HAS. Sexo e etnia: a prevalência é maior em mulheres e pessoas da raça negra/cor preta. Fatores genéticos Modificáveis Excesso de peso e obesidade: o risco é maior em obesos – A obesidade provoca inflamações silenciosas e crônicas e ocasiona alterações em genes do sistema renina-angiotensina- aldosterona (envolvido no controle do volume de líquidos extracelulares e da pressão arterial) Ingestão de sal: o consumo excessivo de sódio é um dos principais fatores de risco p HAS – O sódio presente no sal retém maior quantidade de líquido e isso faz com que o volume de fluidos nos vasos sanguíneos aumente. Dessa forma, os vasos sofrem maior pressão Ingestão de álcool: consumo crônico e elevado de álcool aumenta a PA de forma consistente – algumas pesquisas apontam que o álcool colabora para o enrijecimento das artérias, prejudicando o bombeamento de sangue pelo corpo. Sedentarismo Tratamento não medicamentoso Envolve controle do peso, medidas nutricionais, atividades físicas,sem tabagismo, controle do estresse etc. Tratamento medicamentoso iECA: São anti-hipertensivos eficazes que têm como ação principal a inibição da enzima conversora de angiotensina I, impedindo a Beatriz Tavares – MD3 transformação de angiotensina I em angiotensina II, de ação vasoconstritora. Vasodilatadores diretos: atuam sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular com consequente vasodilatação e redução da resistência vascular periférica. Bloqueadores dos canais de cálcio: atuam na redução da resistência vascular periférica por diminuição da concentraçãode cálcio nas células musculares lisas vasculares. Diuréticos tiazídicos: têm como mecanismo de ação a inibição da reabsorção de sódio na porção inicial do túbulo contornado distal do rim, aumentando a sua excreção, assim como a excreção de cloretos e, em menor escala, de potássio e magnésio, que levam consequentemente à eliminação de água. Diuréticos de alça: atuam através da inibição da reabsorção de sódio no ramo ascendente da alça de Henle, levando a uma redução da reabsorção tubular de água. Além disso, estes remédios exercem também efeitos diretos sobre o fluxo sanguíneo, causando vasodilatação e redução da resistência vascular renal Órgãos alvo e danos Coração: hipertrofia ventricular esquerda que pode determinar um quadro de disfunção diastólica. Cérebro: a circulação cerebral está frequentemente comprometida pela HAS, os grandes vasos arteriais e arteriolares cerebrais se contraem à medida que a pressão arterial se eleva. Rim: Os sinais e sintomas originados da disfunção renal estão relacionados à perda da massa renal. Retina: Os vasos da retina estão frequentemente comprometidos pela hipertensão arterial. As lesões vão desde espasmos arteriolares até a expressiva rarefação de vasos, significando grande vasoconstrição sistêmica, comum na hipertensão maligna. Arteriosclerose Significa endurecimento (esclerose) das artérias. À medida que envelhecemos, as paredes das artérias tornam-se mais espessas e têm sua elasticidade reduzida. É um processo natural do envelhecimento do organismo humano; a arteriosclerose vira um problema quando começa a atingir artérias de médio e grande calibre (aorta, carótidas e coronárias, por exemplo), comprometendo a irrigação dos tecidos, sobretudo os do coração e do cérebro, elevando a pressão arterial e ocasionando isquemia e fadiga. Beatriz Tavares – MD3 Pressão Arterial Sistêmica • É uma grandeza física dada: Força do sangue na parede dos vasos/ unidade de área. Logo, as artérias são um reservatório de pressão. Regulação da pressão arterial sistêmica • Os mecanismos que mantém a pressão arterial são divididos em duas classes: - MECANISMOS A CURTO E MÉDIO PRAZO (Resposta Rápida) – Ativos em segundos ou minutos. Ação menos duradoura. - MECANISMOS A LONGO PRAZO (Resposta Lenta) – Ativos em horas ou dias. Possuem ação mais prolongada e duradoura. Regulação a curto prazo: barorreflexo - Barorreceptores são receptores ativados por um deformação mecânica. - Eles foram colocados em dois lugares estratégicos, que recebem um fluxo mais turbulento. Esses locais são geralmente ramificações – ramificação da carótida comum em externa e interna, nesse lugar tem uma dilatação chamada de seio carotídeo e nele tem alguns barorreceptores. E no arco da aorta tem-se mais barorreceptores. - Essas paredes que sofrem muitas batidas de fluxo sanguíneo evoluíram para expressar receptores sensoriais, chamado de mecanoreceptores – barorreceptores. - E quando o sangue bate nesses locais se tem uma deformação que excita os aferentes sensoriais que vão informar o SNC. O barorreflexo é um mecanismo de controle segundo a segundo da pressão arterial, ou seja, a PA baixou eu aumento imediatamente e o contrário também é verdadeiro. Nós temos um centro de controle cardiovascular bulbar, esse centro de controle Beatriz Tavares – MD3 precisa de informações da periferia. Ou seja ele precisa saber como está a PA para poder modular ela e redistribuir o sangue. Quem informa isso são os barorreceptores. Eles estão no seio carotídeo e no arco da aorta. Do seio carotídeo nós temos os nervos de Hering que transmitem os sinais para o glossofaríngeo que leva para o trato solitário na região bulbar (para o núcleo do trato solitário do bulbo). Do arco da aorta se tem o nervo vago, que leva essa informação também para o centro bulbar para o mesmo núcleo. Quando essas informações chegam no centro é a partir daí que ou eles ativam os neurônios simpáticos ou os parassimpáticos, dependendo do estimulo. Estimulo de baixa pressão: ativa simpático e inibe parassimpático. Estimulo de alta pressão: inibe simpático e ativa parassimpático. O simpático ativado tem sua ação sobre as veias (causando venoconstrição); sobre as arteríolas (vasoconstrição); sobre os ventrículos (aumento da força de contração) e no nó SA (aumento da frequência cardíaca), tudo isso aumenta a pressão arterial. E o simpático tem ação no nó SA, reduzindo a frequência cardíaca. Dependendo do estimulo que chega no núcleo solitário, podem ser ativados outros núcleos. Beatriz Tavares – MD3 Aumento da PA: Aumento da pressão – aumento dos disparos – neurônios percebem – comunicam o centro de controle Diminuição da PA Exemplo: hipotensão ortostática Quando você está deitado, a força gravitacional está distribuída uniformemente por toda a extensão do seu corpo, e o sangue está distribuído uniformemente por toda a circulação. Quando você levanta, a gravidade faz o sangue se acumular nas extremidades inferiores. Esse acúmulo cria uma diminuição instantânea do retorno venoso de forma que haverá menos sangue nos ventrículos no início da próxima contração. O débito cardíaco cai de 5 L/min para 3 L/min, fazendo a pressão arterial diminuir. Essa diminuição da pressão arterial na posição de pé é chamada de hipotensão ortostática. A hipotensão ortostática desencadeia o reflexo barorreceptor. O resultado é um aumento no débito cardíaco e na resistência periférica, que, juntos, aumentam a pressão arterial média e a trazem de volta ao normal dentro de dois batimentos cardíacos. Regulação a longo prazo O sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) é uma via complexa para a manutenção da pressão arterial que atua em vários passos. O decréscimo da pressão sanguínea ativa uma via o que resulta na liberação de um hormônio, a angiotensina II, que estimula a secreção de aldosterona em muitas situações. A célula chave do sistema SRAA é a célula justaglomerular, elas ficam nos rins mas em um local específico que são os vasos sanguíneos. As células justaglomerulares liberam um hormônio chamado renina, quando elas fazem isso, a renina ajuda a elevar a pressão sanguínea. Beatriz Tavares – MD3 Então, se as células justaglomerulares notarem que a pressão sanguínea está baixa, isso sera um gatilho para liberar a renina – sendo esse o primeiro gatilho para a liberação dela – a pressão sanguínea baixa. Eu falo primeiro, porque tem mais 2. O segundo gatilho é uma célula nervosa simpática, isso porque grandes estresses podem ativar as células nervosas simpáticas, e quando esses nervos simpáticos são ativados, as células justaglomerulares começam a liberar renina. O terceito gatilho, estão em umas células mais distantes porem ainda nos rins, que não tocam nas justaglomerulares, que são as células da mácula densa. Essas células estão nos rins, mais especificamente nos túbulos distais do néfron, na porção contorcida, e possuem uma sensibilidade ao sódio. Quando a pressão sanguínea está baixa, o rim filtra menos sangue, tem-se menos filtrado tubular, consequentemente menos sal e água, a macula densa, “sentem” o liquido que está passando e dizem “há pouco sal aqui”. Quando elas sentem isso, elas enviam uma mensagem para as células justaglomerulares, na forma de prostaglandinas, estimulando-as a liberarem renina. Então, no caso da pressão arterial: Nos rins, dentro das paredes das arteríolas aferentes, tem células especializadas a produzir pró-renina, chamadas células justaglomerulares. Perante ativação por uma queda na pressão sanguínea, a pró-renina é clivada para formar renina, que é libertadapara o sangue. A renina converte uma enzima inativa, chamada de angiotensinogenio, que é produzida pelo fígado, em angiotensina I. A angiotensina I, depois, é convertida em angiotensina II, por uma enzima conversora de angiotensina (ECA), predominantemente nos pulmões e rins. A angiotensina II é uma hormona, ela se liga aos receptores de angiotensina II nos tecidos para exercer vários efeitos: 1. Promove a reabsorção de sódio nos túbulos contorcidos proximais dos rins. 2. Estimula a vasoconstrição em arteríolas sistêmicas 3. Induz a liberação de aldosterona pelo córtex adrenal A aldosterona promove retenção de sódio e água nos rins. 4. No SNC a angiotensina II tem vários efeitos: 4.1. Atua no hipotálamo para estimular a sede e encorajar o consumo de agua. 4.2.Induz a pituitária posterior a liberar a hormona antidiurética, que promove a retenção de agua pelos rins. 4.3.Reduz a sensibilidade dos barorreceptores a pressão sanguínea acrescida, para que esta resposta não contrarie o efeito do SRAA. Todas essas ações levam a um aumento no volume sanguíneo e pressão sanguínea. Beatriz Tavares – MD3 Um SRAA hiperativo ou inapropriadamente ativado é uma causa de hipertensão Níveis de angiotensina II e pressão arterial Por que uma pessoa com hipertensão não pode ingerir tanto sal? Hipertensos geralmente possuem uma dessensibilização do sistema renina angiotensina, e com isso ela tem um nível mais aumentado de angiotensina II. Uma pessoa normal, se ela ingere 2g de sódio e 2l de agua por dia ela urina 2g de sódio e 2l de água no final do dia. Ou seja, a quantidade de sódio e agua que ela ingeriu é igual à quantidade sódio que ela urinou. Já uma pessoa hipertensa, se ela ingere 2l de agua e 2g de sódio, ela não vai urinar a quantidade total. Ela urina apenas 1,5l de agua e retém 500ml e urina 1,5g de sódio e retém 500mg. Essa pessoa retém uma certa quantidade de sal e água que ela ingere, pois tem um mecanismo desregulado do sistema renina angiotensina. A longo prazo aumenta a PA. Diurese/Natriurese pressórica. Quanto maior a pressão arterial, maior a pressão na artéria renal, maior pressão na arteríola renal, maior a taxa de filtração glomerular, mais sangue o rim filtra, maior o fluxo tubular, mais eu urino. Quanto maior é a pressão arterial – maior é o débito urinário. A excreção de sal e água leva a redução do volume de líquido extracelular, reduzindo a pressão arterial.
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