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1 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Semiologia do adulto P2- 2021/1 Maria Rita Duarte Agrellos Neves SEMIOLOGIA DO ABDOME DOR VISCERAL: Ocorre quando órgãos abdominais ocos, como intestino e árvore biliar, contraem-se de forma extremamente vigorosa ou são distendidos ou esticados. • Órgãos sólidos como o fígado, também podem causar dor em caso de estiramento da cápsula. (a dor no fígado vai vir por ex. se estou por exemplo com uma hepatite, estou com uma insuficiência cardíaca que está gerando uma hepatomegalia congestiva e isso causa dor, porque teremos estiramento da cápsula que envolve o fígado) • A isquemia estimula as fibras de dor visceral. (a isquemia desses órgãos, a cápsula do fígado, ao ter isquemia ocorre estiramento das fibras e ocorre a dor visceral) • Características: corrosão, queimação, cólica ou ser vaga e imprecisa. Quando intensa associa- se a sudorese, palidez, náuseas, vômitos e inquietação. DOR PARIETAL: Origina-se de inflamação no peritônio parietal. • A sensação álgica é constante e vaga, geralmente mais intensa que a dor visceral, e uma correspondência de localização mais precisa sobre a estrutura envolvida, o paciente costuma saber onde está doendo. •. Esse tipo de dor é agravado pelos movimentos ou tosse. •. Os pacientes preferem ficar, em geral, deitados e imóveis. 2 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES DOR VISCERAL X DOR PARIETAL: A DOR VICERAL PERIUMBILICAL pode implicar a fase inicial da apendicite aguda, por distensão do apêndice inflamado. Ocorre transição gradual para DOR PARIETAL no quadrante inferior direito do abdome, secundário a inflamação do peritônio parietal adjacente. Início a dor da apendicite começa como dor visceral Peri umbilical (apêndice inflamou e distendeu= dor). Ai a dor vai virar parietal, vai ir para o quadrante inferior do abdome, pois vi ter relação com o peritônio. DOR REFERIDA: É percebida em locais mais distantes, que são inervados aproximadamente pelos mesmos níveis espinais que as estruturas acometidas. Aparece, com frequência, quando a dor inicial torna-se mais intensa, parecendo irradiar-se ou disseminar-se a partir do seu ponto de origem. Ela pode ser sentida superficial ou profundamente, mas em geral é bem localizada. Dor de origem duodenal ou pancreática pode ser referida para o dorso; dor originada nas vias biliares pode ser referida para ombro direito ou a região posterior direita do tórax. Dor proveniente do tórax, da coluna vertebral ou da pelve também pode ser referida para o abdome, um fato que complica a avaliação do quadro álgico abdominal. Dor da pleurisia ou do infarto agudo da parede inferior do miocárdio pode ser referida para região epigástrica. ANAMNESE: Dor: aguda ou crônica, cronologia, local, irradiação, por quanto tempo .... Odinofagia: dor que surge com a ingestão de alimentos Pirose: azia, queimação retroesternal-> DRGE, em algumas situações pode ser confundida com dor de infarto Regurgitação: a volta do alimento ou secreções contidas no esôfago ou estômago à cavidade oral, sem náusea ou participação dos músculos abdominais Disfagia: dificuldade para deglutição 3 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES -Avaliar a progressão da disfagia (progressiva X intermitente) -Tempo de evolução ✓ Bucofaríngea, alta ou de transferência-> 1ª e 2ª fase da deglutição - O alimento permanece no todo ou parte na cavidade bucal após tentativa de deglutição, podendo haver aspiração para árvore brônquica, seguida de tosse, ou regurgitação nasal. A pessoa consegue mastigar, mas o alimento permanece na cavidade bucal, pc não consegue engolir e esse paciente pode acabar fazendo bronco aspiração, regurgitar no nariz. Pode estar relacionado à inflamações, presença de pus em excesso, adenomegalia, divertículo de zenker (pode ficar tão cheio que comprime esôfago e dificulta passagem do alimento, distrofias musculares, miopatias, tudo que a pessoa perde a capacidade de fazer o controle da mastigação e deglutição também pode gerar. ✓ Esofágica, baixa ou de transporte-> 3ª fase da deglutição - Sensação de parada de bolo alimentar no esôfago - Obstrução de natureza orgânica ou alterações motoras, mastiga=>engole=>:parada do bolo alimentar no meio do esôfago. Eructação: consequência da ingestão se maior quantidade de ar durante as refeições ou em situações de ansiedade –arroto Soluço: Contrações clônicas do diafragma Sialorreia ou ptialismo: produção excessiva de secreção salivar. Comum m pacientes psiquiátricos, bebes recém-nascidos Hematêmese: vômitos com sangue e caracteriza hemorragia digestiva alta. Febre Perda de peso- em quanto tempo? Quantos quilos? Anemia Edema Disenteria: diarréia acompanhada de cólicas intensas, fezes são mucosanguinolentas. Pode ocorrer tenesmo ao final da evacuação. Mudança do ritmo intestinal- perguntar como são as fezes, as aspecto, frequência... Obstipação intestinal Esteatorreia- aumento de gordura nas fezes, comum em remédio para emagrecimento. Sangramento anal Icterícia Ascite Hérnias Náuseas e vômitos Dispepsia: qualquer dor ou desconforto na parte alta do abdome Diarréia: aumento do teor líquido das fezes, frequentemente associado ao aumento do número das evacuações e do volume fecal em 24h. Esteatorréia: aumento da quantidade de gordura excretada nas fezes. DIVISÃO DO ABDOME: Divisão em 4 regiões: • Quadrantes superiores direito e esquerdo • Quadrantes inferiores direito e esquerdo 4 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Divisão em 9 regiões: 1- Hipocôndrios direito 2- Região epigástrica 3- Hipocôndrios esquerdo 4- Flancos direito 5- Região mesogástrica ou umbilical 6- Flancos esquerdo 7- Fossas ilíacas direita 8- Região hipogástrica 9- Fossas ilíacas esquerda INSPEÇÃO DO ABDOME Forma: ✓ Plano ✓ Globoso (barriga grande, ascite) ✓ Escavado( costelas aparentes) ✓ Simetria ✓ Abaulamentos ✓ Retrações ✓ Lesões ✓ Cicatrizes ✓ Cicatriz umbilical ✓ Ondas peristálticas ✓ Circulação colateral Paciente com colostomia, verificar o entorno da bolsa para ver se não há inflamações. -Pode ser dividida em estática e dinâmica. O médico se posiciona ao lado DIREITO do paciente, inicialmente o observa em decúbito dorsal e o observa para ver se há alteração –estática. Dinâmica tem que pedir para o paciente fazer manobras que sejam capazes de contrair a musculatura abdominal: Manobra de valsalva: onde o médico pede que o pc coloque a mão direita na boca e soprar fortemente e assim verificamos a contração da musculatura e se verifica presença ou não de abaulamentos e hérnias. Pedir para o paciente fletir o dorso sob o abdome e (elevar a cabeça e região superior como um abdominal) e nessa posição o abdome se contrai e podemos verificar a presença ou não de hérnias, tumorações ou de alguma alteração na parede abdominal. AUSCULTA DO ABDOME: não podemos palpar antes da ausculta pois, a palpação pode gerar irritação na região abdominal e isso pode causar mudança nos sons. Avaliar a motilidade intestinal através da frequência dos ruídos hidroaéreos. CONTA QUANTOS RUÍDOS TEM EM UM MINUTO. Auscultar os vasos abdominais a procura de sopros. Identificar borbolejos e estalidos 5 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Normal entre 5 a 34 por minutos Avaliar os 4 quadrantes. Se temos um íleo paralítico não vamos ouvir nada alí ou ouviremos um ruído bem diferente, ou se tenho pc com diarreia, contamos muitas incursões por minutos PERCUSSÃO DO ABDOME: Procuraremos no abdome alguma massa, faremos a hepatimetria (delimitar fígado, tamanho, se está flácido) e procurar ascite. Assim, por ex. em uma abdome globoso, ver se é ascite, verificação. Sons ✓ Timpânicos: PRESENTE NO ABDOME NORMAL AO PERCUTR AS ALÇAS INTESTINAIS ✓ Hipertimpânico: Distensão abdominal com acúmulo de gases (depois de comer feijão, batata-doce)✓ Maciços: acumulo de liquido (ascite) ou massa sólida - ASCITE: liquido possui mobilidade, se desloca com a gravidade. - SOLIDO: Fixa em uma estrutura TESTE DA MACICEZ MOVEL: Paciente em decúbito dorsal, observa-se macicez nas regiões mais inferiores do abdome e timpanismo fisiológico na região mesogástrica (o líquido tende a seguir a gravidade e tende a ir para as extremidades). Ao se identificar a macicez em decúbito dorsal, coloque o paciente em decúbito lateral e percuta novamente o mesmo local. Se a macicez der lugar a um timpanismo, significa que esse conteúdo possui mobilidade e por isso se deslocou, permitindo esse timpanismo. Sendo assim... Favorece o diagnóstico de ascite. TESTE DE PIPAROTE OU DA ONDA LÍQUIDA: Solicitar que o paciente coloque a mão medialmente na região mesogástrica enquanto o examinador realiza um impacto nos flancos e tentará sentir a propagação do impacto no outro flanco. A mão pressionada impede que a onda seja propagada pelo tecido adiposo mais superficial. A onda só sera transmistida se houver uma quantidade moderada de líquido ascético no conteúdo abdominal. Hepatimetria: Começamos fazendo a percussão desde a região do mamilo e começamos ouvindo o som claro pulmonar e ao chegar na borda do fígado temos um som submaciço e já entra o maciço e assim conseguimos verificar o tamanho do fígado, pois quando acaba o fígado ele fica submaciço e timpânico. Temos que medir. De 10-12 cm é normal. Acima de 12 está aumentado (pode ser por hepatite, congestão) e pequeno, hipertrófico por ex. em casos de cirrose. É um exame que irá auxiliar o médico a delimitar o tamanho do fígado usando de antemão a percussão, depois de limitar as bordas hepáticas inferiores realiza-se a palpação. ✓ Tamanho ✓ Distância ✓ Ajuda a localizar o fígado para a palpação Esplênica ✓ Espaço de traube: (6°, 7°,8° e 9° espaços intercostais), som timpânico, limitado pela linha axilar anterior e a média. Avaliamos o baço pela percussão, esperamos que todos tenham um traube livre (região Peri baço) e fica som timpânico, se baço cresce ali não fica mais timpânico. Importe: identificar a presença de liquido, massas sólidas, aumento de ar nas alças intestinais. 6 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES TESTE DA MACICEZ MOVEL: Paciente em decúbito dorsal, observa-se maciez nas regiões mais inferiores do abdome e timpanismo fisiológico na região mesogástrica (o líquido tende a seguir a gravidade e tende a ir para as extremidades). Ao se identificar a macicez em decúbito dorsal, coloque o paciente em decúbito lateral e percuta novamente o mesmo local. Se a macicez der lugar a um timpanismo, significa que esse conteúdo possui mobilidade e por isso se deslocou, permitindo esse timpanismo (líquido desloca). Sendo assim... Favorece o diagnóstico de ascite. Macicez anda, porque o líquido se move. TESTE DE PIPAROTE OU DA ONDA LÍQUIDA: Solicitar que o paciente coloque a mão medialmente na região mesogástrica enquanto o examinador realiza um impacto nos flancos e tentará sentir a propagação do impacto no outro flanco. A mão pressionada impede que a onda seja propagada pelo tecido adiposo mais superficial. A onda só sera transmistida se houver uma quantidade moderada de líquido ascético no conteúdo abdominal. Logo, se for onda de líquido a onda será sentida do outro lado. Assim é piparote positivo A mão presente no meio impede a propagação do da onda pela gordura, retirando esse viés. Obs: semicírculo de escoda é aquele líquido que vai ficar na região da transição que o líquido ascitico vai ficar na região lateral do abdome com a parte central que não vai ficar com tanto líquido ou vai ficar sem líquido no momento que está deitado em decúbito dorsal. + 10 O rechaço é bem simples, você afunda a mão pp na região do fígado. Quando tem um aumento da pressão intra-abdominal pela presença de líquido ascitico, o líquido empurra sua mão pra fora fazendo como se fosse uma pressão. Sons: ✓ Timpânicos ✓ Hipertimpânico: Distensão abdominal com acúmulo de gases ✓ Maciços: acumulo de liquido (ascite) ou massa sólida - ASCITE: liquido possui mobilidade, se desloca com a gravidade. - SOLIDO: Fixa em uma estrutura DICAS: Peça para o paciente apontar para o local da dor Realizar pequena flexão das pernas do paciente para reduzir a tensão Evite movimentos bruscos Distraia o paciente enquanto você realiza o exame Unhas cortadas Aquecer as mãos Sempre explicar ao paciente o que será feito com ele, todos os procedimentos. 7 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Obs: tem pessoas que tem tensão abdominal maior (por ex. gente que faz muita musculação) e assim o que facilita é pedir para o pc deitar e colocar os braços para baixo e dobrar um pouquinho a perna para deixar abdome mais molinho PALPAÇÃO ABDOMINAL: Avalia o estado da parede abdominal, reconhece as condições anatômicas das vísceras e detecta possíveis anormalidades, além de verificar a sensibilidade abdominal. Realizar em decúbito dorsal, com a cabeça apoiada em travesseiro baixo, com braços e pernas estendidos e músculos abdominais relaxados. Divide-se em superficial e profunda, pode ser realizada com uma só mão ou com ambas as mãos (palpação bimanual). A mão espalmada será colocada sobre a parede anterior do abdome, com os dedos em ligeira flexão, os quais se movimentam à medida que se aprofunda a palpação. O paciente deverá respirar calmamente, aproveitando-se a fase expiratória, em que se reduz a tensão abdominal, para a palpação profunda. Inicia-se a palpação pela avaliação da tensão da parede abdominal. Com as pontas dos dedos, produzem-se dois a três abalos em cada local, percorrendo-se todas as regiões da parede abdominal de maneira ordenada. Em condições normais, a tensão abdominal é ligeiramente maior no centro do que nos flancos, em razão dos músculos retos abdominais, e, no andar inferior, em relação á região epigástrica. A tensão abdominal aumenta com a inspiração e diminui com a expiração. É maior nos jovens que praticam esporte, nos obesos, e reduzida nas crianças, nos idosos, nas multíparas e nos pacientes desnutridos. PALPAÇÃO SUPERFICIAL: exame das estruturas da parede e das vísceras que estão em contato com a mesma. Faz com as polpas digitais ou com as duas mão em movimentos circulares. ✓ Avalia alterações das próprias da pele e do tecido celular subcutâneo ✓ Avalia a sensibilidade, temperatura, espessura e continuidade da parede abdominal ✓ Ambas as mãos, mão única ou dedos espalmados - Conferir com leveza todos os quadrantes - Palpar o ponto doloroso por último - Realizar a palpação no sentido horário SEMPRE DEIXAR O LOCAL DOLOROSO PARA DEPOIS DEFESA ABDOMINAL: aumento patológico da tensão abdominal -> reflexo vísceromotor, que leva a um estado de contração tônica dos músculos parietais. COMUM EM SITUAÇÕES DE um processo inflamatório, infeccioso, o abdome faz uma contratura como forma de defesa, como forma de proteção desse processo inflamatório. E temos tanto generalizada quanto localizada ✓ GENERALIZADA: abdome em tábua (ABDOME RÍGIDO EM SUA TOTALIDADE). É encontrado nas perfurações das vísceras ocas, sobretudo na úlcera péptica perfurada em peritônio livre, e nas peritonites agudas difusas. Por ex. em acidente por arma branca onde ocorra perfuração dessa região) ✓ LOCALIZADA: acompanha processos inflamatórios viscerais, que comprometem o peritônio parietal. Situa-se na área de projeção topográfica do órgão sede da lesão, tais como fossa ilíaca 8 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES direita na apendicite aguda, fossa ilíaca esquerda na peridiverticulite, flanco direito na colecistite aguda. Tem a intenção de tentar conter processos inflamatórios. O local inflamado encontra-se mais rígido que o resto. AUMENTO DA TENSÃO ABDOMINAL: independe do tônus muscular e resulta de aumento da pressão intra-abdominal, como na ascite, distensão gasosa de alçasintestinais, ou crescimento de órgãos ou neoplasias intra-abdominais. É quando temos algo que causa aumento da pressão. Por ex. líquido ascitico, massa/tumores, distensão gasosa gerando obstrução intestinal. Esse aumento na pressão abdominal geral tensão e aumento da sensibilidade (pode ser por neuralgia, radiculopatia e isso conseguimos avaliar no exame superficial do abdome). Ter cuidado pois o pc consegue mentir • AUMENTO DA SENSIBILIDADE: manifesta-se sob a forma de dor ou hiperestesia cutânea - Desliza-se suavemente as pontas dos dedos ou um objeto pontiagudo sobre a pele ✓ Irritação do próprio neurônio, como ocorre nas radiculoneuropatias, ou ocorrer em razão de um reflexo víscero-sensorial. Tranquilizar ou distrair o paciente MANOBRA DE GALAMBOS: consiste em comprimir outra região do abdome, enquanto se palpa o local desejado. Isso é feito para verificar a veracidade da dor relatada pelo paciente. PONTOS DOLOROSOS: •Epigástrico: metade da linha xifoumbilical e mostra-se muito sensível na úlcera péptica em atividade •cístico: ângulo formado pelo rebordo costal direito, coma borda externa do musculo reto abdominal -> desperta dpr nos processos inflamatórios da vesícula biliar. • Ponto apendicular: união do terço externo, com os dois terços internos da linha que une a espinha ilíaca anterossuperior à cicatriz umbilical -> a dor nesse ponto sugere apendicite aguda, especialmente quando há irritação peritoneal. SINAL DE BLUMBERG: Compressão no ponto apendicular, seguida de descompressão brusca e dolorosa -> inflamação no peritônio. • Pontos uretrais: localizam-se na borda externa dos músculos reto abdominais em dois níveis: interseção com uma linha horizontal, que passa pela cicatriz umbilical, e outra que liga as duas espinhas ilíacas anterossuperiores-> cólica nefrética devido a migração do cálculo. Edema restrito a uma determinada região é observado nos abscessos profundos, acompanhado de calor local. Diástase: separação dos músculos reto abdominais mais frequentemente acima da cicatriz umbilical. Proeminência de fácil identificação no momento que o paciente ergue o tronco. Difere-se das hérnias pois não possuem saco herniário nem anel. PALPAÇÃO PROFUNDA: Investigam-se os órgãos contidos na cavidade abdominal e eventuais massas palpáveis. Sigmoide e ceco são órgãos fixos. Sempre observar fácies de dor, ter uma atenção maior sobre a área umbilical, pois é uma área comum de ter hérnias. • PALPÁVEL: borda inferior do fígado, o piloro, o ceco, o cólon transverso e cólon sigmoide, pólo inferior do rim direito, aorta e coluna vertebral. 9 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES • NÃO PALPÁVEL: corpo e antro gástricos, duodeno, vesícula biliar, baço, as alças jejunoileais, o cólon ascendente, o cólon descendente, a bexiga, o útero, trompas e ovários.SE PALPAR ALGUM DESSES TEM ALGO ERRADO. TUMORES FANTASMAS: estruturas sem qualquer significado patológico. ✓ Rim direito ptótico em grandes múltiparas, ✓ O Rim ectópico ✓ Promontório de pacientes com maior encurvamento da coluna lombar ✓ O cólon sigmóide com fezes endurecidas ✓ Bexiga com retenção urinária, simulando cisto de ovário PALPAÇÃO HEPÁTICA: SUA INTENÇÃO É DELIMITAR E VERIFICAR AS BORDAS. Tentar verificar a vesícula, ver se etá dolorido Limite inferior: a borda hepática costuma ser palpada a cerca de 1 a 2 cm do rebordo costal direito, na linha hemiclavicular, e a 5 a 8 cm do apêndice xifóide, na linha mediana (pode ser até 5 dedos em pessoas hipoastênicas magras, portadores de derrames pleurais à direita ou de enfisema pulmonar acentuado); ✓ Superfície hepática: macio e liso; ✓ Borda: fina; ✓ Sensibilidade: pouco doloroso. ✓ Método de Lemos Torres: mão esquerda sobre a região lombar, apoiando as duas últimas costelas, traciona-se o fígado para frente, com mão direta tenta-se palpar a borda hepática na inspiração profunda, com as falanges distais do indicador e médio. ✓ Manobra do rechaço - a ascite volumosa: Imprimir pequenos golpes na parede anterior com a mão direita Método de Mathieu: o examinador posiciona-se à direta do tórax do paciente com as costas voltadas para seu rosto. Com as mão paralelas sobre o hipocôndrio direito e as extremidades dos dedos fletidos, formando garras, tentando palpar o fígado na inspiração. 10 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES • Método da pinça: com a mão esquerda sobre o ângulo costolombar direito, ficando o polegar na face anterior do abdome de modo a formar uma pinça. Tenta-se palpar a borda hepática na inspiração. PALPAÇÃO DA VESÍCULA BILIAR: Normalmente não palpável; • Pode-se percebê-la quando é sede de carcinoma, ou quando distendida em consequência de colecistite ou obstrução biliar por carcinoma pancreático (Sinal de Couvoisier-Terrier); • Mesmas manobras utilizadas para palpação do fígado. Sinal de Murphy: colecistite aguda- comum ter. na inspiração profunda do paciente ele terá uma interrupção dessa respiração por conta da dor. PALPAÇÃO DO BAÇO: O baço pode ser palpado quando atinge 2x ou 3x seu tamanho habitual; •. Em crianças menores saudáveis é possível palpar em 5% a 10% dos casos; • Classificação em pequeno, médio e grande ou Boyd I a IV; • Palpável, Boyd I (sob a reborda costal esquerda), II (entre reborda costal e cicatriz umbilical), III (ao nível da cicatriz) ou IV (abaixo da cicatriz). • TÉCNICA: O examinador a direita do paciente, traciona com a mão esquerda a face póstero- lateral e inferior do gradil costal, deslocandoa em sentido anterior. Com a mão direita abaixo da margem costal esquerda, comprime em direção ao hipocôndrio esquerdo, tentando perceber o baço na inspiração profunda. 11 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES •. Na posição de Shuster, posição intermediária entre decúbito lateral direito e o dorsal, faz-se o mesmo procedimento anterior. • Consistência e sensibilidade; • Mole e doloroso: estados infecciosos agudos; • Duro e pouco doloroso: esplenomegalias esclerocongestivas, como na esquistossomose mansoni e cirrose hepática; • Duro e irregular: leucemias crônicas e linfomas; • Percussão do baço no espaço de Traube (entre a 9ª e a 11ª costelas esquerdas) – normalmente não percutível – Esplenomegalia PALPAÇÃO DO PÂCREAS: Normalmente não palpável; • Consistência macia; • Afecções inflamatórias ou neoplásicas: massa dolorosa na região epigástrica; • Pancreatite aguda: dor pode dificultar a palpação; • Neoplasia: bem delimitada, superfície irregular e fixa, dolorosa a compressão. PALPAÇÃO DE VÍSCERAS OCAS: avaliar localização, se está tendo alguma formação naquela víscera, se há dor, lesão... Observar: evolução, localização, tamanho, forma, bordas, superfície, consistência, mobilidade, motilidade espontânea, sensibilidade, proturusão sobre a superfície, formação de seio ou fístula e exsudação Realiza-se a palpação profunda deslizante; Após atingir o plano posterior durante a expiração, executam-se movimentos de vai-vém, no sentido contrário ao maior eixo da víscera Sigmóide ececo quase sempre são palpáveis. PALPAÇÃO ABDOMINAL: • Sinal de Giordano: dor na percussão, utilizando a borda lateral da mão, da região lombar. Sugere afecção inflamatória retroperitoneal; quando temos uma inflamação retroperitoneal, então é muito comum temos em pacientes com pielonefrite, abcesso Peri renal, algo que vai parecer que o rim aumente e a cápsula distenda e assim causa dor. Ao fazer sinal de Giordano começamos dando pequenas pancadinhas de leve e vai comparando bilateralmente até que causa uma dor tão importante que o paciente até pula, gera uma dor importante (Giordano positivo 12 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES • Sinal de Jobert: timpanismo na área hepática – ar livre na cavidade peritoneal (atrofia hepática, interposição de alça intestinal, pneumoperitônio devido à perfuração de víscera oca); MANOBRAS ESPECIAIS: • Descompressãobrusca – Peritonite • Descompressão brusca no ponto de Macburney - Blumberg positivo - Apendicite • Sinal de Rovising - Apendicite •Sinal de psoas (decúbito lateral esquerdo) – Apendicite • Sinal de Murphy – Colecistite CANDIDÍASE BUCAL: Infecção pela Candida albicans Candidíase ou sapinho, causado pelo desequilíbrio da flora bucal para produzir condições favoráveis ao seu crescimento e à invasão dos tecidos. Ocorre nos extremos da vida ou em pacientes debilitados Causas predisponentes: etilismo, leucemia, diabetes, uso de antimicrobianos, sulfas, corticoides em altas doses por via oral, hipovitaminose B, gravidez, anemia, desnutrição e AIDS. Ela costuma ser secundária a um comprometimento imunológico do pc (pc desnutrido, com alguma patologia que comprometa a parte imunológica, um ca, HIV). Se for muito imunocomprometido não faz só o oral, faz por ex. no esôfago também. Muitas vezes esse pc começa emagrecendo não conseguindo engolir e faz endoscopia e está apresentando placas esbranquiçadas com fundo eritematoso. Sempre se trata-se de um pc imunocomprometido. Quando é oral ele chega com queixas dizendo que está com dor para mastigar, placas esbranquiçadas na boca. Tem pacientes que usam bombinha para asma com corticoide, temos sempre que lembrar de alertar esses pacientes que assim que usarem a bombinha tem que escovar os dentes, lavar a boca, bochecha e língua pois o corticoide abaixa a imunidade localtambém e assim podendo facilitar uma predisposição a lesões por cândida. Ocorre nos extremos da vida ou em pacientes debilitados Apresenta-se como placas brancas (pseudomembranas necróticas) múltiplas e ligeiramente elevadas, semelhante a “leite coalhado”. As placas desprendem facilmente por raspagem, deixando um fundo vermelho sangrante e dolorido. 13 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES QUADRO CLÍNICO: salivação abundante, halitose, gânglios enfartados, febre, anorexia, cefaléia e mal-estar- pode ter linfonodos regionais palpáveis. Diagnóstico: clínico, citologia esfoliativa e biópsia geralmente é um diagnóstico clínico fácil, a avaliação da boca do paciente é muito importante. DESTÚRBIO DE REFLUXO GASTRO ESOFÁGICO: Refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago, ocasionando sintomas ou complicações. • CAUSAS: relaxamento transitório do esfíncter inferior do esôfago não associado a deglutição, hernia hiatal. Quando pessoa normal, que não tem essa doença deglute, o esfíncter esofagiano inferior abre, relaxa espontaneamente pois o alimento precisa passar por ali. Porém, na pessoa que tem essa doença, o esfíncter já é relaxado e assim pode ocorrer alimento retornar, o que chamamos de regurgitação HÉRNIAS POR: Deslizamento: mais comum. A junção esofagogástrica se desloca para cima do hiato. Paraesofágica: bolsa herniaria é formada pelo fundo do estômago, que se insinua entre o esôfago abdominal e a borda esquerda do hiato. Mista: A junção esofagogástrica se desloca para o tórax e observa-se, ao mesmo tempo, uma bolsa paraesogágica Outras causas de refluxo: Hipotonia do esfíncter inferior do esôfago Esclerose sistêmica progressiva Aumento da pressão intra-abdominal, como ocorre na gravidez, ascite e com uso de cintas ortopédicas- (aumenta pressão intra-abdominal e tem dificuldade de relaxamento do esfíncter que vai fazer o conteúdo gástrico subir) Hipersecreção e estase gástrica- (pacientes que tem neuropatia diabética que vai fazer estase gástrica, essa parte toda de neuropatias onde não temos o funcionamento correto do estomago, do intestino e assim, fica com estase gástrica e o alimento retorna/ paciente também internado, faz muita estase gástrica e o alimento pode retornar 14 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Intubação nasogástrica prolongada Intervenções sobre a transição esofagogástrica Hiperêmese SINTOMAS: Pirose- mais frequentes após as refeições e à noite, com o paciente deitado. Típico de paciente que come e deita. Dor torácica- mais frequentes após as refeições e à noite, com o paciente deitado Disfagia - ocorre principalmente com alimentos sólidos, episódica e de leve intensidade, não impedindo o paciente de alimenta-se. Odinofagia-: resulta da hipersensibilidade da mucosa esofágica inflamada ou de contrações espasmódicas da musculatura Tosse -diagnóstico diferencial para tosse crônica, você pensa em asma e tem que descartar também a doença do refluxo. Na asma e no refluxo a tosse aumenta quando se deita) Eructações Regurgitação Sialose Náuseas Anemia Hemorragia crônica Eructação e regurgitação Quadro atípico: confunde-se com a dor da insuficiência coronariana CÂNCER DE ESÓFAGO: • Sexta maior causa de morte por câncer no mundo, com 286mil óbitos a cada ano. • Carcinoma espinocelular e o adenocarcinoma representam 90% das neoplasias esofágicas. • Mais frequente no sexo masculino e sua incidência aumenta com a idade. Quanto mais idoso o paciente for, maior será a incidência de ele desenvolver. • Diagnóstico precoce é muito importante e difícil e quando os sintomas se manifestam o paciente já se enquadra em uma fase avançada da doença. Qualquer sinal aparente já significa estágio mais avançado. SINTOMAS: Disfagia para sólido, isso ocorre devido à presença de uma lesão expansiva na região esofágica. Leve odinofagia Desconforto retroesternal, com a presença a lesão uma pressão pode ser gerada e ela lva a dor. Sensação de corpo estranho no esôfago proximal 15 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Dor epigástrica Anorexia, sintomatologia muito importante o paciente vai deixando de comer aos poucos Náuseas Perda sanguínea- provoca anemia Emagrecimento sem causa aparente FATORES DE RISCO: Uso imoderado de tabaco e bebidas alcoolicas Hábito de ingerir bebidas muito quentes Obesidade Esôfago de Barret, metaplasia da região Fatores dietéticos Estase alimentar, conteúdo ácido subindo Aumento da concentração de nitritos Contato permanente com derivados de petróleo Ocorrência de lesões prévias da mucosa esofágica (esofagite péptica, megaesôfago, estenose cáustica) Ingestão de alimentos que contém nitrito e nitrosaminas Anemia perniciosa Estado pós gastrectomia Por um período o paciente será assintomático e quando seius sintomas aparecerem já será tarde demais, o quadro será grave com um ruim prognóstico. CÂNCER GÁSTRICO: • Incidência aumenta gradativamente com a idade, alcançando pico na 7ª década de vida, sendo raro em indivíduo antes dos 40 anos. • Principais tipos histológicos: adenocarcinoma, sarcoma e linfoma. • Fatores de risco: H. pylori História familiar positiva Ingestão elevada de sal Tabagismo Alcoolismo Pólipos adenomatosos Baixa condição socioeconômico Ingestão de alimentos que contem nitrito e nitrosaminas 16 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Anemia perniciosa Estado pós gastrectomia • Assintomático por um grande período • Quando sintomática, a neoplasia já se estendeu a camadas profundas da parede do estômago e metastatizou, tornando-se incurável. • QUADRO CLÍNICO: Dispepsia simples Saciedade precoce Dor epigástrica Vômitos Perda de peso Astenia Anemia Massa palpável no epigástrio TODA NEOPLASIA DO TGI CAUSA PERDA DE PESO RÁPIDA NO PACEINTE. GASTRITE EROSIVA: • Lesões erosivas, exsudativas e hemorrágicas, de gravidade e extensão variáveis, reconhecidas à endoscopia. • Associado à ingestão de medicamentos, bebidas alcoólicas, AINE, e a doenças sistêmicas graves. • Gravidade: leve, moderada e grave, laudado na endoscopia • QUADRO CLÍNICO: Desconforto epigástrico ligeiro a intenso Náuseas e vômitos • Complicação: Hemorragia digestiva alta (HDA) • Helicobacter pylori possui alta concentração de urease na membrana externa, que promovea alcalinização do meio pela clivagem de moléculas de ureia. • Adere ao epitélio gástrico causando infiltração de células infamatórias na mucosa e, consequentemente dano ao epitélio. • Elevam o risco de úlcera péptica, carcinoma gástrico e linfoma MALT (linfoma relacionado ao estômago) • DIAGNÓSTICO: Fragmento da mucosa gástrica obtido pela EDA (biópsia na endoscopia) - Teste da uréase (pq a bactéria tem ureia que fica na sua membrana externa) 17 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Cultura do H. pylori-> bastante sensível e tem especificidade absoluta, mas é trabalhosa, tem custo elevado e baixa disponibilidade Teste respiratório: detecção de isótopo de carbono do ar expirado após a administração oral de ureia Detecção de antígenos fecais Os dois últimos são não invasivos. GASTRTE NÃO EROSIVA: • Definido pelo histopatológico, que revela a inflamação da mucosa gástrica • Classificado pela gravidade histológica: - Gastrite superficial ou atrófica - Atrofia gástrica • Classificado pela localização anatômica no estômago - Fundo e corpo - Antro • Sem etiologia específica • Esse tipo de não gastrite erosiva, pode se complicar com hemorragia digestiva alta. HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA: Lesões do estômago e duodeno. MANIFESTAÇÕES: Hematêmese Melena, sangue nas fezes com uma cor parecendo de graxa , com um cheiro extremamente ruim, que é característico da melena. Enterorragia Sinais de hipovolemia Anemia Alta grau de suspeição: pacientes em uso de AINE (uso abusivo), politraumatizados, queimados, e portadores de doenças sistêmicas graves. Alguns indivíduos perdem litros de sangue ao vomitar. CAUSAS: Úlcera peptica Varizes esofageanas, gera circulação colateral , um ex. são os pacientes cirróticos graves Lesões superficiais da mucosa (gastrite, esofagite ou duodenite) Lacerações da junção esofagogástrica (provocado pelo esforço do vômito) Câncer gástrico (anemia e episódios de melena) 18 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Exame complementar: Endoscopia digestiva alta (EDA)=> padrão ouro. APNDICITE: • Processo inflamatório agudo e purulento, decorrente da dificuldade de drenagem de conteúdo apendicular, com aumento do volume do apêndice, podendo ocasionar isquemia e inflamação. • Maior incidência em adolescentes e adultos jovens, de ambos os sexos. • Sempre ter atenção nos pacientes que chegam na emergência com queixa de dor abdominal. É um quadro muito comum, tem que ficar atento, porque o paciente pode entrar em quadro séptico, se o apêndice supurar fazendo uma peritonite importante. • QUADRO CLÍNICO: Inicia com dor localizado na região epigástrica ou periumbilical de início súbito, acompanhado de náuseas e vômitos Após algumas horas, a dor estaciona na fossa ilíaca direita, indicando comprometimento do peritônio periapendicular. Durante a palpação a região esta dura Febre não elevada (37,5 a 38ºC) e pode não ocorrer em idoso Dissociação entre temperatura retal e axilar pode ser maior que 0,5ºC PALPAÇÃO ABDOMINAL: • Ponto de McBurney: dor em fossa ilíaca direita, com hipersensibilidade e defesa muscular nessa região. Localizamos o ponto de McBurney, pegamos a crista ilíaca, o umbigo, dividimos em 3 e palpamos no 2/3 • Sinal de Blumberg: dor a descompressão brusca, após compressão vagarosa (assusta o paciente). Aperta devagar e solta rápido isso vai doer muito no paciente que tem apendicite. • Sinal de Rowising: palpação profunda e ascendente do hemicólon esquerdo gerando dor na região da fossa ilíaca direita • Silencio abdominal- pode ocorrer a diminuição dos ruídos hidroaéreos. DIVERTÍCULOS: são pequenas bolsas saculares de formato arredondada ou espiculada, geralmente múltiplas, localizados na parede dos cólons e distribuídos em toda a sua extensão, porem com predomínio do lado esquerdo, principalmente no sigmóide. Surgimento está ligado ao aumento da pressão intracolônica, fazendo pulsão da mucosa de encontro á parede do cólon, geralmente em pontos considerados mais fracos, ou seja, na região entre as tênias. • Complicação: Diverticulite e formação de abscessos -> abdome agudo Perfuração, devido à fragilidade do tecido. Fístulas na pele ou em vísceras adjacentes (+ comum na bexiga) ou seja, se liga à outras vísceras e forma fístulas Estenose de sigmoide. Isso ocorre devido à fragilidade do local, mas geralmente as pessoas acabam tendo hábitos alimentares ruins, pouca fibra, pouco liquido, o bolo fecal se torna mais endurecido, o numero de evacuações do indivíduo diminui , a pessoa continua se 19 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES alimentando e o bolo fecal vai se acumulando. O aumento da pressão nessa região vai ocorrer e assim os sacos diverticulares se formam. PANCREATITE AGUDA: SINTOMAS: Dor de intensidade variável, localizado na região epigástrica e no hipocôndrio esquerdo, com irradiação para dorso no mesmo nível ou em todo o andar superior e região posterior. Dor contínua que pode durar de horas a dias. Náuseas e vômitos, alimentares no início, e posteriormente aquosos. O que com o passar do tempo vai causar grave desidratação. Parada de eliminação de gases com distensão abdominal, pela instalação do íleo paralítico ou adinâmico, o ílio para de funcionar. Como o paciente sente muita dor, ele vai parar de comer. EXAME FISICO: Facies de sofrimento Hipotensão- associada à hipotensão e ao quadro inflamatório Taquicardia Sudorese Palidez cuteneomucosa (principalmente nas formas hemorrágicas) Abdome apesar da dor, apresenta-se flácido, sem sinais de comprometimento peritoneal Sinais de abdome agudo em alguns casos • Representam sinais de gravidade da doença, pois estão presentes na forma necro- hemorrágica SINAL DE CULLEN: manchas azuladas na região periumbilical GREY-TURNER: manchas azuladas em flancos Os dois sinais são de pancreatite necro-hemorrágica. • Atenção aos derrames cavitários PANCREATITE CRÔNICA: 20 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES • Processo inflamatório crônico caracterizado pela persistência e evolução das lesões , culminando com a insuficiência endócrina do órgão, mesmo que o agente etiológico tenha sido afastado. • SINTOMAS: Dor -> localiza-se na região epigástrica com irradiação para o hipocôndrio direito e/ou esquerdo, para o flanco esquerdo, região lombar no nível de D10-D12, e as vezes, interescapular. Do tipo transfixante, com duração variável, geralmente após 1 a 3 horas após se alimentar ou ingerir bebida alcoólica Pode causar icterícia Emagrecimento Ictericia Diabetes- como tem a insuficiência pancreática, não vai ter insulina... Esteatorreia- devido á função pancreática danificada, a gordura não vai ser emulsificador • DIAGNÓSTICO: - Clinico- associado à exames NEOPLASIAS DE PÂNCREAS: Extremamente agressivo e muitas vezes chega ao atendimento médico já em estado grave. • Insulinoma, gastrinoma, vipoma, glucagoma. • Primárias: originam-se dos ductos -> adenocarcinoma de células ductais. Local mais frequente é a cabeça da glândula Faixa etária: 6ª a 7ª década Mais comum no sexo masculino • SINTOMAS: Dor Anorexia Astenia Perda de peso Icterícia: colestase gerando intenso prurido Eles têm muita náusea e vômito e tem anorexia absurda Geralmente quando chegam para tratar já está intratável. As vezes o cirurgião faz uma derivação ali só para drenagem biliar. VESÍCULA BILIAR: • Não palpável normalmente, se tiver palpável tem doença. • É necessário que ocorra alteração na consistência de suas paredes, como no câncer de vesícula, ou que haja aumento de tensão no interior por dificuldade de escoamento de seu conteúdo em consequência de obstrução do ducto cístico ou do colédoco. 21 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES • Obstrução do ducto cístico: natureza calculosaou inflamatória, gerando distensão da vesícula devido ao acúmulo de sua própria secreção. A bile vai ficar presa la e a vesícula vai ficar grande. • Obstrução do colédoco: natureza calculosa ou neoplásica. Raramente causa distensão da vesícula biliar a ponto de torna-la palpável. • COLELITÍASE: cólica biliar, de início súbito, de grande intensidade derivada de vesícula com PEDRAS Na anamnese da colelitíase, o pc vai reclamar de dor súbita no hipocôndrio direito de grande intensidade, não vai queixar de febre, estará em bom estado geral, não é urgência. No caso de colecistite, ta relacionado a febre, pc pode ficar mais toxemico, é algo urgente, precisa ser tratado rapidamente, tem que identificar rápido se não pc pode ficar séptico em casa • COLECISTÍTE: dor continua em HD, podendo irradiar para ombro D ou dorso. Pode estar acompanhado de febre e náuseas. VESÍCULA INFLAMADA • SINAL DE COUVOISIER: vesícula biliar palpável em paciente ictérico é sugestiva de neoplasia maligna, a qual, maioria das vezes, se localiza na cabeça do pâncreas. VESÍCULA PALPAVÉL + ICTERÍCIA • SINAL DE MURPHY: dor no momento da compressão sob o rebordo costal direito, no ponto cístico, durante a inspiração profunda =>SÍNDROME ICTÉRICA: • Caracterizado pela elevação da bilirrubina no soro, em níveis superiores a 2 mg/100ml, levando a coloração amarelada da esclerótica, mucosas, pele e líquidos orgânicos. • Exame físico a luz natural • Obstrução por longa data: pele com tom esverdeado (icterícia verdínica), devido a oxidação da bilirrubina e ao consequente acumulo da biliverdina. • Toda icterícia mostra-se nas escleróticas. • Avaliar tempo de duração, intensidade, evolução, cor da urina e das fezes, e presença de prurido 22 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Teremos coloração amarelada na pele pp na esclera, freio da língua. A icterícia começará a ser visível quando fica acima de 2mg/ml de sangue. É sempre bom avaliar paciente em luz natural, sempre que possível, porque tem iluminações muito amarelas que podem interferir. Tem situação onde paciente tem obstrução na drenagem da bile por muito tempo e pode causar icterícia verdínica, e é a oxidação da parte amarela e a pessoa fica meio esverdeada (bileverdínica). + 23 Prof disse para relatarmos sempre progressão, quando começou, se é progressiva (se foi aumentando), como ela evoluiu, se tem prurido, se teve alteração na coloração das fezes, da urina. • COLESTASE: alteração da secreção hepatocelular, envolvendo todos os componentes da bile • Geralmente representa estase do fluxo biliar • Obstrutiva: intra ou extra-hepática • Não-obstrutiva: intra-hepática • MANIFESTAÇÕES: Icterícia Prurido Xantomas (hiperlipidemia prolongada) Má-absorção secundária das vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K) =>CAUSAS DE HIPERBILIRRUBINEMIA: Aumento da produção (hemólise) Redução da conjugação (S. Gilbert, neonatal, sepse) Redução da capitação (sepse, cirrose) Diminuição da excreção: INTRA-HEPÁTICO: vírus, drogas, sepse, tóxios, auto-imune EXTRA-HEPÁTICO: cálculos, neoplasias, estenoses Síndrome ictérica: 23 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES • INTRA-HEPÁTICA: pode ser hepatocelular, secundário a lesão de hepatócitos, ou colestática, devido ao comprometimento da excreção, por lesão dos hepatócitos ou dos ductos biliares intra-hepáticos • EXTRA-HEPÁTICA: deriva da obstrução dos ductos biliares extra-hepáticos, mais comumente dos ductos cístico e colédoco COLESTASE: alteração da secreção hepatocelular, envolvendo todos os componentes da bile • Geralmente representa estase do fluxo biliar (ou seja, sempre terei estase quando tiver dificuldade de de passagem do líquido) • Obstrutiva: intra ou extra-hepática • Não-obstrutiva: intra-hepática MANIFESTAÇÕES: ✓ Icterícia ✓ Prurido (por depósito dos sais biliares na pele, pc reclama muito de prurido) ✓ Xantomas (hiperlipidemia prolongada, lesões de alto relevo na pele formadas por gordura) ✓ Má- absorção secundária das vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K), porque precisam da bile para fazer absorção das vit lipossolúveis, assim se tenho estase e não tenho ação da bile, pode reduzir essa absorção. • Quadro hemolítico tem aumento da produção gerando icterícia • Síndrome de gilbert, pc tem deficiência na conjugação e fica ictérico, tem insônia fica ictérico, bebe fica ictérico. Fica meio amarelado • Redução da captação ocorre na sepse • Diminuição intra-hepática: por hepatite, sepse, drogas... • Extra-hepático: cálculos, neoplasia, estenoses Sinais da semióloga que podem indicar pacientes hepatopatas: ARANHAS VASCULARES: presente em fígados que vem apresentando sinais de falência. Quando aperta sangue some, quando solta o sangue volta. • São formações arteriolares que aparecem na região superior do corpo – face, pescoço, terço superior do tórax, braços e mãos. Possuem um diminuto ponto central e finas ramificações que assemelham às pernas das aranhas. • Comprimindo-se no centro com a ponta do dedo observa-se momentâneo desaparecimento ou desvanecimento, e, ao retirá-lo rapidamente, o desenho aracniforme volta à situação anterior (pulso arteriovenoso). • Observado em hepatopatas crônicos, e o aumento progressivo sugere deterioração da função hepática, é um sinal claro de que o fígado está progredindo para a porá. PÚRPURAS E EQUIMOSES: Sugerem alterações na crase sanguínea, principalmente hipotrombinemia, decorrente da insuficiência hepática. 24 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Derramamento de sangue na região subcutânea Pc cirróticos podemos ter alteração de coagulação do sangue que pode gerar purpuras e equimoses. Pc hepático sempre tende a ser discrásico ERITEMA PALMAR: • Conjunto de pequenas manchas vermelhas (eritema), que forma uma coloração vinhosa nas eminências tenar ou hipotênar, ou em ambas. • Pode ser encontrado também na planta dos pés. Presente na cirrose, porém menos frequente que as aranhas vasculares DEDOS EM BAQUETA DE TAMBOR: • Extremidades digitais apresentam-se arredondadas, com um diâmetro maior do que o resto do dedo. • Ocorre modificação do lito ungueal, provocando um grande abaulamento das unhas, cuja a superfície torna-se convexa, formando um ângulo basal igual a 180ºC. • Unhas tornam-se sem brilho, opacas e de cor perlácea. • Hipocratismo digital: presente em hepatopatas e DPOC DISTRIBUIÇÃO DE PELOS: • Altera-se em insuficiência hepática crônica. • Pêlos axilares escassos em ambos os sexos. • HOMEM: pêlos pubianos com aspecto ginecoide, com aspecto feminino, passam a localizar- se na região mais central da virilha, decorrente de alteração hormonal 25 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES • MULHER: pêlos pubianos tendem a desaparecer GINECOMASTIA: • Geralmente dolorosa, aparece no homem, pode ser uni ou bilateral. • Ocorre nas formas avançadas da cirrose • Em mulheres, pode haver hipotrofia de mamas • LEMBRAR: uso da espironolactona esta associado à ginecomastia INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA: • ATROFIA TESTICULAR: pouco frequente • FATOR HEPATICUS: aguda, crônica, estado pré-comatoso (encefalopatia hepática). Pacientes exalam hálito adocicado, fétido e pútrido. Retém amônia e isso gera encefalopatia causando lesão cerebral e aí fica torporoso, tem hálito adocicado e fétido e é pré-comatoso. (pc mais fim de linha HIPERTENSÃO PORTAL: • SISTEMA VENOSO PORTAL: função de recolher o sangue de todas as vísceras abdominais, á exceção dos rins e suprarrenais, e encaminhá-lo ao fígado pela veia porta. No interior do fígado, a veia porta se ramifica até os sinusóides, de onde o sangue passa ás veias centro- lobulares e, destas, ás vias supra-hpáticas, que desaguam na via cava superior • Qualquer obstrução livre ao fluxo sanguíneo no sistema porta, produz aumento da pressão, causando a Síndrome de hipertensão portal. • Qualquer coisa que gerar aumento napressão faz com que formem circulações colaterais para que esse fluxo sanguíneo consiga passar, porém não conseguem passar pelo fígado e assim darão algum jeito de passar. Como recolhe sangue de muitos órgãos terá que haver algum jeito de passar todo esse sangue. Esse aumento na pressão que pode ser causado por obstrução pode gerar o que chamamos de hipertensão portal • Classificação de acordo com a sede do obstáculo ao fluxo sanguíneo no sistema porta Pré-hepática (trombose da veia porta) um pc com neoplasia por ex. não necessariamente hepática, por ex. de pulmão e faz um estado de hipercoagulação e pode fazer trombose de veia hepática e assim é pré-hepática Intra-hepática pré-sinusoidal (esquistossomose mansônica e fibrose hepática congênita) Intra-hepática sinusoidal ou pós-sinusoidal (cirrose hepática e doença veno-oclusiva do fígado)=> cirrose Pós-hepática (síndrome de Budd-Chiari ou obstrução da veia supra-hepática, pericardite constrictiva) • Varizes esofágicas: Parecem na forma avançada da cirrose. Grande importância clinica devido às hemorragias Colocam em risco a vida do paciente Agravam a insuficiência hepática. 26 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Predominam no terço ou metade inferior do esôfago Diagnóstico: EDA • Esplenomegalia: Ocorre devido a estase venosa no território da veia esplênica Pode estar relacionado com a doença de base (esquistossomose) Achado constante na hipertensão pré-hepática, mas pode ocorrer no bloqueio intra- hepático por cirrose. Ascite: é pouco frequente na hipertensão portal pré-hepática, mas é comum em casos de bloqueio intra-hepático por cirrose Circulação colateral superficial: observada na parede abdominal tem disposição radiada a partir da cicatriz umbilical -> cabeça de medusa • Diagnóstico: Esplenomegalia Ascite 27 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Varizes de esôfago Circulação colateral abdominal* Ascite* • Exame imagem: Angiotomografia (método mais preciso e não invasivo) Cateterismo da veia supra-hepática (ocluída) • ASCITE: Diminuição da síntese de albumina -> lesão de hepatócito, herando hipoalbuminemia e queda da pressão coloidosmótica Hipertensão portal-> aumento da pressão hidrostática Volume plasmático aumentado pórem ineficaz. Ocorre redução da pressão arterial com estimulo dos barorreceptores e diminuição do fluxo renal, levando a um aumento da produção de aldosterona, do hormônio anti-diurético e a ativação do sistema nervoso simpático, gerando retenção de sódio e água Retenção de água -> estimulado pela diminuição de prostaglandina, o qual é um antagonista do ADH. Compressões vasculares por nódulos pode desviar a linfa para a superfície hepática, provocando seu extravasamento na cavidade abdominal O mais comum de causar ascite é a cirrose. Temos fígado todo nodular, todo cirrótico e a linfa tem dificuldade de ser drenada e assim ela extravasa no abdome, assim o líquido ascitico pode ter linfa e assim podemos ter várias coisas gerando essa ascite. • cirrose → albumina mais baixa → redução da pressão coloidosmótica pela diminuição da proteína → extravasamento do líquido → ascite. • cirrose e hipertensão porta → tenho algum problema no sistema porta que atrapalha fluxo da linfa (seja câncer ou algo hepático) → linfa derrama para dentro do abdome causando ascite. • paciente com redução da prostaglandina → tem relação com ADH, se inibimos ele → temos retenção de sódio e água que piora a ascite. Paciente está hipovolêmico e assim no rim também temos pouco sangue filtrando, e assim tem menor quantidade de urina. Sódio fica mais baixo porque pc está hemodiluido. Medicações tentam diminuir essa hemodiluição. O sistema nervoso simpático, renina, angiotensina, aldosterona está tudo sendo comprometido ali. Grande volume: ascite tensa, abdome globoso que não se modifica com as várias posições. Geralmente levando a dispneia por impedir a expansão diafragmática, podendo causar atelectasia. Médio volume: quando o paciente de pé, o volume líquido se restringe a cerca de dois terços da altura abdominal, dando uma protusão menor do que a anterior. Quando o paciente se deita, o líquido escoa para os flancos e goteiras parietocólicas, enquanto o centro do abdome se torna plano (abdome de batráquio) 28 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Pequeno volume: imperceptível com o paciente deitando, podendo ser visualizado na posição de pé. Bem identificada no US. • Anotações importantes sobre a ASCITE: Avaliam resposta terapêutica Aferir na admissão e diariamente: - Peso (sempre na mesma balança) - Circunferência abdominal (Sempre com paciente deitado, na cicatriz umbilical) - Volume urinário em 24h Realizar as aferições sempre no mesmo horário do dia. CIRCULAÇÃO COLATERAL: • A hipertensão portal acarreta alterações circulatórias e hemodinâmicas importantes. O aumento da pressão inverte o sentido do fluxo sanguíneo em veias tributárias do sistema porta, fazendo que haja circulação colateral por meio da qual o sangue passa diretamente do sistema porta para a circulação venosa, sem atravessar o fígado. Circulação colateral tipo cava superior Circulação profunda: o sangue deixa o sistema porta pela veia gástrica direita e veias gástricas curtas e, através de anastomoses, alcança as veias esofágicas, de onde passa para a veia ázigo e dai para veia cava superior. Em consequência do aumento da pressão no plexo venoso submucoso esofágico, desenvolvem-se varizes esofágicas. Circulação superficial: o sangue deixa o sistema porta dirigindo-se à parede abdominal pelas veias periumbilicais, das quais por meio de anastomose, alcança as veias epigástricas superiores e as superficiais da parede abdominal. 29 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES Circulação colateral tipo cava inferior Circulação profunda: A hipertensão venosa no território da veia mesentérica inferior impele o sangue, em contracorrente, pela veia retal, superior em direção às veias médias e inferiores, das quais passa para ilíaca interna e, desta, para cava inferior. Em consequência, os plexos hemorroidários tornam-se muito evidentes, podendo sangrar. Outros trajetos podem estabelecer- se em direção â veia cava inferior, através de anastomoses com as veias frênicas inferiores e veias suprarrenais. Circulação superficial: O sangue deixa o sistema porta pelas veias paraumbilicais e, por meio de anastomoses, alcança as veias epigástricas inferiores e as superficiais da parede abdominal Circulação colateral tipo porta A rede venosa vicariante localiza-se na face anterior do tronco, principalmente nas regiões periumbilical, epigástrica e face anterior do tórax. O fluxo sanguíneo será de baixo para cima, do abdome para o tórax, na direção da veia cava superior através das veias xifoidianas e longas torácicas superficiais. Se intensa... Aparece em flancos e fossas ilíacas. 30 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES SISTEMA NEUROLÓGICO: ANAMNESE: EFEITO DE QUALQUER LESÃO NEURAL – Perda ou déficit da capacidade funcional Liberação ou desinibição de função Irritação ou excitação A PARTIR DESSES PONTOS QUE SÃO GERADOS A INTOMATOLOGIA DO PACIENTE. QUEIXAS FREQUENTES: • Dor • Crises epilépticas • Distúrbios do movimento • Parestesia • Vertigem • Distúrbios visuais • Distúrbios auditivos • Distúrbios de outros nervos cranianos • Alterações da consciência • Sintomas e sinais viscerais • Perturbação mental Data do inicio da doença • Modo de instalação da doença - Agudo: traumatismo ou lesão vascular - Crônico: processo degenerativo ou neoplásico • Evolução cronológica dos sintomas 31 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES • Exames e tratamentos realizados com os respectivos resultados • Estado atual do enfermo • Antecedentes A ANAMNSE TEM QUE SER DETALADA, PARA ENTENDERCORRETAMENTE A CRONOLOGIA DOS FATOS • HF: - Consanguinidade - Distrofia - Demência - Cefaléia - Epilepsia - Parkison - AVC, HAS, DM, etc... • HS: Profissão, residência, intoxicações, álcool, tabagista, drogas Aspectos importantes: • Época, modo de início e evolução cronológica: - Agudo (minutos, “de um dia para o outro”) → vascular ou infecciosa - Subagudo (dias) → inflamatória ou tóxica - Crônico / gradual → simétrico (doença degenerativa), assimétrico (lesão com efeito de massa – neoplasia) - Em surtos, com períodos de remissão → Esclerose Múltipla (EVOLUÇÃ OE ESTABILIZAÇÃO DA DOENÇA) - Acessos paroxísticos de curta duração, com intervalos longos de normalidade e que se repetem periodicamente → Epilepsia - Relação causa-efeito → Trauma cranioencefálico ou raquimedular OS PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS DAS AFECÇÕES DO SNC • Distúrbios da consciência, cefaleia, dor na face, tontura e vertigens, convulsões, ausências, automatismos, aminésia, movimentos involuntários, distúrbios visuais, distúrbios auditivos, náusea e vômitos, disfagia, distúrbio de marcha da marcha, paresias, paralisias, distúrbios da sensibilidade, dores rediculares, distúrbios esfincterianos, distúrbios do sono e distúrbios das funções cerebrais superiores PRINCIPAIS QUADROS DOLOROSOS EM NEUROLOGIA - dor neuropática (paciente diabético que fez lesão neural, fico com dor constante). - Do membro fantasma amputado - Causalgia: lesão parcial de um nervo>> hipersensibilidade cutânea com exacerbação simpática - Neuralgia do trigêmeo - Neuralgia do glossofaríngeo 32 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES PRINCIPAIS QUADROS DOLOROSOS EM NEUROLOGIA • Dor facial atípica • Neuralgia occipital • Enxaqueca • Cefaléia pós-traumática • Síndrome do túnel do carpo • Meralgia parestésica • Lombociatalgia OUTRAS QUEIXAS NEUROLÓGICAS: • DISTÚRBIOS VISUAIS: - Escotomas - Diminuição da acuidade - Diminuição do campo visual - Diplopia - Amaurose fugaz • DISTÚRBIO DO MOVIMENTO: - Hipo/hipercinéticos • DISTÚRBIO AUDITIVOS: - Zumbidos - Diminuição da acuidade - Alucinações auditivas • DISTÚRBIOS DE OUTROS NC: - Olfato, paladar, sialorreia, paralisia facial, disartria, disfagia e regurgitação Sinais/sintomas autonômicos - sudorese, vasomotores, impotência, distúrbios da micção/defecação • Distúrbio da linguagem - Da compreensão - Da expressão - Afasia ESTADO MENTAL: • Consciência: resposta verbal e motora ao comando e estimulo doloroso • Orientação: dados pessoais, tempo, espaço • Atenção: repetir palavras e números • Memória: recente e remota • Humor: observar fisionomia, atitude e reações emocionais • Linguagem: compreensão e expressão • Praxia: execução de gestos e atos motores • Gnosia: reconhecimento de objetos, partes do corpo e sons AVALIAÇÃO DA CONSCIÊCIA: • Orientação no tempo e no espaço ✓ Pergunta-se ao paciente se ele sabe onde está e qual a data de hoje. • Memória ✓ Observa-se a seqüência lógica e cronológica da anamnese ✓ Fala-se o nome de três objetos simples e solicita-se ao paciente para repeti-los (relógio, óculos, livro – p.ex.) Fala e Linguagem ✓ Observa-se as palavras e a construção de frases utilizadas pelo paciente durante a anamnese. 33 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES ✓ Pede-se ao paciente para dar o nome de dois objetos apresentados a ele ✓ Solicita-se ao paciente para repetir uma breve frase. ✓ Prova dos três comandos: peça ao paciente para fazer três coisas em seqüência e observe, Ex: ―pegue o papel com a mão direita, dobre-o ao meio e coloque-o sobre a mesa. Pede-se ao paciente para ler e executar uma frase escrita em um papel ✓ Pede-se ao paciente pra escrever o nome ou uma frase própria qualquer em um papel. ✓ Avaliar a voz, avaliar a lógica do discurso, se há distúrbios de articulação das palavras, de troca de letras ou se fala o nome dos objetos corretamente. – Disfonia ou afonia (dificuldade de produzir a fala) – Dislalia (dificuldade de articular a palavra- tipo o ceblinha da Mônica) – Disartria (paciente com lesão vascular, que fala arrastado, parece fala mole, arrastado, lento) – Disfasia (descoordenação da fala e incapacidade de dispor as palavras de modo compreensível) ✓ REGISTRO DO EXAME NORMAL: CONSCIENTE, COLABORATIVO, ORIENTADO NO TEMPO E NO ESPAÇO Escala de Glasgow convencional • Este modelo pode ser utilizado a partir e 3-4 anos de idade: • Deve -se avaliar sempre a melhor resposta e do melhor lado. • Varia de 15 (normal) a 3 pontos (coma profundo) Abertura ocular (ptos) • Espontânea (4) • Ao comando verbal (3) • À dor (2) • Não abre (1) Resposta verbal (pts) • Orientado - Conversa (5) • Confuso - conversa (4) • Palavras desconexas (3) • Sons incompreensíveis (2) • Nenhuma (1) Resposta motora (pts) • Obedece a comandos (6) • Localiza a dor (5) • Retira o membro (4) • Reage c/ flexão – decorticação (3) • Reage c/ extensão – descerebração (2) • Não reage – (1) EQUILÍRIO: Com o paciente em posição ortostática, examina-se o equilíbrio, dividido em: ✓ Estático (Pesquisa do sinal de Romberg), por vezes é necessário sensibilizá-lo (Romberg sensibilizado) colocando-se um pé a frente do outro ou manter-se apoiado num pé só. O sinal de Romberg está presente em vestibulopatias e síndromes funiculares posteriores (exemplo de tabes dorsalis, degeneração combinada subaguda de medula e neuropatia diabética). ✓ Dinâmico (Marcha com olhos abertos e fechados). Sinal de Romberg: ✓ Solicite que o paciente fique em ortostatismo com o calcanhar de um encostado nos dedos do outro pé e estenda ambos os braços para frente à altura dos ombros. ✓ Peça que a seguir ele feche os olhos. ✓ Solicite que o paciente fique em ortostatismo sobre um pé só. Peça que a seguir ele feche os olhos. 34 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES REGISTRO DO EXAME NORMAL: EQUILÍBRIO NORMAL OU PRESERVADO AVALIAÇÃO MOTORA: Trofismo muscular ✓ Inspeção e medida da circunferência dos braços, antebraços, coxas e pernas. ✓ Medir a circunferência dos membros comparativamente, em caso de assimetria Atrofias ou hipotrofias musculares: primária ou miogênica, desuso, parietal. - Hipertrofia e pseudo-hipertrofia. HIPOTONIA: observam-se o achatamento das massas musculares, consistência muscular diminuída, passividade aumentada, extensibilidade aumentada e prova de balanço com exageradas ocilações. HIPERTONIA: consistência muscular aumentada, passividade diminuida, extensibilidade diminuida e prova de balanço com reduzidas oscilações. As alterações podem ser globais ou focais (um membro, um hemicorpo, mmss, mmii, etc.) Fasciculações Contrações involuntárias de grupos de fibras musculares, visíveis durante o repouso. Contrações breves, irregulares e que não provocam deslocamentos dos segmentos corpóreos. Traduzem lesão de neurônio motor inferior, ocorrendo principalmente na esclerose lateral amiotrófica. Movimentos anormais ou involuntários Na inspeção, procurar por transtornos do movimento como tremor, distonia, tiques, mioclonias. Câimbras e crises convulsivas são facilmente identificadas à inspeção ✓ Crises oculógiras: são reações distônicas para certas drogas ou condições médicas caracterizadas por um desvio prolongado involuntário acima dos olhos. TÔNUS MUSCULAR: Movimentação passiva das articulações ✓ Rigidez X Espasticidade - sinal da roda denteada ou catraca de bicicleta - sinal do canivete. Espasticidade é um sintoma causado pela lesão do 1º neurônio motor que está localizado no cérebro ou na medula, tem como causas AVC, paralisia cerebral, traumatismo craniano ou medular. Rigidez é uma contração muscular e uma resistência ao movimento involuntário como ocorre por ex. na doença de Parkinson. Como distinguir no exame físico, as duas terão um fenótipo diferente no membro afetado, em ambas ocorre o aumento na resistência do movimento, sendo que na espasticidadea resistência que você sente em uma direção é diferente da resistência que você sente na outra direção (ou seja, nível de resistência de acordo com a direção do movimento, ex. a resistência que você sente ao flexionar o antebraço é diferente da resistência que você sente ao estender e isso que causa aquela postura característica de pessoas com AVC, que tem o que chamamos de hemiparesia que é a redução da força de um lado do corpo. A espasticidade também é dependente da velocidade, quanto mais veloz você faz o movimento maior a resistência que você sente. No caso da espasticidade ocorre uma dificuldade inicial do movimento seguida de uma facilitação. A rigidez por outro lado não apresenta posturas características, não tem diferença entre flexão e extensão e não é dependente da velocidade. Um ex. é a rigidez da corda denteada em que há uma dificuldade no movimento acompanhada de um relaxamento e assim por diante (como uma catraca). • sinal da roda denteada ou catraca de bicicleta • sinal do canivete. 35 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES ✓ Hipotonia - coreia de Sydenham - lesões cerebelares ✓ Hipertonia plástica - doença de Parkinson ✓ Hipertonia elástica - acidente vascular encefálico - paralisia infantil Força e tono musculares Tono muscular: Consistência muscular. Examina-se o tono muscular através da: a) palpação: observar a flacidez ou o enrijecimento anormal de cada músculo; b) balanceio do segmento distal, através do proximal — balança-se as duas mãos, solicitando do paciente que as relaxe o mais possível; c) extensão passiva: estende-se o mais possível alguns grupos musculares • Verifique os movimentos espontâneos dos MM e palpe a consistência das massas musculares • Imprima movimentos de flexão e extensão dos membros observandose e palpando-se as massas musculares. • Avaliar: - a passividade >> se há resistência aumentada (tono aumentado) ou diminuída (tono diminuído) - a extensibilidade >> se existe exagero (tono diminuído) ou diminuição (tono aumentado) do grau de extensibilidade da fibra muscular. • Solicite ao paciente que aperte com cada uma de suas mãos os seus dedos indicador e médio e observe a força e o grau de dificuldade de retirar os dedos. • Solicite ao paciente que levante um pouco ambos os MMSS e os sustente no ar por algum tempo e observe. Faça o mesmo com os MMII. Avalie braço, antebraço, mão, coxa, perna e pé. • Peça ao paciente para repetir os movimentos acima, mas desta vez faça com suas mãos uma ―resistência‖ dificultando os movimentos e observe. Avalie braço, antebraço, mão, coxa, perna e pé. • Graus de força muscular (MRC) 0: ausência de contração; 1: contração sem deslocamento do segmento; 2: contração com deslocamento do segmento a favor da gravidade; 3: movimento ativo contra a gravidade; 4: movimento ativo que vence alguma resistência; 5: movimento ativo normal. Usualmente utilizamos graus 4 – (menos) ou 4 + (mais) para denotar uma força anormal que vence uma resistência pequena ou moderada CORDENAÇÃO MOTORA: • Peça o paciente que estique um MS na altura dos ombros e dobre o outro, mantendo o cotovelo na mesma altura e encostando a ponta do indicador estendido na ponta do nariz. Peça que alterne os movimentos uma hora esticando outra dobrando alternadamente os membros. Peça que continue com os olhos fechados e com mais velocidade 36 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES • Solicite ao paciente que encoste o dorso de uma mão (em supinação) sobre a coxa ipsilateral e a palma da outra mão (em pronação) sobre a coxa ipsilateral. Peça que alterne os movimentos aumentando a velocidade progressivamente e fechando os olhos. REGISTRO DO EXAME NORMAL: BOA COORDENAÇÂO MOTORA SINAIS DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA: • As meninges, quando inflamadas ou irritadas (meningite e na hemorragia subaracnóidea), dificultam os movimentos de sua extensão tanto pela dor quanto por defesa involuntária, chegando a deixar o paciente rígido impedindo totalmente a flexão da coluna. Um paciente com meningismo tem nuca enrijecida, quando vai fazer a mobilização o pc fica com dor e com pescoço duro e você não consegue mobilizar o pc. Então fazemos o seguinte: Colocamos o paciente em decúbito dorsal, descruzar pernas e braços, deixa-lo confortável, pedir para ele relaxar e que não se mova e os movimentos que ele fizer serão pelas manobras do avaliador, a mão direita fica no tórax do pc e a mão esquerda na nuca do pc, na região occiptal e levanta bem suavemente o pescoço e avalia se está duro, se é rígido. Se está rígido, você vai colocar que TEM RIGIDEZ DE NUCA, se não, você designa que NÃO TEM RIGIDEZ DE NUCA • Rigidez de nuca: Estando o paciente em decúbito dorsal, o examinador coloca uma das mãos na região occipital e, suavemente, tenta fletir a cabeça do paciente. Se o movimento for fácil e amplo, não há rigidez nucal, ou seja, a nuca está livre. Caso contrário, falase em rigidez de nuca. • Sinal de Brudzinski: Com paciente em decúbito dorsal e membros estendidos, o examinador repousa uma das mãos sobre o tórax do paciente e, com a outra colocada na região occipital, executa uma flexão forçada da cabeça. ➢ Prova positiva: quando o paciente flete os membros inferiores, mas há casos nos quais se observam flexão dos joelhos e expressão fisionômica de sensação dolorosa. • Sinal de Kernig: consiste na extensão da perna, estando a coxa fletida em ângulo reto sobre a bacia e a perna sobre a coxa. ➢ Prova Positiva: quando o paciente sente dor ao longo do trajeto do nervo ciático e tenta impedir o movimento. ➢ Utilizado para meningite, hemorragia subaracnóidea e radiculopatia ciática. PROVA DE ESTREITAMENTO DA RAÍZ NERVOSA: 37 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES • Sinal de Lasègue: com o paciente em decúbito dorsal e os membros inferiores estendidos, o examinador levanta um dos membros inferiores estendidos. ➢ Prova positiva: quando o paciente reclama de dor na face posterior do membro examinado, logo no inicio da prova (cerca de 30º de elevação). AVALIAÇÃO DE MARCHA: • O que é significa a marcha? - Ato motor aprendido, que tem proposta de gerar locomoção. - Cada indivíduo tem característica peculiar de sua marcha - Individuo saudável: anda ao seu modo - Indivíduo doente: anda ao modo da enfermidade que lhe comete. (acontece devido a mecanismos de adaptação que são padronizados nos seres humanos em geral.) • Quais os aspectos fundamentais para locomoção? - Postura ereta e equilíbrio - Programas de iniciação da marcha - Ritmo - Adaptação (ambiente e objetos) • O que avaliar na marcha? - Largura da base (distancia dos maléolos mediais) - Simetria da altura dos pés - Comprimento da passada - Movimento do quadril - Sinais nas mãos - Balançar dos braços - Direção do olhar - Analisar a virada Um indivíduo doente, pp neuropata, tem uma característica única e acabam fazendo mecanismos de adaptação que padronizam a marcha. Por ex. tenho pc que fez AVC isquêmico que ficou com paresia de membro superior e inferior direito e assim ao andar ele vai arrastar essa perna e esse 38 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES braço, assim tendo um modo específico de se locomover de acordo com a doença que o acometeu. E muitas vezes só a marcha ou o jeito de falar já diz muito sobre o que o paciente tem. Quais informações aferentes o pc precisa fazer para realizar a marcha: ➔ Informação vestibular (saber onde está seu corpo no espaço, se localizar no espaço). ➔ Parte da visão (ajuda dando informações somando, integrando na marcha). + 36 ➔ Propriocepção (capacidade que o indivíduo tem de localizar seu corpo em um espaço tridimensional, por ex. eu fecho o olho e uma pessoa eleva 3 dedos na minha mão e pede para eu fazer o mesmo na outra, e conseguimos localizar e fazer). São de extrema importância, se tiver alteração em algum desses três já pode haver alteração de marcha. Esses 3 pontos geramum sistema integrativo de interpretação - todas essas informação vão para o tronco, córtex frontal e cerebelo e teremos uma seleção de programas motores: postura, equilíbrio e marcha. MANOBRAS DE TRIAGEM: • Andar em tandem - Cruzar os braços e fechar os olhos -> sensibilizar o exame. Paciente vai colocar o calcanhar na frente do outro pé e tentar andar e dar uma volta (ir e voltar). o Avaliar se ele tem desequilíbrio, se consegue completar a marcha, se tem desequilíbrio, avalia a rotação dele • Andar nas pontas dos pés ou com calcanhares - Já consegue avaliar a força dos pés - Ir com os calcanhares e voltar na ponta dos pés • Pular de um pé só - Avaliar os dois lados - Outros... - Caminhar em lugar estreito - Caminhar realizando outra tarefa - Rodar 360º para os dois lados - Andar de costas Marcha atípica..(normal). - Olhando para frente - Balanço harmônico de membros superiores - Centro de gravidade desloca primeiro - Uso do calcâneo - Avanço do pé acompanha a dorsiflexão - Passadas homogêneas e ritmo regular • DISBASIA: todo e qualquer distúrbio de marcha. Pode ser uni ou bilateral. MARCHA HELICÓPODE, CEIFANTE OU HEMIPLÉGICA: 39 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES • Ao andar, o paciente mantem o membro superior fletido em 90º no cotovelo e em adução, e a mão fechada em leve pronação. O membro inferior do mesmo lado é espástico, e o joelho não flexiona. • Devido a isso, a perna tem de se arrastar pelo chão, descrevendo um semicírculo quando o paciente troca o passo (lembra o movimento de uma foice em ação). • Aparece em paciente que apresentam hemiplegia, cuja causa mais comum é o AVC. MARCHA EM TESOURA OU ESPÁSTICA: • Os dois membros inferiores enrijecidos e espásticos permanecem semifletidos, os pés se arrastam e as pernas se cruzam uma na frente da outra quando o paciente tenta caminhar. • Os movimentos das pernas lembra uma tesoura em funcionamento. • Frequente na manifestação espástica da paralisia cerebral MARCHA PARKINSONIANA: • O paciente anda como um bloco, enrijecido, sem o movimento automático dos braços. • A cabeça permanece inclinada para frente, e os passos são miúdos e rápidos, dando a impressão de que o paciente “corre atras do seu centro de gravidade” e vai cair para frente. • Ocorre nos portadores doença de Parkinson. O paciente vai abaixando para diminuir se centro de gravidade, fazer com que ele fique mais perto do chão isso, auxilia a evitar que ele caia. 40 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES MARCHA ESCARVANTE: • Quando o doente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, ao tentar caminhar, toca com a ponta do pé o solo e tropeça. • Para evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior, o que lembra o “passo de ganço” dos soldados prussianos. • Déficit dos músculos dorsiflexores do pé. MARCHA ATÁXICA OU CEREBELAR: Marcha do paciente que tem algum comprometimento cerebelar, por ex. paciente que tem um AVC de cerebelo que vai fazer uma isquemia cerebelar, ou tem um CA de cerebelo ou tem metástase cerebelar. Pc perde todo equilíbrio que o cerebelo nos proporciona, para saber a marcha é só lembrar de um indivíduo alcoolizado. • Ao caminhar, o doente ziguezagueia como um bêbado. • Esse tipo de marcha traduz incoordenação de movimentos em decorrência de lesões do cerebelo MARCHA TABÉTICA: • Para se locomover, o paciente mante o olhar fixo no chão; os membros inferiores são levantados abrupta e explosivamente, e, ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o solo de modo bem pesado. • Com os olhos fechados, a marcha apresenta acentuada piora, ou se torna impossível. • Indica perda da sensibilidade proprioceptiva por lesão do cordão posterior da medula. • Aparece na tabes dorsales (neurosífilis), mielose funicular (mielopatia por deficiência de vitamina B12, acido fólico ou vitamina B6), mielopatia vacuolar (ligada ao vírus HIV), mielopatia por deficiência de cobre após cirurgias bariátricas, nas compressões posteriores da medula (mielopatia cervical). MARCHA COREIFORME: • Caracteriza-se por movimentos involuntários de inicio abrupto, explosivo, geralmente de curta duração, repetindo-se com intensidade e topografia variáveis, assumindo caráter migratório e errático. • Os movimentos voluntários são paralisados pelos movimentos coreicos, que provocam interrupções e desvio da trajetória. • Acompanha certo grau 41 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES de hipotonia. • Ocorre em pacientes: Dç Huntington, dç Wilson, LES, Artrite reumatóide, encefalite pós vacinal, coreia gravídica, coreia de Sydenham, encafelite por HIV, meningite tuberculosa, AVE, linfoma do SNC, metástase. MARCHA ANSERINA OU DO PATO: • O paciente para caminhar acentua a lordose lombar e vai inclinando o tronco hora para direita, hora para esquerda, alternadamente, lembrando o andar de um pato. • Encontrada em doenças musculares e traduz diminuição da força dos músculos pélvico e das coxas. MARCHA VESTIBULAR: • Apresenta lateropulsão quando and; • É como se fosse empurrado para o lado ao tentar mover-se em linha reta. • Se o paciente for colocado em um ambiente amplo e lhe for solicitado ir de frente voltar de costas , com os olhos fechados, ele descreve uma figura semelhante a uma estrela, dai ser denominada marcha em estrela. MARCHA CLAUDICANTE: • Ao caminhar, o paciente manca para um dos lados. • Ocorre na insuficiência arterial periférica e em lesões do aparelho locomotor. REFLEXOS PATOLÓGICOS: OBJETIVO : vocês terem uma noção visual de como investigar a presença dos reflexos patológicos. • CLÁSSICOS (a apartir dos clássicos vemos a necessidade de analisar os próximos) • SUCEDÂNEOS • LIBERAÇÃO FRONTAL DEFINIÇÃO: 42 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES • Clássicos: são os mais comuns • Membro superior: o Sinal de Tromner o Sinal de Hoffiman • Membro inferior o Sinal de Babinski o Sucedâneos de babinski: são aqueles que podemos investigar para procura do reflexo cutâneo plantar em extensão de forma alternativa. (vamos conseguir vê-lo fazendo forma alternativa ao de babinski) Reflexos de liberação frontal: reflexo primitivo, comum em lactentes e pode voltar a tona em pacientes com lesão frontal. (são reflexos mais primitivos, depois de 2 anos classificamos como patológico, seja como trauma, tumor) OS LOCAIS ONDE PODEMOS TER UMA LESÃO INDUZINDO A PRESENÇA DE UM REFLEXO PATOLÓGICO: − VIA PIRAMIDAL OU CÓRTICO ESPINHAL − VIA EXTRAPIRAMIDAL − LOBO FRONTAL: uni ou bilateral e difusas → ocorre muito em trauma, mas pode ser por metástase, intoxicação. SINAL DE BABINSKI: • Reflexo cutâneo-plantar(positivo, patológico): em decúbito dorsal, com membros superiores estendidos, o examinador estimula superficialmente a região plantar, próximo a borda lateral e no sentido posteroanterior, fazendo um leve semicírculo na parte anterior. • A resposta normal é representada pela flexão dos dedos. A abolição desse reflexo ocorre quando há interrupção do arco reflexo e, algumas vezes, na fase inicial da lesão da via piramidal. SINAL DE BABINSKI: INVERSÃO da resposta normal, ou seja, a extensão do hálux (os demais podem ou não apresentar abertura em forma de leque) Paciente deitado com membros estendidos, você estimula região plantar, faz um semicírculo na parte anterior (puxa a caneta por ex. ou o martelinho la do calcanhar e vira na região dos dedos mas não chega ao halux), chegando até a 43 MARIA RITA DUARTE AGRELLOS NEVES segundo dedo (não chega ao halux). O normal é a flexão do hálux e dos dedos. Sinal positivo, ou seja, se patológico, o hálux estende e os demais dedos podem ou não abrir em leque. PECULIARIDADES: O mais importante dos reflexos patológicos o Extensão do hálux após estimulo cutâneo Flexão tríplice (flete o pé, perna e coxa), pode acontecer, mas normalmente