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Clínica médica de ruminantes

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Clínica de ruminantes – p2 
• Podridão dos cascos em ovinos 
Também chamado de pododermatite contagiosa, 
apodrecimento podal infeccioso, é uma enfermidade 
bacteriana causada pela associação de duas bactérias 
gram negativas produtoras de proteases e elastases 
anaeróbias, do espaço interdigital. Cursa com severa 
claudicação porém cada animal responde de uma forma, 
tanto à infecção quanto ao tratamento. É considerada a 
principal causa de claudicação em ovinos porém pode 
ocorrer em qualquer espécie que possui casco biungulado, 
como suínos, ovinos e caprinos. A bactéria pode ser 
comensal em ambientes com infecção crônica. As 
bactérias são Dichelobacter nodosus e Fusobacterium 
necrophorum, sendo a segunda oportunista e presente 
em solos infectados com excesso de sujidades e fezes, 
ela que propicia com que a bactéria comensal dos casos 
se torne patogênica. 
A D. nodosus produz proteases que determinam a 
virulência com ação ceratolítica dos cascos e pela 
proporção de antígenos produzidos pela superfície da 
bactéria. Essa bactéria sobrevive no ambiente por mais 
de 14 dias, portanto é preciso ter cuidado no trânsito de 
animais e também ao adquirir novos animais é necessário 
realizar quarentena. O ambiente propicio para o 
desenvolvimento da bactéria é ambiente úmido, regiões 
de pH ácido, animais mais velhos são mais susceptíveis. 
O animal portador crônico infecta os saudáveis. 
Qualquer coisa que cause espoliação nos cascos irá 
predispor a penetração da bactéria, além do ambiente 
sujo e úmido, crescimento excessivo dos cascos. Possui 
forma branda/benigna que causa aumento de volume no 
espaço interdigital, edema e maceração do tecido, 
podendo levar à necrose com claudicação leve e 
autolimitante, porém mesmo assim é prejudicial; e a 
forma severa que cursa com muita dor levando o animal 
a pastar de joelhos. Os sinais clínicos são dificuldade de 
locomoção e claudicação, lesão no casco, separação da 
pele e do casco pela destruição da matriz epidérmica, 
exsudato fétido que se agrava por infecções secundárias 
como miíases. 
O diagnóstico deve ser feito através do exame clinico 
minucioso, inspecionar os cascos para avaliar a gravidade, 
coletar exsudato interdigital para que se faça a coloração 
de gram; deve ser feito diagnóstico diferencial 
principalmente para laminite aguda, febre aftosa, 
traumatismos, corpo estranho. O tratamento é 
primeiramente retirar os animais afetados, fazer 
pedilúvio. O ideal seria a prevenção, realizar 
casqueamento regular e vacinação. Em casos muito 
severos é utilizado antibióticos de amplo espectro com 
oxitetraciclina e florfenicol, pode usar água oxigenada 
também pelo fato de que as bactérias são anaeróbicas. 
• Laminite 
O sinal mais importante da laminite é a claudicação, 
mas a claudicação em bovinos não é tão simples de 
diagnosticar como em equinos. A laminite em bovinos é 
sempre subclínica e em equinos é aguda ou subaguda, por 
isso a dificuldade em diagnosticar. Também é conhecida 
como pododermatite asséptica difusa, degeneração 
laminar aguda ou coriose. Com raríssimas exceções, 
quase sempre a causa da laminite é metabólica 
(principalmente sobrecarga alimentar, como acidose 
metabólica), de origem multifatorial. É uma doença muito 
comum, ocorre em quase todos os rebanhos, 
principalmente pela ingestão excessiva de concentrado. 
O aparelho suspensório do casco é formado por 
componente dermal, camada reticular profunda, camada 
papilar superficial, camadas estratificadas, porção 
interna do estojo córneo. 
 
Não é o que ocorre com maior frequência, mas na 
fase aguda da laminite em bovinos a aparência dá a 
impressão de ter havido deslocamento da lâmina do 
casco, que fica inchado, vermelho e dolorido. O manejo e 
a alimentação são os fatores que mais interferem na 
ocorrência e na complexidade e severidade da laminite. 
Quanto mais confinado o animal, quando mais 
especializado e quanto mais esse animal produz, mais 
predisposto ele está a desenvolver laminite. Geralmente 
a laminite se manifesta em animais mais velhos, porém 
existe predisposição em primíparas em momentos 
próximos à parição, no período próximo ao pico de 
lactação (2-3m pós parto). Isso ocorre porque ocorrem 
mudanças hormonais nesses períodos, principalmente 
aumento de estrogênio que é vasodilatador periférico, 
aumenta aporte sanguíneo para o casco, e as 
catecolaminas vasoativas fazem vasoconstrição da 
microcirculação podal, o que dificulta o retorno venoso, 
vai causando desequilíbrio e inflamação, exsudação, etc. 
Além disso, algumas linhagens parecem ser mais 
suscetíveis ao problema, devido à características de 
conformação de casco (jerseys por exemplo). A 
patogenia ainda não está totalmente elucidada, a teoria 
primária e mais aceita é o excesso de carboidratos, que 
produzem ácido láctico em excesso, redução de pH e 
morte bacteriana gram -, liberação de endotoxinas, 
proliferação de bactérias gram + que produzem ácido 
láctico, que será absorvido na circulação sistêmica, 
levando à acidose metabólica, faz liberação de histamina, 
vasodilatação arterial, aumento da pressão sanguínea 
dentro do casco, dificuldade de retorno venoso que 
resulta em edema, hiperemia, dor e necrose. 
 
Além disso há deficiência de alguns minerais que também 
predispõe, o enxofre é essencial na queratinização do 
casco, o zinco faz a integridade dos tecidos e sistema 
imune, cobre é responsável pela síntese de colágeno e 
ligação das pontes de enxofre. 
 É difícil observar e diagnosticar a laminite, mas 
os sinais mais evidentes são: arqueamento do dorso, 
pescoço estendido, postura de achinelamento, 
exatamente como na imagem. 
 
Geralmente o produtor vai observar a laminite quando já 
evoluiu para úlceras de sola, necroses, quando for fazer 
o casqueamento. Com o tempo vai causar achinelamento 
dos cascos, diminuição da produção. O diagnóstico é 
baseado na anamnese, história clínica e sinais clínicos, 
mas principalmente sabendo o tipo de manejo, 
alimentação, histórico do rebanho, etc. observar postura 
do animal, local onde se encontram, pulsação de casco. 
Para se avaliar o casco primeiro deve-se limpar e lavar 
para que não se haja omissão de nenhuma lesão, 
observa-se formato, presença de sulcos, colocar o animal 
pra se locomover, etc. O tratamento tem o objetivo de 
melhorar o apoio dos dígitos afetados e promover 
mudanças na alimentação de todos os animais, o ideal é 
fazer com que esses animais se exercitem, fornecer 
grande quantidade de volumoso, suplementação dos 
minerais e aminoácidos essenciais, vitaminas em 
quantidades adequadas. Promover os outros tratamentos 
quando o animal manifestar sinais clínicos agudos, além do 
casqueamento (pelo menos 4 casqueamentos por ano). 
Para pequenas lesões usa pradorilate/ licor de vilate, se 
houver lesões extensas e necróticas usa florfenicol. Pode 
ocorrer de precisar de procedimento cirúrgico, 
combinados com terapia de suporte, porém isso é em 
casos mais severos, quando necessita de amputações de 
dígito ou de falange. Não deve usar corticoide! Vai 
promover retardo de cicatrização. O melhor tipo de 
tratamento para o controle da dor de laminite seria 
fenilbutazona via intravenosa, cuidado! Nunca fazer 
fenilbutazona via intramuscular porque é altamente 
necrótico para a musculatura, ou então dipirona 
intravenosa ou intramuscular. Os animais que 
sabidamente ingeriram grandes quantidades de 
concentrado, pode-se administrar laxantes, além da 
fluidoterapia, tomando cuidado com o quadro acidótico do 
animal. Inclusão de vitaminas (biotina) e aminoácidos 
(metionina) devido aos seus efeitos de queratinização. 
Utilização de microelementos como cobre, zinco e selênio. 
• Onfalites 
Após o nascimento o umbigo involui, ocorrendo 
fechamento dos músculos da região bem como das veias 
e artérias, porém até que essa “cicatrização” ocorra, o 
umbigo é uma porta de entrada para agentes infecciosos, 
e, se não for feito correto manejo e o umbigo não for 
adequadamente curado, podecausar a onfalite, que é a 
infecção do umbigo que impede a cicatrização e favorece 
a entrada de outros patógenos, levando também à 
problemas sistêmicos podendo ocasionar a morte do 
animal. Além das enfermidades infecciosas que possam 
vir a acometer o umbigo dos bezerros também podemos 
citar as hérnias umbilicais, neoplasias, defeitos congênitos 
e miíases. Existem três estruturas envolvidas na 
anatomia umbilical: veia umbilical, artéria umbilical e o 
úraco. 
Hérnias: ocorre pelo não fechamento dos músculos 
da região umbilical e pode ocorrer de forma congênita 
(deve-se retirar o animal da reprodução) ou por traumas, 
geralmente por transporte inadequado. As pequenas 
hérnias geralmente regridem espontaneamente, mas em 
casos mais graves deve-se recorrer à correção 
cirúrgica, já que podem ocorrer eviscerações, torções 
intestinais. 
Fibromas e neoplasias: durante o período de 
cicatrização podem ocorrer aderências do anel umbilical 
com outras partes da cavidade, se desenvolvendo um 
tecido conjuntivo de consistência fibrosa, enrijecido e de 
aspecto tumoral. Requerem tratamento cirúrgico e tem 
um bom prognóstico, já em casos de neoplasias malignas 
o prognóstico é reservado. 
Persistência e defeitos: pode ocorrer úraco 
persistente, quando a conexão entre a bexiga e o umbigo 
não se fecha depois do nascimento. Pode-se observar o 
animal urinando em gotas ou constantemente pelo umbigo. 
Algumas causas seriam a manipulação constante do 
neonato, rompimento precoce do cordão umbilical, 
inflamação e infecção. Pode levar a um quadro 
septicêmico se não tratado de forma cirúrgica, pela 
cauterização ou ligadura, ou ainda administração de 
antibióticos e cauterização com nitrato de prata. 
Miíases: mesmo que o cordão esteja cicatrizando 
corretamente a mosca pode pousar e depositar ovos de 
larvas no tecido seco (Cochliomya hominivorax) que depois 
de eclodirem penetram ativamente no tecido, 
alimentando-se de secreção e tecidos vivos. Pode haver 
secreção serosanguinolenta e purulenta depois de alguns 
dias. Por isso o manejo é sempre importante, pois o 
principal é evitar esse tipo de situação. 
Processos infecciosos: as condições do parto, 
constituição anatômica anômala, tamanho do cordão 
exposto, ambiente contaminado, bezerros prematuros, 
manejo inadequado da mãe com o bezerro, tratamentos 
inadequados, manuseio excessivo ou traumas são fatores 
predisponentes para a instalação de processos 
infecciosos, que podem ocorrer até mesmo pelos 
componentes da flora bacteriana natural do bezerro, 
como E. coli, Proteus sp, Staphylococcus sp, etc. O 
problema das onfalites infecciosas é que podem levar a 
muitas outras lesões, como celulite e abscedação externa 
à parede corporal, resultando em inchaço doloroso e 
aumento palpável dos vasos umbilicais; bacteremia 
sistêmica, principalmente em articulações, meninges, 
olhos, endocárdio. O ato cirúrgico complementa o 
diagnóstico uma vez que permite a visualização e 
correção de alterações que não podem ser vistas 
clinicamente. 
Onfalite: inflamação da porção externa do umbigo, 
podendo ser aguda, flegmonosas, subagudas, crônicas, 
encapsuladas ou apostematosas, na maioria das vezes 
fistuladas e exsudando pus. O umbigo torna-se doloroso à 
palpação, aumentado de volume e pode estar obstruído 
ou drenando secreção. Acredita-se que o principal 
causador de onfalite seja C. pyogenes. Como já foi dito, a 
infecção pode alcançar outros órgãos desencadear 
poliartrites (mais comum), endocardites, pneumonias, 
nefrite. 
Onfaloflebite: seria o processo inflamatório da 
porção externa do umbigo em conjunto com a veia 
umbilical. Os sinais clínicos são iguais o da onfalite, porém 
dentre as complicações pode ocorrer hepatite, peritonite 
ou abscesso hepático devido à ligação que existe entre o 
sistema porta e o umbigo. 
O diagnóstico das infecções umbilicais são baseados 
na história clínica, achados físicos e hematológicos. 
Outros meios que podem ser eficazes no diagnóstico 
seriam a ultrassonografia, fistulografia e urografia. A 
palpação do umbigo ainda seria o melhor método para 
determinar inflamações. Os sinais clínicos seriam o 
aumento de volume da região umbilical e a consistência, 
sensibilidade dolorosa e vasos espessados. Deve-se ainda 
palpar a região abdominal, quando houverem cordões 
espessados na direção cranial pode haver onfaloflebite e 
quando na direção caudal suspeita-se de onfaloarterite e 
uraquite. Causa grandes prejuízos econômicos ao 
produtor devido aos custos com medicações, óbitos, 
assistência veterinária, por isso sempre a prevenção é o 
melhor tratamento, podendo ser feito como medidas 
profiláticas o corte e ligadura somente de cordões muito 
longos (acima de 10cm), sempre mergulhando em álcool 
iodado depois do corte. Deve ser feita inspeção diária e 
uso de spray com antissépticos e repelentes até que o 
umbigo caia sozinho, não deve ficar manipulando o tempo 
todo. Como tratamento das infecções umbilicais temos a 
limpeza e desinfecção constante, eliminação de tecido 
necrosado, abertura de abscessos, uso de penicilinas, 
sulfonamidas, tetracicilinas. Pode ser feita correção 
cirúrgica em casos de hérnias ou até mesmo ressecção 
de estruturas inflamadas. 
 
 
• Ceratoconjuntivite infecciosa 
bovina 
É a doença ocular mais importante de bovinos, 
também conhecida como pinkeye, pode apresentar 
curso agudo, subagudo ou crônico. A bactéria 
causadora da ceratoconjuntivite infecciosa é a 
Moraxella bovis, que é transmitida por vetores 
(geralmente moscas e mosquitos). A bactéria se fixa 
na conjuntiva e na córnea, provocando lesões na 
superfície das mesmas, desencadeando um processo 
inflamatório que gera edema de córnea, migração de 
células inflamatórias e por isso opacidade de córnea. 
Por conta desse quadro, outras bactérias 
oportunistas da microbiota ocular colonizam as lesões 
e contribuem para o agravamento do quadro. Os 
primeiros sinais clínicos são lacrimejamento intenso e 
fotofobia, nessa fase é comum ver moscas se 
alimentando do exsudato conjuntival. Inicialmente 
ocorrem lesões ulcerativas próximas ao centro da 
córnea, que, com o passar dos dias, vai evoluindo por 
toda córnea, podendo levar a cegueira. 
 
O diagnóstico definitivo é feito através do isolamento 
da bactéria, através da coleta de secreção 
conjuntival por swab. Uma importante ferramenta 
seria fazer o teste da fluoresceína para saber se 
há ulceração, afinal, se houver, não se pode fazer 
uso de colírios comerciais comuns por conter 
corticoides que retardam a cicatrização. O 
tratamento é baseado em antimicrobianos via tópica 
(colírio ou pomada) podendo utilizar gentamicina, 
cefalosporinas, trimetroprim, nitrofuranos e 
tetraciclinas. 
 
• úlcera de lactação 
As úlceras de lactação são causadas pelo nematódeo 
Stephanofilaria e transmitida por moscas, sua ocorrência 
é mais frequente em períodos quentes. Causa uma 
dermatite na região do úbere mas pode acometer outras 
regiões. Os adultos de estefanofilária vivem na base dos 
folículos pilosos e as microfilárias vivem mais 
superficialmente no exsudato das lesões cutâneas, 
ocasião em que são ingeridas pelas moscas atraídas. 
Inicialmente ocorre uma dermatite, após erupção papular 
que progride para nódulos, alopecia e úlcera crostosa. 
Normalmente há prurido e exsudato serosanguinolento. 
As feridas vão adquirindo aspecto seco e crostoso e 
regredindo em seu tamanho até a cicatrização. O 
diagnostico é baseado na história, exame físico e na 
resposta ao tratamento, e confirmado apenas por 
técnicas em revelem o parasita, como histopatológico 
pela biopsia do tecido das bordas da lesão. Podem ser 
feitas lâminas de impressão da ferida contendo exsudato 
ou raspado da borda, coloridos com Giemsa. Não há um 
fármaco especifico para o tratamento da 
estefanofilariose, mas pode ser feita aplicação de 
organofosforados (triclorfon – elimina e não há recidivas) 
pode ser feito ainda ivermectina via parenteral ou pasta, 
levamisol + óxido de zinco. Otempo de tratamento 
depende da gravidade e extensão das lesões, recomenda-
se uso de anti-helmínticos sistêmicos para evitar 
recidivas. Outra forma de controle seria um programa 
efetivo da redução de moscas do ambiente. 
 
 
 
• complexo das doenças respiratórias 
de bezerros – cdrb 
Composto por uma única entidade clínica, a 
broncopneumonia, ou seja, inflamação dos bronquíolos, 
parênquima e pleura, decorrentes da invasão pulmonar 
por agentes infecciosos. Geralmente os animais são 
abatidos aos primeiros sinais de broncopneumonia. O 
agente causador mais comum é a Mannheimia, ou 
pasteurelose pneumônica. Geralmente ocorre na forma 
de surtos, acometendo animais submetidos a situações 
estressantes que deprimem o sistema imune, como a 
desmama, transporte, instalações de confinamento, 
descorna, castração, etc. Então o mais importante para 
prevenção é o manejo. As perdas econômicas são 
expressivas pela mortalidade, redução de ganho de peso, 
mão de obra, custos de medicamentos e profissionais. O 
ideal é que os bezerros fossem criados soltos, o manejo 
de confinamento favorece a ocorrência de cdrb. Os 
principais fatores de riscos seriam as condições 
ambientais desfavoráveis, práticas de manejo 
inadequadas, vai levar à falha dos mecanismos de defesas 
e vai predispor a ocorrência do complexo. Com relação ao 
manejo do ambiente deve-se adaptar ao inverno e verão, 
deve ser quente o suficiente no inverno e fresco no 
verão, com adequada circulação de ar, longe dos animais 
adultos. Outros fatores predispõe a ocorrência de cdrb: 
falhas de transferência de imunidade passiva, 
deficiências nutricionais, desmama, mudanças 
alimentares súbitas, estresse de transporte, 
agrupamento em lotes; 
Pneumonia enzoótica dos bezerros (PEB) 
Ocorre em bovinos de raças leiteiras criados em 
sistemas intensivos, o acometimento varia de 2 semanas 
a 5 meses de vida, a manifestação clínica é variável, 
dependendo da idade do animal, agente causador e 
estágio da doença. Em casos de broncopneumonia aguda 
o animal geralmente apresenta secreção nasal e ocular, 
febre elevada, toxemia, depressão, anorexia, taquicardia, 
relutância para deitar, aumento na intensidade dos ruídos 
respiratórios normais, crepitação grossa, sibilo. Em casos 
de estágio avançado observa-se intensa dispneia com 
gemido expiratório. Em casos crônicos o animal apresenta 
temperatura normal ou febre moderada e persistente, 
taquicardia, taquipneia, deficiência e debilidade crônica 
(animal não se desenvolve corretamente, pelagem 
áspera) secreção nasal e ocular mucopurulentas, posição 
ortopneica. É difícil estabelecer um diagnóstico etiológico 
definitivo, por ser uma doença de causas multifatoriais e 
pela maioria dos agentes bacterianos fazerem parte da 
flora natural do animal. Pode ser feito swab de secreção 
respiratória. O tratamento deve se basear em 
antimicrobianos, anti-inflamatórios não esteróides, 
fluidoterapia, oxigenoterapia. A campo, basicamente 
antibiótico + AINES. Os antibióticos de eleição para 
tratamento de pneumonia são as fluorquinolonas, 
penicilinas associadas com estreptomicinas e as 
tetraciclinas. Os AINES de eleição seriam cetoprofeno, 
flunixin meglumine e meloxicam. Pode ainda usar 
broncodilatadores (clembuterol) e mucolíticos (N-
acetilcisteína)