Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Edyane Silva • 6º MED Doença hepática gordurosa não alcoólica 1 CONCEITO • Lesão hepática indistinguível da causada pelo álcool. • Ausência de ingesta significativa de etanol (<20g/dia M e <40g/dia H) ou outras causas de doença hepática. • Conceito baseado nas características: - Clínicas (não alcoólicas). - Histopatológicas (esteatose e esteato- hepatite). • Síndrome caracterizada: esteatose + hepatite lobular (hepatite paraquimentosa) + balonização. • Elevações leves de transaminases e hepatomegalia. • Presença de fibrose na maioria dos casos e cirrose em alguns. EPIDEMIOLOGIA • Prevalência: no mundo 20 a 30%. • A esteatohepatite não alcoólica (NASH) tem uma frequência estimada em 3-15%. • No Brasil, a prevalência da DHGNA não é conhecida, mas a de esteatose, avaliada por ultrassonografia está estimada em 18%. Em análise de biópsia hepáticas de obesos graves, a frequência de esteatose, NASH e cirrose foram, respectivamente, de 48%, 37% e 5%. FATORES DE RISCO PRIMÁRIOS OBESIDADE • Esteatose hepática ocorre em todos os obesos adultos e crianças. • Aumento da gordura abdominal aumento o risco. • Inflamação hepática, em 8-20% dos obesos com esteatose hepática. - IMC > 40: 75% esteatose - 25% (dos 75) critérios para NASH - Circunferência abdominal: medida de obesidade central ou visceral – importante. DIABETES MELLITUS TIPO 2 • Esteatose hepática está presente em 1/3 dos diabéticos tipo 2. • Esteatose é incomum no diabetes tipo 1, exceto em controle glicêmico inadequado. • 60 a 80% apresentam intolerância a glicose. DISLIPIDEMIA • Aumento de triglicerídeos/HDL baixo. • Relação linear – níveis de triglicerídeos e gravidade da doença. • Hipercolesterolemia é discutível como fator de risco para esteatose. Edyane Silva • 6º MED 2 FATORES DE RISCO SECUNDÁRIOS • Cirurgias abdominais - derivação biliodigestiva - gastroplastia - bypass jejuno ileal - ressecção extensa de intestino delgado. • Medicamentos - amiodarona - nifedipina - tamoxifeno - diltiazem - cloroquina - corticosteroides - estrógeno. • Exposição crônica à produtos químicos • Enfermidades genéticas - doença de Wilson - abetaliproteinemia - galactosemia - tirosinemia - doença de Weber – Christian - doença celíaca. • Vírus da hepatite C - maior frequência do genótipo 3. - maior papel no desenvolvimento de esteatose. PATOGÊNESE Etapa inicial • Resistência insulínica e hiperinsulinismo → esteatose. • Mecanismos: - > lipólise periférica. - síntese hepática de ácidos graxos. - interferência na B-oxidação mitocondrial de ácidos graxos. Etapa seguinte (esteatohepatite) • Produção anormal de citocinas. • Estresse oxidativo. • Alterações no metabolismo do ferro. Edyane Silva • 6º MED 3 SINAIS E SINTOMAS • Assintomáticos: 40 a 100%. • Sintomas inespecíficos • Fadiga • Dor ou desconforto no quadrante superior direito. • Constipação (sobretudo em crianças). • Hepatomegalia. • Acanthosis nigricans (sobretudo em crianças). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS • História negativa ou de ingestão ocasional de bebidas alcoólicas (= ou < 140 gramas por semana). • Presença de esteatose hepática na USG ou outro método de imagem. • Investigação negativa para as principais doenças hepáticas (VHB, VHC, HAI, doenças metabólicas). • Padrão-ouro: biópsia. HISTÓRIA CLÍNICA Questionamentos sobre: • Consumo de álcool • Uso de drogas • Uso de medicações • Exposição a toxinas ambientais Exame físico: • Níveis de PA • IMC • Circunferência da cintura LABORATÓRIO • ALT > AST • Aumento GGT • VCM normal • Albumina, bilirrubina e tempo de protrombina normal • Hipertrigliceridemia, hiperglicemia • ANA, AML e AMA: 10 – 25% positivos, flutuante • Ferritina elevada em 50% METÓDOS DE IMAGEM BIÓPSIA HEPÁTICA Quando fazer? • Indicação individualizada • Analisar custo benefício • Analisar importância para decisão terapêutica Edyane Silva • 6º MED 4 ESTADIAMENTO HISTOPATOLÓGICO • Grau 0: esteatose pura • Grau 1: fibrose limitada às áreas perivenulares e/ou perisinusoidais (zona 3). • Grau 2: fibrose perivenular com septos • Grau 3: septos fibrosos unido estruturas vasculares com esboço de nódulos. • Grau 4: cirrose. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL TRATAMENTO • Orientação do estilo de vida. • Controle de fatores metabólicos. • Redução gradual de peso. • Exercícios físicos. • Medicamentos. • Tratamento cirúrgico. • Transplante hepático. ALTERAÇÃO DO ESTILO DE VIDA • Emagrecimento - alvo inicial: 5 a 10% do peso basal. - emagrecimento mais rápido > 1,6 kg/semana: pode promover exacerbação histológica de NASH. • Atividade física - evita a redução da massa muscular, que invariavelmente acompanha a perda da massa gorda. - aumenta a sensibilidade muscular à insulina. - altera o uso do substrato nos músculos esqueléticos. Edyane Silva • 6º MED 5 TRANSPLANTE HEPÁTICO • Deve ser considerado quando os pacientes desenvolvem insuficiência hepática. • Pode haver recorrência. • Recorrência de esteatose em 60%. • Esteatohepatite recorreu em 33% com progressão para cirrose em 12,5%.
Compartilhar