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Fisiologia aula 1 e 2 (digestório)

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Fisiologia – Sistema Digestório
	Aula 1
Os alimentos são usados na obtenção de elementos essenciais ao organismo, mas como fazemos reservas energéticas, não precisamos nos alimentar toda hora. Os sentidos (olfato, visão, paladar) nos ajudam na seleção dos alimentos. A quantidade de alimento ingerido é controlada pela sensação de fome e saciedade. 
	Sequência: Ingestão do alimento (PTN, gordura, carboidratos) > redução do alimento em moléculas menores > digestão > absorção (região mais absortiva é o intestino delgado) > excreção anal.
	O sistema gastro-intestinal (SGI) é formado do trato gastro-intestinal (é um grande tubo que começa na boca e termina no ânus. Sua luz está em contato com o meio externo e os órgãos são separados por esfíncters, para manter a direção céfalo-caudal do bolo alimentar) + órgãos anexos. 
	São órgãos anexos: glândulas, fígado, vesícula biliar e prâncreas. Esses órgãos produzem e secretam secreções no trato gastro-intestinal.
SGI apresenta 4 processos:
-motilidade: condução, trituração e mistura com enzimas digestivas
-secreção: contém enzimas, íons e eletrólitos lançados na luz do tubo.
-digestão: torna macromoléculas em coisas menores. Transformação química e física.
-absorção intestinal (íntima ligação com o sistema circulatório) e excreção.
	Rede Neural Intrínseca do Trato gastro-intestinal (S.N. Entérico): É um ramo do SNA que está na parede de todo o tubo digestivo e controla todas as funções motoras, secretoras e endócrinas do SGI.
	Ver figura!
	O SNE é formado pelos plexos ganglionares maiores ou intramurais e pelos plexos aganglionares. Os plexos ganglionares são o mioentérico (controle dos movimentos) e o submucoso (controle das secreções e do fluxo sanguíneo). 
	Os plexos se comunicam entre si. Os plexos ganglionares fazem sinapse com fibras nervosas aferentes e eferentes do SNA. Esses plexos ganglionares contém interneurônios que conectam as sinapses entre a fibra sensorial que tem os receptores na parede do trato gastro-intestinal (TGI) e neurônios motores ou secretores que conduzem a informação do SNA para o trato gastro-intestinal. 
	O SNA simpático libera noradrenalina, enquanto o parassimpático libera acetilcolina (efeito estimulatório sobre o TGI). O primeiro faz sinapse com os gânglios, que se comunicam com os plexos e estes com os órgãos, enquanto o segundo se comunica direto com os plexos.
	No reflexo longo, ocorre a sensibilização dos receptores da parede e a mensagem passa para uma fibra aferente que leva a sms para o SNA e de lá sai uma fibra eferente para os plexos. Já no reflexo curto, a sensibilização dos receptores da parede passa diretamente para os plexos. 
	Ocorre uma regulação neuro-hormonal, na qual uma célula nervosa estimula uma célula endócrina a liberar o hormônio ou uma célula Pará crina a liberar uma secreção que atua nas células próximas e, por isso, não cai na corrente sanguínea. 
	Hormônios: 
Colecistocinina (CCK): produzido pela célula I da mucosa do duodeno. Estimula secreção enzimática pelas células acinares do pâncreas, contração da vesícula biliar e abertura do esfíncter de Oddi (está no ducto da vesícula biliar), retarda o esvaziamento gástrico, aumenta o número de células (efeito trófico) do pâncreas exócrino e potencializa a ação da secretina. Diminui a tonicidade do quimo, porque as substâncias presentes nele vão sendo absorvidas, aí ele não permanece hipertônico. Isso é importante para que ocorra novamente o esvaziamento do estômago.
Secretina: produzida pelas células S do duodeno em resposta ao ácido clorídrico esvaziado pelo piloro (final do estômago). Estimula a secreção de HCO3- pelo pâncreas e ductos biliares para formar bicarbonato e neutralizar o que está no duodeno, inibe secreção de ácido clorídrico e retarda o esvaziamento gástrico.
Peptídeo gástrico inibidor: células endócrinas do intestino delgado em resposta a gordura, AA e carboidratos liberam esse hormônio. Ele diminui a secreção e atividade motora do estômago.
Enterogastrona: secreção estimulada por osmorreceptores duodenais; parece estar associada com a regulação da tonicidade do quimo. 
	A secreção salivar é uma mistura de secreções das glândulas parótidas, submandibulares, sublinguais e acessórias. Essas glândulas são túbulo-acinosas e se dividem em ácino-serosas (produção de enzimas) e ácino-mucosas (produz muco que protege contra a acidez, contato com os alimentos).
	A parótida é uma glândula serosa que produz ptialina (alfa-amilase salivar); a submandibular é sero-mucosa e a sublingual é mucosa. 
	A secreção produzida nos ácinos é conduzida pelos ductos intercalares (drenam os ácinos), estriados e interlobulares (são excretores).
	Funções da secreção salivar: 
Gustação e fonação:lubrificação pelo muco
Protetora: higiene oral (remoção dos restos alimentares, secreções bactericidas, incorporação de flúor e fosfato aos dentes). 
Ação tamponaste: pH alcalino da saliva.
Função digestiva: ptialina quebra amido em maltose (dissacarídeo), maetotriose (3 unidades) e dextrina (um composto maior).
	O pH ótimo da amilase salivar é 4-11 e sua ação continua no estômago até o pH baixar. A lípase lingual hidrolisa lipídios.
	A saliva é hipotônica em relação ao plasma. Os íons mais comumente presentes na saliva são Na, K, Cl e bicarbonato. A saliva é produzida nos ácinos quase isotônica em relação ao plasma (saliva primária). Quando ela flui pelos ductos estriados e sua composição é alterada, ficando hipotônica, ela é chamada saliva secundária. Nos ductos, ocorre a reabsorção de Na e Cl e continuam na saliva para secreção o HCO3- e o K.
	A secreção salivar é contínua. É controlada pelos núcleos saliva tórios. A presença de alimento na cavidade oral promove a excitação dos receptores, que enviam aferencias e geram eferencias parassimpáticas e simpáticas em resposta. Ambos PRECISAM da presença do alimento na cavidade oral e estimulam a secreção da saliva. A diferença é que o SN. Simpático promove vasoconstrição, o que faz a saliva ter menos líquido e ficar com aspecto viscoso; enquanto a saliva produzida sob estímulo do SN Parassimpático é mais diluída.
	Também pode ocorrer a salivação de acordo com estímulos sensoriais (pensar ou ver a comida).
	
Aula 2
A motilidade exercida pela musculatura otimiza os processos de digestão e absorção e mantém o sentido céfalo-caudal do alimento. Quando você toma remédio com muita água, você aumenta a motilidade e ele é absorvido mais rapidamente. 
Na cavidade oral, faringe, terço superior do esôfago e esfíncter anal externo, há músculo estriado esquelético. Já no resto do tubo há musculatura lisa, que apresenta Gap Junction, que promove a comunicação elétrica entre as células. As fibras juntas formam feixes musculares e estes são inervados por um único neurônio. As varicosidades são os locais por onde os NT saem dos neurônios (são protuberâncias no neurônio).
A contração pode ser:
-fásica: contração e relaxamento periódicos, são rápidos. Ex: esôfago, intestino delgado e grosso.
-tônica: contração mais duradoura, sustentada. Os esfíncters geralmente mantêm-se contraídos.
Acoplamento excitação-contração na musculatura visceral: Ocorre um estímulo nervoso, que promove despolarização da membrana, o que sensibiliza os canais de Cálcio voltagem dependentes, que permitem a entrada desses íons na célula e ocorre a contração.
A musculatura lisa sofre pequenas contrações pulsáteis, chamadas ondas lentas. Elas não são um potencial de ação e cada seguimento tem um ritmo basal característico. Acredita-se que as ondas lentas sejam geradas na região do marca-passo onde tem fibras intersticiais de Cajal. Essa região possui fibras musculares diferenciadas e indiferenciadas.
Por ação de modeladores (estímulo nervoso ou hormonal), a amplitude e a frequência podem ser mudadas e ocorre a formação de um potencial de ação (atinge o limiar elétrico). O potencial de ação é deflagrado por maior entrada de cálcio. 
Mastigação: redução do alimento a partículas menores e mistura com o muco secretado pelas glândulas salivares(lubrificação), início da hidrólise de carboidratos pela ptialina. É um ato reflexo que pode sofrer interferência pelo ato voluntário. O principal fenômeno que a mastigação ajuda é na deglutição. Quando um seguimento contrai, o outro relaxa para o alimento ir seguindo.
Deglutição: passagem do bolo alimentar da boca para o estômago. O ato de deglutição começa voluntário e depois segue ato reflexo (SNC e SNE).
O esôfago tem o esfíncter esofágico superior e o inferior. Entre as refeições, o esôfago está relaxado e os esfíncters contraídos, sendo que o superior mais que o inferior, para manter o fluxo de cima para baixo. Por isso o esôfago funciona como barreira no período interdigestivo. 
Fases da deglutição:
-oral (fase voluntária): a ponta da língua comprime o alimento no palato duro e depois ele é direcionado para trás (passa pelo palato mole).
-faríngea (fase reflexa): inicia-se com a estimulação dos receptores táteis da oro-faringe (a epiglote fecha a traquéia e o palato mole chega para trás, para o alimento não ir para o nariz).
-esofágica: começa com a entrada do alimento no esôfago. Para isso, o SNC deflagra uma onda peristáltica que promove a abertura do esfíncter esofágico superior, aí o alimento passa para o esôfago e depois o esfíncter inferior se abre. As vezes, a onda peristáltica promovida pelo SNC não é suficiente para abrir os dois esfíncters, aí ocorre a deflagração de uma segunda onda por parte do SN Entérico.
Motilidade gástrica: a onda peristáltica que veio do esôfago abre o esfíncter esofágico inferior e o alimento passa para o estômago. Com a abertura do esfíncter, ocorre o relaxamento receptivo do estômago.
A força contrátil do estômago aumenta conforme vamos para a região antral, porque essa porção tem massa muscular mais densa. Como o estômago é um órgão de armazenamento, quando chega muito alimento, aumenta a sua motilidade para forçar o fechamento do piloro. A região do Antro também fica se contraindo, o que faz o alimento bater e voltar nessa região, movimento chamado retropropulsão do bolo alimentar que o ajuda a se liquefazer, virando quimo. 
A propulsão peristáltica inicia-se na região do marca-passo e aumenta no sentido da região antro-pilórica. No estômago também ocorre a mistura alimento-líquido estomacal e trituração na região antral.
Esvaziamento gástrico: ocorre com a abertura do piloro, fazendo com que o quimo saia do estômago e vá para o duodeno. O esfíncter pilórico faz a barreira estômago-duodeno nos períodos interdigestivos; e regula a velocidade de esvaziamento gástrico de acordo com a capacidade do duodeno em processar o quimo.
Controle da atividade motora do piloro:
-SNA: Acetilcolina e Noradrenalina promovem a contração.
-hormônios gastrointestinais (liberados quando o alimento chega no duodeno): gastrina, secretina, enterogastrona > também promovem a contração.
Se tiver alimento no duodeno, o piloro mantém-se contraído para que o duodeno possa processar o quimo. No duodeno, ocorre a sensibilização de quimio, osmo e mecanorreceptores, o que ativa vias noradrenérgicas (SN Simp.) e culmina na contração do piloro. As vias colinérgicas (SN Paras.) também promovem a contração do piloro.
Os quimiorreceptores duodenais quando detectam a presença de lipídios, mandam através da colecistocinina que ocorra a diminuição do esvaziamento gástrico.
Os aa no duodeno induzem a liberação da gastrina para também diminuir o esvaziamento gástrico.
OBS: toda resposta de feedback para fechar o piloro é gerada no duodeno. Quando ocorre a absorção no duodeno, o piloro pode novamente se abrir.

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