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Doenças crônico-degenerativas APRESENTAÇÃO Entre as inúmeras doenças que podem acometer o corpo humano, encontram-se as doenças crônico-degenerativas. Estas doenças são bastante difíceis de se fazer o diagnóstico precoce, uma vez que muitas delas apresentam os sinais e sintomas já em um estado avançado. Além dos sinais fisiopatológicos específicos de cada uma das doenças, elas podem comprometer a qualidade de vida, pois a incapacidade dos indivíduos em realizar tarefas e movimentos comuns do dia a dia pode ficar comprometida. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender como cada uma dessas patologias se desenvolve, quais são seus principais sintomas e como os profissionais de Educação Física podem contribuir para a prevenção e promoção da saúde. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Discutir a fisiopatologia e a influência do exercício físico nas doenças crônico- degenerativas neurais. • Descrever a fisiopatologia e a relação com exercício físico das doenças crônico- degenerativas osteoarticulares. • Reconhecer os potenciais benefícios do exercício físico no controle da Aids, da fibromialgia e do câncer. • DESAFIO As doenças crônico-degenerativas, inclusive o câncer, constituem uma importante causa de mortalidade. Os vários tipos de câncer, ainda que tenham o mesmo mecanismo fisiopatogênico, diferem do ponto de vista clínico, do etiológico e do preventivo. São doenças diferenciadas, sendo que a maioria é determinada ou está associada a fatores extrínsecos à pessoa (estilo de vida e fatores ambientais) e, portanto, são potencialmente preveníveis. Imagine que você começou a atuar em uma instituição não escolar, com indivíduos adolescentes, promovendo oficinas esportivas com vistas à promoção da saúde. Frente a isto, responda: a) Considerando que as oficinas ocorrem a céu aberto, quais fatores ambientais podem estar associados ao desenvolvimento de neoplasias e como você poderia evitá-las? b) Considerando a preparação para a vida adulta e a adoção de hábitos alimentares saudáveis, quais orientações você poderia sugerir para que os adolescentes reduzissem suas chances de desenvolver câncer? c) Considerando que a adolescência é marcada por ser uma fase de muitas experimentações, quais tipos de exposições ao câncer podem surgir nessa idade? INFOGRÁFICO Um dos grandes desafios dos profissionais de Educação Físico é lidar com indivíduos que são acometidos por doenças crônico-degenerativas como a doença de Parkinson, o mal de Alzheimer, a osteoporose, entre tantas outras que são comuns na atualidade. Estas doenças apresentam características que diminuem a qualidade de vida das pessoas, uma vez que interferem diretamente nas aptidões motoras, nas capacidades cognitivas e, consequentemente, nas relações sociais. No entanto, a Educação Física tem apresentado resultados significativos para amenizar os sinais e sintomas vividos por sujeitos acometidos por essas patologias. No Infográfico a seguir, você poderá vislumbrar uma síntese das características das principais doenças crônico-degenerativas e como o exercício físico pode auxiliar na recuperação de indivíduos acometidos por essas patologias. CONTEÚDO DO LIVRO As doenças crônico-degenerativas atingem muitas pessoas atualmente. Essas patologias podem desenvolver sinais e sintomas que comprometem a qualidade de vida, como, por exemplo, dores, dificuldade para realizar movimentos, ansiedade e depressão. A atividade física pode ser um grande aliado nos tratamentos dessas doenças, uma vez que os exercícios físicos possibilitam a maior funcionalidade dos movimentos corporais e podem atuar como forma terapêutica, prevenindo os sintomas psicológicos e emocionais. No capítulo Doenças crônico-degenerativas, do livro Saúde e Prescrição do Exercício Físico, você vai compreender algumas das principais doenças crônico-degenerativas, suas implicações para a saúde dos indivíduos que as desenvolvem e o papel da atividade física na prevenção e promoção do tratamento essencial para a manutenção da qualidade de vida. Boa leitura. SAÚDE E PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO Patrick da Silveira Gonçalves Doenças crônico- degenerativas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Discutir a influência do exercício físico nas doenças crônico-dege- nerativas neurais. � Descrever a fisiopatologia das doenças crônico-degenerativas osteo- articulares e a sua relação com exercício físico. � Reconhecer os potenciais benefícios do exercício físico no controle da aids, da fibromialgia e do câncer. Introdução As doenças crônico-degenerativas afetam muitas pessoas e seus sin- tomas restringem a movimentação diária desses indivíduos, acarretam em perdas na qualidade de vida e desencadeiam sintomas associados, como a depressão e a ansiedade. Os exercícios físicos, além de reduzirem a incidência de várias dessas doenças por meio de sua prática regular, ainda podem contribuir no tratamento e na recuperação dos pacientes, reduzindo ou revertendo os impactos patológicos causados. Neste capítulo, você vai compreender as principais doenças crônico- -degenerativas neurais e osteoarticulares, a aids, o câncer e a fibromialgia, as relações da prevenção dessas patologias e a promoção da saúde e da qualidade de vida por meio dos exercícios físicos. Influência do exercício físico nas doenças crônico-degenerativas neurais A degeneração de alguns tecidos é um processo natural do corpo humano. À medida que envelhecemos, muitos tecidos apresentam perdas em tamanho e Doenças crônico-degenerativas2 em composição, que podem comprometer, também, o seu funcionamento. Em alguns casos, esse fenômeno é acelerado por condições patológicas crônicas. As doenças crônico-degenerativas afetam, de forma geral, indivíduos da vida adulta, uma vez que muitas delas possuem incubação não inferior a 20–25 anos, isto é, se desenvolvem a partir de um processo longo e duradouro (GILLIAM; MACCONNIE, 1984). Por refletir uma condição que não se manifesta na infância e na adoles- cência, os programas de promoção da saúde e, em especial, os currículos escolares, pouco investem suas práticas para a adoção de hábitos saudáveis que possam vir a evitar essas doenças ou minimizar os efeitos que elas possam causar nos sujeitos que venham a desenvolvê-las. Portanto, as ações focadas no tratamento dessas doenças, que revertem ou amenizam os seus efeitos, serão realizadas pela educação física fora do ambiente escolar. Nesta seção, iremos discutir as principais doenças crônico-degenerativas neurais e a influência do exercício físico. Esclerose múltipla A esclerose múltipla é uma desordem desmielinizante dos axônios, em que a autoimunidade acaba por destruir as estruturas nervosas, o que ocasiona episódios repetidos de disfunção neurológica. Sua causa ainda é bastante des- conhecida; no entanto, a hipótese mais aceita é a de que a esclerose múltipla é fruto da predisposição genética e de algum fator ambiental desconhecido. Essa doença provoca desordens no sistema imunológico que geram autolesões na substância branca neural, isso resulta na perda de oligodendrócitos e mielina, o que causa a dificuldade da transmissão dos impulsos nervosos (MOREIRA et al., 2000). A dificuldade na condução nervosa tem como sinais e sintomas principais as alterações sensitivas no sistema vestibular e as alterações mo- toras, entre elas: � fraqueza muscular (principal sintoma); � marcha instável e lenta com tremores nas extremidades; � movimentos rápidos e involuntários dos olhos; � espasticidade (hipertonia muscular); � debilidade; � rigidez; � instabilidade no equilíbrio; � cansaço anormal; � distúrbios e dores pelo corpo; 3Doenças crônico-degenerativas � fraqueza e perda da coordenação motora dos membros superiores e inferiores; � dificuldades em andar ouem manter o equilíbrio, podendo ocorrer perda da capacidade de andar. Com os inúmeros sinais e sintomas que afetam o desempenho motor, podemos esperar que os indivíduos acometidos pela esclerose múltipla têm a suas vidas diárias bastante afetadas. A fraqueza muscular típica da doença representa uma dificuldade grande em tarefas muito simples, como subir ou descer uma escada. Além disso, é comum o desenvolvimento de depressão frente às dificuldades encontradas para a locomoção e nos cuidados corporais básicos, o que diminui a qualidade de vida (JANARDHAN; BAKSHI, 2002). Nesse sentido, os exercícios físicos são grandes aliados no tratamento dessa doença. O quadro clínico sugere que treinamentos aeróbicos sejam realizados em cicloergômetros, uma vez que esses aparelhos podem com- pensar a espasticidade, os déficits de força muscular, de equilíbrio e de fadiga (PETAJAN et al., 1996). A prática da ioga, especialmente em grandes grupos, tem sido indicada e tem apresentado resultados significativos na aptidão aeróbica e no combate à depressão (PETAJAN; WHITE, 1999). Outra atividade recomendada para a esclerose múltipla são aquelas desenvolvidas em meio aquático, pois reduzem a ação da gravidade e permitem maior equilíbrio e amplitude articular para realizar movimentos que são difíceis em terra (SUTHERLAND; ANDERSEN, 2001). Esclerose lateral amiotrófica A esclerose lateral amiotrófica (ELA), também chamada de doença de Lou Gehrig, é uma patologia caracterizada pela degeneração progressiva de células nervosas do encéfalo e da medula espinhal. A morte dos neurônios motores ocasiona a inatividade dos músculos responsáveis pelos movimentos voluntários e involuntários. Ela pode ser adquirida ou hereditária. Quando afeta a região dorsal da medula, afeta os nervos dos membros superiores, primeiramente, em um dos lados, passando a afetar o outro lado do corpo, posteriormente. Quando afeta as células nervosas do tronco cerebral, atinge de forma recorrente os nervos que controlam os músculos dos olhos, da língua, da faringe e da face (ASHWORTH; SATKUNAM; DEFORGE, 2012). Entre os sintomas e sinais mais comuns, encontram-se os seguintes: Doenças crônico-degenerativas4 � fraqueza progressiva; � atrofia muscular; � diminuição da força muscular; � cãibras musculares; � tremor involuntário das mãos; � perda de equilíbrio; � contrações involuntárias e descoordenação dos músculos; � hiperreflexia (reflexos muito ativos/reflexos exagerados); � disartria (dificuldade de articular as palavras de maneira correta); � disfagia (dificuldade na deglutição — engolir a saliva e os alimentos); � perda de peso; � paralisia da função respiratória, que pode levar a queixas de cansaço. A associação entre a prática de atividades físicas e a ELA é bastante con- troversa. Alguns estudos têm apresentado que o exercício físico pregresso desencadeia o processo degenerativo (STRICKLAND et al., 1996; SCARMEAS et al., 2002). Por outro lado, alguns estudos têm apresentado que não há uma relação entre a prática de atividades físicas e o desencadeamento patológico (LONGSTRETH et al., 1998; VELDINK et al., 2005). Em relação ao tratamento da ELA e sua relação com o exercício físico, diversos estudos têm apontado o treinamento de força muscular como benéfico frente à perda progressiva dessa valência física. O treinamento de força pode ocasionar a redução na deterioração nas escalas de espasticidade, a redução no declínio da força e o aumento da capacidade funcional (NORDON; ES- PÓSITO, 2009). O termo “esclerose” significa endurecimento do tecido e pode se referir a: � aterosclerose — doença inflamatória dos vasos sanguíneos; � ELA — doença neurodegenerativa; � esclerose múltipla — doença neurológica crônica que é desmielinizante; � esclerose sistêmica — doença crônica degenerativa, caracterizada pela produção excessiva de colágeno e morte de diversos tecidos do corpo; � esclerose tuberosa — doença genética que causa tumores em vários órgãos do corpo humano. 5Doenças crônico-degenerativas Síndrome de Parkinson A síndrome de Parkinson é uma doença que ocasiona a morte dos neurônios produtores de dopamina e não apresenta causas específicas (CORRÊA, 1996). O local mais comum de degeneração celular é a substância negra presente na base do mesencéfalo, que é responsável pela produção do neurotransmissor dopamina. No entanto, com o avançar da doença, outras regiões, além da substância negra, podem ser afetadas, levando a anormalidades na produção de outros neurotransmissores (serotonina, acetilcolina e noradrenalina). De forma geral, as zonas afetadas são as responsáveis pelo controle motor. Entre os sintomas e sinais mais comuns, encontram-se: � rigidez dos músculos; � tremor; � bradicinesia (lentidão dos movimentos); � instabilidade postural; � perda de reflexos posturais. Em indivíduos com síndrome de Parkinson, o risco de queda é bastante grande. Nesse sentido, as atividades físicas regulares podem contribuir para melhora do equilíbrio e da marcha, menor dependência para realização de atividades diárias, melhora da autoestima e da autoconfiança e significativa melhora da qualidade de vida (NÓBREGA et al., 1999). A Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson (APDPk), uma instituição de Portugal, lançou em 2014, um manual com o objetivo de transmitir os conhecimen- tos produzidos por médicos, cientistas, fisioterapeutas e psicólogos de forma clara e simples para o doente, o seu cuidador e a comunidade civil. Para ter acesso a esse documento, acesse o link a seguir. https://goo.gl/6mXCMB Doenças crônico-degenerativas6 Doença de Alzheimer A doença de Alzheimer é uma patologia progressivamente incapacitante que atinge os neurônios do cérebro. A morte dos neurônios está associada à acumulação e à deposição cerebral de aglomerados proteicos. Com isso, as mitocôndrias neuronais têm seu funcionamento alterado, levando à falta de energia dos neurônios e desencadeando processos inflamatórios no cérebro (STELLA, 2006). Em geral, as áreas afetadas pela doença de Alzheimer são responsáveis pelas funções cognitivas, pela linguagem, pela agilidade nos movimentos e pelo equilíbrio. Diversos estudos têm apontado para a importância das atividades aeróbicas para a manutenção e a melhora da oxigenação cerebral, contribuindo para as funções cognitivas e para a linguagem. Além disso, os treinamentos de força, de tomadas de decisão e de agilidade são importantes para a manutenção da realização das atividades de vida diária (COELHO et al., 2009). É possível pensar que as doenças crônico-degenerativas neurais compro- metem a qualidade de vida de pessoas de ambos os sexos. Elas são bastante comuns na vida adulta e têm se expressado com maior ênfase no início do envelhecimento. As atividades físicas são importantes instrumentos na preven- ção a essas doenças e também na manutenção e na recuperação das funções motoras e cognitivas que foram comprometidas. Na próxima seção, vamos buscar compreender como os processos degenerativos afetam os ossos e as articulações. Relação entre o exercício físico e as doenças crônico-degenerativas osteoarticulares Os ossos e as articulações podem apresentar alterações degenerativas que res- tringem o movimento e as atividades rotineiras dos indivíduos, principalmente dos idosos, que são as pessoas mais atingidas por essas alterações patológicas. A seguir, vamos discutir cada uma delas e sua relação com o exercício físico. 7Doenças crônico-degenerativas Osteoartrose A osteoartrose (ou osteoartrite) é uma doença degenerativa que afeta as car- tilagens de articulações que sustentam o peso corporal como, por exemplo, o joelho. É uma doença bastante comum em indivíduos com mais de 50 anos de idade e atinge entre 44% e 70% dessa população. Em indivíduos acima de 75 anos de idade, a estimativa é de que atinja cerca de 80% das pessoas (REJAILI et al., 2005). Entre os sinais e os sintomas mais comuns, podemosidentificar: � dor intensa; � rigidez matinal; � crepitação óssea; � atrofia muscular; � estreitamento do espaço intra-articular; � formações de osteófitos; � esclerose do osso subcondral; � formações císticas. Na osteoartrose, a cartilagem é o tecido que sofre mais alterações: perde sua natureza homogênea e é rompida e fragmentada, com fibrilação, fissuras e ulcerações. Veja a Figura 1. Cartilagem diluída Osso Articulação normal Destruição da cartilagem Cartilagem Terminação óssea Cartilagem em diluição Esporão ósseo Figura 1. Desenvolvimento da artrose dentro de uma articulação. É possível observar a articulação saudável, a forma como ocorre o seu estreitamento e o afinamento da cartilagem em demasia a ponto de impedir o impacto entre as duas estruturas ósseas. Fonte: Adaptada de Tefi/Shutterstock.com. Doenças crônico-degenerativas8 Como consequência da osteoartrose, as pessoas tendem a se movimentar menos e a perder a qualidade de vida. A atividade física, por meio de terapia física local, de reabilitação, de exercícios, de redução dos fatores mecânicos sobre a articulação, e ainda, de terapias alternativas, podem proporcionar à pessoa acometida melhorias no quadro patológico e manutenção da função articular, o que reflete principalmente no ganho de qualidade de vida dessas pessoas. Entre os exercícios que auxiliam no combate às limitações impostas pela osteoartrite, os treinamentos de força muscular têm se demonstrado efetivos nos ganhos dessa força, na melhora da dor e da função do tempo de caminhada. Os exercícios aquáticos, por diminuírem a pressão exercida nas articulações do joelho e do quadril e por permitirem os movimentos por mais tempo, podem contribuir na melhora da aptidão física. Os exercícios isocinéticos também têm se demonstrado eficientes na melhora da função articular e na diminuição da dor (DUARTE et al., 2013). Osteopenia e osteoporose A osteopenia consiste na perda da densidade mineral óssea que, se não tratada, leva ao quadro de osteoporose. A osteoporose, de forma geral, se encontra relacionada à deficiência de cálcio e de vitamina D, ao sedentarismo, à baixa ingestão de proteínas e à ingestão inadequada de alimentos alcalinizastes, como frutas e hortaliças (VIEIRA, 2013). Essa patologia se encontra, com maior frequência, em mulheres no período pós-menopausa, em razão das alterações hormonais características dessa fase. Embora o processo de perda da densidade óssea não seja reversível, ele pode ser evitado e amenizado com o tratamento que geralmente ocorre com a reposição hormonal, com a ingestão de cálcio e com a complementação desses tratamentos com exercícios que têm cargas de peso e impactos (GALLAHUE; OZMUN, 2013). Diversas pesquisas têm buscado identificar as influências dos exercícios físicos no tratamento e na recuperação da osteoporose. O Quadro 1 traz uma síntese desses estudos. 9Doenças crônico-degenerativas Tipo de exercício realizado no estudo Objetivo do exercício Complementação ao exercício Resultados Caminhadas rápidas Preservação da densidade mineral óssea em mulheres osteoporóticas Não houve A densidade mineral óssea do quadril apresentou poucos ganhos Corrida e exercício de extensão de joelho Redução dos riscos de queda Não houve Houve leve aumento no equilíbrio estático, no equilíbrio dinâmico e na força de extensão do joelho Comparação de atividade física diária por meio de acelerômetro Verificação da influência da atividade física habitual na densidade mineral de ossos em indivíduos submetidos à terapia de substituição hormonal Não houve Quanto maior o nível de atividade física, maior a densidade mineral do osso Extensão isométrica de tronco (posição antigravitacional) Diminuição do risco de fraturas vertebrais, fortalecimento da musculatura extensora de troco e melhora da qualidade de vida Não houve Exercícios de força de baixa intensidade são capazes de melhorar a qualidade de vida e a força dos extensores da coluna em pacientes com osteoporose Quadro 1. Estudos realizados com indivíduos idosos osteoporóticos (Continua) Doenças crônico-degenerativas10 Fonte: Adaptado de Santos e Borges (2010). Tipo de exercício realizado no estudo Objetivo do exercício Complementação ao exercício Resultados Cadeia cinética aberta para fortalecimento dos músculos extensores e flexores do joelho Melhora da qualidade de vida Não houve Exercícios de alongamentos gerais, em cadeia cinética aberta e caminhada aumentaram a qualidade de vida de mulheres com osteoporose Modificação do estilo de vida quanto a exercício e nutrição Prevenção de fraturas Cálcio e vitamina D Programas de educação e mudança de comportamento com base na comunidade podem reduzir de forma significativa os fatores de risco para osteoporose e fraturas relacionadas Treinamento de força muscular, coordenação, equilíbrio e resistência Diminuição de riscos de queda, aumento da força muscular e do nível de atividade física Cálcio e vitamina D Muito eficiente para diminuir risco de quedas. Eficiente para os demais objetivos Exercícios de equilíbrio, coordenação e deambulação Redução dos riscos de queda Não houve As melhorias foram clinicamente significativas e aumentaram ao longo do tempo Quadro 1. Estudos realizados com indivíduos idosos osteoporóticos (Continuação) 11Doenças crônico-degenerativas Como o Quadro 1 aponta, a atividade física é essencial para a manutenção da densidade óssea. Uma das grandes preocupações que afetam a qualidade de vida de indivíduos com osteoporose são as quedas, que acarretam em constantes fraturas em razão da densidade óssea diminuída. Os estudos indicam que o treinamento de força muscular, de coordenação, de equilíbrio e de resistência são essenciais para o tratamento do indivíduo osteoporótico, pois reduz os riscos de queda e ameniza a perda de densidade mineral. Com efeito, os exercícios físicos são muito importantes nas patologias crônico-degenerativas, sejam elas neurais ou osteoarticulares. Além dessas doenças, podemos evidenciar que, durante os últimos anos, houve avanços científicos na pesquisa de doenças como o câncer e a aids. Na próxima seção, vamos discutir a relação entre o exercício físico e essas patologias. Benefícios do exercício físico no controle da aids, do câncer e da fibromialgia O exercício físico é essencial para a promoção da saúde e para o incremento da qualidade de vida, esteja a pessoa com a afecção de alguma patologia ou não. Nos casos em que os indivíduos sofrem com algumas doenças específicas, o exercício físico pode ser fundamental para o controle e a recuperação do paciente. Nesta seção, vamos elaborar uma breve discussão sobre a importância do exercício físico no controle da aids, do câncer e da fibromialgia, patologias que afetam muitos brasileiros. O exercício físico no controle da aids A aids é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV, do inglês human immunodeficiency virus). O HIV é um retrovírus que causa a imunossupressão profunda e o consequente quadro de infecções oportunistas, neoplasmas secundários e distúrbios neurológicos (RASO et al., 2007) com a supressão de linfócitos T CD4+ e glóbulos específicos, e compromete o potencial de defesa do sistema imune. A aids é uma doença crônica e potencialmente letal. Doenças crônico-degenerativas12 A aids foi reconhecida em 1981, pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. No Brasil, segundo estimativas do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), estima-se que existam 630 mil pessoas vivendo com o HIV, ou 0,6% da população adulta. A transmissão do HIV ocorre pelo contato sanguíneo direto ou pelo con- tato com fluidos corporais que contenham o vírus ou as células infectadas pelo vírus. Esse contato envolve três vias de transmissão: o contato sexual, a inoculação parenterale a passagem do vírus da mãe ao filho recém-nascido. A principal via de transmissão é o sexo sem o uso de preservativos. A infecção pelo HIV se manifesta em quatro fases, descritas a seguir: 1. Infecção aguda — aparecimento de sinais bastante semelhante a outras doenças virais, como, por exemplo, febre e dor de cabeça. 2. Fase assintomática ou latência clínica — caracterizada pela ausência de sinais. Essa fase pode durar anos. 3. Fase sintomática inicial ou precoce — caracterizada pelas alterações progressivas da imunidade como surgimento de febre prolongada, diarreia crônica, perda de peso, suores noturnos, perda de força física e aumento de glândulas. 4. aids. A principal forma farmacológica de tratamento consiste na terapia antir- retroviral de alta atividade (HAART, do inglês highly active anti-retroviral therapy), que diminui a replicação viral e induz a consequente diminuição da quantidade de vírus no sistema sanguíneo. Ainda que a HAART tenha representado ganhos em relação à sobrevida do indivíduo com HIV, alguns efeitos colaterais são bastantes evidentes: � Síndrome da perda de peso — a HAART promove o decréscimo na massa muscular celular e a desregulação neuroendócrina, o que ocasiona a redução no peso corporal. � Lipodistrofia — é uma síndrome caracterizada principalmente por acúmulo de gordura visceral, por perda de gordura periférica nas extre- midades e face e por distúrbio no metabolismo dos lipídios que exerce 13Doenças crônico-degenerativas consequências deletérias à integridade biopsicossocial do indivíduo com HIV. Além desses fatores, é comum observar o menor volume respiratório de indivíduos com HIV do que de indivíduos que não apresentam essa condição. Outros fatores bastante presentes são o desenvolvimento de osteopenia e os- teoporose e a predisposição para o desenvolvimento de doenças cardíacas por meio da calcificação da artéria coronariana, principalmente quando associadas a hábitos de vida não saudáveis (MONTEIRO et al., 2011). O exercício físico é um grande aliado no controle da aids, pois pode amenizar os efeitos colaterais induzidos pela terapia farmacológica. Durante o exercício físico, neutrófilos e linfócitos têm suas produções aumentadas. No entanto, o exercício físico bastante intenso pode representar uma queda nos linfócitos após a prática, constituindo uma janela para a contração e o desenvolvimento de infecções por até 72 horas. Logo, os exercícios mais adequados devem ser executados em uma intensidade moderada e por curta duração, sendo eles tanto aeróbicos quanto anaeróbicos (RASO et al., 2007). Entre os benefícios mais evidentes do exercício físico para pessoas com HIV, podemos constatar a melhoria da composição corporal, de problemas cardiovasculares, nos aspectos psicológicos, do quadro de dislipidemia (dis- túrbio nos níveis de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue), em problemas como osteopenia e osteoporose, do sistema imune e a redução da pressão arterial (PALERMO; FEIJÓ, 2003). O exercício físico no controle do câncer O câncer é uma doença caracterizada por neoplasias benignas e malignas, em que as células tendem a se multiplicar rapidamente e a se espalhar para outras regiões do corpo. Mesmo com o tratamento adequado, as reincidências da doença são bastante comuns (STEVENS; LOWE, 1996). Indivíduos com câncer desenvolvem um intenso catabolismo, que pode resultar em atrofia muscular, em perda de peso, em fadiga intensa, entre outras complicações. Nesse sentido, os estudos que relacionam a prática de atividades físicas para a prevenção e o controle do câncer são frequentes. Doenças crônico-degenerativas14 O tratamento do câncer ocorre por três motivos principais: a cura do pa- ciente, o prolongamento da vida (frente à irreversibilidade do quadro patológico) e a melhora da qualidade de vida do paciente. O objetivo dos tratamentos, portanto, dependem do estágio de avanço e do tipo de câncer a que cada in- divíduo é acometido. De forma geral, o tratamento do câncer ocorre por meio de cirurgia (para remoção de tumores), de quimioterapia, de radioterapia, de hormonoterapia e de imunoterapia (NUNES, 1996). Associado a isso, muitos estudos têm se dedicado a buscar outros métodos que venham a promover a cura ou o controle do quadro patológico, como é o caso do exercício físico. Com os avanços das pesquisas relacionando os hábitos de vida com o desenvolvimento do câncer, é possível pensar que o sedentarismo se apresenta como um fator de risco para o desenvolvimento da doença e a incidência da mortalidade. Everson et al. (2003) concluem que os níveis de aptidão cardior- respiratória e a obesidade são determinantes para o risco de morte em pacientes com câncer. Como associação, os autores mencionam que índices elevados de aptidão cardiorrespiratória podem impedir a formação de neoplasias. No mesmo sentido, Nogueira e Lima (2018) concluem que o exercício físico está relacionado à redução de danos celulares, ao efeito epigenético (regulação de genes) e à redução dos efeitos deletérios de outras doenças preexistentes, como é o caso da obesidade e da diabetes. O exercício físico também inibe a produção de insulina e aumenta a ativação do sistema imunológico, contri- buindo para a prevenção de neoplasias. Em relação aos benefícios do exercício para o tratamento do câncer, Dimeo, Rumberger e Keul (1998) relatam que a maioria dos indivíduos com câncer experimenta perda de energia e limitação no desempenho físico. Esses fenô- menos ocorrem, em grande parte, em razão dos tratamentos quimioterápicos e radioterápicos e também estão associados ao desenvolvimento da depressão, da esclerose múltipla e a da artrite. Nessa mesma perspectiva, Nogueira e Lima (2018) ressaltam que o treinamento físico causa alterações no hipotálamo/ hipocampo, capazes de regular o apetite e liberar o hormônio BDNF, que atua na ativação do crescimento do tecido nervoso. Também é capaz de reduzir as inflamações neuronais, melhorar a cognição e a saúde mental. Esses resultados têm como consequência a redução dos efeitos colaterais ocasionados pela quimioterapia, pela radioterapia, pela hormonoterapia e pela imunoterapia, a destruição de células cancerígenas e a regulação dos genes. Quanto aos tipos de exercícios que podem ser realizados para o tratamento de indivíduos com câncer, temos as seguintes recomendações: 15Doenças crônico-degenerativas Quanto à modalidade: a maioria dos exercícios que envolvem grandes gru- pos musculares é apropriada, porém caminhar e pedalar são especialmente recomendados. É imperativo modificar a modalidade do exercício com base nos efeitos do tratamento agudo/crônico da cirurgia, da quimioterapia e/ou da radioterapia. Quanto à frequência: pelo menos, de três a cinco vezes por semana; porém o exercício diário pode ser ótimo para os pacientes com câncer não condicionados, que devem realizar exercícios de intensidade mais leve e de duração mais curta. Quanto à intensidade: intensidade moderada, dependendo do nível atual de aptidão e da gravidade dos efeitos colaterais dos tratamentos. As diretrizes incluem 50% a 70% do consumo máximo de oxigênio (VO2máx.) ou 60% a 80% da frequência cardíaca (FC) máxima. Quanto à duração: pelo menos de 20 a 30 minutos contínuos, porém esse objetivo poderá ser alcançado em múltiplas sessões intermitentes mais curtas (por exemplo, de 5 a 10 minutos) com intervalo de repouso para os pacientes não condicionados ou que experimentam efeitos colaterais graves do tratamento. Quanto à progressão: a progressão inicial deve ser na frequência e na du- ração e, somente quando essas metas tiverem sido alcançadas, a intensidade poderá ser aumentada. A progressão deve ser mais lenta e mais gradual para os pacientes não condicionados ou que experimentam efeitos colaterais graves do tratamento. Dessa forma, é possível reconhecer que a atividade física é positiva para a prevenção do câncer e para o tratamento dessa doença. É importante destacarque, embora muitos estudos apresentem com veemência os benefícios da ativi- dade física, diversos outros estudos ainda apontam que as investigações devem se aprofundar, especialmente para identificar os mecanismos de formação de neoplasias que são evitados pelos exercícios físicos. O exercício físico no controle da fibromialgia A síndrome da fibromialgia é uma doença reumática não inflamatória que afeta principalmente mulheres brancas com idade entre 40 e 55 anos. É caracterizada por dor muscular esquelética intensa e difusa em pontos específicos (chamados Doenças crônico-degenerativas16 de tender points) e sensíveis à palpação de 4kg. As causas da fibromialgia são desconhecidas, embora alguns indícios apontem a relação com predisposição genética, alterações neuroendócrinas, psicossomáticas e do sono, incluindo outros fatores externos, como trauma, artrite periférica e possível microtrauma muscular por descondicionamento físico (SANTOS; KRUEL, 2009). Como principais sintomas associados, além das dores musculoesqueléticas associadas, também ocorrem: � distúrbios do sono; � rigidez matinal; � cefaleia crônica; � distúrbios psíquicos. A dor intensa pode dificultar os movimentos rotineiros e diminuir os perí- odos de sono, induzindo os indivíduos a quadros de depressão e ansiedade e, como consequência, a redução da qualidade de vida. Por ser uma síndrome de difícil diagnóstico e tratamento, é comum o paciente desenvolver sentimentos de vulnerabilidade e desamparo e iniciar uma série de processos emocionais, incluindo alterações de humor. Frente a isto, Bressan et al. (2008) sugerem que os exercícios de alongamento façam parte do tratamento de pacientes com síndrome de fibromialgia, pois conduzem para a melhora do sono e a rigidez matinal, comum nesses casos. Outros exercícios físicos muito indicados são os aeróbicos de baixo impacto. Valim et al. (2003) apontam que os exercícios aeróbicos têm demonstrado resultados satisfatórios na diminuição da dor e dos sintomas emocionais e psicológicos. Em especial, os programas de exercícios físicos incluem o alon- gamento, o fortalecimento muscular, a hidroterapia e os exercícios aeróbios, como caminhada, bicicleta e natação. De forma geral, nota-se que os exercícios de baixa intensidade são os mais eficazes, pois produzem diminuição do impacto da fibromialgia na qualidade de vida dos indivíduos. No mesmo sentido, Steffens et al. (2011) afirmam que o exercício mais prescrito é o aeróbio de baixo impacto, com gradativo aumento de carga e intensidade de até 65 a 70%. Com isso, a prática de caminhadas regulares pode representar aumentos na qualidade do sono e os estados de humor em indivíduos com síndrome da fibromialgia. 17Doenças crônico-degenerativas Para melhor compreender as atividades que devem ser oportunizadas para indivíduos com fibromialgia, apresentamos como exemplo algumas possibilidades: � Aeróbicos — pedalada, caminhada, trote, natação. Fazer um exercício aeróbico três vezes por semana ajuda a manter o peso e a manter níveis elevados de hormônios que permitem o relaxamento muscular. � Musculação — existem estudos apontando que treinos de resistência melhoram os sintomas da fibromialgia. � Pilates — o método trabalha a postura corporal, a flexibilidade, o equilíbrio e a respiração, contribuindo para relaxar os músculos e combater a ansiedade e a depressão. � Exercícios no meio líquido — natação ou hidroginástica favorecem a diminuição das dores e possibilitam os movimentos mais amplos. � Alongamento — embora não existam tantos estudos sobre essa técnica no tra- tamento da fibromialgia, há indícios de que ajuda a contornar a rigidez. O exercício físico e os programas de intervenção são essenciais para a manutenção da saúde e da qualidade de vida de indivíduos que venham a desenvolver alguma patologia. Não só na prevenção e no tratamento das doenças, os exercícios físicos também auxiliam no combate aos desequilí- brios emocionais, como a depressão e a ansiedade, que acomete muitos dos indivíduos que sofrem com as doenças crônico-degenerativas. ASHWORTH, N. L.; SATKUNAM, L. E.; DEFORGE, D. Treatment for spasticity in amyotrophic lateral sclerosis/motor neuron disease. Cochrane Database of System Reviews, v. 25, n. 1, p. CD004156, 2012. doi: 10.1002/14651858.CD004156.pub4. BRESSAN, L. R. et al. Efeitos do alongamento muscular e condicionamento físico no tratamento fisioterápico de pacientes com fibromialgia. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 12, n. 2, p. 88-93, abr. 2008. COELHO, F. G. de. M. et al. Atividade física sistematizada e desempenho cognitivo em idosos com demência de Alzheimer: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 31, n. 2, p. 163-170, jun. 2009. CORRÊA, A. C. O. Envelhecimento, depressão e doença de Alzheimer. Belo Horizonte: Health, 1996. Doenças crônico-degenerativas18 DIMEO, F.; RUMBERGER, B. G.; KEUL, J. Aerobic exercise as therapy for cancer fatigue. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 30, n. 4, p. 475-478, 1998. DUARTE, V. de. S. et al. Exercícios físicos e osteoartrose: uma revisão sistemática. Fisio- terapia e Movimento, v. 26, n. 1, p. 193-202, mar. 2013. EVERSON, K. R. et al. The effect of cardiorespiratory fitness and obesity on cancer mortality in women and men. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 35, n. 2, p. 270-277, 2003. GALLAHUE, D.; OZMUN, J. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. GILLIAM, T. B.; MACCONNIE, S. E. Coronary heart disease risk in children and their phy- sical activity patterns. In: BOILEAU, R. A. Advances in pediatric sport sciences: biological issues. Champaign: Human Kinetics Publishers, 1984. p. 171-187. JANARDHAN, V.; BAKSHI, R. 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Porto Alegre: Artmed, 2013. Leituras recomendadas FLETCHER, R. H.; FLETCHER, S. W.; FLETCHER, G. S. Epidemiologia clínica: elementos essenciais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. HAYNES, R. B. et al. Epidemiologia clínica: como fazer pesquisa clínica na prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. HULLEY, S. B. et al. Delineamento a pesquisa clínica: uma abordagem epidemiológica. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. Conteúdo: DICA DO PROFESSOR O câncer é uma doença caracterizada pela multiplicação desordenada e rápida de células, podendo se espalhar para diversas partes do corpo. Estudos que relacionam a prática de atividades físicas para a prevenção e o controle do câncer são bastante frequentes. No entanto, apenas a prática de atividades físicas não é suficiente para a prevenção do câncer. Na Dica do Professor, a seguir, você vai conhecer os principais fatores de risco que podem ser evitados para uma vida saudável e o não desenvolvimento dessa patologia. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) A esclerose múltipla é uma doença crônico-degenerativa que atinge cerca de 40.000 brasileiros. Analise as alternativas abaixo e assinale aquela que apresenta uma característica dessa patologia. A) A esclerose múltipla é uma doença degenerativa que afeta principalmente os neurônios, através de um processo de desmielinização. B) A esclerose múltipla possui como principal sintoma a sarcopenia, que ocorre sem uma causa conhecida. C) A esclerose múltipla pode ser definida como dores musculares esqueléticas que ocorrem em pontos específicos do corpo humano. D) A esclerose múltipla pode ser considerada uma doença adquirida, tendo como princípio contagioso a inoculação parenteral. E) A esclerose múltipla consiste na perda mineral óssea, tendo como principais motivos a alimentação inadequada. 2) A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é caracterizada pela morte progressiva dos motoneurônios. Embora bastante controversos, alguns estudos têm apontado que há uma relação com a prática de atividades físicas pregressa. No entanto, em relação ao seu tratamento, os estudos apresentam benefícios pela realização da atividade física. Entre as alternativas abaixo, assinale aquela que apresenta os exercícios físicos indicados para a ELA. A) Os exercícios aeróbicos não são apenas indicados como são essenciais à reversão da ELA, pois a oxigenação dos neurônios degenerados pode ser capaz de reativá-los. B) Os exercícios em meio aquático são os mais indicados, uma vez que diminuem o impacto sobre as articulações, uma das partes mais afetadas pela ELA. C) Os exercícios de alto impacto, como a corrida em declive, promovem o aumento dos ganhos neuronais e, consequentemente, a cura da ELA. D) Os treinamentos de força são indicados, pois podem auxiliar na redução da deterioração nas escalas de espasticidade, na redução do declínio da força e no aumento da capacidade funcional. E) Os exercícios de alto impacto, como a corrida em declive, promovem o aumento da densidade mineral óssea e, consequentemente, o alívio da dor. 3) A osteoartrose é uma patologia crônica que causa a degeneração dos tecidos envolvidos nas articulações. Frente a esse quadro patológico, algumas atividades são mais recomendadas. Analise as alternativas abaixo e assinale aquela que apresenta atividades capazes de diminuir a dor característica dessa patologia. As caminhadas de longa duração são excelentes na regeneração dos tecidos A) osteoarticulares. B) Entre as possibilidades de exercícios físicos para a osteoartrose, os treinamentos de força muscular têm se demonstrado efetivos nos ganhos de força muscular, na melhora da dor e da função do tempo de caminhada. C) Os exercícios de alto impacto, como a corrida em declive, promovem o aumento da densidade mineral óssea e, consequentemente, o alívio da dor. D) Por se tratar de uma doença que afeta as articulações, qualquer tipo de exercício que envolva o movimento articular é prejudicial à saúde e à qualidade de vida. Assim, os exercícios devem ser direcionados apenas para as articulações que se encontram saudáveis. E) Os exercícios aeróbicos não são apenas indicados como são essenciais à reversão da osteoartrose, pois a oxigenação dos neurônios degenerados pode ser capaz de reativá-los. 4) A osteopenia é caracterizada pela perda mineral no tecido ósseo. Este processo pode ser revertido com o tratamento médico adequado associado ao exercício físico. Assinale a alternativa abaixo que apresenta a melhor forma de tratamento voltado para os casos de osteopenia. A) Exercícios aeróbicos, através de caminhadas rápidas, para a preservação da densidade mineral óssea em mulheres osteoporóticas. B) Exercício de corrida e exercício de extensão de joelho como forma de prevenir as quedas. C) Treinamento de força muscular, coordenação, equilíbrio e resistência, com suplementação de vitamina D e cálcio, para diminuir os riscos de queda, aumentar a força muscular e o nível de atividade física. Exercícios de flexibilidade e agilidade para promover o ganho mineral no tecido ósseo, D) promovendo maior resistência dos ossos. E) Treinamentos voltados às tarefas diárias como sentar, deitar e levantar, prevenindo quedas, são a melhor opção para reverter processos de sarcopenia. 5) A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS é uma doença transmissível que afeta o sistema imunológico das pessoas com HIV. Ao promover exercícios físicos com essas pessoas, o profissional de Educação Física deve tomar alguns cuidados. Analise as alternativas abaixo e assinale aquela que apresenta uma postura a ser adotada pelo profissional. A) O profissional de Educação Física deve utilizar luvas cirúrgicas e evitar o contato com o indivíduo com HIV, para evitar a contaminação. B) As intervenções com indivíduos com HIV devem sempre ser realizadas de forma individual, uma vez que esses sujeitos se sentem mal em público. C) O profissional deve evitar atividades que acarretem em sudorese, pois o suor é um dos fluídos que podem transmitir o vírus. D) O profissional deve evitar promover atividades físicas de elevada intensidade por longas durações, evitando que a queda dos linfócitospós-exercício promova a contração e o desenvolvimento de doenças e infecções. E) As atividades físicas nunca devem ser desenvolvidas em meio aquático. NA PRÁTICA A osteopenia consiste na perda da densidade mineral óssea que, se não tratada, leva ao quadro de osteoporose e que afeta em grande parte os indivíduos acima de 60 anos de idade. No exemplo a seguir, você conhecerá Tânia, uma profissional de Educação Física que começou a atuar em uma clínica geriátrica e tem como objetivo proporcionar exercícios físicos para idosos com osteopenia. Veja o Na Prática. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Doenças crônico-degenerativas e alimentação No link a seguir, você poderá assistir a um episódio do programa Saúde Total. Neste programa, o apresentador Daniel Leopoldino entrevista o Dr. Geraldo Cardoso, especialista em fitoterapia clínica, abordando a importância dos hábitos adequados e da alimentação saudável para a prevenção de doenças, entre elas as doenças crônico-degenerativas. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Fatores de risco para quedas na população idosa: revisão integrativa da literatura Risco de quedas no público idoso, as doenças crônico-degenerativas se apresentam com inúmeros sintomas que modificam a qualidade de vida de indivíduos que as desenvolvem. Algumas delas afetam o equilíbrio e a coordenação motora, aumentando o risco de quedas. No link a seguir, você terá acesso a um estudo que teve como objetivo identificar os fatores de risco de quedas na população idosa. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Magnitude da mortalidade por câncer no Brasil O câncer é uma patologia associada a neoplasias benignas e malignas. Com efeito, muitos óbitos são identificados no Brasil atualmente. No link a seguir, você verá um estudo que teve como objetivo analisar as taxas de mortalidade por neoplasia maligna no Brasil e nas Unidades da Federação (UF) nos anos de 1990 e 2015, segundo o sexo e os principais tipos de câncer. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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