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Doenças crônico-degenerativas
APRESENTAÇÃO
Entre as inúmeras doenças que podem acometer o corpo humano, encontram-se as doenças 
crônico-degenerativas. Estas doenças são bastante difíceis de se fazer o diagnóstico precoce, 
uma vez que muitas delas apresentam os sinais e sintomas já em um estado avançado.
Além dos sinais fisiopatológicos específicos de cada uma das doenças, elas podem comprometer 
a qualidade de vida, pois a incapacidade dos indivíduos em realizar tarefas e movimentos 
comuns do dia a dia pode ficar comprometida.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender como cada uma dessas patologias se 
desenvolve, quais são seus principais sintomas e como os profissionais de Educação Física 
podem contribuir para a prevenção e promoção da saúde.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Discutir a fisiopatologia e a influência do exercício físico nas doenças crônico-
degenerativas neurais.
•
Descrever a fisiopatologia e a relação com exercício físico das doenças crônico-
degenerativas osteoarticulares.
•
Reconhecer os potenciais benefícios do exercício físico no controle da Aids, da 
fibromialgia e do câncer.
•
DESAFIO
As doenças crônico-degenerativas, inclusive o câncer, constituem uma importante causa de 
mortalidade. Os vários tipos de câncer, ainda que tenham o mesmo mecanismo fisiopatogênico, 
diferem do ponto de vista clínico, do etiológico e do preventivo. São doenças diferenciadas, 
sendo que a maioria é determinada ou está associada a fatores extrínsecos à pessoa (estilo de 
vida e fatores ambientais) e, portanto, são potencialmente preveníveis.
Imagine que você começou a atuar em uma instituição não escolar, com indivíduos 
adolescentes, promovendo oficinas esportivas com vistas à promoção da saúde. Frente a isto, 
responda:
a) Considerando que as oficinas ocorrem a céu aberto, quais fatores ambientais podem estar 
associados ao desenvolvimento de neoplasias e como você poderia evitá-las?
b) Considerando a preparação para a vida adulta e a adoção de hábitos alimentares saudáveis, 
quais orientações você poderia sugerir para que os adolescentes reduzissem suas chances de 
desenvolver câncer?
c) Considerando que a adolescência é marcada por ser uma fase de muitas experimentações, 
quais tipos de exposições ao câncer podem surgir nessa idade?
INFOGRÁFICO
Um dos grandes desafios dos profissionais de Educação Físico é lidar com indivíduos que são 
acometidos por doenças crônico-degenerativas como a doença de Parkinson, o mal de 
Alzheimer, a osteoporose, entre tantas outras que são comuns na atualidade. Estas doenças 
apresentam características que diminuem a qualidade de vida das pessoas, uma vez que 
interferem diretamente nas aptidões motoras, nas capacidades cognitivas e, consequentemente, 
nas relações sociais. No entanto, a Educação Física tem apresentado resultados significativos 
para amenizar os sinais e sintomas vividos por sujeitos acometidos por essas patologias. 
No Infográfico a seguir, você poderá vislumbrar uma síntese das características das principais 
doenças crônico-degenerativas e como o exercício físico pode auxiliar na recuperação de 
indivíduos acometidos por essas patologias. 
CONTEÚDO DO LIVRO
As doenças crônico-degenerativas atingem muitas pessoas atualmente. Essas patologias podem 
desenvolver sinais e sintomas que comprometem a qualidade de vida, como, por exemplo, 
dores, dificuldade para realizar movimentos, ansiedade e depressão. A atividade física pode ser 
um grande aliado nos tratamentos dessas doenças, uma vez que os exercícios físicos 
possibilitam a maior funcionalidade dos movimentos corporais e podem atuar como forma 
terapêutica, prevenindo os sintomas psicológicos e emocionais. 
No capítulo Doenças crônico-degenerativas, do livro Saúde e Prescrição do Exercício Físico, 
você vai compreender algumas das principais doenças crônico-degenerativas, suas implicações 
para a saúde dos indivíduos que as desenvolvem e o papel da atividade física na prevenção e 
promoção do tratamento essencial para a manutenção da qualidade de vida. 
Boa leitura.
SAÚDE E 
PRESCRIÇÃO DO 
EXERCÍCIO FÍSICO
Patrick da Silveira 
Gonçalves
Doenças crônico-
degenerativas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Discutir a influência do exercício físico nas doenças crônico-dege-
nerativas neurais.
 � Descrever a fisiopatologia das doenças crônico-degenerativas osteo-
articulares e a sua relação com exercício físico. 
 � Reconhecer os potenciais benefícios do exercício físico no controle 
da aids, da fibromialgia e do câncer.
Introdução
As doenças crônico-degenerativas afetam muitas pessoas e seus sin-
tomas restringem a movimentação diária desses indivíduos, acarretam 
em perdas na qualidade de vida e desencadeiam sintomas associados, 
como a depressão e a ansiedade. Os exercícios físicos, além de reduzirem 
a incidência de várias dessas doenças por meio de sua prática regular, 
ainda podem contribuir no tratamento e na recuperação dos pacientes, 
reduzindo ou revertendo os impactos patológicos causados.
Neste capítulo, você vai compreender as principais doenças crônico-
-degenerativas neurais e osteoarticulares, a aids, o câncer e a fibromialgia, 
as relações da prevenção dessas patologias e a promoção da saúde e da 
qualidade de vida por meio dos exercícios físicos. 
Influência do exercício físico nas doenças 
crônico-degenerativas neurais
A degeneração de alguns tecidos é um processo natural do corpo humano. 
À medida que envelhecemos, muitos tecidos apresentam perdas em tamanho e 
Doenças crônico-degenerativas2
em composição, que podem comprometer, também, o seu funcionamento. Em 
alguns casos, esse fenômeno é acelerado por condições patológicas crônicas. 
As doenças crônico-degenerativas afetam, de forma geral, indivíduos 
da vida adulta, uma vez que muitas delas possuem incubação não inferior a 
20–25 anos, isto é, se desenvolvem a partir de um processo longo e duradouro 
(GILLIAM; MACCONNIE, 1984). 
Por refletir uma condição que não se manifesta na infância e na adoles-
cência, os programas de promoção da saúde e, em especial, os currículos 
escolares, pouco investem suas práticas para a adoção de hábitos saudáveis 
que possam vir a evitar essas doenças ou minimizar os efeitos que elas possam 
causar nos sujeitos que venham a desenvolvê-las. Portanto, as ações focadas no 
tratamento dessas doenças, que revertem ou amenizam os seus efeitos, serão 
realizadas pela educação física fora do ambiente escolar. Nesta seção, iremos 
discutir as principais doenças crônico-degenerativas neurais e a influência 
do exercício físico. 
Esclerose múltipla
A esclerose múltipla é uma desordem desmielinizante dos axônios, em que 
a autoimunidade acaba por destruir as estruturas nervosas, o que ocasiona 
episódios repetidos de disfunção neurológica. Sua causa ainda é bastante des-
conhecida; no entanto, a hipótese mais aceita é a de que a esclerose múltipla é 
fruto da predisposição genética e de algum fator ambiental desconhecido. Essa 
doença provoca desordens no sistema imunológico que geram autolesões na 
substância branca neural, isso resulta na perda de oligodendrócitos e mielina, 
o que causa a dificuldade da transmissão dos impulsos nervosos (MOREIRA 
et al., 2000). A dificuldade na condução nervosa tem como sinais e sintomas 
principais as alterações sensitivas no sistema vestibular e as alterações mo-
toras, entre elas:
 � fraqueza muscular (principal sintoma); 
 � marcha instável e lenta com tremores nas extremidades; 
 � movimentos rápidos e involuntários dos olhos;
 � espasticidade (hipertonia muscular);
 � debilidade;
 � rigidez; 
 � instabilidade no equilíbrio; 
 � cansaço anormal; 
 � distúrbios e dores pelo corpo; 
3Doenças crônico-degenerativas
 � fraqueza e perda da coordenação motora dos membros superiores e 
inferiores; 
 � dificuldades em andar ouem manter o equilíbrio, podendo ocorrer 
perda da capacidade de andar.
Com os inúmeros sinais e sintomas que afetam o desempenho motor, 
podemos esperar que os indivíduos acometidos pela esclerose múltipla têm 
a suas vidas diárias bastante afetadas. A fraqueza muscular típica da doença 
representa uma dificuldade grande em tarefas muito simples, como subir ou 
descer uma escada. Além disso, é comum o desenvolvimento de depressão 
frente às dificuldades encontradas para a locomoção e nos cuidados corporais 
básicos, o que diminui a qualidade de vida (JANARDHAN; BAKSHI, 2002).
Nesse sentido, os exercícios físicos são grandes aliados no tratamento 
dessa doença. O quadro clínico sugere que treinamentos aeróbicos sejam 
realizados em cicloergômetros, uma vez que esses aparelhos podem com-
pensar a espasticidade, os déficits de força muscular, de equilíbrio e de fadiga 
(PETAJAN et al., 1996). 
A prática da ioga, especialmente em grandes grupos, tem sido indicada e 
tem apresentado resultados significativos na aptidão aeróbica e no combate à 
depressão (PETAJAN; WHITE, 1999). Outra atividade recomendada para a 
esclerose múltipla são aquelas desenvolvidas em meio aquático, pois reduzem 
a ação da gravidade e permitem maior equilíbrio e amplitude articular para 
realizar movimentos que são difíceis em terra (SUTHERLAND; ANDERSEN, 
2001).
Esclerose lateral amiotrófica
A esclerose lateral amiotrófica (ELA), também chamada de doença de Lou 
Gehrig, é uma patologia caracterizada pela degeneração progressiva de células 
nervosas do encéfalo e da medula espinhal. A morte dos neurônios motores 
ocasiona a inatividade dos músculos responsáveis pelos movimentos voluntários 
e involuntários. Ela pode ser adquirida ou hereditária. Quando afeta a região 
dorsal da medula, afeta os nervos dos membros superiores, primeiramente, em 
um dos lados, passando a afetar o outro lado do corpo, posteriormente. Quando 
afeta as células nervosas do tronco cerebral, atinge de forma recorrente os 
nervos que controlam os músculos dos olhos, da língua, da faringe e da face 
(ASHWORTH; SATKUNAM; DEFORGE, 2012). Entre os sintomas e sinais 
mais comuns, encontram-se os seguintes:
Doenças crônico-degenerativas4
 � fraqueza progressiva; 
 � atrofia muscular; 
 � diminuição da força muscular; 
 � cãibras musculares; 
 � tremor involuntário das mãos; 
 � perda de equilíbrio; 
 � contrações involuntárias e descoordenação dos músculos;
 � hiperreflexia (reflexos muito ativos/reflexos exagerados);
 � disartria (dificuldade de articular as palavras de maneira correta);
 � disfagia (dificuldade na deglutição — engolir a saliva e os alimentos);
 � perda de peso; 
 � paralisia da função respiratória, que pode levar a queixas de cansaço.
A associação entre a prática de atividades físicas e a ELA é bastante con-
troversa. Alguns estudos têm apresentado que o exercício físico pregresso 
desencadeia o processo degenerativo (STRICKLAND et al., 1996; SCARMEAS 
et al., 2002). Por outro lado, alguns estudos têm apresentado que não há uma 
relação entre a prática de atividades físicas e o desencadeamento patológico 
(LONGSTRETH et al., 1998; VELDINK et al., 2005).
Em relação ao tratamento da ELA e sua relação com o exercício físico, 
diversos estudos têm apontado o treinamento de força muscular como benéfico 
frente à perda progressiva dessa valência física. O treinamento de força pode 
ocasionar a redução na deterioração nas escalas de espasticidade, a redução 
no declínio da força e o aumento da capacidade funcional (NORDON; ES-
PÓSITO, 2009).
O termo “esclerose” significa endurecimento do tecido e pode se referir a:
 � aterosclerose — doença inflamatória dos vasos sanguíneos;
 � ELA — doença neurodegenerativa;
 � esclerose múltipla — doença neurológica crônica que é desmielinizante;
 � esclerose sistêmica — doença crônica degenerativa, caracterizada pela produção 
excessiva de colágeno e morte de diversos tecidos do corpo;
 � esclerose tuberosa — doença genética que causa tumores em vários órgãos do 
corpo humano.
5Doenças crônico-degenerativas
Síndrome de Parkinson
A síndrome de Parkinson é uma doença que ocasiona a morte dos neurônios 
produtores de dopamina e não apresenta causas específicas (CORRÊA, 1996). 
O local mais comum de degeneração celular é a substância negra presente na 
base do mesencéfalo, que é responsável pela produção do neurotransmissor 
dopamina. No entanto, com o avançar da doença, outras regiões, além da 
substância negra, podem ser afetadas, levando a anormalidades na produção 
de outros neurotransmissores (serotonina, acetilcolina e noradrenalina). De 
forma geral, as zonas afetadas são as responsáveis pelo controle motor. Entre 
os sintomas e sinais mais comuns, encontram-se: 
 � rigidez dos músculos;
 � tremor;
 � bradicinesia (lentidão dos movimentos);
 � instabilidade postural;
 � perda de reflexos posturais.
Em indivíduos com síndrome de Parkinson, o risco de queda é bastante 
grande. Nesse sentido, as atividades físicas regulares podem contribuir para 
melhora do equilíbrio e da marcha, menor dependência para realização de 
atividades diárias, melhora da autoestima e da autoconfiança e significativa 
melhora da qualidade de vida (NÓBREGA et al., 1999).
A Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson 
(APDPk), uma instituição de Portugal, lançou em 2014, 
um manual com o objetivo de transmitir os conhecimen-
tos produzidos por médicos, cientistas, fisioterapeutas 
e psicólogos de forma clara e simples para o doente, o 
seu cuidador e a comunidade civil. Para ter acesso a esse 
documento, acesse o link a seguir. 
https://goo.gl/6mXCMB
Doenças crônico-degenerativas6
Doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer é uma patologia progressivamente incapacitante 
que atinge os neurônios do cérebro. A morte dos neurônios está associada à 
acumulação e à deposição cerebral de aglomerados proteicos. Com isso, as 
mitocôndrias neuronais têm seu funcionamento alterado, levando à falta de 
energia dos neurônios e desencadeando processos inflamatórios no cérebro 
(STELLA, 2006).
Em geral, as áreas afetadas pela doença de Alzheimer são responsáveis 
pelas funções cognitivas, pela linguagem, pela agilidade nos movimentos 
e pelo equilíbrio. Diversos estudos têm apontado para a importância das 
atividades aeróbicas para a manutenção e a melhora da oxigenação cerebral, 
contribuindo para as funções cognitivas e para a linguagem. Além disso, os 
treinamentos de força, de tomadas de decisão e de agilidade são importantes 
para a manutenção da realização das atividades de vida diária (COELHO et 
al., 2009). 
É possível pensar que as doenças crônico-degenerativas neurais compro-
metem a qualidade de vida de pessoas de ambos os sexos. Elas são bastante 
comuns na vida adulta e têm se expressado com maior ênfase no início do 
envelhecimento. As atividades físicas são importantes instrumentos na preven-
ção a essas doenças e também na manutenção e na recuperação das funções 
motoras e cognitivas que foram comprometidas. Na próxima seção, vamos 
buscar compreender como os processos degenerativos afetam os ossos e as 
articulações. 
Relação entre o exercício físico e as doenças 
crônico-degenerativas osteoarticulares
Os ossos e as articulações podem apresentar alterações degenerativas que res-
tringem o movimento e as atividades rotineiras dos indivíduos, principalmente 
dos idosos, que são as pessoas mais atingidas por essas alterações patológicas. 
A seguir, vamos discutir cada uma delas e sua relação com o exercício físico. 
7Doenças crônico-degenerativas
Osteoartrose
A osteoartrose (ou osteoartrite) é uma doença degenerativa que afeta as car-
tilagens de articulações que sustentam o peso corporal como, por exemplo, o 
joelho. É uma doença bastante comum em indivíduos com mais de 50 anos de 
idade e atinge entre 44% e 70% dessa população. Em indivíduos acima de 75 
anos de idade, a estimativa é de que atinja cerca de 80% das pessoas (REJAILI 
et al., 2005). Entre os sinais e os sintomas mais comuns, podemosidentificar:
 � dor intensa;
 � rigidez matinal;
 � crepitação óssea;
 � atrofia muscular;
 � estreitamento do espaço intra-articular;
 � formações de osteófitos;
 � esclerose do osso subcondral;
 � formações císticas.
Na osteoartrose, a cartilagem é o tecido que sofre mais alterações: perde sua natureza 
homogênea e é rompida e fragmentada, com fibrilação, fissuras e ulcerações. Veja a 
Figura 1.
Cartilagem
diluída
Osso
Articulação normal Destruição da cartilagem
Cartilagem
Terminação
óssea
Cartilagem 
em diluição
Esporão
ósseo
Figura 1. Desenvolvimento da artrose dentro de uma articulação. É possível observar a 
articulação saudável, a forma como ocorre o seu estreitamento e o afinamento da cartilagem 
em demasia a ponto de impedir o impacto entre as duas estruturas ósseas. 
Fonte: Adaptada de Tefi/Shutterstock.com.
Doenças crônico-degenerativas8
Como consequência da osteoartrose, as pessoas tendem a se movimentar 
menos e a perder a qualidade de vida. A atividade física, por meio de terapia 
física local, de reabilitação, de exercícios, de redução dos fatores mecânicos 
sobre a articulação, e ainda, de terapias alternativas, podem proporcionar à 
pessoa acometida melhorias no quadro patológico e manutenção da função 
articular, o que reflete principalmente no ganho de qualidade de vida dessas 
pessoas.
Entre os exercícios que auxiliam no combate às limitações impostas pela 
osteoartrite, os treinamentos de força muscular têm se demonstrado efetivos 
nos ganhos dessa força, na melhora da dor e da função do tempo de caminhada. 
Os exercícios aquáticos, por diminuírem a pressão exercida nas articulações do 
joelho e do quadril e por permitirem os movimentos por mais tempo, podem 
contribuir na melhora da aptidão física. Os exercícios isocinéticos também 
têm se demonstrado eficientes na melhora da função articular e na diminuição 
da dor (DUARTE et al., 2013).
Osteopenia e osteoporose
A osteopenia consiste na perda da densidade mineral óssea que, se não tratada, 
leva ao quadro de osteoporose. A osteoporose, de forma geral, se encontra 
relacionada à deficiência de cálcio e de vitamina D, ao sedentarismo, à baixa 
ingestão de proteínas e à ingestão inadequada de alimentos alcalinizastes, 
como frutas e hortaliças (VIEIRA, 2013). Essa patologia se encontra, com 
maior frequência, em mulheres no período pós-menopausa, em razão das 
alterações hormonais características dessa fase. Embora o processo de perda 
da densidade óssea não seja reversível, ele pode ser evitado e amenizado com 
o tratamento que geralmente ocorre com a reposição hormonal, com a ingestão 
de cálcio e com a complementação desses tratamentos com exercícios que têm 
cargas de peso e impactos (GALLAHUE; OZMUN, 2013).
Diversas pesquisas têm buscado identificar as influências dos exercícios 
físicos no tratamento e na recuperação da osteoporose. O Quadro 1 traz uma 
síntese desses estudos. 
9Doenças crônico-degenerativas
Tipo de 
exercício 
realizado 
no estudo
Objetivo do 
exercício
Complementação 
ao exercício Resultados 
Caminhadas 
rápidas
Preservação 
da densidade 
mineral óssea 
em mulheres 
osteoporóticas
Não houve A densidade 
mineral óssea 
do quadril 
apresentou 
poucos ganhos
Corrida e 
exercício de 
extensão 
de joelho
Redução dos 
riscos de queda
Não houve Houve leve 
aumento no 
equilíbrio 
estático, no 
equilíbrio 
dinâmico e 
na força de 
extensão 
do joelho
Comparação de 
atividade física 
diária por meio 
de acelerômetro
Verificação 
da influência 
da atividade 
física habitual 
na densidade 
mineral de ossos 
em indivíduos 
submetidos 
à terapia de 
substituição 
hormonal
Não houve Quanto maior 
o nível de 
atividade 
física, maior 
a densidade 
mineral do osso
Extensão 
isométrica de 
tronco (posição 
antigravitacional)
Diminuição do 
risco de fraturas 
vertebrais, 
fortalecimento 
da musculatura 
extensora de 
troco e melhora 
da qualidade 
de vida
Não houve Exercícios de 
força de baixa 
intensidade 
são capazes 
de melhorar a 
qualidade de 
vida e a força 
dos extensores 
da coluna em 
pacientes com 
osteoporose
Quadro 1. Estudos realizados com indivíduos idosos osteoporóticos
(Continua)
Doenças crônico-degenerativas10
Fonte: Adaptado de Santos e Borges (2010).
Tipo de 
exercício 
realizado 
no estudo
Objetivo do 
exercício
Complementação 
ao exercício Resultados 
Cadeia cinética 
aberta para 
fortalecimento 
dos músculos 
extensores 
e flexores 
do joelho
Melhora da 
qualidade de vida
Não houve Exercícios de 
alongamentos 
gerais, em cadeia 
cinética aberta 
e caminhada 
aumentaram 
a qualidade 
de vida de 
mulheres com 
osteoporose
Modificação 
do estilo de 
vida quanto 
a exercício e 
nutrição
Prevenção 
de fraturas
Cálcio e vitamina D Programas de 
educação e 
mudança de 
comportamento 
com base na 
comunidade 
podem reduzir 
de forma 
significativa 
os fatores de 
risco para 
osteoporose 
e fraturas 
relacionadas
Treinamento de 
força muscular, 
coordenação, 
equilíbrio e 
resistência
Diminuição de 
riscos de queda, 
aumento da 
força muscular 
e do nível de 
atividade física
Cálcio e vitamina D Muito eficiente 
para diminuir 
risco de quedas. 
Eficiente para os 
demais objetivos
Exercícios de 
equilíbrio, 
coordenação e 
deambulação
Redução dos 
riscos de queda
Não houve As melhorias 
foram 
clinicamente 
significativas e 
aumentaram ao 
longo do tempo
Quadro 1. Estudos realizados com indivíduos idosos osteoporóticos
(Continuação)
11Doenças crônico-degenerativas
Como o Quadro 1 aponta, a atividade física é essencial para a manutenção 
da densidade óssea. Uma das grandes preocupações que afetam a qualidade de 
vida de indivíduos com osteoporose são as quedas, que acarretam em constantes 
fraturas em razão da densidade óssea diminuída. Os estudos indicam que o 
treinamento de força muscular, de coordenação, de equilíbrio e de resistência 
são essenciais para o tratamento do indivíduo osteoporótico, pois reduz os 
riscos de queda e ameniza a perda de densidade mineral. 
Com efeito, os exercícios físicos são muito importantes nas patologias 
crônico-degenerativas, sejam elas neurais ou osteoarticulares. Além dessas 
doenças, podemos evidenciar que, durante os últimos anos, houve avanços 
científicos na pesquisa de doenças como o câncer e a aids. Na próxima seção, 
vamos discutir a relação entre o exercício físico e essas patologias.
Benefícios do exercício físico no controle 
da aids, do câncer e da fibromialgia
O exercício físico é essencial para a promoção da saúde e para o incremento 
da qualidade de vida, esteja a pessoa com a afecção de alguma patologia ou 
não. Nos casos em que os indivíduos sofrem com algumas doenças específicas, 
o exercício físico pode ser fundamental para o controle e a recuperação do 
paciente. Nesta seção, vamos elaborar uma breve discussão sobre a importância 
do exercício físico no controle da aids, do câncer e da fibromialgia, patologias 
que afetam muitos brasileiros. 
O exercício físico no controle da aids 
A aids é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV, do inglês human 
immunodeficiency virus). O HIV é um retrovírus que causa a imunossupressão 
profunda e o consequente quadro de infecções oportunistas, neoplasmas 
secundários e distúrbios neurológicos (RASO et al., 2007) com a supressão 
de linfócitos T CD4+ e glóbulos específicos, e compromete o potencial de 
defesa do sistema imune. A aids é uma doença crônica e potencialmente letal.
Doenças crônico-degenerativas12
A aids foi reconhecida em 1981, pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças 
(CDC) dos Estados Unidos. No Brasil, segundo estimativas do Programa Conjunto 
das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), estima-se que existam 630 mil pessoas 
vivendo com o HIV, ou 0,6% da população adulta. 
A transmissão do HIV ocorre pelo contato sanguíneo direto ou pelo con-
tato com fluidos corporais que contenham o vírus ou as células infectadas 
pelo vírus. Esse contato envolve três vias de transmissão: o contato sexual, a 
inoculação parenterale a passagem do vírus da mãe ao filho recém-nascido. A 
principal via de transmissão é o sexo sem o uso de preservativos. A infecção 
pelo HIV se manifesta em quatro fases, descritas a seguir:
1. Infecção aguda — aparecimento de sinais bastante semelhante a outras 
doenças virais, como, por exemplo, febre e dor de cabeça.
2. Fase assintomática ou latência clínica — caracterizada pela ausência 
de sinais. Essa fase pode durar anos.
3. Fase sintomática inicial ou precoce — caracterizada pelas alterações 
progressivas da imunidade como surgimento de febre prolongada, 
diarreia crônica, perda de peso, suores noturnos, perda de força física 
e aumento de glândulas.
4. aids.
A principal forma farmacológica de tratamento consiste na terapia antir-
retroviral de alta atividade (HAART, do inglês highly active anti-retroviral 
therapy), que diminui a replicação viral e induz a consequente diminuição 
da quantidade de vírus no sistema sanguíneo. Ainda que a HAART tenha 
representado ganhos em relação à sobrevida do indivíduo com HIV, alguns 
efeitos colaterais são bastantes evidentes:
 � Síndrome da perda de peso — a HAART promove o decréscimo na 
massa muscular celular e a desregulação neuroendócrina, o que ocasiona 
a redução no peso corporal.
 � Lipodistrofia — é uma síndrome caracterizada principalmente por 
acúmulo de gordura visceral, por perda de gordura periférica nas extre-
midades e face e por distúrbio no metabolismo dos lipídios que exerce 
13Doenças crônico-degenerativas
consequências deletérias à integridade biopsicossocial do indivíduo 
com HIV.
Além desses fatores, é comum observar o menor volume respiratório de 
indivíduos com HIV do que de indivíduos que não apresentam essa condição. 
Outros fatores bastante presentes são o desenvolvimento de osteopenia e os-
teoporose e a predisposição para o desenvolvimento de doenças cardíacas por 
meio da calcificação da artéria coronariana, principalmente quando associadas 
a hábitos de vida não saudáveis (MONTEIRO et al., 2011).
O exercício físico é um grande aliado no controle da aids, pois pode amenizar os efeitos 
colaterais induzidos pela terapia farmacológica. Durante o exercício físico, neutrófilos 
e linfócitos têm suas produções aumentadas. No entanto, o exercício físico bastante 
intenso pode representar uma queda nos linfócitos após a prática, constituindo uma 
janela para a contração e o desenvolvimento de infecções por até 72 horas. Logo, os 
exercícios mais adequados devem ser executados em uma intensidade moderada e 
por curta duração, sendo eles tanto aeróbicos quanto anaeróbicos (RASO et al., 2007). 
Entre os benefícios mais evidentes do exercício físico para pessoas com 
HIV, podemos constatar a melhoria da composição corporal, de problemas 
cardiovasculares, nos aspectos psicológicos, do quadro de dislipidemia (dis-
túrbio nos níveis de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue), em problemas como 
osteopenia e osteoporose, do sistema imune e a redução da pressão arterial 
(PALERMO; FEIJÓ, 2003).
O exercício físico no controle do câncer 
O câncer é uma doença caracterizada por neoplasias benignas e malignas, 
em que as células tendem a se multiplicar rapidamente e a se espalhar para 
outras regiões do corpo. Mesmo com o tratamento adequado, as reincidências 
da doença são bastante comuns (STEVENS; LOWE, 1996). Indivíduos com 
câncer desenvolvem um intenso catabolismo, que pode resultar em atrofia 
muscular, em perda de peso, em fadiga intensa, entre outras complicações. 
Nesse sentido, os estudos que relacionam a prática de atividades físicas para 
a prevenção e o controle do câncer são frequentes. 
Doenças crônico-degenerativas14
O tratamento do câncer ocorre por três motivos principais: a cura do pa-
ciente, o prolongamento da vida (frente à irreversibilidade do quadro patológico) 
e a melhora da qualidade de vida do paciente. O objetivo dos tratamentos, 
portanto, dependem do estágio de avanço e do tipo de câncer a que cada in-
divíduo é acometido. De forma geral, o tratamento do câncer ocorre por meio 
de cirurgia (para remoção de tumores), de quimioterapia, de radioterapia, de 
hormonoterapia e de imunoterapia (NUNES, 1996). Associado a isso, muitos 
estudos têm se dedicado a buscar outros métodos que venham a promover a 
cura ou o controle do quadro patológico, como é o caso do exercício físico. 
Com os avanços das pesquisas relacionando os hábitos de vida com o 
desenvolvimento do câncer, é possível pensar que o sedentarismo se apresenta 
como um fator de risco para o desenvolvimento da doença e a incidência da 
mortalidade. Everson et al. (2003) concluem que os níveis de aptidão cardior-
respiratória e a obesidade são determinantes para o risco de morte em pacientes 
com câncer. Como associação, os autores mencionam que índices elevados de 
aptidão cardiorrespiratória podem impedir a formação de neoplasias. 
No mesmo sentido, Nogueira e Lima (2018) concluem que o exercício físico 
está relacionado à redução de danos celulares, ao efeito epigenético (regulação 
de genes) e à redução dos efeitos deletérios de outras doenças preexistentes, 
como é o caso da obesidade e da diabetes. O exercício físico também inibe a 
produção de insulina e aumenta a ativação do sistema imunológico, contri-
buindo para a prevenção de neoplasias.
Em relação aos benefícios do exercício para o tratamento do câncer, Dimeo, 
Rumberger e Keul (1998) relatam que a maioria dos indivíduos com câncer 
experimenta perda de energia e limitação no desempenho físico. Esses fenô-
menos ocorrem, em grande parte, em razão dos tratamentos quimioterápicos 
e radioterápicos e também estão associados ao desenvolvimento da depressão, 
da esclerose múltipla e a da artrite. Nessa mesma perspectiva, Nogueira e Lima 
(2018) ressaltam que o treinamento físico causa alterações no hipotálamo/
hipocampo, capazes de regular o apetite e liberar o hormônio BDNF, que atua 
na ativação do crescimento do tecido nervoso. Também é capaz de reduzir as 
inflamações neuronais, melhorar a cognição e a saúde mental. Esses resultados 
têm como consequência a redução dos efeitos colaterais ocasionados pela 
quimioterapia, pela radioterapia, pela hormonoterapia e pela imunoterapia, a 
destruição de células cancerígenas e a regulação dos genes. 
Quanto aos tipos de exercícios que podem ser realizados para o tratamento 
de indivíduos com câncer, temos as seguintes recomendações:
15Doenças crônico-degenerativas
Quanto à modalidade: a maioria dos exercícios que envolvem grandes gru-
pos musculares é apropriada, porém caminhar e pedalar são especialmente 
recomendados. É imperativo modificar a modalidade do exercício com base 
nos efeitos do tratamento agudo/crônico da cirurgia, da quimioterapia e/ou 
da radioterapia.
Quanto à frequência: pelo menos, de três a cinco vezes por semana; porém o 
exercício diário pode ser ótimo para os pacientes com câncer não condicionados, 
que devem realizar exercícios de intensidade mais leve e de duração mais curta.
Quanto à intensidade: intensidade moderada, dependendo do nível atual de 
aptidão e da gravidade dos efeitos colaterais dos tratamentos. As diretrizes 
incluem 50% a 70% do consumo máximo de oxigênio (VO2máx.) ou 60% a 
80% da frequência cardíaca (FC) máxima.
Quanto à duração: pelo menos de 20 a 30 minutos contínuos, porém esse 
objetivo poderá ser alcançado em múltiplas sessões intermitentes mais curtas 
(por exemplo, de 5 a 10 minutos) com intervalo de repouso para os pacientes não 
condicionados ou que experimentam efeitos colaterais graves do tratamento.
Quanto à progressão: a progressão inicial deve ser na frequência e na du-
ração e, somente quando essas metas tiverem sido alcançadas, a intensidade 
poderá ser aumentada. A progressão deve ser mais lenta e mais gradual para 
os pacientes não condicionados ou que experimentam efeitos colaterais graves 
do tratamento.
Dessa forma, é possível reconhecer que a atividade física é positiva para a 
prevenção do câncer e para o tratamento dessa doença. É importante destacarque, embora muitos estudos apresentem com veemência os benefícios da ativi-
dade física, diversos outros estudos ainda apontam que as investigações devem 
se aprofundar, especialmente para identificar os mecanismos de formação de 
neoplasias que são evitados pelos exercícios físicos. 
O exercício físico no controle da fibromialgia 
A síndrome da fibromialgia é uma doença reumática não inflamatória que afeta 
principalmente mulheres brancas com idade entre 40 e 55 anos. É caracterizada 
por dor muscular esquelética intensa e difusa em pontos específicos (chamados 
Doenças crônico-degenerativas16
de tender points) e sensíveis à palpação de 4kg. As causas da fibromialgia são 
desconhecidas, embora alguns indícios apontem a relação com predisposição 
genética, alterações neuroendócrinas, psicossomáticas e do sono, incluindo 
outros fatores externos, como trauma, artrite periférica e possível microtrauma 
muscular por descondicionamento físico (SANTOS; KRUEL, 2009). 
Como principais sintomas associados, além das dores musculoesqueléticas 
associadas, também ocorrem:
 � distúrbios do sono;
 � rigidez matinal;
 � cefaleia crônica;
 � distúrbios psíquicos. 
A dor intensa pode dificultar os movimentos rotineiros e diminuir os perí-
odos de sono, induzindo os indivíduos a quadros de depressão e ansiedade e, 
como consequência, a redução da qualidade de vida. Por ser uma síndrome de 
difícil diagnóstico e tratamento, é comum o paciente desenvolver sentimentos 
de vulnerabilidade e desamparo e iniciar uma série de processos emocionais, 
incluindo alterações de humor.
Frente a isto, Bressan et al. (2008) sugerem que os exercícios de alongamento 
façam parte do tratamento de pacientes com síndrome de fibromialgia, pois 
conduzem para a melhora do sono e a rigidez matinal, comum nesses casos. 
Outros exercícios físicos muito indicados são os aeróbicos de baixo impacto. 
Valim et al. (2003) apontam que os exercícios aeróbicos têm demonstrado 
resultados satisfatórios na diminuição da dor e dos sintomas emocionais e 
psicológicos. Em especial, os programas de exercícios físicos incluem o alon-
gamento, o fortalecimento muscular, a hidroterapia e os exercícios aeróbios, 
como caminhada, bicicleta e natação. 
De forma geral, nota-se que os exercícios de baixa intensidade são os mais 
eficazes, pois produzem diminuição do impacto da fibromialgia na qualidade 
de vida dos indivíduos. No mesmo sentido, Steffens et al. (2011) afirmam que o 
exercício mais prescrito é o aeróbio de baixo impacto, com gradativo aumento 
de carga e intensidade de até 65 a 70%. Com isso, a prática de caminhadas 
regulares pode representar aumentos na qualidade do sono e os estados de 
humor em indivíduos com síndrome da fibromialgia.
17Doenças crônico-degenerativas
Para melhor compreender as atividades que devem ser oportunizadas para indivíduos 
com fibromialgia, apresentamos como exemplo algumas possibilidades:
 � Aeróbicos — pedalada, caminhada, trote, natação. Fazer um exercício aeróbico três 
vezes por semana ajuda a manter o peso e a manter níveis elevados de hormônios 
que permitem o relaxamento muscular.
 � Musculação — existem estudos apontando que treinos de resistência melhoram 
os sintomas da fibromialgia.
 � Pilates — o método trabalha a postura corporal, a flexibilidade, o equilíbrio e a 
respiração, contribuindo para relaxar os músculos e combater a ansiedade e a 
depressão.
 � Exercícios no meio líquido — natação ou hidroginástica favorecem a diminuição 
das dores e possibilitam os movimentos mais amplos. 
 � Alongamento — embora não existam tantos estudos sobre essa técnica no tra-
tamento da fibromialgia, há indícios de que ajuda a contornar a rigidez.
O exercício físico e os programas de intervenção são essenciais para a 
manutenção da saúde e da qualidade de vida de indivíduos que venham a 
desenvolver alguma patologia. Não só na prevenção e no tratamento das 
doenças, os exercícios físicos também auxiliam no combate aos desequilí-
brios emocionais, como a depressão e a ansiedade, que acomete muitos dos 
indivíduos que sofrem com as doenças crônico-degenerativas.
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Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
O câncer é uma doença caracterizada pela multiplicação desordenada e rápida de células, 
podendo se espalhar para diversas partes do corpo. Estudos que relacionam a prática de 
atividades físicas para a prevenção e o controle do câncer são bastante frequentes.
No entanto, apenas a prática de atividades físicas não é suficiente para a prevenção do câncer.
Na Dica do Professor, a seguir, você vai conhecer os principais fatores de risco que podem ser 
evitados para uma vida saudável e o não desenvolvimento dessa patologia. 
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EXERCÍCIOS
1) A esclerose múltipla é uma doença crônico-degenerativa que atinge cerca de 40.000 
brasileiros. Analise as alternativas abaixo e assinale aquela que apresenta uma 
característica dessa patologia.
A) A esclerose múltipla é uma doença degenerativa que afeta principalmente os neurônios, 
através de um processo de desmielinização.
B) A esclerose múltipla possui como principal sintoma a sarcopenia, que ocorre sem uma 
causa conhecida. 
C) A esclerose múltipla pode ser definida como dores musculares esqueléticas que ocorrem 
em pontos específicos do corpo humano.
D) A esclerose múltipla pode ser considerada uma doença adquirida, tendo como princípio 
contagioso a inoculação parenteral.
E) A esclerose múltipla consiste na perda mineral óssea, tendo como principais motivos a 
alimentação inadequada.
2) A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é caracterizada pela morte progressiva dos 
motoneurônios. Embora bastante controversos, alguns estudos têm apontado que há 
uma relação com a prática de atividades físicas pregressa. No entanto, em relação ao 
seu tratamento, os estudos apresentam benefícios pela realização da atividade física. 
Entre as alternativas abaixo, assinale aquela que apresenta os exercícios físicos 
indicados para a ELA.
A) Os exercícios aeróbicos não são apenas indicados como são essenciais à reversão da ELA, 
pois a oxigenação dos neurônios degenerados pode ser capaz de reativá-los.
B) Os exercícios em meio aquático são os mais indicados, uma vez que diminuem o impacto 
sobre as articulações, uma das partes mais afetadas pela ELA.
C) Os exercícios de alto impacto, como a corrida em declive, promovem o aumento dos 
ganhos neuronais e, consequentemente, a cura da ELA.
D) Os treinamentos de força são indicados, pois podem auxiliar na redução da deterioração 
nas escalas de espasticidade, na redução do declínio da força e no aumento da capacidade 
funcional.
E) Os exercícios de alto impacto, como a corrida em declive, promovem o aumento da 
densidade mineral óssea e, consequentemente, o alívio da dor.
3) A osteoartrose é uma patologia crônica que causa a degeneração dos tecidos 
envolvidos nas articulações. Frente a esse quadro patológico, algumas atividades são 
mais recomendadas. Analise as alternativas abaixo e assinale aquela que apresenta 
atividades capazes de diminuir a dor característica dessa patologia.
As caminhadas de longa duração são excelentes na regeneração dos tecidos A) 
osteoarticulares.
B) Entre as possibilidades de exercícios físicos para a osteoartrose, os treinamentos de força 
muscular têm se demonstrado efetivos nos ganhos de força muscular, na melhora da dor e 
da função do tempo de caminhada.
C) Os exercícios de alto impacto, como a corrida em declive, promovem o aumento da 
densidade mineral óssea e, consequentemente, o alívio da dor.
D) Por se tratar de uma doença que afeta as articulações, qualquer tipo de exercício que 
envolva o movimento articular é prejudicial à saúde e à qualidade de vida. Assim, os 
exercícios devem ser direcionados apenas para as articulações que se encontram saudáveis.
E) Os exercícios aeróbicos não são apenas indicados como são essenciais à reversão da 
osteoartrose, pois a oxigenação dos neurônios degenerados pode ser capaz de reativá-los.
4) A osteopenia é caracterizada pela perda mineral no tecido ósseo. Este processo pode 
ser revertido com o tratamento médico adequado associado ao exercício físico. 
Assinale a alternativa abaixo que apresenta a melhor forma de tratamento voltado 
para os casos de osteopenia.
A) Exercícios aeróbicos, através de caminhadas rápidas, para a preservação da densidade 
mineral óssea em mulheres osteoporóticas.
B) Exercício de corrida e exercício de extensão de joelho como forma de prevenir as quedas.
C) Treinamento de força muscular, coordenação, equilíbrio e resistência, com suplementação 
de vitamina D e cálcio, para diminuir os riscos de queda, aumentar a força muscular e o 
nível de atividade física.
Exercícios de flexibilidade e agilidade para promover o ganho mineral no tecido ósseo, D) 
promovendo maior resistência dos ossos.
E) Treinamentos voltados às tarefas diárias como sentar, deitar e levantar, prevenindo quedas, 
são a melhor opção para reverter processos de sarcopenia.
5) A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS é uma doença transmissível que 
afeta o sistema imunológico das pessoas com HIV. Ao promover exercícios físicos 
com essas pessoas, o profissional de Educação Física deve tomar alguns cuidados. 
Analise as alternativas abaixo e assinale aquela que apresenta uma postura a ser 
adotada pelo profissional. 
A) O profissional de Educação Física deve utilizar luvas cirúrgicas e evitar o contato com o 
indivíduo com HIV, para evitar a contaminação.
B) As intervenções com indivíduos com HIV devem sempre ser realizadas de forma 
individual, uma vez que esses sujeitos se sentem mal em público.
C) O profissional deve evitar atividades que acarretem em sudorese, pois o suor é um dos 
fluídos que podem transmitir o vírus.
D) O profissional deve evitar promover atividades físicas de elevada intensidade por longas 
durações, evitando que a queda dos linfócitospós-exercício promova a contração e o 
desenvolvimento de doenças e infecções.
E) As atividades físicas nunca devem ser desenvolvidas em meio aquático.
NA PRÁTICA
A osteopenia consiste na perda da densidade mineral óssea que, se não tratada, leva ao quadro 
de osteoporose e que afeta em grande parte os indivíduos acima de 60 anos de idade. 
No exemplo a seguir, você conhecerá Tânia, uma profissional de Educação Física que começou 
a atuar em uma clínica geriátrica e tem como objetivo proporcionar exercícios físicos para 
idosos com osteopenia.
Veja o Na Prática.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Doenças crônico-degenerativas e alimentação
No link a seguir, você poderá assistir a um episódio do programa Saúde Total. Neste programa, 
o apresentador Daniel Leopoldino entrevista o Dr. Geraldo Cardoso, especialista em fitoterapia 
clínica, abordando a importância dos hábitos adequados e da alimentação saudável para a 
prevenção de doenças, entre elas as doenças crônico-degenerativas.
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Fatores de risco para quedas na população idosa: revisão integrativa da literatura
Risco de quedas no público idoso, as doenças crônico-degenerativas se apresentam com 
inúmeros sintomas que modificam a qualidade de vida de indivíduos que as desenvolvem. 
Algumas delas afetam o equilíbrio e a coordenação motora, aumentando o risco de quedas. No 
link a seguir, você terá acesso a um estudo que teve como objetivo identificar os fatores de risco 
de quedas na população idosa.
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Magnitude da mortalidade por câncer no Brasil
O câncer é uma patologia associada a neoplasias benignas e malignas. Com efeito, muitos óbitos 
são identificados no Brasil atualmente. No link a seguir, você verá um estudo que teve como 
objetivo analisar as taxas de mortalidade por neoplasia maligna no Brasil e nas Unidades da 
Federação (UF) nos anos de 1990 e 2015, segundo o sexo e os principais tipos de câncer.
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