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Projeto - Bullying: repensando o conflito para uma cultura da paz nas escolas Elaborar e promover uma atividade com os alunos da sua escola (durante as aulas, no recreio, depois da aula, etc) relacionada aos temas do Bullying e cultura da paz. Pode ser uma conscientização dos alunos com a exibição de um filme, leitura e discussão de reportagens sobre os temas, concurso de desenhos, peça de teatro, concurso de redação, etc. INTRODUÇÃO Para iniciar o ponto de partida do trabalho que foi desenvolvido com turmas de 5º ano do Ensino Fundamental e para embasar nossa discussão, acompanhemos as falas a seguir surgidas durante o horário do recreio na sala dos professores. Profª 1: _ Nossa Senhora, a turma do 5º ano B está brigando muito entre si. Profª 2: _ Mas também existem dois grupos rivais na sala, só poderia dar briga mesmo. Profª 1: _ Mas o que me deixa mais angustiada é que têm meninos que não se envolvem em confusão e eles coloram tudo no mesmo balaio. Os xingamentos entre eles estão se excedendo, na minha opinião. Diretor: _ que situação hein, pessoal. Um dia eu também observei que o aluno X que nem sequer abre a boca estava chorando na hora do recreio e eu resolvi perguntar o porquê da tristeza do garoto. Mas daí, não consegui conversar com ele, pois chorou o tempo todo e nem olhou para mim. Profª 2: Neste dia eu que fui dar aula na turma dele após o recreio e ele já estava secando as lágrimas, mas a aluna M, que tem uma língua bem afiada, disse que ele chorão assim mesmo e colocou nele o apelido de “Chorumela”. Eu, lógico, fiz uma intervenção na hora e disse que este apelido continuasse eu iria castigar a turma toda. Profª 1: Então, gente, eu estava aguardando um momento certo para falar sobre este aluno, pois desde o início do ano ele me incomoda por seu jeito quieto e por diversas vezes eu pegar os demais alunos colocando apelidos nele e ele, nem sequer reage. Na fila de entrada da semana passada, eu dei uma punição para o aluno J pois colocou o pé na frente do aluno X e deu um “pedala Robinho” nele, sem a menor cerimônia. Diretor: Então, pessoal! Isso é uma atitude de bullying contra esse garoto. O bullying é assim: uma agressão gratuita e repetida. Não podemos deixar isso perdurar. Na semana passada eu estive naquele fórum sobre Bullying em Belo Horizonte e comprei uma série de materiais. Vamos fazer o seguinte: Vou pesquisar e organizar uma aula com toda a turma e explorar bem o tema com eles. O que vocês acham? Profª 1 e 2: _ Bacana. Profª 2: _ Vamos deixar para sexta-feira que vem que temos mais tempo para trabalhar. Diretor: _ Combinado. Este relato foi verídico e estava causando incômodo nas professoras, que nos deixou mais angustiado ainda. Promover a cultura de paz e respeitar as pessoas devem ser máximas dentro do ambiente escolar. Fez-se mister, naquele momento, uma ação de combate ao bullying. E as atividades foram realizadas. OBJETIVO Trabalhar com os estereótipos – marcas dadas socialmente à outridade – e que tentam padronizar as pessoas e trabalhar no sentido dos alunos identificarem um ambiente de paz e respeito às diferenças humanas como sendo a melhor forma de se viver socialmente. METODOLOGIA O trabalho se desenvolveu por etapas. Etapa 1: Construindo um mundo melhor (Tempo: 20 minutos, com acréscimo de 10 minutos para a apresentação dos trabalhos) Os alunos foram divididos em 4 grupos de 5 alunos e 1 grupo com 6 alunos e foram entregues para eles uma folha de papel pardo, quatro revistas, cola, 3 tesouras e canetinhas. Os alunos deveriam construir como um ser humano poderia viver melhor junto de outras pessoas, ou seja, como seria um mundo ideal. Os alunos posteriormente deveriam apresentar o cartaz para os colegas de classe. Etapa 2: Os apelidos que não gosto (Tempo: 30 minutos) Os alunos receberam um retângulo de papel e deveriam escrever com letras grandes e bem legíveis um apelido que não gosta de ser chamado. O professor deu a ordem de que não poderiam olhar o papel do colega e nem tecer nenhum comentário até segunda ordem. Após este momento, o professor com a ajuda da professora auxiliar pegou todos os apelidos e embaralhou para partir para a segunda parte da etapa. A professora auxiliar colocou um arco de papel na cabeça de cada aluno e o professor foi colando os apelidos escritos pelos alunos de forma aleatória em cima deste arco. A ordem dada para o momento foi a de silêncio absoluto. O professor teceu uma série de comentários sobre as características físicas, a cultura, religião das pessoas no sentido de valorização do homem pela sua potencialidade e não por características que o enfraquecem. Os alunos foram ficando cada vez mais curiosos para saber qual apelido eles foram ganhando. Mas por enquanto não poderiam saber. Etapa 3: Vivenciando os rótulos (apelidos) – Tempo: 30 minutos Esta fase foi a mais interessante e divertida para os alunos, pois já na área externa à sala de aula, o professor deu o comando dos alunos formarem duas filas: uma de meninos e uma de meninas de forma que pudessem ficar os meninos de frente para as meninas. O riso foi geral, mas ainda não poderiam comentar os apelidos e nem os revelar. Com um fundo musical mais calmo, a fila das meninas foi caminhando para o lado direito, de forma que todos pudessem ver o rótulo de todos, pois este era o objetivo. Agora os alunos sentados em círculo foram convidados a participar de uma encenação bem rápida. A encenação foi iniciada pelo professor contando uma história qualquer, mas que pudesse trabalhar aquele apelido que tinha colado na cabeça. Fez uma série de perguntas do estilo: Você ficaria amigo desta pessoa? (o rótulo era MENTIROSO); você casaria com esta pessoa? (o rótulo era Zé Piolhento ou Maria Mijona) etc. Etapa 4: O espelho que revela (tempo 15 minutos) A professora auxiliar segurou um espelho que revelaria qual o rótulo que os alunos portavam. E organizados por fila os alunos foram chegando próximo à professora auxiliar e descobrindo os rótulos que estavam em sua cabeça. Foi um misto de riso, alegria e decepção, pois muitos tiravam o rótulo rapidamente e negavam tal apelido. O professor iniciou uma conversa franca sobre os rótulos e sobre a tristeza que os colegas ficam quando recebem apelidos de mau gosto. E os alunos foram tecendo comentários e prestando muita atenção ao diálogo. Etapa 5: Pesquisa no LABOINFO sobre o Bullying (tempo: 45 minutos) Nesta etapa os alunos foram encaminhados para o laboratório de informática da escola (LABOINFO) para realizarem as seguintes pesquisas direcionadas. 1) Assistir ao filme do “Patinho Feio” no endereço: http://www.youtube.com/watch?v=UleHGh7yOX8 2) Assistir ao vídeo Animação bullying: http://www.youtube.com/watch?v=gee2E_Y- eEA 3) Procurar algum vídeo de reportagem que fale sobre a questão do Bullying no Brasil ou no mundo. 4) Pesquisar sobre o Cyberbullying. http://www.youtube.com/watch?v=UleHGh7yOX8 http://www.youtube.com/watch?v=gee2E_Y-eEA http://www.youtube.com/watch?v=gee2E_Y-eEA 5) Os alunos deverão fazer anotações no caderno para depois em grupo apresentarem para a turma. Etapa 6: Trabalhando e interpretando as charges (tempo: 20 minutos) O professor explorou as seguintes charges entre os 5 grupos previamente formados: Etapa 7: Dinâmica do grupo: Deixa-me entrar? (tempo: 20 minutos) Os alunos serão organizados em grupos de meninos e meninas e deverão seguir as seguintes orientações: a) A professora auxiliar dará a seguinte orientação para o grupo de alunas: vocês não podem deixar os meninos entrar no grupo de vocês, por isso, fortaleçam-se. b) O professor dará a seguinte orientação para o grupo de alunos: um por vez deverá entrar no grupodas meninas para se juntar ao grupo delas. Por isso, fortaleçam-se. c) Os dois grupos orientados deverão proceder como tal. Ao comando do professor um menino por vez deverá se encaminhar ao grupo de meninas e entrar no mesmo. Observação: esta fase gera uma confusão, mas tudo pra valer o jogo. Percebemos tentativas de entrada forçada, da arte de convencimento, da arte da distração das mesmas etc. Criatividade não faltou nesta fase. d) Os papéis depois foram trocados. Mais uma parte divertida. e) Na fase 2 da dinâmica os grupos deverão permanecer (meninos e meninas), porém os dois grupos serão orientados que deverão escolher 4 meninos (o grupo das meninas) e 4 meninas (o grupo dos meninos) para permitir a entrada, o que gera a negação de outros integrantes. f) Avaliação: após as duas partes da dinâmica o professor iniciará um diálogo para verificar as sensações dos alunos durante o querer entrar e o negar a entrada no grupo. As falas dos alunos foram a de tristeza e a do sentimento de não pertencimento ao grupo. Etapa 8: Fazendo arte com o Bullying Os alunos retornarão à divisão de grupos para fazer o trabalho final do projeto. Grupo 1: Fazer três charges que retratam a situação de bullying Grupo 2: Fazer um cartaz explicativo do que é o Bullying/Cyberbullying Grupo 3: Elaborar uma minipeça de teatro que retrate a questão do bullying Grupo 4: Fazer uma música que trabalhe o Não ao Bullying Grupo 5: Construir uma redação como forma de protesto contra o Bullying Grupo 6: Fazer desenhos que falem sobre as diferenças dos sujeitos (estilo obra de arte) – com o apoio da professora de Artes. Com o apoio da direção os trabalhos deverão ser apresentados em forma de Mostra Cultural com a participação dos pais e demais alunos. RESULTADOS ALCANÇADOS COM OS ALUNOS Devido à escassez de tempo e demais atividades na escola, a última etapa ainda não foi realizada. Porém foi perceptível a mudança em alguns comportamentos dos alunos e melhor compreensão dos efeitos que o bullying pode causar nas pessoas.
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