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Anatomia e fisiologia Aves domésticas: mais importantes são aquelas que foram domesticadas e destinadas para a produção de carne e ovos. Galinha: se originou há mais de 5 mil anos da galinha vermelha da floresta, Gallus Gallus, uma espécie de faisão nativo do sudoeste da Ásia. A expressão “aves de granja” refere-se ás aves domesticadas utilizadas para a produção de carnes e ovos. As galinhas são animais ovíparos, de tamanho corporal médio, grande velocidade de desenvolvimento e são diurnas. Além disso, são onívoras, polígamas e com elevado dimorfismo sexual. A galinha é um animal vertebrado de sangue quente, parente evoluído dos répteis. São hoemotérmicas, sangue quente, temperatura corporal é relativamente alta e, quase constante. Endotérmicas: capacidade de gerar calor profundo, através dos nutrientes, para aumentar a temperatura do corpo. Média de 42°C de temperatura corporal, ideal para sua fisiologia normal. Quando estão em ambientes mais quentes e as mesmas conseguem baixar sua temperatura através dos movimentos de batimento das asas para expulsar o calor. São ovíparos: esses ovos são incubados (chocados) com o fim de facilitar o desenvolvimento do feto embrião. O período de incubação dos ovos da galinha é de 21 das. A reprodução em aves caracteriza-se pela ovoviparidade: encontrado em diversos mamíferos e em muitos répteis, ele é encontrado universalmente nas aves. Para satisfazer as necessidades impostas pela ovoviviparidade, o ovo da ave, no momento em que é posto, deve ser capaz de sustentar o crescimento embrionário e fetal. Ele contém nutrientes na gema, albumina e casca. Além disso, contém água e membranas protetoras e é envolvido pela casca protetora. O ovo inicia sua formação no ovário e vai se completando à medida que caminha nos diferentes compartimentos do oviduto por um tempo médio de 25 horas. Anatomia, fisiologia, sorologia, coleta de materiais e necropsias de aves A produção anual de uma galinha doméstica gira em torno de 300 ovos. Essa produção dependerá de uma boa alimentação e de um plano de luz adequado. Atualmente, o tempo de manutenção de uma ave de produção em uma criação é de 52 a 60 semanas Hormônios: Hipófise: •FSH: regula o crescimento dos folículos do ovário e sua atividade secretora. •LH: atua no desenvolvimento do ovário e na secreção de hormônios esteroidianos e na ovulação. PROLACTINA: intervêm nos fenômenos do choco. Ovário: •ESTRÓGENOS: secretados 2 semanas antes da maturidade sexual. Função: → cresc. do oviduto→ síntese de proteína e lipídeos da gema→ transporte de lipoproteínas da clara no magno→ formação do osso medular e ↑ retenção fósforo e cálcico→ postura→ desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários→ Afastamento dos ossos pélvicos •PROGESTERONA: Função: controla o ritmo da ovulação e da postura agindo na liberação de LH pelo hipotálamo, atua nas contrações do útero •ANDRÓGENOS: papel limitado na fêmea. Função: crescimento de crista, caracteres secundários (desenv. do oviduto e ossos medulares). O sistema reprodutor do galo dois testículos funcionais: localizam-se na área dorsal da cavidade corporal, em frente aos rins. Os dutos dos testículos desembocam no duto ou vaso deferente, que transporta o sêmen dos testículos para as papilas da área dorsal da cloaca e, em seguida, ao órgão copulatório localizado em uma das pregas da cloaca. O sêmen é armazenado no duto deferente onde é diluído através do fluido linfático; ambos são ejaculados como uma mistura durante a cópula. O pênis do galo é bastante pequeno (Falo). Não serve como órgão penetrante. Uma linfa é produzida no pênis para formar uma suave ereção, todavia o pênis não penetra sobre a cloaca. A fecundação faz-se pela sobreposição da cloaca do macho sobre a cloaca da fêmea. Cloaca da fêmea se abre e para expor a extremidade do oviduto onde o sêmen do galo é depositado. Na fêmea ele é transportado do duto às bolsas, que são os locais de armazenamento do sêmen, onde é armazenado antes do processo de fertilização do sêmen sobre o óvulo da fêmea. Os testículos possuem capacidade de produção de testosterona, androgênios e estrogênio. A testosterona é importante para o crescimento e manutenção dos órgãos sexuais e para o comportamento No verão, um galo adulto pode realizar até 40 cópulas num período de 24 horas, isso se deve ao fenômeno chamado de fotoperiodismo. Maturidade sexual: semanas de idade (varia de acordo com a aptidão x alimentação). Quanto mais luz, maior é a atividade sexual: fator muito importante na produção industrial de aves, na qual se utilizam técnicas de manipulação de fotoperíodo para aumentar a eficiência e produção. A recepção da luz é feita por receptores hipotalâmicos. A atividade reprodutiva das aves é um resultado da interação de estímulos externos ambientais (fotoperíodo, temperatura, disponibilidade de alimentos), comportamentais, tais como estresse, presença do parceiro, grau de bem-estar e por mecanismos de controle neuroendócrino. Fatores que afetam o comportamento sexual das aves: • Tipo de instalações onde as aves são alojadas. • Densidade de alojamento • Manejo: proporção macho e fêmeas, arraçoamento. • A presença física dos machos = > ovulação. • A monta = > taxa de ovulação. A libido no macho não está correlacionada com alta fertilidade. Os que praticam muitas cópulas: quantidade insuficiente de espermatozoides e ejaculação sem presença de espermatozoides Macho dominante pode não ser o mais ativo e também pode impedir que outros machos. pratiquem coberturas com sucesso. A libido na fêmea é afetada pelo seu ambiente de criação, independente da presença dos machos e pela sua posição social. A receptividade => Agachamento => varia de galinha p/galinha => chance de cobertura é determinada pela fêmea porque é a fêmea que determina o sucesso dos avanços sexuais do macho. Morfologia do ciclo estral: A produção de hormônios gonadotróficos hipofisários (LH e FSH) aumenta progressivamente durante a primavera Ao término da postura, o nível de LH e de hormônios esteroidianos se reduz rapidamente em ambos os sexos, enquanto a taxa de prolactina aumenta Influência do meio ambiente: Presença do parceiro: indicações visuais, auditivas, táteis, térmicas e até olfativas. Abundância de alimentos. Temperatura. Pluviometria. Sensibilidade a luz: Ação da luz: estimula a função sexual, estabelece o ciclo reprodutivo Permite a alternância dia-noite: estabelece o ritmo circadiano (que determina o momento da postura, por exemplo) Aves são praticamente cegas a luz azul: acalma, permite captura Enxergam bem amarelo, laranja e vermelho: maior eficiência de estímulos Sensibilidade a luz: Luz -> nervo óptico -> núcleos hipotalâmicos -> fibras nervosas descendentes -> rede capilar -> hipófise anterior -> circulação geral -> testículo ou ovário Monitoria sorológica: Soro: oriundo da coleta de sangue da ave Auxilia tomada de decisões nos programas de sanidade avícola Volume de produção, desempenho econômico e segurança sanitária Sorologia: método de análise laboratorial fundamentado em auxiliar o sanitarista da granja a visualizar, de maneira rápida e objetiva, a situação sanitária de seu plantel. A sorologia: ferramenta amplamente utilizada para diagnóstico, identificação de problemas agudos, monitoramento de anticorpos maternais, estabelecimento de curvas de tendências para doenças aviárias, adequação do programa de vacinação e avaliação do desempenho de vacinas. Detecção do agente e/ou quantificação de anticorpos específicos a um agente. Sanitarista poderá efetuar a sua interpretação sobre o monitoramento sorológico:comportamento da imunidade do plantel, ajustes nas idades mais convenientes para a vacinação interferência na resposta devido à exposição de outras vacinas histórico da granja e práticas de manejo desempenho das linhagens de aves exposição ao vírus de campo condições imunodepressoras que diminuíram a resposta à vacinação. Lote de frango de corte, as análises sorológicas por Elisa poderão ser feitas nas idades de 1 a 3 dias para IBD (para verificar transferência de imunidade maternal) e na idade de pré-abate (para IBD, IBV, NDV e CAV). Lotes de aves de reprodução, as idades de monitoria /deverá ser em semanas –na 1ª para monitoramento de anticorpos maternais para: NDV, IBV, APV, IBD, CAV, AE, MG e MS), 6ª para NDV, IBV, IBD e APV (monitoramento da primeira dose e ou reforço vacinal), 12ª para NDV, IBV, IBD, APV, CAV MS e MG; 18ª idem monitoramento na 12ª, mais AE; 24ª idem monitoramento na 12ª (verificar nível de anticorpos de vacinas inativadas); 30ª para IBV, APV, MS e MG; 36ª idem monitoramento na 12ª, com exceção de CAV; 42ª idem a semana 30; 48ª idem a 12ª semana; e por fim, na 60ª monitoramento de MG e MS no período pré-abate. Para se estimar a distribuição do nível de anticorpos do lote é necessário considerar um número adequado de amostras. Considera-se que a cada monitoria sorológica, uma amostragem de 23 soros por lote ou núcleo (no caso de reprodutoras) de aves é representativa do estado imunológico do plantel. Quantidades inferiores a 15 amostras de soro dificultam que o sanitarista tome a decisão correta, uma vez que uma amostragem reduzida tende a apresentar uma dispersão alterada em relação ao lote. Uma quantidade maior de soros também é representativa, porém economicamente inviável. Para assegurar que a quantidade de 23 soros será enviada ao laboratório, 30 soros deverão ser coletados. A monitoria sorológica, quando realizada em populações com doenças endêmicas, ajuda a selecionar e definir as formas de uso das estratégias de controle. Em plantéis de alto nível sanitário, o monitoramento sorológico é uma ferramenta valiosa de vigilância epidemiológica que, em conjunto com a biosseguridade, pode ajudar a prevenir o ingresso de agentes infecciosos em plantéis livres Coleta de materiais/ amostras Tipos de amostras Nas aves vivas ou mortas: necropsia, bacteriológico, antibiograma, micológico e PCR. O êxito do diagnóstico laboratorial: definir o material a ser coletado conforme a suspeita clínica e a forma como o mesmo é coletado e enviado ao laboratório acompanhado com o histórico do lote. Histórico das aves com o tipo (corte, postura), idade, linhagem, mortalidade, sintomas, vacinações, quedas de postura, alterações nos ovos, tratamentos realizados com as dosagens e resultados. Subsídios suficientes para escolha dos testes mais indicados. Materiais para a coleta de amostras como swabes, frascos e propés, entre outros: solicitados com antecedência ao laboratório. A coleta deverá ser feita de modo a evitar a contaminação com produtos e outros micro- organismos presentes no ambiente. Frascos, tubos, seringas, agulhas e demais instrumentos a serem utilizados devem estar estéreis Não for possível a utilização de frascos estéreis, recomenda-se lavá-los com água e desinfetante e fervê-los em água limpa, no mínimo, durante 30 minutos. Conservação e acondicionamento das amostras. A forma de conservação depende da amostra e do tipo de exame requerido. As amostras deverão ser enviadas em condições de biossegurança desde o transporte até a embalagem plástica, sem utilização prévia, e devem ser revestidas com outra embalagem impermeável e vedada (saco plástico), de modo a evitar vazamentos, garantindo maior segurança A amostra devidamente embalada deve seguir para o laboratório em um recipiente isotérmico à prova de água (caixa de isopor íntegra). No caso de envio de amostras refrigeradas, no interior do recipiente isotérmico deve ser colocado gelo reciclável ou água congelada dentro de garrafas plásticas, para evitar acúmulo de água. A tampa do isopor deve ser lacrada com fita adesiva. Os frascos e embalagens, contendo as amostras, devem ser identificados com etiquetas resistentes e informações legíveis A identificação deverá estar no frasco de coleta e não na tampa. No lado externo da caixa em que são transportadas as amostras, fixar o formulário de solicitação de exames, protegido por uma embalagem plástica. No histórico das aves, deve conter informações como idade, vacinação, tratamentos realizados e sinais clínicos Amostras acondicionadas incorretamente e conservadas de forma inadequada, assim como informações incompletas e preenchimento inadequado do formulário, podem comprometer a realização do exame laboratorial e o diagnóstico. Amostras para exame histopatológico Os tecidos para exame histopatológico devem ser colhidos na necropsia, logo após a morte, para se evitar autólise, e não podem ser congelados. Os fragmentos precisam ser delgados (máximo de 1 cm de espessura) e devem estar imersos em frascos contendo solução de formol a 10%. O material deve conter porções do tecido lesado e do tecido normal adjacente. O frasco deve ser bem vedado e estar identificado de forma legível, acompanhado do formulário para solicitação de exames. Amostras para exame parasitológico Os materiais analisados podem ser fezes, intestino, cama de aviário ou aves vivas. Coletar em média 25 g de fezes frescas (24 a 48h), retirada de vários pontos do galpão. Para amostras de intestino, coletar a porção do intestino que contenha os parasitas a serem identificados. Colher em média 10 pontos do galpão da cama de aviários, em uma quantidade de no mínimo 500 g. Acondicionar as amostras em frascos limpos ou sacos plásticos e enviá-las refrigeradas (2 a 8 °C) ao laboratório. As aves vivas devem ser enviadas com início de sintomas clínicos e sob temperatura ambiente. Amostras de ração e farinhas de origem animal para exame microbiológico As amostras devem ser enviadas em quantidade igual ou superior a 200 g, na sua embalagem original. Fazer a coleta de maneira asséptica em porções representativas em novas embalagens, em quantidade igual ou superior a 500 g. Exame bacteriológico de água Físico-química Presença e ausência Necropsia Não é uma receita de bolo Pode ser realizada de acordo com a preferência do veterinário. Depende da suspeita clínica Pode ser direcionada aos sistemas atingidos pela doença da qual se suspeita, mas isto não inviabiliza um exame completo de todos os sistemas da ave Recomendado: realizar a necropsia em aves recém sacrificadas, pois as lesões encontradas em aves mortas (mesmo há algumas horas) podem estar mascaradas por alterações post mortem.
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