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METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTES Marcia Paul Waquil Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 E74m Escosteguy, Cléa Coitinho. Metodologia do ensino de artes / Cléa Coitinho Escosteguy, Romualdo Corrêa. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 236 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-112-9 1. Metodologia de ensino - Artes. I. Corrêa, Romualdo. II. Título. CDU 37.022:74 Revisão técnica: Marcia Paul Waquil Assistente Social (PUCRS) Mestre em Educação (PUCRS) Doutora em Educação (UFRGS) Metodologia do Ensino de Artes - book.indb 2 12/07/2019 13:34:26 Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Conhecer as pesquisas feitas pela arte-educadora Ana Mae Barbosa sobre o perfi l da educação de arte nas escolas brasileiras, pós-ditadu ra Civil-Militar, além de seus métodos de aprendizagem (Proposta Triangular). Identifi car os problemas encontrados por arte-educadores dos anos de 1980 (e ainda presente hoje) em sala de aula. Diferenciar as possibilidades de mudança na arte-educação brasileira a partir do olhar de Ana Mae Barbosa, na ótica do período de 1989. Introdução Neste capítulo você irá conhecer as pesquisas da arte-educadora per- nambucana Ana Mae Barbosa com base em seu estudo, intitulado “Arte e Educação no Brasil: Realidade Hoje e Expectativas Futuras”, de 1989. Ana Mae identificou por pesquisas vários problemas que surgiram em sala de aula desde a criação do ensino de Educação Artística no Brasil, em 1971. A partir desse olhar, e de suas experiências no Museu de Arte Contemporânea e como professora da Escola de Comunicações e Artes da USP (Universidade de São Paulo), ela tentou prever os rumos da arte-educação nas escolas brasileiras. Ana Mae Barbosa e a arte-educação brasileira pós-ditadura Ana Mae Barbosa, carioca de nascimento, foi criada pelos avós em Pernam- buco – após fi car órfã de mãe. De família historicamente tradicional, sempre se opuseram ao fato de sua neta fazer o ensino superior – Medicina era o seu Metodologia do Ensino de Artes - book.indb 37 12/07/2019 13:34:31 sonho. Na época, mulher deveria ser professora primária ou esposa. Ela optou pelo magistério, apesar de achar o modelo vigente de sala de aula algo muito opressor, coisa que ia contra seus princípios. No estudo do magistério, entre- tanto, acabou por ser aluna de alguém que pensava nas possíveis mudanças do ensino formal, ensinando-lhe – não somente ela, mas educadores do mundo inteiro – que a educação pode ser libertadora. Seu nome? Paulo Freire. Ela começa sua formação em arte pela Escolinha de Arte de Recife e, para fugir da ditadura civil-militar, muda-se para São Paulo, e de lá para os Estados Unidos, de onde retorna como a primeira Doutora em Arte-Educação do Brasil, começando a comandar pesquisas na Escola de Comunicação e Arte da USP (Universidade de São Paulo). Quando escreveu o artigo Arte e Educação no Brasil: Realidade Hoje e Expectativas Futuras (BARBOSA, 1989), completava 17 anos da criação do ensino de Educação Artística. No ano de 1971 – durante o governo do ditador Emílio Garrastazu Médici e do Ministro da Educação e Cultura, Jarbas Passarinho –, em uma iniciativa do projeto MEC-USAID – em que o ensino brasileiro deveria se adequar ao aplicado nos Estados Unidos –, são abolidos vários conteúdos (como Filosofia e História) e é incluída a atividade de arte nas escolas brasileiras (Lei Federal n° 5.692/71 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação). Apesar da conquista por parte dos arte-educadores, a Arte se torna a única disciplina das humanidades dentro da sala de aula, com professores sem nenhuma formação para o conteúdo além do ensino do desenho geométrico e de observação. Seu principal objetivo prático era de ser apenas uma atividade recreativa entre os conteúdos, já que nem avaliações poderiam ser efetuadas. Até hoje, esse olhar sobre a disciplina permanece, mesmo após as mudanças ocorridas na legislação. Movimentos como o das Escolinhas de Arte, que iniciaram em 1948, já trabalhavam a autoexpressão da criança e do adolescente, mas só havia 32 escolas particulares (em 1971) por todo o país, e elas tinham o intuito de formar artistas, não professores de arte. Nas escolas públicas, somente eram admitidos professores com formação universitária. O primeiro curso de Li- cenciatura em Educação Artística surge em 1973, com duração de 2 anos, no qual o futuro professor aprendia a lecionar sobre música, teatro, artes visuais, desenho, dança e desenho geométrico, tudo ao mesmo tempo, para turmas de 1ª a 8ª série (Ensino Fundamental) e, em alguns casos, para turmas do 2º grau (Ensino Médio). Imagine a situação do jovem educador tentando dar todo esse conteúdo na época. Em 1989, já havia 78 cursos de Licenciatura em Educação Artística nas universidades brasileiras que seguiam os mesmos moldes de currículo instituídos durante a ditadura. Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa38 Metodologia do Ensino de Artes - book.indb 38 12/07/2019 13:34:31 Em uma pesquisa envolvendo 2.500 professores de educação artística do estado de São Paulo, em 1983, Ana Mae perguntou qual seria o objetivo da arte em sala de aula. Todos mencionaram: Em primeiro lugar, desenvolvimento da criatividade. Para os que mencionaram as artes visuais, o conceito de criatividade era de espontaneidade, autoliberação e originalidade, e o desenho era sua técnica prioritária. Para os que usavam do canto/coral, o conceito de criatividade estava ligado à autoliberação e organização. Infelizmente, criatividade não era parte do currículo comum de formação desses professores. Hoje ainda existem licenciaturas, no campo das artes, que ainda não possuem esta disciplina em seu currículo. Dos 11 currículos examinados por Barbosa (1989) na época do artigo, somente o da USP tinha a cadeira de Teoria da Criatividade (1977 a 1979), oferecida para os cursos de Cinema, Música, Artes Plásticas e Teatro, mas ausente na licenciatura. Barbosa (1989) considera a responsabilidade por essa falha na formação dos professores da ditadura civil-militar, que não tinha interesse em educadores estimulando o pensar e a criatividade da população. Segundo pesquisa realizada pelas educadoras Heloísa Ferraz e Idméa Siqueira, que entrevistaram 150 professores durante os anos de 1983 a 1985, 82,8% relataram usar livro didático como base do que lecionavam em sala de aula. Os livros do período eram cópias modernas do material produzido para o ensino de artes nas décadas de 1940 e 1950. Para Ana Mae, de acordo com suas pesquisas e as efetuadas por Ferraz, os objetivos da disciplina não eram alcançados na prática (BARBOSA, 1989). As atividades comuns em sala de aula ficaram restritas às do desenho geo- métrico, o laissez-faire (desenho livre), folhas para colorir, variação de técnicas e o desenho de observação, ou seja, não havia evolução para a arte dentro das escolas públicas brasileiras. Como dito anteriormente, até as mudanças ocorridas no ensino das Artes, na LDB de 1996, não era exigida nota para as atividades dos alunos nas aulas de educação artística, já que ela era somente uma atividade sem uma função realmente classificada como importante para a formação da criança e do adolescente. A leitura de obras e o próprio conhecimento de História da Arte era ine- xistente. Dos professores entrevistados por Ferraz, 74,5% usavam cópia de livros didáticos de arte de onde tiravam exercícios para aplicar em suas tur- mas. Ana Mae, em suas pesquisas, constatou que somente algumas escolas 39Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa Metodologia do Ensino de Artes - book.indb 39 12/07/2019 13:34:31 particulares incluíam a história da arte ou a autoexpressão em seus conteúdos (BARBOSA, 1989). Movimentos em defesa da arte-educação A década de 1980 foi caracterizada por movimentos de crítica à educação geral produzidadurante os anos da ditadura civil-militar no Brasil (1964–1983). Associações e organizações de arte-educadores foram surgindo na busca pela representatividade de classe e na luta por importância e melhorias no ensino de artes em nossas escolas. Uma característica dos arte-educadores deste período era a de serem politicamente ativos. Um marco para a história destes movimentos é a Semana de Arte e Ensino (15 a 19 de setembro de 1980), ocorrido na USP. Neste encontro foram selecionados os seguintes problemas: Imobilização e isolamento do ensino de arte; As políticas educacionais adotadas para artes e arte-educação; Ação cultural dos educadores na realidade brasileira; e Baixa qualidade na formação dos profissionais. As associações de arte-educadores formadas a partir deste momento por todo o país cumpriram – e cumprem até hoje – um importante papel na luta por melhorias no ensino de arte no país. Na Constituição de 1988, no artigo 206, parágrafo II, fica definido que: “O ensino tomará lugar sobre os seguintes princípios [...]. II – Liberdade para aprender, ensinar e disseminar pensamento, arte e conhecimento”. Graças a estas lutas, houve mudanças politicamente significativas, mas infelizmente até 1989, Barbosa relata que a formação permanecia precária nas universidades de todo o país. Havia somente cursos de especialização em arte, sendo que nenhum mestrado ou doutorado era oferecido. Avanços educacionais O pioneirismo na formação de arte-educadores pode ser marcado pelo Festival de Campos de Jordão, em 1983, organizado por Claudia Toni, Gláucia Amaral e Ana Mae Barbosa. O festival conectava análise de obra, história da arte e trabalho prático. Foram oferecidos cursos para 400 professores, que poderiam escolher 4 entre 25 práticos e 7 teóricos. Alguns cursos ministrados foram: Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa40 Metodologia do Ensino de Artes - book.indb 40 12/07/2019 13:34:31 Leitura de imagens (estética): da cidade, música local, pintores e escultores locais, grupos de dança, etc.; Leitura de imagem (móveis): imagens televisivas; Leitura de imagem (fixa): pinturas e esculturas do palácio de inverno do governador, segunda maior coleção de arte moderna brasileira, fechada para o público até então; Leitura de imagem (impressa): arte-xerox. Outro marco de inovação foi promovido pela Secretaria de Educação de São Paulo, juntamente com a USP, em que foram criados cursos de formação para professores da rede estadual durante os períodos de inverno e verão. Era baseado na epistemologia da arte e/ou arte-educação como intermediário entre arte e público. “A ideia é que a arte-educação esclarecida pode preparar os seres humanos, que são capazes de desenvolver sensibilidade e criatividade através da com- preensão da arte durante suas vidas inteiras“ (BARBOSA, 1989). Atividades profissionais envolvidas com o uso da imagem (mídias em geral) e com o meio ambiente produzido pelo homem (arquitetura, moda, mobiliário, etc.) são melhor desenvolvidos por indivíduos com conhecimento de arte. Outros projetos históricos: Secretaria de Educação do Rio de Janeiro – CIEPs (1983–1986): focavam o Expressionismo (autoexpressão). GEMPA (Rio Grande do Sul): órgão não governamental ligado a ou- tras entidades (UNESCO, Fundação Ford, etc.) que seguia a linha pedagógica de Emília Ferrero (México). Arte em conceitos, catarse e desenvolvimento motor para crianças nas séries iniciais. Este programa influenciou arte-educadores em todo o país. “Fazendo Arte” – FUNARTE: Projeto de formação ligado ao governo federal. Apesar desses avanços, Barbosa (1989) enfatiza a resistência por parte dos próprios educadores de arte em suas iniciativas, principalmente as professoras de 1ª a 4ª série (em 1983, basicamente todas eram mulheres, e 50% destas professoras primárias estudaram somente até a 4ª série). O perfil dessas edu- cadoras era de limitar os alunos a atividades como folhas para colorir em datas especiais, como no Dia das mães ou da Independência, sendo o conteúdo de 41Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa Metodologia do Ensino de Artes - book.indb 41 12/07/2019 13:34:32 arte anexado a outras disciplinas. Infelizmente, eram professoras que nunca ouviram falar em conceitos como autoexpressão e educação estética. Por outro lado, a resistência também vinha por parte de professores com formação universitária, focados em demasia no expressionismo. Em uma pesquisa feita no Rio Grande do Sul por Susana Vieira da Cunha, em 1988, ela questionou a professores com formação o que seria arte, e a resposta foi “intuição e emoção” (BARBOSA, 1989). Para Ana Mae, o resultado é o conceito de “arte-educadores não precisam pensar” e “arte é só fazer”, excluindo a observação e a compreensão da arte (BARBOSA, 1989). Em 1987, começa o trabalho de Ana Mae Barbosa junto ao MAC (Museu de Arte Contemporânea) da USP. O Programa de Arte-Educação focava o que viria a se tornar a Abordagem Triangular, base do seu trabalho como arte-educadora. Consistia em: Combinar trabalho prático (fazer artístico) com o estudo da História da Arte (contextualização) e a leitura de obras de arte (análise crítica). Ler variando conforme o conhecimento do professor/aluno (estética, semiológica, iconológica, Gestalt, etc.). Procurar não limitar as leituras com questionários, como no jogo de questões do método de Harry Broudy (Getty Foundation), que costu- mam reduzir a imaginação. Usar a construção de metalinguagem da imagem. “Não é falar sobre uma pintura, mas falar a pintura num outro discurso, às vezes silencioso, algumas vezes gráfico, e verbal somente na sua visibilidade primária” (BARBOSA, 1989). Autores de “base”: Louis Marin, Jean-Louis Schefer, Oscar Morina y Maria Elena Jubrias, Edmundo Burke Feldman, Harry Broudy, J. Bronowski, Rudolf Arnheim, etc. Trabalhar a História da Arte fazendo conexões. Seguir uma concepção não linear. Manter a contextualização de obra no tempo e no espaço, mas explorando mais as circunstâncias. Preocupar-se mais em mostrar como a arte está ligada ao nosso cotidiano e à história pessoal, sem se preocupar com as evoluções históricas da arte. Arte como produto imaginativo, mas que não está isolado do todo social. Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa42 Metodologia do Ensino de Artes - book.indb 42 12/07/2019 13:34:32 “Ideias, emoções, linguagens diferem de tempos em tempos e de lugar para lugar, e não existe visão desinfluenciada e isolada” (BARBOSA, 1989). A abordagem triangular, sistematizada por Ana Mae, traz como referências conceituais o movimento inglês Critical Studies (que utilizava a crítica de arte no ensino como forma de apreciação da obra), o movimento norte-americano Discipline Based Art Education (DBAE) (cuja proposta para o ensino de arte era a necessidade da inclusão de disciplinas de produção artística, crítica de arte, estética e história da arte) e o movimento mexicano Escuelas al Aire Libre (que propunha o ensino da arte mexicana a partir da inter-relação entre arte e expressão). Amparada por essa efervescência conceitual, a abordagem de Ana Mae — antes chamada, erroneamente, de metodologia triangular, depois de proposta triangular e, atualmente, de abordagem triangular — propõe que a composição de o programa de ensino de arte brasileiro deve se pautar a partir de três ações básicas: ler obras de arte, contextualizar e fazer arte. Como dito anteriormente, ela sofreu muita resistência com esse método nas palestras que deu para arte-educadores por todo o Brasil, principalmente na questão das releituras de obras de arte, vista pelos que seguem a tendência expressionista (autoexpressão, laissez-faire) como limitador para o aluno. Nesse caso, ela apresentou vários artistas que criaram suas obras a partir de outras obras de períodos anteriores ao seus, as várias leituras da “Vênus de Giorgioni” (de Ticiano a Manet).Sua ideia era convencer seus críticos de: 1. Que, se o artista utiliza imagens de outros artistas, por que sonegar imagens às crianças? 2. Que, se nós preparamos as crianças para lerem imagens produzidas por artistas, estamos preparando-as para ler as imagens que as cercam em seu meio ambiente. 3. Que a percepção pura da criança, sem influência de imagens, não existe realmente, uma vez que está provado que 80% de nosso conhecimento informal vem por imagens. 4. Que, no aprendizado artístico, a mimese está presente no sentido grego “procura por similaridade” e não como cópia. 43Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa Metodologia do Ensino de Artes - book.indb 43 12/07/2019 13:34:32 Além disso, ela cita exemplos, como o de uma leitura – em formato de desenho – de uma escultura abstrata do artista Max Bill. A partir da leitura da obra, uma criança desenhou um pássaro; outra, por sua vez, a partir da mesma obra, riscou o movimento que via na escultura. Com isso, ela demonstra que a criatividade e expressão ainda são alimentadas e produzidas pelos alunos em uma releitura. Apesar de todo o esforço, Barbosa (1989) ainda assim recebeu reações agressivas em alguns lugares, sendo chamada de alienada, conservadora, escrava do capitalismo, etc. Ao final do artigo, Ana Mae diz acreditar na possibilidade de implemen- tação de três linhas diferentes (e uma possível quarta profissionalizante) nas escolas brasileiras (BARBOSA, 1989). Nesta época, estavam começando os estudos para as mudanças da disciplina, que só seriam oficializadas em 1996 (LDB) com forte pressão do 9° CONFAEB. As linhas seriam: 1. Reconhecimento da importância do estudo da imagem no ensino de arte e na educação em geral (imagem e cognição), associada às ideias da Abordagem Triangular, testadas pelo MAC/USP. 2. Reforçar a herança artística e estética dos alunos e de seu meio ambiente, ligada aos projetos como os dos CIEPs do Rio de Janeiro. É uma ideia perigosa por correr o risco de isolamento de ideias em guetos, com possíveis elitizações. 3. Movimentos de arte comunitária (herança folclórica regional), que, segundo Barbosa (1989), funcionariam bem se houvesse embasamento teórico e crítico para não correr risco de ser usado somente como fer- ramenta político-eleitoral. 4. E, saindo por fora, forte tendência ao retorno tecnicista profissionali- zante, com a ideias de implantação de design para o ensino do 2° grau, visando ao mercado de trabalho. Com olhar pessimista, ela encerra acreditando que essas linhas garantiriam que o país se tornasse um grande transmissor de valores estéticos e culturais, nos moldes de um país de Terceiro Mundo. Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa44 Metodologia do Ensino de Artes - book.indb 44 12/07/2019 13:34:32 Algumas associações de arte-educadores: 1970 – SOBREART (filiada à INSEA – International Society for Education through Art): representaria todo o país, mas, na prática, foi ativa no Rio de Janeiro. Desde sua criação até a abertura em 1983, está ligada ao governo civil-militar; 1982 – AAESP (Associação de Arte-Educadores de São Paulo); 1982 – ANARTE (Associação de Arte-Educadores do Nordeste), com 8 estados nordestinos fazendo parte; 1982 – AGA (Associação de Arte-Educadores do Rio Grande do Sul); 1982 – APAEP (Associação de Professores de Arte-Educação do Paraná); 1987 – FAEB (Federação dos Arte-Educadores do Brasil): atual órgão representativo dos arte-educadores brasileiros, ligado ao CLEA (Conselho Latino-Americano de Educação pela Arte), à INSEA e à OIE (Organização Ibero-Americana de Educação pela Arte), integrando, portanto, uma rede de entidades que almeja o fortalecimento da criação artística, da educação e da difusão e acesso à cultura; Em 1996, a AAESP (Associação dos Arte-Educadores de São Paulo) tornou a sediar o evento CONFAEB (Congresso Nacional de Arte-Educadores do Brasil), em sua 9ª edição, com o apoio da PUC de Campinas. O encontro teve caráter científico, ao abordar metodologias, e histórico, ao promover uma mesa-redonda com os presidentes da FAEB (http://faeb.com.br/). A versão preliminar dos Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC (PCNs) foi discutida com os arte-educadores, cul- minando, em dezembro, com a aprovação da LDB no Congresso Nacional e sua sanção pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. 45Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa Metodologia do Ensino de Artes - book.indb 45 12/07/2019 13:34:32 BARBOSA, A. M. Arte-educação no Brasil: realidade hoje e expectativas futuras. Estudos Avançados, São Paulo, v. 3, n. 7, p. 170-182, 1989. Disponível em: <http://www.revistas. usp.br/eav/article/view/8536>. Acesso em: 01 jul. 2017. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da República, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao.htm>. Acesso em: 01 jul. 2017. Conteúdo:
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