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1 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA 8.INTERPRETANDO O PÂNCREAS E A GLICEMIA GLICOSE • É produzida pelo fígado e vem da alimentação; • Dependendo do tipo de alimento consumido, os nutrientes são degradados, absorvidos e transformados em glicose e lipídeos (colesterol e triglicerídeos); • Após a alimentação, os nutrientes são absorvidos no intestino, carreados até o fígado pelo sangue e nele é produzida a glicose; • Quando o açúcar está em excesso, ao invés de ser excretado, ele é reservado no fígado através do glicogênio hepático = neoglicogenese; • Se mesmo assim, ainda existe glicose em excesso, o fígado vai transformá-la em gordura e estocá-la no tecido adiposo; • Ao precisar de energia, o fígado quebra primeiro o glicogênio hepático = glicogenólise; • Precisando de ainda mais glicose no sangue, ele vai degradar o tecido adiposo; GLICEMIA • Para dosar a glicose, precisamos coletar o sangue e colocá-lo em um tubo de tampa cinza, com anticoagulante chamado fluoreto; • Ele mantém a glicose estável para ser dosada até 24 horas após a coleta; • Muitas clínicas não fazem a dosagem laboratorial pois possuem o glicosímetro; • Ele é de extrema confiança, porém possui um limite mínimo e máximo de dosagem; • Abaixo de 50 ou 60 = low; • Acima de 450 ou 500 = high; • A glicemia além da alimentação, também é mediada por diferentes hormônios; • Hormônio hipoglicemiante = insulina, tira a glicose do sangue e joga dentro das células. Produzida pelo pâncreas; • Hormônios hiperglicemiantes = cortisol, adrenalina, progesterona, hormônios de crescimento e glucagon. Aumentam a glicemia; 2 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA 1. CAUSAS DE HIPERGLICEMIA: • Pós-prandial = o paciente não fez jejum antes do exame. O jejum alimentar é essencial e deve ser feito com 12 horas antes do exame, sem necessidade de jejum hídrico; • Diabetes mellitus = não produz insulina ou produz e ela não funciona corretamente. Se a insulina não exerce sua função hipoglicemiante, o paciente vai apresentar hiperglicemia; • Hiperadrenocorticismo= a adrenal do paciente produz muito cortisol (hiperglicemiante); • Hipotireoidismo = a tireoide produz pouco hormônio tireoidiano, o que faz com que os órgãos e metabolismo funcionem de forma prejudicada. O animal com hipotireoidismo é apático, quieto e não gasta muita energia. Dessa forma, ele não gasta muita glicose e faz hiperglicemia; • Pancreatite aguda = não apresenta muito estudo, porém é vista hiperglicemia nesses pacientes; 2.CAUSAS DE HIPOGLICEMIA • Jejum prolongado = principalmente em filhotes. Nesses animais, o primeiro local a sentir falta de glicose é o SNC então é comum entrarem em convulsão, estupor, coma e até óbito; • Hipoadrenocorticismo = doença que produz pouco cortisol; • Insulinoma = tumor pancreático que produz muita insulina; • Síndrome paraneoplásica = todas as células do corpo utilizam a glicose como fonte de energia. As células neoplásicas malignas vão pegar uma glicose e quebrar por fermentação, sem oxigênio, gerando apenas 2 ATPs. Com esse tipo de respiração anaeróbica o tumor tira muita glicose do sangue para ter mais energia gerando uma caquexia do câncer; • Doença hepática crônica = o fígado não está mais funcionando; • SEPSE = as bactérias consomem a glicose do paciente para se proliferarem. Se ele tem infecção bacteriana e está com hipoglicemia, o prognóstico é desfavorável; FRUTOSAMINA • Avalia a glicose há 2 ou 3 semanas, para diagnóstico e monitoramento de diabetes mellitus; 3 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA • A adrenalina é um importante hormônio hiperglicemiante, especialmente em gatos em estresse; • Por isso devemos ter muito cuidado ao diagnosticar diabetes em felinos; • O teste de frutosamina foi desenvolvido para avaliar qual foi a média da glicemia do paciente nos últimos 15 a 21 dias atrás; • Se a frutosamina estiver alta significa que a glicose desse gato esteve alta nos últimos 15 a 21 dias, ou seja, esse animal é diabético; • Se ela estiver normal, significa que esteve normal nos últimos 15 a 21 dias e esse gato não é diabético e provavelmente se estressou na hora da coleta; • Em pacientes diabéticos, é recomendada a insulina e ele deve retornar em 3 semanas para dosar a frutosamina novamente; • Se o tratamento e a dosagem estiverem certos, a frutosamina deve estar normal; • Caso ela continue alta, significa que mesmo em tratamento, esse paciente estava com hiperglicemia e a dose de insulina deve ser aumentada; LIPÍDEOS • A avaliação dos lipídeos inclui a dosagem do colesterol e dos triglicerídeos (ambos são gorduras presentes no sangue); 1.COLESTEROL • Vem a partir de gordura animal, muito importante na síntese de hormônios e algumas membranas celulares como nos hepatócitos; • Ele é necessário para o organismo, porém não em excesso; • Existem 2 tipos de colesterol: o LDL (colesterol ruim) tem a capacidade de formar placas e entupir os vasos sanguíneos; o HDL (colesterol bom) usado para compor membranas e para a síntese de hormônios, como o cortisol; • É muito importante dosar as suas frações; • Em animais, mesmo aqueles que tem o colesterol total muito alto possuem a fração elevada de HDL; 2.TRIGLICERÍDEOS • Vem a partir de carboidratos, açucares e massas; 4 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA • É a gordura que vai ser estocada no tecido adiposo; • Também apresentam a capacidade de se depositar no ducto pancreático, fazendo pancreatite; • O aumento de triglicerídeos leva ao soro lipêmico (lipemia) que fica esbranquiçado e turvo; CAUSAS DE HIPERLIPIDEMIA: • Pós-prandial = o paciente não fez jejum alimentar; • Obesidade = problema alimentar (muitos petiscos por exemplo) ou genético/familiar (comum em Schnauzer e Cocker Spaniel); • Pancreatite; • Endócrino = hiperadrenocorticismo, diabetes, hipotireoidismo; CAUSAS DE HIPOLIPIDEMIA: • Cirrose hepática = É a única causa. O colesterol e os triglicerídeos só não são produzidos quando o fígado não está funcionando corretamente. Incomum na rotina; PÂNCREAS • Intimamente relacionado com a glicose e lipídeos; • Existem duas enzimas pancreáticas: a amilase e a lipase; AMILASE/LIPASE • Enzimas produzidas no pâncreas e liberadas diretamente no duodeno para degradarem amido e lipídeos no processo de digestão; • Quase não estão presentes na circulação; • Se aumentadas no sangue, indicam lesão nas células pancreáticas = pancreatite; • A inflamação/lesão no pâncreas faz com que as enzimas entrem na circulação; • Em animais com pancreatite necrotizante, a necrose pode indicar que após a inflamação, esse animal vai se tornar diabético; • Se as células que produzem insulina foram lesionadas, o animal vai apresentar uma deficiência nessa produção posteriormente; • O manejo para que esse animal não se torne diabético é muito difícil; 5 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA HIPERAMILASEMIA/HIPERLIPASEMIA • Em cães com pancreatite, o aumento dessas enzimas pode ser de 7 a 10 vezes maior do que os valores referência, porém ocorrem muitos falsos negativos (40%) já que animais com pancreatite podem ter amilase e lipase normais no sangue; • Para isso, foi criado um novo método = lipase pancreática específica; o É um método ELISA, que apresenta apenas 2% de falsos negativos; o O teste pode ser feito na própria clínica, porém tem alto valor já que o kit é importado
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