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1 Oftalmologia Estrabismo É um desalinhamento dos olhos, afetando o paralelismo entre eles; Perda da visão binocular déficit da visão estereoscópica (visão de profundidade); Diplopia (formação de 2 imagens que não fundem); Estrabismo pode acontecer de forma congênita (desde o nascimento ou com início na infância), ou pode ser adquirida (secundária aos traumas, tumores orbitários, Orbitopatia de Graves – em que ocorre o crescimento da gordura retro-orbitária e expande os m.retos); Objetivo do tratamento do estrabismo restabelecer o paralelismo dos olhos e a binocularidade (fusão da imagem); Lei de Hering No movimento binocular, o estímulo ao músculo de um olho se transmite igual e simultaneamente a seu correspondente no outro olho. Portanto, um músculo parético pode exercer suas funções quando isoladas, mas pode não fazê-las em movimentos conjugados. Lei de inervação recíproca de Sherrington A quantidade de estímulo que chega ao músculo para contração é igual e simultânea à que chega ao seu antagonista para relaxamento. Então, a lei de inervação recíproca de Sherrington e Lei de Hering, diz que quando o olho parece parado há músculos em todas as direções aplicando mesma intensidade de força, caso alguma força seja de menor intensidade gera um olho com estrabismo. Tipos de estrabismo: -> Estrabismo convergente –ex. no diabético (tipo de estrabismo adquirido, acontece por lesão de microvasculatura) afeta o VI p.n.c. tendo “olho desviado para dentro” do paciente e isso ocorre pelo peso e contrapeso. Convergente em direção ao nariz; Divergente em direção temporal ou lateral; Vertical para cima ou para baixo; 2 -> Estrabismo divergente –ex. devido paralização do n. oculomotor -> Estrabismo vertical Estrabismo traumático deve pedir para o paciente olhar para os lados e quando ele olha para cima um olho não muda de posição, indicando fratura em blow-out. Deve sempre pedir exames de imagem de alta resolução (TC e RNM). Estrabismo adquirido Orbitopatia de Graves, ocorre pela proliferação da gordura retro-orbitária e os músculos se calcificam e engrossam, com isso o olho começa a sofrer essa pressão dando exoftalmia e por último gera o estrabismo, no caso dessa paciente o estrabismo é por compressão, com isso deve fazer uma cirurgia (retira gordura retro orbitária) e aí o olho volta a condição de normoftalmia e aí acaba o estrabismo. Deve sempre pedir Ressonância (para descartara causas mais graves como Tumor orbitário), hormônios (T3, T4 e TSH) para ver se não tem hipertireodismo (+ comum) ou hipotireoidismo. Exame no estrabismo: Inspeção dinâmica pedindo ao paciente acompanhar a movimentação de um foco luminoso nas 9 posições do olhar; Os movimentos oculares são descritos como “duções”: Adução para dentro, nasal Abdução para fora, temporal Elevação para cima Depressão para baixo Incliclodução oblíquo para baixo nasal Exciclodução oblíquo para cima temporal Anota-se em prontuário, por exemplo: “déficit à abdução de olho esquerdo”; “limitação/déficit à adução do olho direito”. 3 Músculos extrínsecos oculares: Reto Medial responsável pela adução Reto Lateral responsável pela abdução Reto Superior responsável pela elevação Reto Inferior responsável pela depressão Oblíquo Superior responsável por torce o olho para dentro e para baixo Oblíquo Inferior responsável por torce o olho para fora e para cima Inervação: III par craniano (N. óculo motor): M.Reto superior M. Reto inferior M. Reto medial M. Oblíquo inferior Obs: o nervo óculo motor inerva também o levantador da pálpebra superior. Lesão = ptose. VI par craniano (N. abducente): M. Reto lateral Obs:Movimento de abdução (abrir) é feito pelo n.abducente IV par craniano (N. troclear): M. Oblíquo superior Se chegar paciente que não está conseguindo fazer abdução é lesão no VI p.n.c Se chegar paciente que só está fazendo abdução é lesão no III p.n.c Se o paciente não estiver conseguindo fazer o movimento de torção do olho para cima e para baixo é lesão no IV p.n.c Paralisia do nervo abducente (VI p.n.c): Ocorre em lesões neurológicas; nos diabéticos – mononeurite múltipla (doença em pequenos vasos); compressões no seio cavernoso (acometimento de trigêmeo V par junto); sinusites muito intensas; aumento da pressão intracraniana; Paralisia do nervo oculomotor (III p.n.c): Deve falar para o paciente movimentar o olho esquerdo, e ao falar para ele movimentar o direito não movimenta e ele fica com abdução (para fora) porque o n.abducente dele está funcionante, então provavelmente é paralisia do n.oculomotor (responsável pela maior parte dos movimentos oculares). Pede para o paciente olhar para os lados e posição precípua do olhar, mas quando o paciente olha para o lado esquerdo se vê que o olho não abduziu com isso é lesão do n.abducente 4 Paralisia do nervo facial (VII p.n.c): não tem haver com estrabismo, mas é algo que ocorre frequentemente Percebe-se que está virado para o lado não acometido; Paralisia de Bell tratamento depende da causa Normalmente a causa é viral, ai utiliza corticoide e antiviral (Aciclovir); Prednisona (anti-inflamatório) 1mg/Kg até 80mg qD 2s – reduz o edema inflamatório Aciclovir 800mg QID 5dias, tomando nas primeiras 72h – previne a replicação viral Deve enfatizar para o paciente que não é um AVC. Com isso, deve fazer a Escala de Cincinnati pedindo para o paciente sorrir para ver se tem desvio de comissura, força muscular em que se for AVC um dos braços irá cair e força ao apertar. Todos os testes para AVC deverão ser feitos (inclusive exames complementares como TC, RNM) antes se afastar a hipótese. Estrabismo acomodativo alto grau de hipermetropia em um olho e com isso o cérebro “desliga” esse olho e faz o desvio. Tratamento do estrabismo acomodativo é a prescrição total do grau de hipermetropia do olho de desvio, e deve ser o mais precoce possível pelo risco de ambliopia no olho de desvio. Então, estrabismo em crianças, principalmente em menores de 8 anos, devem ser encaminhados para oftalmologista com urgência prevenção da ambliopia (“olho preguiçoso”). -> 5 Deve prescrever o grau de hipermetropia referente ao olho “ruim”/preguiçoso e tampa o olho “bom”, para que o olho “ruim” entenda que ele tem condições para enxergar. Pseudo estrabismo telecanto alargado dando uma sensação de que o olho está estrábico (para dentro), só que na verdade é o telecanto que está alargado e ao corrigir esse telecanto desaparece a sensação de estrabismo. Ao fazer o teste de Hirschberg verá que o reflexo é no centro. Teste de Hirschberg Incidir uma luz frontal em direção a pupila e observa o local do reflexo luminoso. Quando se suspeita de estrabismo deve fazer esse teste. Quantificação pelo reflexo luminoso no olho desviado: Reflexo centrado pupilar: normal Reflexo contido limite pupilar: 15º de desvio Reflexo em limites da íris: 30º de desvio Reflexo em limbo: 45º de desvio Estrabismo convergente Estrabismo divergente