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SCA I - Genética Médica Módulo 1 - Aula 2 Cecilia Antonieta 82 A 1 ANOMALIAS CONGÊNITAS E RARAS CONCEITOS DOENÇAS GENÉTICAS causadas por uma ou mais anor- malidades no genoma do indivíduo (nível cromossômico ou gênico). Resultado de mutações novas ou transmi- tidas de forma hereditária de um ou ambos os genitores. DOENÇAS HEREDITÁRIAS doenças genéticas transmitidas dos genitores para sua prole. DEFEITOS CONGÊNITOS “Toda anomalia funcional ou estrutural do desenvolvimento do feto decorrente de fator originado antes do nascimento, mesmo quando o defeito não for aparente no RN e só manifestar-se mais tarde” (OPAS). Causa genética e/ou ambiental, pré ou pós- concepcional. 2ª maior causa de mortalidade infantil no Brasil. ANOMALIAS CONGÊNITAS MENORES anomalias sem consequências médicas, so- ciais ou estéticas importantes. Variantes morfogenéti- cas que ajudam o diagnóstico num quadro sindrômico e têm frequência alta na população (1 anomalia = 15% da população). Importantes para investigar anomalias maiores escondidas. MAIORES anomalias com consequências médicas, sociais ou estéticas importantes. Não são variações normais da população. Frequência de 2-3 por nativo. Origem mais precoce no desenvolvimento. ANOMALIA CONGÊNITA (AC) Qualquer anormalidade que afeta a estrutura ou função do corpo, incluindo o metabolismo, e que se faz presente a partir do nascimento. Pode ser óbvia no RN, manifestar-se na infância ou em idades mais avançadas. MORBIDADE ASSOCIADA NO BR mais de 30% das inter- nações pediátricas possuem diagnóstico de AC estabele- cido na admissão. A permanência hospitalar e os custos são maiores. A taxa de evolução para óbito é 4,7x maior. TIPOS MALFORMAÇÕES defeito morfológico de um órgão, parte dele, ou parte maior do corpo. Resultado de um desenvolvimento intrinsecamente anormal. DEFORMIDADES forma ou posição anormal de parte do corpo causada por forças mecânicas, não disruptivas. DISRUPÇÕES defeito morfológico de um órgão, parte dele ou região maior do corpo. Resultado de uma ruptura ou interferência, com o desenvolvimento originalmente normal. MECANISMOS PATOGENÉTICOS E TERMOS DE VINCULAÇÃO ASSOCIADOS SÍNDROME padrão de anomalias múltiplas supostamen- te relacionadas patogeneticamente. ETIOLOGIA variável. Causas cromossômicas detectáve- is ao cariótipo (trissomias dos cromossomos 21, 18 e 13); não detectáveis (síndrome de microdeleções e microduplicações); causas gênicas (síndrome de Apert, acondroplastia). SEQUÊNCIA padrão de anomalias múltiplas derivadas de uma anomalia ou fatores mecânicos presumivelmente anteriores e causadores. Sequência de Potter. ASSOCIAÇÃO ocorrência concomitante de 2 ou mais a- chados de forma não aleatória, cuja ligação entre as a- normalidades não é consistente para justificar definição de síndrome ou sequência. Associação VACTERL. DOENÇA RARA Definidas pelo número reduzido de pessoas afetadas. PREVALÊNCIA 1:2.000-500.000, Brasil/OMS (1,3:2.000). Aproximadamente 6-8% da população mundial. Existem cerca de 8 mil doenças raras descritas. Em média 260-280 doenças novas (genéticas) são descritas por ano. Cerca de 13 milhões de afetados no Brasil e 300 milhões no planeta. 80% possui origem genética. Observada em todas as idades e a maioria é diagnosticada tardiamente por ser confundida com outras doenças. DIAGNÓSTICO difícil – raridade e acesso à tecnologia. 40% das pessoas têm diagnóstico errado. IMPACTO doenças graves, crônicas, degenerativas, progressivas; levam à incapacidade permanente e alto risco de morte. SCA I - Genética Médica Módulo 1 - Aula 2 Cecilia Antonieta 82 A 2 RECONHECIMENTO DO IMPACTO DAS ANOMALIAS CONGÊNITAS E DOENÇAS RARAS Aumento das condições gerais de vida, indicadores de saúde – transição epidemiológica. Ocultadas por outras doenças (parasitoses), avanço na saúde – melhor diagnosticadas. INICIATIVAS GOVERNAMENTAIS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ▪ Credenciamento de serviços: Fendas Orais (1994), Implante Coclear (1999) Deficiência Fisica (2001) ▪ Criação do registro de anomalias congênitas na DNV (2000) ▪ Programa Nacional de Triagem Neonatal - PNTN (2001) ▪ Tratamento de Osteogênese Imperfelta, Doença de Gaucher e Distrofia Muscular (2001), Deficiência mental e autismo (2002) ▪ Fortificação da farinha de trigo com ácido fólico (2002) ▪ Deficiência Auditiva (2004), Doença falciforme (2005) ▪ Vacinação de mulheres contra rubéola (2008) ▪ Politica Nacional de Atenção Integral a pessoas com doenças raras – PNAIPDR (2014) PNAIPDR estruturada a partir da lógica de cuidados, centrada nas necessidades de saúde, atenção à saúde integrada e coordenada (prevenção, acolhimento, diagnóstico; tratamento, habilitação, reabilitação), garantia de aconselhamento genético. Eixo 1 – doenças raras de origem genética: anomalias congênitas e de manifestação tardia, deficiência intelectual, erros inatos do metabolismo. Eixo 2 – doenças raras de origem não-genética: doenças ifnecciosas, inflamtórias, autoimunes, outras não incluídas nas anteriores. INICIATIVAS INTERNACIONAIS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA CLASSIFICAÇÃO MONOGÊNICOS mutação em um gene ou par de genes. CROMOSSÔMICOS anormalidade numérica ou estrutural em um ou mais cromossomos. MULTIFATORIAIS vários genes de suscetibilidade + fatores ambientais (não genéticos). AMBIENTAIS FATORES QUE ELEVAM O RISCO PARA AN O- MALIAS CONGÊNITAS E DOENÇAS RARAS FATOR DE RISCO não é causa, mas aumenta chances de determinado evento/patologia ocorrer. RISCO TERATOGÊNICO Automedicação ou prescrição indevida (talidomina, alguns antiepiléticos, alguns medicamentos psiquiátri- cos, anticoagulantes -varfarina, tratamento de acne – roacutan). Exposição ocupacional: pesticidas, agentes químicos. Doenças maternas; TORCHS+ZV, diabetes, hipotireoidis- mo, HAS. Baixa ingestão de ácido fólico, deficiência de iodo, excesso de vitamina A. Tabagismo, ingestão de álcool (atravessa a barreira placentária) ou drogas ilícitas (cocaína e crack) durante a gravidez. Gravidez em idade inferior a 19 anos (mais sujeitas aos fatores acima). RISCO GENÉTICO Consanguinidade parental (fator de encontro de alelos raros). História familial de anomalias congênitas. Reprodução em idade materna acima de 35 anos. Reprodução em idade paterna acima de 40 anos. Origem étnico-geográfica.
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