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TUTORIA 2 UCII - Embriologia

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Pâmela Brandão da Silva
TUTORIA 2 – MÓDULO 2 – 22/03/2020
SP2- “ A escola na UBS”
· Compreender a puberdade feminina e suas características e estágios do desenvolvimento sexual feminino 
As mudanças corporais que ocorrem nas garotas, nessa fase do desenvolvimento, são consideráveis. Desencadeadas pela produção dos hormônios, a partir dos oito ou nove anos, promovem mudanças no tamanho do corpo, nas suas proporções, e o desenvolvimento das características sexuais primárias e secundárias.
Os hormônios são “mensageiros químicos” muito importantes que influenciam na transformação do nosso corpo como, por exemplo, o hormônio do crescimento (Somatotrofina), produzido pelo celebro, assim como os hormônios sexuais, conhecidos como estrógeno e progesterona, que são produzidos pelo ovário da mulher.
Por volta dos 8 anos, o hipotálamo libera um hormônio chamado gonadotrofina (GnRH), que vai até a glândula hipófise. Ali, dispara-se a produção de dois outros hormônios: o luteinizante (LH) e o folículo-estimulante (FSH). Eles estimulam os ovários a fabricar estrogênio e progesterona.
Existem muitos outros hormônios, como a prolactina e os andrógenos, presentes tanto no corpo masculino quanto no corpo feminino, em diferentes quantidades, que também são responsáveis pela transformação de um corpo de criança, passando pela adolescência até chegar a ser um corpo de adulto. Neste processo, existem também outras substâncias chamadas de neurotransmissores que tem a função de, como a palavra já diz, transmitir os impulsos nervosos de uma célula a outro contribuindo assim com as mudanças e transformações do nosso corpo.
Crescimento
· O surto de crescimento da puberdade começa um ano ou dois antes que os órgãos sexuais amadureçam, e depois disso, dura de seis meses a um ano. Nas meninas começa entre 8,5 e 11,5 anos, com um pico de rapidez que ocorre em média aos 12,5 anos, declinando depois disso até parar por volta de 15 a 16 anos. O crescimento em altura segue um padrão regular e geralmente precede o aumento de peso. Em cerca de três anos, até um ano depois da puberdade, a menina ganha, em média, 17 quilos.
· Na infância, a velocidade média de crescimento das meninas é de 5 a 7 centímetros por ano. Antes da menarca, a primeira menstruação, chega a 12 centímetros por ano. Depois da menstruação, elas continuam crescendo num ritmo menor. É o resultado da soma dos hormônios sexuais e do GH, hormônio do crescimento, que multiplica as células e aumenta a síntese de proteínas nelas.
· Durante a puberdade a cabeça cresce lentamente em relação ao resto do corpo
· A testa se torna mais alta e larga,
· O nariz cresce rapidamente,
· A boca se alarga, os lábios tornam-se mais cheios e o queixo passa a ser mais pronunciado;
· Desenvolve-se a linha da cintura: O corpo da menina ganha contornos de mulher. Na presença do estrogênio, células do tecido adiposo na região das coxas, das nádegas e da barriga crescem e se multiplicam. Os locais em que a gordura se deposita variam muito de acordo com o biótipo de cada garota.
· Ombros e quadris se alargam, os braços e as pernas se alongam e tornam-se mais moldados, em consequência dos depósitos de gordura;
· Há o desenvolvimento dos seios: Os seios se desenvolvem em etapas. Primeiro você pode notar que parecem pequenos “caroços” ou inchaços embaixo dos mamilos. Depois disso, eles ficarão maiores, mais cheios e podem ficar um pouco doloridos às vezes. Mas vale lembrar que toda menina é diferente. O tamanho dos seus seios, grandes ou pequenos, dependerá das características físicas e genéticas da sua família. Você está curiosa para saber o tamanho que seus seios vão ficar? Então, calma! Demora de dois a três anos para que eles parem de crescer e fiquem do tamanho que terão na idade adulta. Um seio pode crescer mais que o outro no começo, mas geralmente eles ficarão do mesmo tamanho na fase adulta. É normal que a maioria das mulheres tenha um seio maior que o outro, mas a diferença geralmente é pequena. Se você notar uma diferença muito grande, consulte o seu médico.
· Aparecimento dos pelos púbicos, axilares, faciais e nos membros: Quando a testosterona, liberada pelas glândulas suprarrenais e ovários, cai na circulação sanguínea, começam a crescer os primeiros pelos nas axilas, nas pernas e na região pubiana. É que os folículos capilares são incitados pelo hormônio.
· Também ocorrem alterações na voz: Assim como os meninos, as meninas produzem testosterona, mas em menor quantidade. É esse hormônio que faz a cartilagem da laringe, onde estão as pregas vocais, aumentar em torno de 4 milímetros. Isso deixa a voz menos aguda.
· E na cor e textura da pele.
· Mudanças também acontecem nos órgãos internos, nos sistemas digestivo, circulatório, endócrino e respiratório; os ovários e o útero crescem e amadurecem rapidamente.
· Vem o sangramento menstrual cíclico ou menstruação (Hurlock, 1979). A menarca deve ocorrer por volta dos 12 anos, segundo Penna, Epps e Deluqui, 1970, Berenstein, 1995 e Kuczynski, 1998. Ocorre a primeira menstruação, chamada de "menarca", costuma acontecer entre os 10 a 12 anos de idade, lembrando pode ocorrer antes ou depois dessa idade;
· A vagina fica com a parede mais espessa;
· Aumenta a irrigação sanguínea do clitóris;
· Mais suor: Os hormônios sexuais ativam as glândulas sudoríparas, que passam a produzir mais suor. Como o líquido é um alimento rico para bactérias, elas se proliferam nas axilas e nos pés. Daí porque essas regiões passam a exalar cheiros desagradáveis.
· Secreção: A sua calcinha tem ficado úmida às vezes? Você notou manchas amarelas ou brancas nela no final do dia? Isso é secreção, o fluido que o corpo produz para umedecer e limpar a vagina. É perfeita mente normal e significa que provavelmente você começará a menstruar em breve.
· Acne: De novo a testosterona. Ela é um dos principais responsáveis pelo estímulo nas glândulas sebáceas, que secretam a gordura natural da pele. Esse sebo se acumula nos poros e serve de alimento para bactérias, provocando uma inflamação com pus, a espinha.
· Mamas: O primeiro sinal da puberdade não é a menstruação, mas, sim, o surgimento do broto mamário, com elevação da aréola e da papila. O estrogênio, o hormônio ovariano, é o maestro que rege essa transformação com data certa para ocorrer – em geral entre 8 e 10 anos.
ESCALA DE TANNER
A escala de Tanner é uma escala de desenvolvimento físico em crianças, adolescentes e adultos. Define medidas físicas de desenvolvimento com base nas características sexuais primárias e secundárias externas, como o tamanho dos seios, genitália, volume testicular e desenvolvimento de pêlos pubianos e axilares. Essa escala foi desenvolvida pela primeira vez por James Tanner, um pediatra britânico, e, assim, leva o seu nome.
Devido à variação natural, os indivíduos passam pelos estágios de Tanner em taxas diferentes, dependendo, em particular, do momento da puberdade. No tratamento do HIV, a escala de Tanner é utilizado para determinar qual regime de tratamento para seguir (adulto, adolescente ou pediátrico).
Resumidamente temos:
SEXO FEMININO
Desenvolvimento das mamas
M1 - mama infantil.
M2 (8-13 anos) - fase de broto mamário, com elevação da mama e aréola como pequeno montículo.
M3 (10-14 anos) - maior aumento da mama, sem separação dos contornos.
M4 (11-15 anos) - projeção da aréola e das papilas para formar montículo secundário por cima da mama.
M5 (13-18 anos) - fase adulta, com saliência somente nas papilas.
Desenvolvimento dos pelos pubianos
P1 - fase de pré-adolescência (não há pelugem).
P2 (9-14 anos) - presença de pêlos longos, macios e ligeiramente pigmentados ao longo dos grandes lábios.
P3 (10-14,5 anos) - pêlos mais escuros e ásperos sobre o púbis.
P4 (11-15 anos) - pelugem do tipo adulto, mas a área coberta é consideravelmente menor que a do adulto.
P5 (12-16,5 anos) - pelugem do tipo adulto, cobrindo todo o púbis e a virilha.
· Analisar os impactos da esfera biopsicossocial na puberdade 
Frente a todas essas mudanças, a imagem corporal também precisa ser reformulada. A imagemcorporal ou esquema corporal é a representação mental do próprio corpo, o modo como ele é percebido pelo indivíduo. Compreende não só o que é percebido pelos sentidos, mas também as idéias e sentimentos referentes ao próprio corpo, em grande parte inconscientes (Schilder, 1999).
A imagem corporal vai se desenvolvendo como um produto da relação do indivíduo consigo mesmo e com os outros. Como acrescenta Lourenção van Kolck (1984), a imagem corporal é uma unidade adquirida, é dinâmica, portanto alterações corporais provocam mudanças na imagem corporal, e esse fenômeno é particularmente intenso na adolescência.
Desde que deixa de ser um bebê o corpo do ser humano até a adolescência mantém uma identidade; essa identidade sofre uma desorganização com a emergência dos caracteres sexuais secundários. As mudanças que ocorrem nesse período levam a uma perda da antiga imagem corporal e da identidade infantis, o que implica na busca de uma nova identidade. A menina adquire, agora, um novo status e, com a chegada da menstruação, tem como tarefa psíquica que definir seu papel e identidade sexual (Aberastury, 1990).
A adolescente precisa elaborar o luto pelo corpo infantil que vai perdendo, e aceitar a chegada da menstruação, que lhe impõe uma definição sexual e de seu papel na união com o par do sexo oposto e na procriação. A angústia e os estados de despersonalização que, muitas vezes, acompanham esses momentos, devem-se, segundo Aberastury, à angústia de perceber que é o próprio corpo que produz essas mudanças.
Como diz Calligaris (2000, p 25) �entre a criança que se foi e o adulto que ainda não chegou, o espelho do adolescente é freqüentemente vazio� Com que parâmetros pode olhar para si mesmo, se não se sente mais amado pela sua aparência, como era quando criança, e ainda não é reconhecido como um par pelos adultos?
Observando-se esta questão do ponto de vista do desenvolvimento feminino, percebe-se que, além da dificuldade intrínseca de fixar uma imagem de si, mesmo que temporária, nesse corpo em transformação, a jovem, em nossa sociedade ocidental contemporânea, tem que lidar com novos desafios, trazidos pela globalização e forte influência dos meios de comunicação nos comportamentos humanos.
Como afirma Ruffino (1993), as sociedades modernas vão, cada vez mais, homogeneizando comportamentos, e cada grupo social vai perdendo seus traços culturais característicos. Assim, a chegada da menstruação, por exemplo, que freqüentemente demarcava uma passagem para um novo estágio de desenvolvimento e era tida como um acontecimento social em muitas culturas, passou a ser vivida solitariamente por cada jovem.
Além da falta do apoio social para lidar com suas transformações, as jovens deparam-se com os modelos de beleza e com a extrema valorização da aparência veiculada pelos meios de comunicação. É preocupante o fato de que esses modelos sejam internalizados, sem ser questionados, como algo natural do sujeito. Como afirma Kehl (2001), a intensidade com que os meios de comunicação atingem as culturas é mais intensa que a capacidade de assimilação das pessoas, fazendo com que o que se vê seja incorporado sem ser simbolizado. Em nossa sociedade, há uma desconsideração da subjetividade e uma supervalorização da imagem, um culto narcísico ao corpo, que é vendido como objeto de consumo, onde, mais importante do que sentir, pensar, criar, é ter medidas perfeitas, considerando-se o padrão de magreza como ideal. Assim, a adolescente, que já tem que lidar com suas transformações físicas, é colocada frente a esses modelos e à impossibilidade de corresponder a eles.
O excesso de preocupação com a aparência e o aumento da insatisfação com o corpo, principalmente com o peso, na contemporaneidade, tem sido objeto de muitos estudos científicos. Esse interesse é motivado pelo reconhecimento do crescimento dos distúrbios alimentares em garotas adolescentes e mulheres jovens, principalmente. A preocupação com o peso é entendida como resultado da internalização de padrões irreais de beleza, e, muitas vezes, predispõe as jovens à depressão. Especialistas em distúrbios alimentares defendem que haja esforços no sentido de alterar esse padrão de beleza de extrema magreza e as atitudes sociais frente ao aumento de peso, ao mesmo tempo, que sejam feitos estudos de intervenção para melhorar a imagem corporal das garotas (Striegel-Moore, 2001). Ao se defrontarem com modelos geralmente fora dos padrões de normalidade, as jovens, que já lidam com as dificuldades intrínsecas de possuir um corpo em transformação, tendem, segundo esses estudos, a ter um autoconceito rebaixado.
Essa idéia é comprovada por uma pesquisa com 580 adolescentes coordenada pela Divisão de Psicologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas, apresentada por De Lucia (2001), no Congresso Interamericano de Psicologia da Saúde, que mostrou que 80% delas não gostam da própria aparência e 50% procuram dietas porque acham que são gordas. Uma das conclusões dessa pesquisa é que a motivação para a dieta não estava relacionada à atual forma física delas, mas à busca de um corpo ideal.
Nesse contexto de grandes mudanças corporais e forte pressão da mídia e da sociedade para a exibição de um corpo idealizado, este trabalho pretende investigar qual é a imagem corporal das garotas que estão entrando na adolescência, utilizando, para isso, entrevistas semi-dirigidas e o Teste do Desenho da Figura Humana, segundo a adaptação de Lourenção Van Kolck (1984) da obra de Machover (1967).
· Compreender as implicações da gravidez precoce 
A gravidez na adolescência representa risco tanto para a mãe quanto para o bebê, uma vez que a adolescente não está completamente preparada fisicamente e psicologicamente para uma gestação. Dessa forma, toda gravidez em meninas entre 10 e 18 anos são consideradas de risco, pois há maior chance do bebê nascer com baixo peso, prematuro ou a mulher sofrer aborto espontâneo.
É importante que a família, a escola e o médico ginecologista orientem a menina assim que comece a ter vida sexual ativa, pois assim é possível evitar a gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis.
Riscos da gravidez na adolescência
A gravidez na adolescência é sempre considerada uma gravidez de risco, já que a adolescente nem sempre está preparada fisicamente para a gestação, o que pode representar risco tanto para a menina quanto para o bebê. Os principais riscos da gravidez na adolescência são:
· Pré-eclâmpsia e eclâmpsia;
· Parto prematuro;
· Bebê com baixo peso ou subnutrido;
· Complicações no parto, que pode levar à uma cesária;
· Infecção urinária ou vaginal;
· Aborto espontâneo;
· Alterações no desenvolvimento do bebê;
· Má formação fetal;
· Anemia.
Além disso, a gravidez na adolescência aumenta o risco de óbito da gestante, além do risco de depressão pós-parto e rejeição ao bebê.
Além da idade, o peso da adolescente também pode significar um risco, já que uma adolescente que pesa menos de 45 quilos apresenta maiores chances de gerar um bebê pequeno para a idade gestacional.
A obesidade também representa um risco, pois aumenta o risco de diabetes e de hipertensão arterial durante a gravidez. Se a altura da adolescente for inferior a 1,60 cm, ocorre uma maior probabilidade de ter um quadril pequeno, o que aumenta as chances de trabalho de parto prematuro e de dar à luz a um bebê muito pequeno por atraso de crescimento intrauterino. Saiba quais são as consequências da gravidez na adolescência.
Como evitar a gravidez na adolescência
Para evitar a gravidez indesejada, é importante que os adolescentes utilizem camisinha em todo contato íntimo, impedindo não só a gravidez, mas também a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.
No caso das meninas, é importante ir ao ginecologista quando a vida sexual começa a ser ativa, pois assim o médico poderá indicar qual o melhor método contraceptivo, além da camisinha, para ser utilizado. Conheça os principais métodos contraceptivos.
Apesar de ocorrer em diferentes grupos, os estudos demonstram que a gravidez na adolescênciaestá relacionada a baixa renda, deficit de escolaridade e poucas perspectivas intelectuais, sociais e profissionais. Além da vulnerabilidade social, a saúde da jovem grávida também fica ameaçada.
A repetição de padrão também contribui para a gravidez na adolescência. Em 66% dos casos, as jovens apresentam as mesmas experiências vividas por suas mães e avós.
Em geral, os estudos revelam uma série de circunstâncias pelas quais as mamães adolescentes passam: 
- Medo de serem rejeitadas socialmente: uma das consequências da adolescência e a gravidez, é que a jovem se sente criticada pelas pessoas do seu meio e tende a se isolar do grupo. 
- Rejeição ao bebê: são crianças e não desejam assumir a responsabilidade, o tempo e as obrigações que significa ser mãe. No entanto, isso também faz com que elas se sintam culpadas, tristes e diminui sua autoestima. 
- Problemas com a família: comunicar a gravidez na família, muitas vezes é motivo de conflito e inclusive rejeição dentro da própria família. 
- Os filhos de mães e pais adolescentes podem sofrer maior taxa de fracasso escolar, problemas de aprendizagem ou inclusão social.
· Analisar processos do ciclo menstrual 
A menstruação ocorre devido à preparação do endométrio para receber o óvulo fecundado (ovo). Quando isso não ocorre, essa parede começa a se soltar, saindo em forma de sangramento. Isso pode provocar, em algumas mulheres, cólicas pré-menstruais. A menstruação é usada como um primeiro sinal para uma gravidez, se ocorrida normalmente pode significar que a mulher não está grávida, se atrasada, pode significar que a mulher está grávida, então é importante procurar um posto de saúde e fazer o teste de gravidez. Porém é importante sabermos que cada mulher tem um ciclo diferente, a menstruação pode adiantar ou atrasar em relação à data prevista, assim como mudar o fluxo e a cor entre uma menstruação e outra, entendeu a importância de se conhecer?
Período Fértil
É o período em quer a mulher tem uma maior chance de engravidar, ele tem a duração de até 06 dias, sendo que a ovulação pode ocorrer 14 dias antes do primeiro dia da menstruação seguinte. Não tem como prever exatamente quando essa data irá ocorrer, pois o ciclo menstrual pode variar entre um mês e outro.
Vale lembrar, entretanto, que algumas mudanças no ciclo são normais e nem sempre são sinais de problema ou sinal de gravidez. Em todo caso, é sempre bom consultar o ginecologista e esclarecer as dúvidas.
Por que a menstruação fica irregular?
A menstruação irregular pode acontecer por inúmeros motivos, mas é mais comum em mulheres entre os 10 e 20 anos, pois nessa faixa etária o eixo hipotálamo-hipófise-ovário ainda está imaturo, resultando em ciclos menstruais sem a produção de óvulos.
Isso ocorre em aproximadamente 50% das adolescentes durante os primeiros anos seguidos após a primeira menstruação, mas tende a se estabilizar naturalmente.
Fora isso, as principais causas para um ciclo menstrual irregular são:
· Período pós-gravidez;
· Menopausa precoce;
· Síndrome dos ovários policísticos;
· Distúrbios na tireoide, como o hipertireoidismo;
· Pólipo endometrial;
· Obesidade;
· Distúrbios alimentares que causam perda de peso em excesso, como a anorexia nervosa;
· Excesso de atividade física intensa, principalmente nas mulheres atletas;
· Mudança de anticoncepcional;
· Estresse e distúrbios emocionais.
Como calcular o ciclo menstrual?
Para calcular o ciclo menstrual, deve-se anotar o 1º dia da menstruação, que corresponde ao 1º dia do ciclo menstrual, e, a partir dele, a mulher deve contar os dias seguintes até o 1º da próxima menstruação. Normalmente, ele varia entre 21 e 35 dias.
Quando o tempo do ciclo é menor do 21 dias ou maior do que 35 dias, pode-se estar com o ciclo menstrual irregular, o que pode ser sinal de problemas. Nesses casos, é sempre uma boa opção conversar com o ginecologista.
Tabelinha de ciclo menstrual
A tabelinha de ciclo menstrual é um método muito utilizado pelas mulheres que buscam engravidar, pois ajuda a descobrir com mais facilidade quando ocorrerá o período fértil. Apesar disso, vale lembrar que ela não deve ser utilizada para prevenir a gravidez.
Para fazer a sua própria tabelinha, você deve conhecer o seu ciclo menstrual. De modo geral, a ovulação ocorre no 14º dia após a menstruação, sendo que esse é considerado o dia mais fértil da mulher.
Entretanto, como o dia exato da ovulação ainda pode variar por fatores diversos, como estresse e alterações hormonais, deve-se considerar 2 dias antes e dois dias depois desse 14º dia, totalizando 5 dias — também chamado período fértil.
Para tornar a tabelinha mais eficiente, é recomendado que a mulher anote num calendário todos os dias em que fica menstruada durante, pelo menos, 1 ano e, assim, consiga observar regularidades.
Sinais que indicam o período fértil
É possível saber o período fértil através do acompanhamento do ciclo menstrual. Com ele, você consegue ter uma estimativa do dia em que ocorre a ovulação e saber se você se encontra ou não no período fértil.
A ovulação ocorre 14 dias antes da menstruação e é o momento em que a mulher está mais fértil. O período fértil gira em torno de 2 dias antes e 2 dias depois do próprio dia da ovulação, o que representa aproximadamente 5 dias férteis.
Mas também existem outras maneiras de saber se você está no período fértil ou não, pois há alguns sintomas bem característicos. Dentre eles se encontram:
· Secreção vaginal (filância): durante o período da ovulação, há a liberação de um hormônio chamado estradiol, que faz com que a vagina produza mais líquido do que o habitual, como se fosse um mecanismo de lubrificação que auxilia a entrada dos espermatozoides. O fluído é transparente e elástico, semelhante à clara de ovo.
· Surgimento de acne (espinhas): um dos sinais de que se está no período fértil é um aumento da oleosidade da pele e o surgimento de pequenas espinhas ou cravos;
· Ligeiro aumento de temperatura: o aumento da progesterona pode causar um aumento na temperatura corporal entre 0,3 ºC e 0,8ºC. Você pode medir a sua temperatura logo ao acordar.
· Aumento da libido e apetite: durante o período fértil, os hormônios estão à flor da pele, fazendo com que o apetite (gastronômico e sexual) fique elevado.
Leia mais: Calculadora Gestacional (semanas, meses): como calcular, ultrassom
Mulher não engravida quando está menstruando?
Falso! Apesar da chance de gravidez durante a menstruação ser bastante pequena, ainda é possível que o óvulo seja fecundado.
Para que uma gravidez aconteça durante a menstruação, é necessário que o ciclo menstrual seja muito curto, para que a data da ovulação ocorra próxima a do sangramento inicial. Outra possibilidade é do sangramento durar muito tempo, fazendo com que a ovulação ocorra ao mesmo tempo.
Ou seja, embora raro, pode acontecer. Por essa razão, o uso de preservativos deve ser priorizado sempre.
· Compreender as políticas orientadas para a educação sexual 
Importância da educação sexual: O documento propõe a “educação sexual compreensiva”, cujo objetivo é nortear o processo de aprender e ensinar sobre os aspectos cognitivos, físicos, emocionais e sociais da sexualidade. O texto discute temáticas mais científicas, como fisiologia e anatomia sexual e reprodutiva, puberdade e menstruação, reprodução, métodos contraceptivos modernos, gravidez e partos, além das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Mas também trata de outras dimensões da sexualidade, como igualdade de gênero, amor, orientação sexual e identidade de gênero. Ou seja: tópicos antenados com as discussões contemporâneas e que podem afetar a saúde sexual e emocional dos jovens também aparecem como temas a serem discutidos pela escola - caso também de temas como cyberbullying e sexting (trocar mensagens de cunho sexual), por exemplo.
 
O Brasil também tem documentos que apontam na direção de uma abordagem da sexualidade de modo mais amplo. Voltados ao Ensino Fundamental II, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Ciências, datados de 1998, já apontavam a necessidade de tratara temática de maneira transversal, considerando que a sexualidade tem um significado muito mais amplo e variado do que simplesmente a reprodução. Entre as demais temáticas propostas pelo documento estão: levar em consideração o que os estudantes já sabem sobre sistemas reprodutores humanos masculino e feminino e os aspectos psicológicos envolvidos; abordar as emoções envolvidas na sexualidade, como os sentimentos de amor, amizade, confiança, autoestima, desejo e prazer sem julgamentos morais.
Por fim, vale ressaltar que, apesar de o assunto ainda deixar a desejar em termos de legislação específica, uma Educação sexual ampla que abrace os aspectos biológicos, mas também sociais e políticos da afetividade e sexualidade humana, é essencial para colocar em prática as competências transversais da BNCC, que prevê a formação dos estudantes para agir com responsabilidade, tomar decisões com base em princípios éticos, cuidar emocionalmente de si e dos outros e acolher a diversidade sem preconceitos.
https://www.todospelaeducacao.org.br/conteudo/para-que-serve-a-educacao-sexual-na-escola/
A educação sexual é o nome dado ao processo que visa educar, ou seja, esclarecer jovens e adolescentes a respeito da responsabilidade particular de cada um quando esses decidem entregar seu corpo a alguém. O tema ainda envolve mitos, tabus e constrangimentos para pais e professores.
A educação sexual aborda temas como o sexo, a gravidez, o aborto, métodos contraceptivos, a importância da camisinha, doenças sexualmente transmissíveis e até mesmo as mudanças e conhecimentos acerca do seu corpo. Alguns defendem que tal termo já caiu em desuso cedendo lugar para o termo orientação sexual, mas esse ainda confunde algumas pessoas, pois também é empregado para designar a opção sexual de cada indivíduo, ou seja, sua preferência por indivíduos de gênero igual, diferente ou por ambos.
No período da adolescência, o organismo em sua totalidade (físico e psicológico) passa por inúmeras transformações e essas exigem que o indivíduo se adapte de forma rápida à sua nova condição. Nesse período, o indivíduo deixa seus comportamentos infantis e inicia algumas rotinas adultas. Normalmente a menina tende a amadurecer e lidar com suas responsabilidades mais rápido que o menino, cerca de dois anos antes, o que a deixa mais responsável em relação ao assunto.
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sexualidade/educacao-sexual.htm
Estudos científicos realizados na área de Sexualidade Humana demonstram que o trabalho em Educação Sexual, diferente do que muitos pensam, não estimula a atividade sexual. Também não antecipa a idade do primeiro contato sexual, nem tão pouco aumenta a incidência de gravidez ou aborto entre adolescentes. Na realidade, a Educação Sexual contribui para que as crianças e os(as) adolescentes tornem-se mais conscientes e responsáveis ao terem conhecimento sobre seus corpos e os direitos sexuais.
A Educação Sexual tem recebido pouca atenção das políticas públicas e educacionais. Apesar da Lei de Diretrizes de Base – LDB regulamentar que é dever da família e, sobretudo, do Estado favorecer o pleno desenvolvimento do educando e dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (que estudaremos adiante) aborda a sexualidade – Orientação Sexual como um dos temas transversais, as escolas ainda relutam para incluí-la como uma de suas intervenções pedagógicas. Além disso, existem alguns(as) professores(as) que acham esse assunto incômodo e complexo e que eles devem ser transmitindo por uma pessoa “capacitada”. Por que, então, não se tornar essa pessoa “capacitada”?
A possibilidade que a criança e o(a) adolescente têm de falar sobre a sexualidade abre um canal para a construção de seus conhecimentos. Cabe ao(à) educador(a) mediar o aprendizado através de músicas, histórias, poesias, filmes. E, facilitar o clima de descontração e ludicidade.
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/a-importancia-da-educacao-sexual-em-sala-de-aula/37869
· Compreender a importância e funcionamento dos métodos contraceptivos
Métodos contraceptivos: São diferentes formas de se evitar (prevenir) uma gravidez, impedindo que a fecundação (o encontro do óvulo com os espermatozoides) aconteça.
Não existe um método anticoncepcional que seja o melhor para todas as pessoas. Cada método tem suas próprias características que podem ser mais atrativas para algumas pessoas e não para outras, por exemplo, como se usa (tomar todos os dias, injeção uma vez por mês, colocar no pênis antes da penetração). Também a eficácia do método pode ser um fator muito importante para a escolha fazendo com que algumas pessoas escolhem um método que não parece muito atrativo como injeções porque são percebidas como muito eficazes. Além disso, alguns podem ter efeitos colaterais que se manifestam em uma porcentagem, habitualmente pequena, das pessoas.
O melhor método é aquele que a mulher e/ou parceiro escolhe(m), confia(m) e se sente(m) confortável(eis) ao utilizá-lo, desde que atenda aos critérios médicos de elegibilidade, ou seja, não haja uma condição médica que faça o seu uso desaconselhável.
http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/metodos-anticoncepcionais
Os métodos contraceptivos são classificados em cinco grupos:
•Métodos comportamentais
- Tabelinha;
- Temperatura basal;
- Muco cervical (método Billings);
- Coito interrompido.
•Métodos de barreira
- Camisinha;
- Diafragma;
- Esponjas;
- Espermicidas;
•Dispositivo intrauterino (DIU)
•Contracepção hormonal
- Contraceptivos orais;
- Contraceptivos injetáveis;
- Implantes;
- Anel vaginal;
- Adesivos cutâneos;
- Contracepção de emergência (pílula do dia seguinte);
•Contracepção cirúrgica
- Vasectomia
- Laqueadura
MÉTODOS DE BARREIRA
Os métodos de barreira são removíveis, que evitam a entrada do esperma no útero. Esses contraceptivos são indicados às mulheres que não podem tomar algum tipo de hormônio ou que desejam proteção de ISTs. São eles:
MÉTODOS DE BARREIRA QUE PREVINEM ISTS
Preservativo masculino: popularmente conhecido como camisinha, é um contraceptivo utilizado no pênis, para recolher o esperma, impedindo-o de entrar no corpo da mulher. A camisinha é descartável e o material do preservativo é composto por látex ou poliuretano. Além de prevenir uma gravidez indesejada, previne também contra doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Preservativo feminino: conhecido também como “camisinha feminina” é um contraceptivo inserido na vagina antes da penetração do pênis, para impedir a entrada do esperma no útero. O preservativo é pré-lubrificado com silicone, porém, outros lubrificantes, à base de água ou óleo, podem ser usados, para melhorar o desconforto e o ruído que o preservativo feminino pode causar. Esse método contraceptivo também reduz o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST).
OUTROS MÉTODOS DE BARREIRA
Diafragma: é um contraceptivo composto por uma membrana de silicone, em forma de cúpula, envolvido por um anel flexível. Existem diafragmas de vários tamanhos, podendo variar entre 50 mm a 105 mm. O diafragma é inserido na vagina antes da relação sexual, impedindo a entrada do esperma no útero. É recomendável que o diafragma seja utilizado junto a um creme ou geleia espermicida, para oferecer maior lubrificação e também para aumentar a eficácia contraceptiva. O diafragma deve permanecer no lugar durante seis a oito horas depois do coito para poder evitar a gravidez, mas deve ser removido dentro de 24 horas.
Espermicidas: são substâncias químicas em forma de geleia, creme, comprimido, tablete ou espumas, que devem ser colocadas na vagina 15 minutos antes da relação sexual. Os espermicidas servem como barreira para impedir o contato dos espermatozoides com o útero. Usados isoladamente, os espermicidas não oferecem grande eficácia, mas associados a outros métodos de barreira, como o diafragma, são úteis e oferecem mais proteção. Em algumas mulheres, a substância pode provocar reações alérgicas.
Dispositivo Intrauterino (DIU): é um método anticoncepcional constituído por umaparelho pequeno e flexível que é inserido dentro do útero. Ele só pode ser utilizado em pacientes saudáveis e que apresentem exames ginecológicos normais; ausência de vaginites, tumores pélvicos, doença inflamatória pélvica (DIP), etc. Existem vários modelos de DIU e é um contraceptivo que deve ser colocado por um profissional da saúde.
MÉTODOS HORMONAIS
Os métodos hormonais servem para controlar ou interromper a ovulação, evitando a gravidez, mas não previnem contra doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Pílula contraceptiva oral combinada: ou simplesmente pílula, como é conhecida popularmente, é um método contraceptivo composto por diferentes tipos de hormônios, que servem para inibir a ovulação e evitar a gravidez. O uso de pílulas anticoncepcionais não é recomendado para mulheres fumantes, ou com pressão arterial elevada, histórico de câncer de mama, fígado, ou câncer endometrial. O melhor tipo de pílula para cada paciente deve ser indicado por um ginecologista.
Contraceptivo hormonal injetável: esse método contraceptivo é feito com uma injeção de hormônios, que é administrada uma vez por mês ou a cada três meses, dependendo do tipo de contraceptivo injetável. Esse método é muito eficaz para evitar gravidez.
Anel vaginal: é um anel fino e flexível e deve ser colocado na vagina, durante três semanas. Na quarta semana, o anel vaginal deve ser removido e, assim, reinserir um novo anel depois de sete dias de pausa. O diâmetro externo é de 54 mm e a espessura é de 4 mm. O anel vaginal contém hormônios como estrogênio e progesterona, que são absorvidos para a circulação e levam à inibição da ovulação. Sua indicação e uso devem ser feitos com o acompanhamento de um ginecologista. Esse método contraceptivo não pode ser utilizado por mulheres que apresentem histórico de coágulos de sangue, derrame ou ataque cardíaco, ou algum tipo de câncer.
Adesivos cutâneos com hormônios: são pequenos selos que contêm estrogênio e progesterona. Esses dois hormônios são absorvidos pela pele e vão diretamente para a circulação sistêmica. Os adesivos devem ser usados por 21 dias, seguido de pausa de sete dias. Os benefícios, eficácia e contraindicações são as mesmas para os anéis vaginais e as pílulas.
https://www.pfizer.com.br/noticias/metodos-contraceptivos-vantagens-e-desvantagens
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/anticoncepcionais.htm
· Compreender os tabus relacionados ao desenvolvimento sexual 
Participaram do estudo 499 adolescentes. A coleta dos dados se deu por meio de questionário fechado, com 11 questões de múltipla escolha, aplicado em sala de aula, cujas perguntas foram: sexo; atividade sexual (ativo ou não); o que é preciso para uma relação sexual acontecer; o que influencia o prazer durante a relação sexual; se prefere casar-se com alguém virgem ou não; se bebida alcóolica e outras drogas aumentam o desejo sexual; se relação interfemural sem penetração pode engravidar; se relação sexual durante menstruação pode engravidar; qual o período mais propício para a gravidez acontecer; se teve informações prévias sobre sexualidade; qual foi a fonte destas informações; se as mesmas foram satisfatórias ou não.
Foram estudadas as seguintes variáveis: se a bebida alcoólica ou outras drogas aumentam o desejo sexual; se há possibilidade de gravidez mesmo sem penetração; se há possibilidade de gravidez durante o período menstrual; qual o período do mês em que a garota pode engravidar; se tiveram informação sobre ejaculação ou menstruação antes destes eventos ocorrerem; se sim qual a fonte de informação e se estas foram satisfatórias; o que é preciso para sentir prazer na relação sexual; o que é preciso para acontecer a relação sexual; a preferência ou não por casar com alguém virgem. Todas as variáveis foram analisadas segundo o sexo (análise bivariada, utilizando-se o teste de qui-quadrado), em frequências absoluta (n) e relativa (%). Houve, ainda, estratificação segundo a atividade sexual (sexualmente ativos ou não) para algumas variáveis (o que influencia o prazer durante a relação sexual e o que é preciso para uma relação sexual acontecer). Considerou-se o valor de p (probabilidade).
Os resultados revelaram que 46,3% dos meninos e 77,7% das meninas acreditam que o uso de bebida alcoólica e outras drogas aumentam o desejo sexual (Tabela 1). Considerando que a análise destes resultados teve o valor de p=0,0243 segundo o sexo, podemos afirmar que as diferenças nas respostas entre meninos e meninas são estatisticamente significativas, ou seja, entre as meninas a crença e que a bebida alcóolica e outras drogas aumentam o desejo sexual é muito maior do que entre os meninos. Quando indagados sobre a possibilidade de gravidez na relação interfemural (popular “sexo entre coxas”), observou-se que 50,5% dos meninos e 21,1% das meninas acreditam que esta prática sexual não traz riscos de engravidar (Tabela 1). O valor de p= 0,0000 aponta para diferença estatisticamente significativa entre os sexos, ou seja, a crença de que a relação sexual interfemural não traz riscos de engravidar se modifica conforme o sexo, sendo que os meninos afirmam isto em maior proporção em relação às meninas. A maioria dos adolescentes, tanto meninos (45,3%) quanto meninas (60,2%), acreditam que a relação sexual sem preservativo durante a menstruação pode acarretar em gravidez (Tabela 1). Considerando o valor de p=0,0011, há diferenças estatisticamente significativas nas respostas conforme o sexo, ou seja, as meninas acreditam no risco de engravidar durante a menstruação em maior proporção do que os meninos. Diferentemente da pergunta anterior, que indaga sobre a possibilidade de engravidar durante a menstruação (tendo relação sexual sem preservativo), a pergunta a seguir indaga sobre o período mais propício para se engravidar. Quando perguntados a respeito do período mais propício para que uma garota possa engravidar, 46,3% dos adolescentes do sexo masculino e 77,7% do sexo feminino se referiram ao período fértil (Tabela 2). 
Segundo a Tabela 3, as meninas tiveram a mãe como a fonte mais consultada no que se refere às informações prévias sobre menstruação (52,4%), diferentemente dos meninos em relação à ejaculação, cuja fonte de informação foi as amigas (23,7%), professores (9,5%), livros e revistas (7,9%) e outros (10,5%). O valor de p=0,0000 aponta para diferenças estatisticamente significativas entre os sexos quando se trata de informações sobre sexualidade, ou seja, a fonte de informação de modifica conforme o sexo do adolescente.
Ao detectar que os adolescentes acreditam que o uso de álcool e/ou outras drogas influenciam no aumento do desejo sexual, deve-se levar em consideração que a maioria dos adolescentes confunde a perda da inibição e o impulso para tomada de decisões com o aumento do desejo sexual, pois muitos autores apontam o uso de bebida alcoólica e/ ou outras drogas como um dos fatores para a iniciação sexual precoce na adolescência, fato este intimamente ligado à forma como a sociedade aceita o consumo de bebidas alcoólicas e tabaco entre os adolescentes (8-10). Na realidade, alguns autores consideram que o consumo de álcool e outras drogas surge como passaporte para a permissão e liberação de comportamentos reprimidos, ora por timidez, ora por serem julgados inadequados, além de servirem como forma de ascensão social no grupo no qual o adolescente se insere e, até mesmo no seguimento dos padrões de comportamento de seus familiares e amigos.
Autores consideram a dificuldade dos pais em lidar com a sexualidade de seus filhos por não terem a compreensão clara do que lhes aconteceu na passagem da adolescência para a vida adulta, seguindo um comportamento desinformado e reprimido, passado de geração em geração. Portanto, sugere-se a necessidade de que a escola e os serviços de saúde assumam juntamente com a família o papel do educador sexual para os adolescentes, pois “a falta de orientação sexual leva o adolescente à desinformação, e, consequentemente, ao perigo”.
Quanto ao fato dos meninos considerarem importante o tamanhodo seu órgão sexual, percebe-se uma preocupação masculina com a prova da virilidade e o desempenho sexual embutidos no aspecto do corpo. Neste sentido, a literatura aponta que existem comportamentos distintos entre os sexos: os meninos se preocupam com o desenvolvimento do corpo, os músculos e manifestam interesse de que aconteça a iniciação sexual; já as meninas valorizam a estética, preocupando- -se em como se vestir e se maquiar, considerando a menarca como um marco no seu desenvolvimento corporal e psicológico. Alguns estudos ainda apontam a relação que adolescentes fazem entre tamanho do órgão sexual e percepção de prazer.
O presente estudo evidencia alguns tabus e mitos relativos à sexualidade, vivenciados pelos adolescentes, os quais se relacionam com questões de gênero e socioculturais, podendo ter como consequência a prática sexual desprotegida. Os achados despertam para o fato de que os mitos e tabus constituem uma questão em pauta que merece investimentos em pesquisa e em programas preventivos de saúde sexual e reprodutiva. Neste sentido, destaca-se a importância de proporcionar aos adolescentes espaços para a discussão e orientação sobre sexualidade, incluindo a questão dos mitos e tabus de forma dinâmica e participativa. A realização de oficinas de educação sexual nas escolas, pelos profissionais da Educação e da Saúde, possibilita resultados positivos, uma vez que esta metodologia pode favorecer mudanças comportamentais entre os adolescentes pela troca e vivência diárias.
https://scielo.conicyt.cl/pdf/cienf/v18n3/art_04.pdf
· Analisar conduta e função da ginecologista e obstetra 
A área da Ginecologia e Obstetrícia é uma das que mais concentra profissionais hoje no Brasil: 8% dos especialistas, ou seja, mais de 30 mil médicos. Mas o que faz exatamente o ginecologista? Qual é a diferença entre ginecologia e obstetrícia? Quais são os desafios da especialidade? Essas são só algumas das dúvidas mais comuns a respeito da especialidade que são esclarecidas abaixo.
Afinal, o que faz um ginecologista?
O ginecologista é responsável pela manutenção da saúde das mulheres. O profissional é o especialista que realiza os exames preventivos e trata as doenças ligadas ao aparelho reprodutivo feminino. Para isso, é necessário que ele tenha uma qualificação médica tanto clínica quanto cirúrgica.
A rotina desse profissional costuma ser bastante corrida, principalmente porque é frequente o exercício da ginecologia simultâneo ao da obstetrícia, o que requer disponibilidade em tempo integral para atender pacientes em trabalho de parto.
Diferença entre ginecologia e obstetrícia
A maioria dos profissionais atua em ambas as especialidades, muitas vezes, criando um vínculo devido à continuidade do acompanhamento da paciente antes, durante e após a gestação. No Brasil, Ginecologia e Obstetrícia formam uma única especialização, com acesso direto e duração de três anos. Por isso, é tão comum encontrar profissionais que atuem nas duas áreas médicas.
A principal diferença entre as especialidades é que, enquanto a ginecologia cuida da saúde do órgão reprodutor feminino como um todo, a obstetrícia foca nos fatores relacionados à reprodução humana.
Como está o mercado de trabalho?
Diferente de outras especialidades, o campo de trabalho longe das grandes cidades oferece melhores vagas. Isso porque muitos especialistas se concentram nas metrópoles depois de formados. O mesmo não acontece com ginecologistas.
E seguir para cidades com uma densidade populacional menor também pode garantir uma melhor qualidade de vida, pois, o médico terá a oportunidade de se dedicar mais à função de ginecologista e trabalhar com o acompanhamento de um número menor de partos.
Subespecialidades da ginecologia e obstetrícia
Os médicos que escolherem se aprofundar em um determinado tema, podem optar por 13 subespecialidades:
-Dor pélvica
-Climatério
-Endocrinologia Ginecológica
-Ginecologia Geral
-Ginecologia Infantopuberal
-Videohisteroscopia e Videolaparoscopia Ginecológica
-Infecção Genital
-Mastologia
-Medicina Fetal
-Oncologia Clínica e Cirúrgica
-Patologia do Trato Genital Inferior
-Planejamento Familiar
-Reprodução Humana
-Uroginecologia e Cirurgia Vaginal
Formação necessária
Depois de completar os seis anos de graduação necessários para receber o diploma, existem dois caminhos para quem quer se especializar em ginecologia. Um é o Programa de Residência Médica e o outro, a Prova de Títulos.
A Residência
Com duração de três anos, esse é o caminho ideal para os médicos recém-formados. Durante a residência, o futuro especialista acompanha o dia a dia da profissão e recebe orientações de profissionais experientes. Para ter acesso a essa formação, é necessária a aprovação em um exame admissional.
A Prova de Títulos
Para quem já tem experiência na área ou tem uma pós-graduação no tema, pode escolher fazer a Prova de Títulos. Aplicado pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), o exame tem um elevado nível de dificuldade, por isso é necessário se preparar bem.
Para preparar da forma mais adequada os médicos que desejam fazer a Prova de Títulos, a POSFG oferece a Pós-Graduação Lato Sensu em Ginecologia e Obstetrícia. O curso tem uma carga horária de 4.032 horas/aula. Saiba mais informações sobre o curso clicando aqui.
O que faz o ginecologista?
O ginecologista é o médico especializado em ginecologia, a área da medicina que estuda o funcionamento e os distúrbios do sistema reprodutor feminino. Dessa forma, esse médico cuida de órgãos como vulva, vagina, útero, ovários e mamas, diagnosticando e tratando doenças que possam acometê-los.
Além disso, o ginecologista está apto a avaliar e tratar a saúde da mulher como um todo, incluindo problemas do aparelho urinário e do sistema digestivo, desequilíbrios hormonais e osteoporose, entre outros.
O papel do ginecologista na adolescência
O ideal é que a primeira consulta ao ginecologista aconteça logo que surgirem os primeiros sinais da puberdade (como o crescimento das mamas e dos pelos pubianos) por volta dos 8 ou 9 anos, ainda antes da menstruação. 
Nessa fase, o ginecologista pode avaliar o desenvolvimento das características sexuais da pré-adolescente, identificando eventuais indícios de atraso ou precocidade. 
Com a chegada da menstruação e a entrada na adolescência propriamente dita, esse médico também pode orientar a paciente sobre o funcionamento do próprio corpo, a sexualidade, os métodos contraceptivos e a prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis.
O papel do ginecologista na vida adulta
No decorrer da vida da mulher, o ginecologista é o médico que realiza exames de rotina da saúde feminina, como o exame de Papanicolau (preventivo do câncer colo do útero), o toque vaginal, o exame especular e o exame clínico das mamas.
Ele também pode solicitar exames complementares, incluindo exames laboratoriais de rotina (hemograma, glicemia, colesterol etc.), exame de urina, sorologia para DSTs, mamografia, ultrassom (das mamas, abdominal, pélvico, transvaginal) e densitometria óssea.
Dependendo dos resultados dos exames, o ginecologista poderá tratar a paciente até sua recuperação ou encaminhá-la para outro especialista quando necessário.
Além disso, é fundamental ter o acompanhamento do ginecologista durante o climatério e a menopausa para avaliar a necessidade de fazer reposição hormonal.
Quando ir ao ginecologista
Na ausência de sintomas, recomenda-se fazer uma consulta com o ginecologista uma vez por ano para realizar os exames necessários. Porém, ele também deve ser procurado sempre que a mulher apresentar sintomas como: 
· Secreção anormal (cor ou odor estranho); 
· Desconforto intenso relacionado à TPM (cólicas, enxaqueca, alterações emocionais etc.);
· Distúrbios da menstruação (atrasos recorrentes, ausência, aumento ou diminuição do fluxo menstrual, irregularidade do ciclo etc.);
· Suspeita de contágio por DSTs;
· Dores na região pélvica; 
· Feridas na vulva ou no ânus; 
· Ardência ou coceira na região íntima; 
· Desconfortona relação sexual;
· Queda ou ausência de libido;
· Alterações nas mamas (surgimento de dor, mudança de coloração ou textura, extravasamento de secreções etc.);
· Sinais da chegada da menopausa.
Além disso, caso a mulher esteja encontrando dificuldades para engravidar, recomenda-se que a primeira consulta seja feita com o ginecologista. Se houver algum fator que possa prejudicar a fertilidade, a paciente pode ser encaminhada para um especialista em reprodução humana, como o geneticista.
O que faz o obstetra?
O obstetra é o médico especializado em obstetrícia, o ramo da medicina responsável pelo estudo da reprodução nas mulheres, incluindo tanto seu funcionamento quanto seus possíveis distúrbios. 
Assim, esse profissional está preparado para acompanhar todos os aspectos de uma gestação e do desenvolvimento do feto. Suas funções começam no planejamento da gravidez, seguem por todo o curso da gestação até o parto e encerram-se ao fim do puerpério (período pós-parto). Saiba mais sobre o que faz o obstetra em cada uma dessas fases:
Planejamento da gravidez 
Em gestações planejadas, o obstetra avalia a saúde geral e reprodutiva da mulher e a orienta em relação aos cuidados antes da concepção, como a necessidade de fazer exames, tomar vacinas ou ingerir ácido fólico.
Durante a gravidez (acompanhamento pré-natal)
Dependendo do estágio da gravidez, o obstetra calcula a idade gestacional e a data provável do parto, avalia a saúde da mulher e o desenvolvimento do feto por meio do exame clínico e solicita exames de sangue e exames de ultrassom.
Nessa etapa, esse médico é fundamental para identificar, controlar e tratar de forma precoce qualquer problema que possa elevar o risco da gravidez, como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia.
Parto
Com a aproximação da data provável do parto, o obstetra orienta a gestante sobre o melhor tipo (vaginal ou cesariana) considerando tanto o desejo da mulher quanto eventuais fatores de risco para cada caso. 
Além disso, no momento do nascimento propriamente dito, o obstetra estará ao lado da paciente para realizar e coordenar todos os procedimentos necessários para que o parto seja seguro e o mais tranquilo possível.
Puerpério (pós-parto)
No puerpério, o obstetra acompanha a recuperação física e emocional da mulher, podendo identificar e tratar problemas como a depressão pós-parto.
Todo ginecologista é obstetra?
Quase. No Brasil, os médicos que trabalham com os órgãos reprodutivos femininos costumam ser tanto ginecologistas quanto obstetras porque existe apenas um tipo de especialização, chamada de Ginecologia e Obstetrícia.
Na prática, porém, o médico pode optar por se especializar ainda mais e fazer novos cursos e, dessa forma, acabar atuando mais com ginecologia do que com obstetrícia ou vice-versa. De qualquer maneira, como esse profissional sempre tem a formação básica, ele está apto para atuar nas duas áreas, podendo encaminhar a paciente para um colega se necessário.
· Entender a importância do planejamento familiar 
O planejamento familiar no Brasil é inacessível aos que mais necessitam dele. Os casais mais ricos têm acesso garantido a métodos contraceptivos, enquanto pessoas mais desfavorecidas, nem sempre. 
No Brasil, planejamento familiar é privilégio exclusivo dos bem-aventurados. Sem mencionar números, vou resumir o atoleiro ideológico em que estamos metidos nessa área.
Até a metade do século 20, poucas famílias brasileiras deixavam de ter cinco ou seis filhos. Havia uma lógica razoável por trás de natalidade tão altas:
· A maioria da população vivia no campo, numa época de agricultura primitiva em que as crianças pegavam no cabo da enxada já aos sete anos. Quantos mais braços disponíveis houvesse na família, maior a probabilidade de sobrevivência;
· Convivíamos com taxas de mortalidade infantil inaceitáveis para os padrões atuais. Ter perdido dois ou três filhos era rotina na vida das mulheres com mais de trinta anos;
· Além da cirurgia e dos preservativos de barreira, não existiam recursos médicos para evitar a concepção. Na década de 1960, quando as pílulas anticoncepcionais surgiram no mercado e a migração do campo para a cidade tomou vulto, uma esdrúxula associação de forças se opôs terminante ao planejamento familiar no país: os militares, os comunistas e a Igreja Católica. 
Os militares no poder eram contrários, por julgarem defender a soberania nacional: num país de dimensões continentais, quanto mais crianças nascessem, mais rapidamente seriam ocupados os espaços disponíveis no Centro-Oeste e na Floresta Amazônica.
Os comunistas e a esquerda simpatizante, por defenderem que o aumento populacional acelerado aprofundaria as contradições do capitalismo e encurtaria caminho para a instalação da ditadura do proletariado. A Igreja, por considerar antinatural – portanto, contra a vontade de Deus – o emprego de métodos contraceptivos.
O resultado dessas ideologias não poderia ter sido mais desastroso:em 1970, éramos 90 milhões; hoje, temos o dobro da população, parte expressiva da qual aglomerada em favelas e na periferia das cidades. Suécia, Noruega e Canadá conseguiriam oferecer os mesmos níveis de atendimento médico, de educação e de salários para os aposentados, caso tivessem duplicado seus habitantes nos últimos trinta anos?
O que mais assusta, entretanto, não é havermos chegado à situação dramática em que nos encontramos; é não adotarmos medidas para remediá-la. Pior, é ver não apenas os religiosos, mas setores da intelectualidade considerarem politicamente incorreta qualquer tentativa de estender às classes mais desfavorecidas o acesso aos métodos de contracepção fartamente disponíveis a quem pode pagar por eles.
É preciso dizer que as taxas médias de natalidade brasileiras têm caído gradativamente nos últimos cinquenta anos, mas não há necessidade de consultar os números do IBGE para constatarmos que a queda foi muito mais acentuada nas classes média e alta: basta ver a fila de adolescentes grávidas à espera de atendimento nos hospitais públicos ou o número de crianças pequenas nos bairros mais pobres.
Outra justificativa para a falta de políticas públicas destinadas a universalizar o direito ao planejamento familiar no País é a da má distribuição de renda: o problema não estaria no número de filhos, mas na falta de dinheiro para criá-los, argumentam.
De fato, se nossa renda per capita fosse a dos canadenses, a situação seria outra; aliás, talvez tivéssemos que organizar campanhas para estimular a natalidade. O problema é justamente porque somos um país cheio de gente pobre, e educar filhos custa caro. Como dar escola, merenda, postos de saúde, remédios, cesta básica, habitação, para esse exército de crianças desamparadas que nasce todos os dias? Quantas cadeias serão necessárias para enjaular os malcomportados?
A verdade é que, embora a sociedade possa ajudar, nessa área dependemos de políticas públicas, portanto dos políticos, e estes morrem de medo de contrariar a igreja. Agem como se o planejamento familiar fosse uma forma de eugenia para nos livrarmos dos indesejáveis, quando se trata de uma aspiração legítima de todo cidadão. As meninas mais pobres, iletradas, não engravidam aos 14 anos para viver os mistérios da maternidade; a mãe de quatro filhos, que mal consegue alimentá-los, não concebe
o quinto só para vê-lo sofrer.
É justo oferecer vasectomia, DIU, laqueadura e vários tipos de pílulas aos que estão bem de vida, enquanto os mais necessitados são condenados aos caprichos da natureza na hora de planejar o tamanho de suas famílias?
GRAVIDEZ INDESEJADA E VIOLÊNCIA URBANA
 
A irresponsabilidade brasileira diante das mulheres pobres que engravidam por acidente é caso de polícia literalmente.
Insisto em dizer que o planejamento familiar no Brasil é inacessível aos que mais necessitam dele. Os casais da classe média e os mais ricos, que podem criar os filhos por conta própria, têm acesso garantido a preservativos de qualidade, pílula, injeções e adesivos anticoncepcionais, DIU, laqueadura, vasectomia e, em caso de falha, ao abortamento; porque, deixandoa falsidade de lado, estamos cansados de saber que aborto no Brasil só é proibido para a mulher que não tem dinheiro.
Há pouco tempo, afirmei numa entrevista ao jornal “O Globo” que a falta de planejamento familiar era uma das causas mais importantes para a explosão de violência urbana ocorrida nos últimos vinte anos em nosso País. A afirmação era baseada em minha experiência na Casa de Detenção de São Paulo: é difícil achar na cadeia um preso criado por pai e mãe. A maioria é fruto de lares desfeitos ou que nunca chegaram a existir. O número daqueles que têm muitos irmãos, dos que não conheceram o pai e dos que foram concebidos por mães solteiras, ainda adolescentes, é impressionante.
Procurados pelos jornalistas, um cardeal e uma autoridade do primeiro escalão federal responderam incisivamente que não concordavam com essa afirmação. O religioso, porque considerava “muito triste ser filho único”, e que “o ideal seria cada família brasileira ter cinco filhos”. O outro discordava baseado nos dados que mostravam queda progressiva dos índices de natalidade nos últimos vinte anos, enquanto a violência em nossas cidades explodia.
Cito essa discussão, porque encerra o nó de nossa paralisia diante do crescimento populacional insensato que fez o número de brasileiros saltar dos célebres 90 milhões em ação do ano de 1970 para os 180 milhões atuais: de um lado, a cúpula da Igreja Católica, que não aceita sequer o uso da camisinha em plena epidemia de uma doença sexualmente transmissível como a aids. De outro, os responsáveis pelas políticas públicas, que, para fugir da discussão sobre as taxas inaceitáveis de natalidade da população mais pobre, usam o velho jargão da a queda progressiva dos valores médios dos índices ocorrida nas últimas décadas. Dizem: cada brasileira tinha seis filhos em 1950; hoje esse número não chega a três. É provável que o argumento ajude a aplacar-lhes a consciência pública, especialmente quando se esquecem de dizer que, enquanto as mulheres de nível universitário hoje têm em média 1,4 filho, as analfabetas têm 4,4.
Em agosto de 2004, o jornal Folha de São Paulo publicou informações contidas no banco de dados do município, colhidas no período de 2000 a 2004 pela Fundação SEADE. A reportagem nos ajuda a avaliar o potencial explosivo que a falta de acesso aos métodos de contracepção gera na periferia e nas favelas das cidades brasileiras.
Se tomarmos os cinco bairros mais carentes, situados nos limites extremos de São Paulo – Parelheiros, Itaim Paulista, Cidade Tiradentes, Guaianazes e Perus -, a proporção de habitantes inferior a 15 anos varia de 30,4% a 33,4% da população. Esses números estão bem acima da média da cidade: 24,4%. Representam mais do que o dobro da porcentagem de crianças encontrada nos cinco bairros com melhor qualidade de vida.
O grande número de jovens, associado à falta de oferta e trabalho na periferia, fez o nível de desemprego no extremo leste da cidade atingir 23,5% – contra 12,4% no centro da cidade no ano passado. Ele também explica por que a probabilidade de um jovem morrer assassinado na área do M’Boi Mirim, na zona sul, é 19 vezes maior do que em Pinheiros, bairro de classe média.
Nem haveria necessidade de números tão contundentes para tomarmos consciência da associação de pobreza com falta de planejamento familiar e violência urbana: o número de crianças pequenas nas ruas dos bairros mais violentos fala por si. O de meninas em idade de brincar com boneca aguardando atendimento nas filas das maternidades públicas também.
Basta passarmos na frente de qualquer cadeia brasileira em dia de visita para nos darmos conta do número de adolescentes com bebês de colo na fila de entrada. Todos nós sabemos quanto custa criar um filho. Cada criança concebida involuntariamente por casais que não têm condições financeiras para criá-las empobrece ainda mais a família e o País, obrigado a investir em escolas, postos de saúde, hospitais, merenda escolar, vacinas, medicamentos, habitação, Fome Zero e, mais tarde, na construção de cadeias para trancar os malcomportados.
O que o pensamento religioso medieval e as autoridades públicas que se acovardam diante dele fingem não perceber é que, ao negar o acesso dos casais mais pobres aos métodos modernos de contracepção, comprometemos o futuro do País, porque aprofundamos perversamente a desigualdade social e criamos um caldo de cultura que contém os três fatores de risco indispensáveis à explosão da violência urbana: crianças maltratadas na primeira infância e descuidadas na adolescência, que vão conviver com pares violentos quando crescerem.

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